As seguintes cartas foram
endereçadas ao editor do New Statesman, 10 Great Turnstile, Londres WC1V
7HJ, Grã-Bretanha, seguindo a publicação de um artigo atacando o Revisionismo
em 2 de novembro de 1979, por Gitta Sereny.
18 de novembro de
1979
{editorial do Journal for Historical Review}
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Arthur R. Butz |
Caro senhor:
Em
geral, os poucos argumentos substantivos de Gitta Sereny {escritora judia*a} (New Statesman, 2 de novembro)
são respondidos em meu livro The Hoax of the Twentieth Century. Aqui,
desejo focar em um ponto que, em vista de suas observações, pode ser
desenvolvido com proveito: supostas “confissões” de funcionários alemães, seja
em julgamentos ou na prisão após os julgamentos.
O
ponto-chave é que o objetivo servido por tais declarações deve ser presumido ser
interesse pessoal e não a verdade histórica. Em um “julgamento,” alguma coisa
específica é para ser julgada, ou seja, o tribunal deve começar tratando essa
coisa como uma questão em aberto.
A alegação de “extermínio” nunca tem estado em questão em
nenhum sentido prático em nenhum dos julgamentos relevantes e, em alguns, não tem
sido aberta à questão em um sentido jurídico formal. A questão sempre foi somente
responsabilidade pessoal em um contexto no qual a alegação de extermínio era
inquestionável. Assim, as “confissões” dos alemães, que em todos os casos
buscavam negar ou mitigar a responsabilidade pessoal, eram meramente somente
defesas que eles podiam apresentar em suas circunstâncias.
Isso
não é exatamente “barganha de pena,” onde há negociação entre acusação e
defesa, mas está relacionada. Tudo se resume a apresentar uma estória que foi
possível para o tribunal aceitar. O dilema lógico é inescapável, uma vez que o
réu resolva tomar o “julgamento” seriamente. Negar a lenda não era a maneira de
ficar fora da prisão.
Além
disso, não é verdade, como Sereny afirma implicitamente, que esse dilema lógico
não se sustenta mais quando o réu está cumprindo uma sentença de prisão perpétua.
Se ele está buscando perdão ou liberdade condicional, ele não tentará fazer uma
reviravolta no que tem já sido decidido no tribunal; não é assim que o caminho
do perdão ou da liberdade condicional funcionam. Por exemplo, no “julgamento de
Auschwitz” de Frankfurt de 1963-1965, os supostos atos de Robert Mulka {um
importante comandante SS no campo de concentração de Auschwitz} foram tão
monstruosos que muitos acharam sua sentença a 14 anos de trabalhos forçados
indevidamente leve. Então, em um desfecho que surpreenderia a todos que não
estudaram esse assunto de perto, Mulka foi discretamente libertado menos de
quatro meses depois. Contudo, se Mulka tivesse alegado em qualquer fundamento
(como ele poderia ter feito com sinceridade), seja em seu julgamento ou depois,
que não houve extermínios em Auschwitz e que ele estava em posição de saber,
então ele teria cumprido uma sentença de prisão perpétua no primeiro caso e os
quatorze anos completos no último, se ele vivesse tanto tempo.
{A escritora judia Gitta Sereny (1921-2012). Crédito da foto BBC News, Hitler's right-hand man, 28 de maio de 2000.} |
Não
é amplamente conhecido, mas tem havido muitas dessas instâncias – o assunto é difícil
de investigar.1 Em nenhuma instância
teria feito qualquer sentido, em termos de interesse próprio imediato, negar os
extermínios. Essa não era a maneira de sair da prisão.
Um
ponto relacionado é que pode ser bastante perigoso, para dizer o mínimo, para
qualquer alemão questionar a lenda do Extermínio. Por exemplo, o Dr. Wilhelm
Stglich, que estava estacionado perto de Auschwitz em 1944 em uma unidade
antiaérea, tem publicado tal opinião e tem sido sujeito a perseguição
legalmente formulada desde então.2
Mesmo
eu, um americano, tenho sido vítima da repressão oficial na Alemanha.3 Há também a considerável repressão
extra-legal que, por exemplo, fez com que Axel Springer, “czar da imprensa” da
Alemanha Ocidental e supostamente um homem poderoso, retirasse a primeira
edição da Geschichte der Deutschen {História dos Alemães} de Hellmut
Diwald, como Sereny mencionou.
Nós
não precisamos de “confissões” ou “julgamentos” para determinar se os
bombardeios de Dresden e Hiroshima, ou as represálias em Lidice após o
assassinato de Heydrich, realmente ocorreram.
Agora,
a lenda do extermínio não reivindica umas poucas instâncias de homicídio, mas alega
eventos continentais em escopo geográfico, de três anos em escopo temporal e de
vários milhões no escopo de vítimas. Quão lúdicra, então, é a posição dos
portadores da lenda, que em última análise tentarão “provar” tais eventos com
base em “confissões” proferidas sob o tecido da histeria, censura, intimidação,
perseguição e ilegalidade flagrante que envolve este assunto há 35 anos.
Anexei
fotocópias da documentação referenciada para seu exame.
Sinceramente
Dr. Arthur R. Butz
Tradução
e palavras entre chaves por Mykel Alexander
*a Nota de Mykel Alexander: Gitta Sereny (1921-2012) foi uma ativista e escritora judia que teve em seus livros uma relativamente grande popularidade no Ocidente do pós-Segunda Guerra Mundial, e sua própria pessoa também gozou de popularidade sobre biografias e controvérsias relativas ao regime da Alemanha de Hitler e ao alegado Holocausto. Ver:
- The woman
who tried to humanise monsters: Gitta Sereny wrote brilliant books trying to
explain the evil of murderers. She also helped create today's cult of
victimhood, por Tom Bower, 20 de junho de 2012, Daily Mail.
https://www.dailymail.co.uk/news/article-2161909/Gitta-Sereny-The-woman-tried-humanise-monsters.html
- Gitta Sereny obituary, por Isabel Hilton, 19 de junho de 2012, The Guardian.
https://www.theguardian.com/books/2012/jun/19/gitta-sereny
- Into That
Darkness, Again, por Gabriel Schoenfeld, 23 de dezembro de 2001, The New
York Times.
1 Nota de Arthur Butz: Los Angeles Herald Examiner, 2 de setembro de 1979, página E2.
2 Nota de Arthur Butz: Die Zeit, 25 de maio de 1979, página 5.
3 Nota de Arthur Butz: Frankfurter
Allgemeine Zeitung, 16 de junho de 1979, página 23.
Fonte: Letters to the “New Statesman”, por Arthur R.
Butz, The Journal of Historical Review, inverno de 1982 (Vol. 1, nº 2),
página 153.
http://www.ihr.org/jhr/v01/v01p153_Butz.html
Sobre o autor: Arthur
Roberts Butz nasceu em 1933 e foi criado em Nova York. Ele recebeu bacharelado
e mestrado em engenharia elétrica pelo Massachusetts Institute of Technology.
Em 1965, ele recebeu seu doutorado em Ciências de Controle pela Universidade de
Minnesota. Em 1966, ingressou na faculdade da Northwestern University
(Evanston, Illinois), onde trabalhou por anos como professor associado de
engenharia elétrica e ciências da computação. Dr. Butz é autor de vários
artigos técnicos. Ele é talvez mais conhecido como o autor de The Hoax of
the Twentieth Century. Por muitos anos, ele foi membro do Comitê Consultivo
Editorial do Journal of Historical Review do Institute for Historical
Review.
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