quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Revisionismo e Promoção da Paz - parte 2 - por Harry Elmer Barnes

 Continuação de Revisionismo e Promoção da Paz - parte 1 - por Harry Elmer Barnes

Harry Elmer Barnes

O que nós agora sabemos

            Não somente tem havido muitos mais formidáveis volumes revisionistas publicados nos Estados Unidos desde 1945 do que no período comparável após 1918, mas os fatos revelados por esta recente pesquisa revisionista têm sido de longe mais sensacionais que aqueles produzidos pelos estudiosos revisionistas depois da Primeira Guerra Mundial. De 1937 em diante, Stalin tinha trabalhado tão duro para uma guerra de atrito e mútua destruição entre os países capitalistas nazistas, fascistas e democratas tanto como Sazonov e Izvolski fizeram em 1914 para iniciar uma guerra Franco-Russa-Inglesa contra a Alemanha e Áustria. Hitler, longe de precipitadamente lançar uma guerra agressiva contra Polônia sobre os calcanhares de demandas brutais e irracionais, fez um esforço de longe maior para dissipar o surgir da guerra durante agosto de 1939, do que o Kaiser fez durante a crise de julho de 1914. E as demandas de Hitler sobre a Polônia eram mais razoáveis do que ele fez sobre qualquer outra nação durante o seu regime inteiro. Eles foram de longe muito mais conciliatórios do que Stresemann e a República de Weimar poderiam mesmo considerar. A Polônia foi de longe mais irracional e intransigente em 1938-39 do que a Sérvia tinha sido em 1914. Mussolini tentou dissuadir Hitler de ir à Guerra em 1939 e fez repetidos esforços para convocar conferências da paz após a Guerra começar. Longe de enfiar deliberada e sem provocações “uma adaga nas costas da França” em junho de 1940, ele foi virtualmente forçado a entrar na Guerra por atos não neutros de estrangulamento econômico por parte da Grã-Bretanha. A França estava indisposta e avessa a entrar na guerra em 1939, e somente pressão extrema pelo Ministério das Relações Exteriores britânico incitou Bonnet e Daladier em assentir relutantemente à belicosa política britânica em 2-3 de setembro de 1939.

            Enquanto em 1914 a responsabilidade britânica pela Primeira Guerra Mundial foi principalmente aquela da fraqueza e duplicidade por parte de Sir Edward Grey – mais uma responsabilidade negativa do que uma positiva – os britânicos foram quase os únicos responsáveis pela eclosão da ambas guerra germano-polonesa e europeia no início de setembro de 1939. Lord Halifax, o ministro das Relações Exteriores britânico, e Sir Howard Kennard, o embaixador britânico em Varsóvia, eram mesmo mais responsáveis pela guerra europeia de 1939 do que Sazonov, Izvolski, e Poincare eram pela aquela de 1914. O discurso de Chamberlain perante o Parlamento na noite de 2 de setembro de 1939, foi tão intrujo quanto deturpação da posição germânica como tinha sido o discurso de Sir Edward Grey ao Parlamento em 3 de agosto de 1914.

 

O Caso Contra Roosevelt

            Quanto à entrada americana na Segunda Guerra Mundial, o caso contra o presidente Roosevelt é de longe mais impressionante e danoso do que aquele contra Woodrow Wilson, quem manteve ao menos alguma parecença de neutralidade por um tempo após agosto de 1914. Roosevelt “colocou os Estados Unidos na guerra mentindo.” Ele foi tão longe quanto ousou em esforços ilegais, tais como os de navios transportadores carregando munições, para provocar a Alemanha e Itália a fazer guerra com os Estados Unidos. Falhando nisso, ele se virou para uma bem-sucedida tentativa de entrar na guerra através das portas do fundo via Japão.

            Ele rejeitou repetidas e sinceras propostas japonesas, que mesmo Hull admitiu protegerem todos os interesses vitais dos Estados Unidos no Extremo Oriente, através de seu estrangulamento econômico no verão de 1941 [que] forçou os japoneses atacarem Pearl Harbor, tomou medidas para impedir que os comandantes de Pearl Harbor, general Short e almirante Kimmel, de ter suas próprias instalações de decodificação para detectar um ataque japonês, impedindo Short e Kimmel de receber as interceptações decodificadas japonesas que Washington captou e indicava que a guerra podia vir a qualquer momento, e ordenou ao general Marshall e a ao almirante Stark a não enviar qualquer aviso à Short e Kimmel antes do meio dia de 7 de dezembro, quando Roosevelt sabia que qualquer aviso enviado seria muito tarde para dissipar a consumação do ataque japonês às 13:00, horário de Washington.

            Roosevelt também teve uma maior responsabilidade, tanta direta e indireta, pela eclosão da guerra na Europa. Ele começou exercer pressão na França para se postar frente à Hitler tão cedo conforme a reocupação da Renânia em março de 1936, meses antes ele estava fazendo seus fortes discursos isolacionistas na campanha de 1936. Esta pressão sobre a França, e também Inglaterra, continuou até a chegada da guerra em setembro de 1939. Isso ganhou volume e quantidade de movimento após o Discurso de Quarentena de outubro de 1937. Conforme a crise se aproximava entre Munique e a eclosão da guerra, Roosevelt pressionou os poloneses a se posicionarem de pé firme contra quaisquer demandas da Alemanha, e instou os ingleses e franceses a apoiarem os poloneses brava e inflexivelmente. Dos arquivos poloneses e franceses capturados, os alemães coletaram não menos que cinco volumes de material consistindo quase exclusivamente de pressão belicosa de Roosevelt sobre os países europeus, principalmente França e Polônia. Os Aliados mais tarde os confiscaram. Somente uma pequena porção tem já sido publicada, mais notavelmente algumas confiscadas pelos alemães na Polônia em 1939 e publicados como O Livro Branco Alemão. É altamente provável que o material cobrindo a pressão de Roosevelt sobre a Inglaterra possa somar mais que cinco volumes. Não há qualquer certeza que a Inglaterra teria ido à guerra em setembro de 1939, se não tivesse sido pelo encorajamento de Roosevelt e suas garantias que, no evento da guerra, os Estados Unidos iriam entrar ao lado da Grã-Bretanha apenas tão logo ele pudesse balançar a opinião pública americana ao redor para apoiar a intervenção. Ainda, quando a crise tornou-se aguda depois de 23 de agosto de 1939, Roosevelt enviou vários mensagens para registro instando que a guerra fosse evitada através de negociações. 

{Franklin Delano Roosevelt (1882-1945), de não descartada ancestralidade judaica
(Jewish Telegraph Agency, 17 de março de 1935),  reunido com seu círculo
de assessores predominantemente judaicos, o chamado Brain Trust,
e seguindo interesses alheios ao do povo americano e povo europeu
foi um dos protagonistas em promover a Segunda Guerra Mundial,
de modo que a versão dos Aliados precisa de omissão, distorção,
supressão e censura para impedir que tais considerações ganhem
a devida divulgação. Crédito da foto:
   FDR Presidential Library & Museum via Wikipedia em inglês }


            A despeito desta volumosa literatura revisionista a qual apareceu desde 1935 e seu sensacional conteúdo, há ainda virtualmente nenhum conhecimento público dos fatos revisionistas em cerca de 30 anos após o Dia da Vitória sobre o Japão. O “homem na rua” é tão inclinado a aceitar a lenda de Roosevelt do “Dia da Infâmia” hoje como ele era em 8 de dezembro de 1941. Um membro do departamento de história do estado de um importante estado oriental recentemente escreveu-me que ele nunca tinha ouvido de qualquer movimento revisionista relativo à Segunda Guerra Mundial até ele ler meu artigo na edição da primavera de 1958 do Modern Age. Em 1928, a maioria dos americanos alfabetizados tinha um conhecimento razoável dos fatos sobre a chegada da guerra em 1914 e da entrada americana em 1917. Quais são as razões para o estranho contraste no progresso do conhecimento realista após 1918 e após 1945? Desde que nós temos já indicado os fatores que têm quase paralisado o revisionismo na Europa desde 1945, nosso exame das razões para o bloqueio do conhecimento pode ser limitados aos Estados Unidos.

        A principal razão do porquê o revisionismo tinha feito poucos avanços desde 1945 em atrair a atenção pública nos Estados Unidos é que o país nunca realmente teve tempo para esfriar depois da guerra. Nós temos pontuado acima que a situação não era tão aguda aqui depois de 1945 como na Europa e Japão, mas era muito mais tensa do que era nos Estados Unidos dos anos da década de 1920. Mesmo tão cedo como na campanha para o Congresso e eleição de 1918, havia uma greta monólito político no tempo de guerra. Pela campanha de 1920, a desilusão com a guerra tinha se estabelecido e uma tendência frente ao isolamento das querelas europeias tinham começado ela mesmo a se asseverar. Os Estados Unidos recusaram a assinar o Tratado de Versalhes ou entrar na Liga das Nações. Houve um período de esfriamento por cerca de vinte anos após 1918. Tão tarde como em 1941, a esmagadora maioria do povo americano desejava permanecer de longe da Guerra Europeia, e Roosevelt tinha grande dificuldade em foçar o trâmite de um projeto de lei em tempos de guerra e em conseguir qualquer ab-rogação da legislação de neutralidade.

            Nada como isto aconteceu seguindo 1945. Em março de 1946, Winston Churchill estava proclamando a Guerra Fria em seu discurso em Fulton, Missouri, proferido com a bendição do Presidente Truman, e um ano mais tarde Truman realmente lançou a Guerra Fria. Isto levou, em 1950, a eclosão de uma guerra quente na Coréia. A técnica orweliana de basear duração de posse e a tapeação de prosperidade econômica na guerra fria e de imitação barata tinha assumido o controle em 1950, para desfrutar uma dominação indefinida sobre a mente pública. Uma guerra quente espontaneamente fornece a abundância de genuína, ou mesmo perigosa e equivocada, emoção, mas a guerra fria tinha de ser construída por propaganda e mitologia, e sustentada por uma excitação sintética a qual é fornecida por propaganda planejada. As torturas de “1984,” conforme administrada pelo “Ministério do Amor,” não tinha ainda sido provada necessária nos Estados Unidos. O público americano se provou mais suscetível a uma simples lavagem cerebral através da propaganda do que Orwell poderia imaginar, embora ele própria era um veterano propagandista na BBC. A conversa orwelliana de duplo sentido o tinha possibilitado as administrações Truman e Eisenhower formular e aplicar políticas mutualmente contraditórias, e a técnica Crimestop {isto é, a autoconsciência do cidadão para não assumir pensamentos que impliquem violações no consenso do sistema vigente} de semântica orwelliana impede o público, e muitos de seus líderes, de pensar através e qualquer programa ou proclamação.  Uma política de guerra perpétua pela paz perpétua não parece irracional ou ilógica para o público americano. Até agora, a propaganda levada a cabo por nosso “Ministério da Verdade” {alusão ao tribunal orwelliano que julgava os cidadãos}, com a ajuda quase unânime de nossa imprensa, tem sido suficiente para manter o apoio popular à Guerra Fria.

            É óbvio que um tal público excitado e com lavagem cerebral não é propenso a preocupar-se seriamente ele próprio com os fatos e escritos que são designados para desacreditar a guerra e fornecer uma base sólida para uma paz substancial. Deve ser mais ou menos como esperar os xeiques dos desertos se concentrarem em livros devotados ao polo aquático ou às corridas de barcos a motor. A mente do público tem se tornado quase impenetrável a tais assuntos. Na mente da década de 1920, pelos Aliados ridicularizarem o Tio Sam como “Tio Shylock” relativo a reles doze bilhões de dólares de dívidas de guerra, fez os americanos tão zangados que eles estavam dispostos a ouvirem as conclusões revisionistas. No meio da década de 1950, mesmo tais gestos flagrantemente ofensivos e ingratos como “Ianques vão para casa,” depois de os Estados Unidos derramarem dez milhares de vidas e mais de 65 bilhões de dólares em dotações de auxílio estrangeiro e o público pareceu aprovar. Congressistas como John Taber, que por anos tinha procurado matar as dotações tanto quanto possível as quais eram devotadas ao esforço de criar uma melhor vida aqui em casa, proclamou que o auxílio estrangeiro era tão importante que ele transcendia as considerações de contenção, ponderação nos gastos e economia as quais eles tinham a tanto tempo exigido das dotações para serem usadas dentro de nossas próprias fronteiras.

 

Os medrosos anos cinquenta

            Outra explicação da antipatia ou indiferença do público ao revisionismo desde 1945 é para ser encontrada na aguda contrastante atmosfera intelectual dos anos da década de 1920 e do período desde os anos 1945. As condições nos anos da década de 1920 e início dos anos da década de 1930 eram as mais conducentes para um pensamento independente e sem medo de qualquer década na história americana moderna. Este foi o período de Mencken e Nathan, do auge da popularidade de H. G. Wells. Era uma era quando Mind in the Making de James Harvey Robinson poderia se tornar um best seller e Thoestein Veblen era o mais respeitado economista americano. Desde 1945, nós temos corrido para um período de conformidade intelectual não igualada desde o supremo poder e unidade da Igreja Católica no auge da Idade Média. Entre as pressões exercidas pelo sistema de guerra-fria orweliano e aquelas as quais são igualmente poderosas no mundo civil ou comercial, independência e individualidade intelectual têm praticamente desaparecido. Nesta era de mil novecentos e oitenta e quatro, “O Homem da Organização,” “O Homem do Terno de Flanela Cinza,” os “Persuasores Ocultos,” e “Madison Avenue,” mesmo o americano médio universitário não está mais inclinado ao pensamento independente do que estava um camponês católico durante o papado de Inocêncio III.

            Outra razão para a resistência sem precedentes ao revisionismo depois da Segunda Guerra Mundial é o fato de que os liberais e radicais, que se tornaram a tropa de choque e ponta de lança do revisionismo os anos da década de 1920, têm desde 1945 sido esmagadoramente os principais oponentes dos fatos e conclusões revisionistas. Eles eram os líderes do partido de guerra na Grã-Bretanha, França e Estados Unidos por meses ou anos antes de 1939 e 1941, e eles nunca têm se desdito, Embora a maioria dos proeminentes liberais apoiassem de coração a guerra de Wilson depois de 1917, eles estavam completamente desiludidos pelo Tratado da “Paz” e lideraram o desfile revisionista depois de 1919. Especialmente notáveis eram Herbert Croly e seus associados do editorial no New Republic. Eles se desdisseram, se não em abundância. Oswald Garrison Villard e a maioria de seus associados no Nation não necessitaram se desdizer, pois eles tinham nunca apoiado a intervenção americana em 1917 com qualquer entusiasmo.

 

‘Os fatos para serem danados’

            A principal razão porque os liberais e radicais tinham estado incapazes para revisar suas visões pré-guerra e atitudes é que o ódio deles de Hitler e Mussolini tinha sido tão grande para permitir-lhes aceitar quaisquer fatos, não obstante bem estabelecidos, que pudessem diminuir a culpa com a qual esses homens foram acusados de 1939 em diante – ou de 1935, para esse efeito. Em tal caso, “os fatos podem ser danados.” Não havia ódio pré-guerra à Stalin comparável por parte deles para ter seguido vivo. O ódio à Hitler tem sido especialmente amargo entre alguns grupos minoritários que eram notoriamente entusiastas acerca do revisionismo que se seguiu à Primeira Guerra Mundial.

            Na verdade, a aversão a colocar estabelecido quaisquer fatos históricos que pudessem apresentar a diplomacia de Hitler e Mussolini em alguma luz mais favorável do que aquela do tempo de guerra parece ter estendido à maioria dos revisionistas de hoje, mesmo àqueles de um temperamento mais favorável. Após a Primeira Guerra Mundial, a maioria dos escritos históricos revisionistas eram sobre as bases de fundo europeias de agosto de 1914. Havia somente três importantes livros revisionistas sobre a entrada americana na Guerra – aqueles de Tansill, Grattan e Millis, enquanto havia uma pontuação ou mais sobre a situação europeia publicada na Europa e nos Estados Unidos. O primeiro livro definitivo sobre a entrada americana, America Goes to War, de Tansill, não apareceu até 1938, dez anos após Origins of the World War, de Fay.

            Após a Segunda Guerra Mundial, todos livros revisionistas escritos por autores americanos têm lidado principalmente com a entrada americana na Guerra. Não havia tido um livro revisionista ou um artigo revisionista substancial o qual estabelecesse adiante a verdade sobre 1939. A abordagem mais próxima é o tratamento hábil e informado dos antecedentes europeus no clássico de Tansill Back Door to War. Ou a aversão mesmo à mais leve mitigação das acusações formais do tempo de guerra à Hitler e Mussolini, ou medo dos resultados, parecem ter impedido que mesmo os revisionistas em ambos Estados Unidos e Europa de terem sistematicamente atacado certeiramente a crise de 1939 em aproximadamente vinte anos após os eventos.

            À luz dos fatos que, no início deste artigo, eu tenho sumarizado as conclusões revisionistas sobre a responsabilidade pela eclosão da guerra em 1939, pode ser legitimamente perguntado como eu sei sobre tais assuntos se nenhum livro definitivo tem ainda sido publicado sobre este assunto. Tudo que eu tenho afirmado é sustentado pelo Back Door to War de Tansill. Mas tem também sido completado um tratamento detalhado sobre a crise de 1939 por um soberbamente equipado estudioso. Este livro [de David L. Hoggan] irá se equiparar com o monumental trabalho do professor Fay em 1914. Eu tenho lido este manuscrito com grande cuidado e meticulosidade. Como um trabalho de bolsa, foi aprovado pelo mais ilustre departamento de história no mundo hoje. O problema restante é um de publicação.

            Os grupos anti-intervencionsitas de 1937 e depois, como o America First, eram primariamente conservadores e em sua maior parte saudavam as primeiras publicações revisionistas. Mas eles logo se alinharam com a Guerra Fria por causa das vantagens comerciais na indústria, comércio e finanças as quais um extravagante programa de armamento proporcionava. Daí em diante, eles temeram ou se recusaram a dar algum apoio aberto, financeiro ou de maneira diferente, a um movimento acadêmico o qual minavam os pressupostos da guerra-fria tão completamente conforme fez com a mitologia intervencionista de 1939-1941. Consequentemente, o revisionismo desde 1947 não tem sido somente impopular ou ignorado, mas também assolado pela pobreza. Por outro lado, as ricas fundações têm dada um elaborado o pródigo auxílio à escrita de livros antirrevisionistas. Cerca de $150.000 foi dado para auxiliar a publicação dos volumes de Langer e Gleason, o mais impressionante esforço para passar um pano no registro diplomático de Roosevelt e Churchill.

            Outros fatores têm levado à quase incrível obstrução do revisionismo desde 1945. As excessivas medidas e políticas de “segurança” as quais têm sido adotadas sob o sistema da guerra-fria têm aumentado grandemente o medo e timidez em parte de funcionários públicos, estudiosos e público em geral. Uma vez que o revisionismo logicamente desafiou o tecido fabril inteiro de políticas públicas americana desde Pearl Harbor, era precário expô-lo. Tem se tornado perigoso trabalhar pela paz exceto através da guerra. A imprensa, naturalmente, prefere o quadro de fundo provocador de emoção da referência de uma Guerra Fria ao estudo prosaico do revisionismo. Nos anos da década de1920, a imprensa era agradavelmente conveniente ao revisionismo porque ela deu contraforte as nossas prevalecentes políticas públicas relativas a reparações, dívidas de guerra, isolacionismo, desarmamento, neutralidade e coisas do tipo. Hoje, o revisionismo desafia a honestidade, inteligência, e integridade de nossas políticas estrangeiras básicas através da revelação devastadora dos resultados desastrosos de nossa injustificada intrusão marcial mundial desde 1937.

            Especialmente importante é a dificuldade em ter livros revisionistas publicados sob os auspícios prováveis de levantar o interesse e conhecimento público e em consegui-los apresentados ao público leitor honesta e efetivamente. Tem havido somente duas editoras, e essas relativamente pequenas, as quais têm consistentemente publicado livros revisionistas: a Henry Regnery Company em Chicago; e a Devin-Adair Company na cidade de Nova Iorque. Somente cinco outras editoras menores têm produzido um livro revisionista – um livro somente em cada um desses casos, salva da Yale University Press, a qual trouxe ambos volumes de Beard porque o diretor era amigo íntimo e grande admirador de Beard. As editoras universitárias têm achado precário se permitir entrar na publicação revisionista; W. T. Couch, o hábil chefe da University of Chicago Press, foi demitido primariamente porque ele publicou um volume revisionista tão periférico como o livro admirável de Frank Reel, The Case of General Yamashita.

            Nenhuma grande editora comercial nos Estados Unidos tem trazido um único livro revisionista substancial e literal desde Pearl Harbor. Isso se destaca em nítido contraste à atitude de publicadores frente aos volumes revisionistas nos anos da década de 1920 e início dos anos da década de 1930. As maiores editoras estavam então muito ávidas para conseguir tais livros. O clássico livro do professor Fay foi publicado pela MacMillan Company, e o trabalho monumental em dois volumes de John S. Ewart pela Doran. Alfred Knopf publicou meu Genesis {The Genesis of the World War: An Introduction to the Problem of War Guilt} e uma verdadeira biblioteca de livros revisionistas nos anos da década de 1920, mas em 1953 eles se recusarem mesmo a considerar um livro revisionista contido e gentilmente brando como o estudo acadêmico do professor Current sobre a carreira pública do Secretário Henry L. Stimson.

            Há um número de razões óbvias do porquê as grandes editoras tímida e nervosamente evitam os livros revisionistas hoje. Em primeiro lugar, eles são cidadãos americanos, e por razões já discutidas, como a maioria de seus conterrâneos americanos, eles desgostam de desistir de suas convicções, emoções, ódios e preconceitos do tempo de guerra e pré-guerra; a maioria delas não gostam de revisionistas e revisionismo. Além disso, sabendo que o revisionismo é publicamente impopular, eles imaginam que livros revisionistas provavelmente não venderão bem; a contar a partir disso, a publicação revisionista é relativamente um pobre negócio. Ainda mais, aqueles editores que podem privadamente abraçar o revisionismo e gostariam de ver mais livros revisionistas publicados, mesmo se eles tivessem que lidar com leve lucro ou mesmo uma pequena perda, não podem considerar apenas um livro revisionista sobre seus próprios méritos ou por si só. Eles devem tomar em conta seu possível efeito sobre o mercado editorial geral e o público comprador de livros. A perda que eles poderiam sustentar através de meramente publicar um livro revisionista poderia ser nada comparado ao que eles perderiam pela infeliz impressão que tal publicação poderia fazer ou da retaliação a qual poderia seguir.

 

Medo dos clubes do livro

            Eles estão especialmente alarmados com a possível retaliação de vários clubes do livro, desde que todos os poderosos são rigidamente controlados por aqueles grupos e interesses mais hostis ao revisionismo hoje. America’s Second Crusade de William Henry Chamberlin é um tratamento revisionista da Segunda Guerra Mundial o qual é admiravelmente adequado para venda e leitura popular. É precisamente comparável ao Road to War de Walter Millis sobre nossa entrada na Primeira Guerra Mundial. O livro de Millis foi uma seleção do Club Vook-of-the-Month e vendido às centenas de milhares. O chefe de uma das maiores casas editoriais do mundo conhecia e gostava de Chamberlin, admirava seu livro, e pessoalmente teria gostado de publicá-lo. Mas ele sustentou, bastante compreensivelmente, que ele não sentia que pudesse fazer isso na luz das suas responsabilidades para com seus acionistas. Conforme ele colocou, se ele publicasse o livro de Chamberlin, sua companhia provavelmente não conseguiria outra adoção do Book-of-the-Month-Club em uma década. O livro de Chamberlin foi publicado por Henry Regnery.

            Uma comparação de seu destino com aquele de Road to War de Millis é instrutivo. A Macy’s, na cidade de Nova Iorque, encomendo cinquenta exemplares do livro de Chamberlin e retornou quarenta como “não vendidos.” Se ele pudesse ter sido tratado sobre seus méritos, certamente cinco ou seis mil cópias teriam sido vendidas. Um ano depois da data de publicação, ainda não havia uma cópia do livro na Biblioteca Pública de Nova Iorque em qualquer de suas filiais. Livros revisionistas são virtualmente boicotados, tanto quanto é concernido ao funcionamento geral das bibliotecas públicas. A mulher que exerce uma maior influência sobre os pedidos de livros da biblioteca do que qualquer outra pessoa nos Estados Unidos é violentamente antirrevisionista. Ela cuida para que todos os livros revisionistas sejam ou ignorados ou barrados via reputação em seus conselhos aos bibliotecários que buscam conselhos direcionados quanto às compras.

Mesmo quando os livros revisionistas chegam às lojas, os balconistas frequentemente se recusam a exibi-los e, em alguns casos, até mentem sobre sua disponibilidade. No departamento de livros de uma excepcionalmente bem conhecida loja da América, uma mulher procurou comprar um exemplar do livro revisionista mais lido. A balconista disse a ela decididamente que o estoque havia exaurido a cópias não mais estavam disponíveis. A cliente suspeitou que ela estava mentindo e foi capaz de conseguir com que o chefe da loja fizesse uma investigação. Foi descoberto que mais de cinquenta cópias estavam escondidos sob o balcão e que a balconista sabia que era esse o caso. O chefe da loja ficou tão ultrajado que ordenou ao departamento de livros que fizesse uma exibição especial do livro até então escondido.

            As principais revistas são apenas tão relutantes em publicar artigos revisionistas conforme as grandes editoras comerciais são para publicar quaisquer livros revisionistas. Isto está também em completo contraste com a situação nos anos da década de 1920 quando os editores dos melhores periódicos estavam ávidos para conseguir artigos de autoridades pelo revisionismo de ponta nos anos da década de 1920 e início dos anos da década 1930 os quais eram solicitados pelos editores. Tão longe quanto sei isto era verdadeiro para outros escritores revisionistas. Mas nem um artigo revisionista substancial tem sido publicado em um popular e poderoso periódico americano desde Pearl Harbor. As razões para a alergia editorial aos artigos revisionistas são as mesmas como aquelas que afetam os chefes das grandes casas comerciais editoriais relativas aos livros revisionistas.

            Por incrível que isso possa parecer, não somente os editores, mas até os impressores têm buscado suprimir material revisionista. Quando eu apresentei uma brochura contida, baseada em extensa pesquisa e designada para colocar adiante fatos básicos sobre a carreira militar e política do Marechal Petain, para uma firma de impressão na cidade de Nova Iorque, os impressores se recusaram a colocar o material no prelo a não ser que ele fosse aprovado pelo departamento de censura de um dos grupos de minorias no país mais poderosos e veemente antirrevisionistas. Diante disso, eu levei a cópia para uma importante firma de impressão no interior do estado de Nova Iorque a qual não era acessível a esta forma de pressão. O episódio lembrou-me uma daquelas censuras pré-publicação as quais existiam voltando aos dias de Copérnico.

 

Favoritismo

            Até essa altura eu tenho lidada quase exclusivamente com os esforços privados ou não oficiais para obscurecer a verdade relativa às causas e resultados da Segunda Guerra Mundial. A censura oficial tem sido tão duramente resoluta e em muitas maneiras chocante. Aqueles que publicam documentos oficiais não têm de ser restringidos por considerações de lucros ou perdas. Mais que uma década atrás, Charles Austin Beard, explodiu adiante o procedimento do Departamento de Estado de permitir preferencialmente historiadores favoráveis à política externa oficial para usarem os documentos públicos, enquanto negava tais acessos para qualquer um que suspeitasse de simpatias revisionistas. Isto levou a algum relaxamento momentâneo da censura, e foi fortuno que o professore Tansill fosse capaz de tocar a frente muito de sua pesquisa nesse tempo. Mas logo a censura e restrições retornaram em plena força.

            Os republicanos prometeram reformas drásticas deste abuso quando eles chegaram ao poder em 1953, mas eles falharam em implementar essas garantias e, sub o secretário Dulles, o escândalo cresceu a proporções de longe maiores do que sob os auspícios democráticos. O mesmo conselheiro histórico, Dr. G. Bernard Noble, foi continuado no serviço e realmente promovido para ser Diretor da Divisão Histórica do Departamento de Estado. Ele era um democrata, um estudioso de Rhodes, e conhecido ser um dos mais frenéticos advogados de nossa intervenção na Segunda Guerra Mundial entre todos os cientistas sociais americanos e um implacável inimigo do revisionismo.

Em maio de 1953, o Departamento de Estado prometeu que todos os registros das conferências internacionais durante a Segunda Guerra Mundial estariam prontos para a publicação dentro de um ano e que todos outros documentos sobre o período desde 1939 seriam publicados rapidamente.  

Nada foi feito até a primavera de 1955, quando os documentos sobre a Conferência de Yalta foram finalmente publicados. Foi evidente, e logo provado, que estes tinham sido obscurecidos, distorcidos e censurados de maneira flagrante. Dois dos membros mais capazes da equipe histórica do Departamento, o Dr. Bryton Barron e o Dr. Donald Dozer, protestaram contra esta supressão, confusão e distorção de documentos. Noble forçou Barron a uma aposentadoria prematura sem pagamento e descartou Dozer. O último foi reintegrado pela Comissão do Serviço Civil, mas Noble foi capaz de conseguir com ele fosse descartado uma segunda vez – e desta vez permanentemente. Barron tinha sido designado para compilar o material portando o conteúdo sobre a Conferência de Yalta, e Dozer sobre as conferências Cairo-Teerã. Somente uma outra publicação tinha então sido produzida, alguns documentos incompletos em 1939. Ela apareceu durante o último ano e foi também censurada, deturpada e obscurecida.

            Nesse ínterim, cerca de 37 volumes lidando com nossa política externa desde 1939 foram coletados e feitos prontos para publicação. Mas nada foi enviado para a gráfica e, na primavera de 1958, o Departamento de Estado brandamente anunciou que não se propunha publica qualquer destes volumes num futuro previsível. Ele deu como razão a asserção que a publicação possivelmente poderia ofender algumas pessoas entre nossos aliados da OTAN. Para dar a este grande e surpreendente procedimento alguma aparência de autoridade histórica, o Departamento de Estado tinha nomeado um comitê escolhido a mão em 1957 para aconselhar o Departamento sobre a publicação. O pessoal do comitê, o qual não continha um historiador revisionista, assegurou que o conselho certo seria consumado. O presidente era não outro que o professor Dexter Perkins, admitidamente um alegre e afável político histórico, mas também um da meia dúzia de notórios proeminentes e incansavelmente intermitentes oponentes da bolsa de estudos revisionistas neste país. O comitê obedientemente relatou que a publicação de quaisquer dos 37 volumes repousando nas prateleiras esperando as gráficas do governo não seria politicamente um expediente conveniente.

            Quando o Dr. Barron apareceu perante o comitê senatorial para protestar contra a censura e atrasos, a ele foi permitido somente onze minutos para testemunhar, embora as testemunhas apoiando a censura oficial foram permitidas amplo tempo. Conforme um dos mais hábeis escritores editoriais do pais comentou, bastante corretamente: “Tal registro de ocultação e duplicidade é sem paralelo. Somente o ‘buraco na memória’ de Mil novecentos e oitenta e quatro de George Orwell é sua contraparte, onde o regime autoritário do futuro foi retratado como descartando todos os documentos e fatos que falharam em se adequar nas linhas partidárias atuais.” Tudo isto é dificilmente consistente com a regra assumida dos Estados Unidos como líder das “Nações Livres” ou com nossa amarga condenação aos russos por censurarem seus documentos oficiais.

            Há, naturalmente, alguns documentos oficiais vitais lidando com o início dos eventos da Segunda Guerra Mundial que o governo nunca tem mesmo sonhado em publicar em qualquer tempo e são cheios de dinamite que nem mesmo historiadores engajados em ‘passar pano’ nos registros oficiais são permitidos usarem. Tais são os então chamados “Documentos Kent,” nominalmente, as quase 2000 mensagens secretas entre Churchill e Roosevelt de setembro de 1939 em diante. O próprio Churchil tem francamente nos dito que estes documentos contêm a maioria dos fatos realmente vitais sobre a colaboração entre ele e Roosevelt em seus esforços conjuntos de trazer os Estados Unidos para a Guerra. Quando os mais impressionantes esforços para ‘passar o pano’ nos registros históricos de Roosevelt-Churchill estavam para serem empreendidos, Churchill ameaçou o principal autor com um processo judicial se ele fizesse uso destes “Documentos Kent.”

A supressão de documentos relativos à responsabilidade pela Segunda Guerra Mundial se estende, é claro, muito além de todas as atividades e relações anglo-americanas. Quando os comunistas e socialistas na Rússia, Alemanha e Áustria publicaram seus arquivos após 1918, a fim de desacreditar os velhos regimes imperiais, isso forçou os britânicos e os franceses em última instância a fazerem o mesmo. Eventualmente, os estudiosos tinham virtualmente todo o material factual à sua disposição.

Nada parecido a isto tinha sido possível após a Segunda Guerra Mundial. As potências Aliadas vitoriosas, principalmente a Grã-Bretanha e os Estados Unidos, capturaram os arquivos alemão e italiano, exceto alguns dos materiais italianos mais vitais que os comunistas italianos destruíram, com conivência aliada, quando capturaram e assassinaram Mussolini. Hoje, a Alemanha e a Itália não poderiam publicar todos os seus documentos, mesmo que quisessem, pois não os possuem. Alguns têm sido retornados à Itália, e o dos alemães lhes têm sido prometidos. Mas podemos ter certeza de que qualquer material que reflita seriamente sobre os Estados Unidos e a Grã-Bretanha não será incluído. A publicação até agora tem se limitado ao que as autoridades americanas e britânicas consideraram adequado liberar, e não há evidências de que tenha sido apresentado de forma mais completa e honesta do que os documentos sobre a Conferência de Yalta. Nem se pode esperar que alemães e italianos publiquem algo que possa modificar a acusação de Hitler e Mussolini durante a guerra. Ao contrário da República de Weimar, o governo Adenauer se opõe vigorosamente à bolsa e publicação revisionista. O mesmo é verdade sobre o governo italiano.

A principal importância de toda essa censura oficial é que o veredicto revisionista relativo à responsabilidade pela Segunda Guerra Mundial é muito menos drástico do que seria se e quando todos os documentos estiverem disponíveis. Se os documentos agora suprimidos em tal abundância e com tal rigor diminuiriam a já severa acusação dos líderes do tempo de guerra, a lógica elementar e a estratégia sustentam a suposição de que eles teriam sido publicados muito antes do momento presente, a fim de modificar ou eliminar os severos julgamentos já colocados em movimento em volumes revisionistas existentes.

Um paradoxo deve ser observado em relação ao status e resultados do revisionismo após as duas guerras mundiais. Após a Primeira Guerra Mundial, o veredicto revisionista quanto à responsabilidade pela guerra foi muito aceito por estudiosos e líderes públicos inteligentes, mas pouco foi feito sobre isso na forma de revisar o sistema europeu pós-guerra que tinha sido baseado sobre mentiras e propaganda da época de guerra. Se os passos lógicos tivessem sido tomados para revisar os tratados do pós-guerra enquanto a República Alemã estava em existência, é improvável que Hitler algum dia tivesse subido ao poder na Alemanha, que jamais teria havido uma segunda Guerra Mundial, ou que qualquer A Guerra Fria teria vindo em seus calcanhares.

 Após a segunda guerra mundial, embora os fatos trazidos a frente pelo revisionismo quanto à responsabilidade pela guerra têm sido ignorados, na verdade, são virtualmente desconhecidos do público entre os aliados vitoriosos, houve uma revisão quase completa da política pública em relação aos nossos anteriores inimigos. Tanto a Alemanha quanto o Japão foram rearmados quase à força e receberam extensa ajuda material para que agora possam funcionar como aliados contra nosso ex-aliado, a Rússia Soviética. Pode-se imaginar o clamor se, digamos em 1925, nós tivéssemos insistido que a Alemanha e a Áustria deveriam se rearmar ao máximo e tivéssemos expressado nossa determinação em capacitá-los para isso.

Qualquer tal situação como a que ocorreu desde 1945 só poderia ser possível em uma era de duplo pensamento orwelliano e “crimestop” {isto é, a autoconsciência do cidadão para não assumir pensamentos que impliquem violações no consenso do sistema vigente}. Nós gastamos cerca de 400 bilhões de dólares para destruir a Alemanha e o Japão e, após sua destruição, injetamos mais bilhões para restaurar seu poder militar. Se fosse concebível que pudéssemos travar uma terceira guerra mundial sem exterminar todos os participantes, poderíamos imaginar uma situação em que, depois de destruir a Rússia, passássemos a dar bilhões para reconstruir seu poder de luta e nos defender contra a China e a Índia.

Uma lição que o revisionismo pode nos ensinar é que nós devemos aprender de suas atitudes públicas as quais podem nos proteger contra repetidas loucuras e tragédias. O eminente filósofo, John Dewey, disse a um amigo meu que, se ele não estivesse tão errado em sua atitude em relação à Primeira Guerra Mundial (como exemplificado por seu German Philosophy and Politics), ele poderia ter sucumbido à propaganda que nos levou à Segunda Guerra Mundial. Mas o público parece lucrar menos com a experiência do que os filósofos pragmáticos. Eles parecem justificar a observação clássica de Hegel de que a única lição que a história nos ensina é que não aprendemos nada com a história. Em uma era de bombas de hidrogênio, mísseis intercontinentais guiados, guerra química e bacteriana terrivelmente letal e tecnologia militar de botão, nós teremos que fazer melhor do que o público da época de Hegel se nós quisermos ter qualquer prospecto de sobrevivência ou de atingir tal grau de paz, segurança e bem-estar que justificariam a sobrevivência. Mas o público americano dificilmente pode aprender alguma lição com o revisionismo se nem mesmo sabe que ele existe, para não dizer de seu conteúdo e implicações.

A menos e até que nós possamos romper o apagão histórico, agora apoiado até mesmo por políticas públicas, e permitir que os povos do mundo conheçam os fatos relativos às relações internacionais durante o último quarto de século, não pode haver esperança real para a paz, segurança e prosperidade os quais os presentes triunfos da ciência e da tecnologia poderiam tornar possíveis. O bem-estar da raça humana, se não sua própria sobrevivência, depende literalmente do triunfo do revisionismo.

Tradução e palavras entre chaves por Mykel Alexander

 


Fonte: The Journal of Historical Review, primavera de 1982 (Vol. 3, nº 1), páginas 53-83. Reimpresso a partir do Liberation, verão de 1958.

http://www.ihr.org/jhr/v03/v03p-53_Barnes.html

Sobre o autor: Harry Elmer Barnes (1889-1968) foi um dos estudiosos americanos mais influentes do século XX. Publicitário, historiador cultural e sociólogo, nasceu em Auburn, Nova York, em 1889. Ele recebeu seu Bacharel of Arts em 1913 e seu diploma de Master of Arts em 1914, ambos pela Syracuse University, e seu Ph.d. em 1918 de Columbia. No ano letivo de 1916/1917, ele estudou em Harvard com uma bolsa. Barnes tornou-se professor de história na Clark University antes de se mudar para o Smith College como professor de sociologia histórica em 1923. Em 1929 ele deixou o ensino para trabalhar como jornalista, escritor freelance e professor adjunto ocasional em escolas menores. A historiografia e os aspectos políticos, econômicos e culturais do pensamento e da civilização ocidentais são suas principais reivindicações de distinção. Chegou em sua carreira inclusive a se encontrar com ex-Imperador alemão Guilherme II.

O melhor volume sobre sua vida e obra é Harry Elmer Barnes: Learned Crusader (Ralph Myles, 1968). Barnes publicou mais de 30 livros, 100 ensaios e 600 artigos e resenhas de livros, muitos deles para a revista Foreign Affairs do Conselho de Relações Exteriores, onde atuou como Editor Bibliográfico. Entre seus livros constam:

The Social History of the Western World, an Outline Syllabus, New York: D. Appleton, 1921.

Sociology and Political Theory: A Consideration of the Sociological Basis of Politics, New York: A. A. Knopf, 1924.

The History and Prospects of the Social Sciences, New York: A. A. Knopf, 1925. Co-escrito com Karl Worth Bigelow e Jean Brunhes.

Psychology and History, The Century Company, 1925.

Living in the Twentieth Century: A Consideration of How We Go This Way, Indianapolis: Bobbs-Merrill, 1928

The Genesis of the World War: An Introduction to the Problem of War Guilt, New York: A. A. Knopf, 1926.

World Politics in Modern Civilization: The Contributions of Nationalism, Capitalism, Imperialism and Militarism to Human Culture and International Anarchy, New York: A. A. Knopf, 1930

The History of Western Civilization, New York: Harcourt, Brace and Company, 1935.

An Economic History of the Western World, New York: Harcourt Brace, 1937.

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A controvérsia internacional do “holocausto” - Arthur Robert Butz

Para quem há história? - por Mykel Alexander

As mentiras que formam nossa consciência e a falsa consciência histórica - por Paul Craig Roberts

As mentiras sobre a Segunda Guerra Mundial - Paul Craig Roberts

Hitler queria Guerra? - Por Patrick Joseph Buchanan

As origens da Segunda Guerra Mundial - Por Georg Franz-Willing

100 anos depois que os EUA se envolveram na Primeira Guerra Mundial. É hora de saber porque - Por Robert E. Hannigan

A Guerra de Hitler - por David Irving

Hitler por Winston Churchill


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