Continuação de As fornalhas de cremação de Auschwitz - parte 22 - por Carlo Mattogno e Franco Deana
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Carlo Mattogno |
10. O Número de Cremações nos Crematórios de Birkenau
10.1. A Estimativa SS
Conforme citado anteriormente, o engenheiro civil
Jährling calculou as necessidades de coque dos quatro crematórios de Birkenau
em um memorando de 17 de março de 1943, “com base em dados da empresa Topf
& Söhne (construtora dos fornalhas) de 11 de março de 1943”, em 7.840 kg de
coque por dia, considerando um tempo de operação diário de 12 horas.124 A carta de Topf mencionada por
Jährling não foi localizada. Como o consumo de coque também depende do tipo de
cadáver cremado, é preferível considerar os tempos de atividade dos fornos.
Em média, a cremação de um cadáver levava uma hora,
e levava uma hora adicional para aquecer os fornos até as temperaturas
operacionais pela manhã. Isso significa que 506 corpos poderiam ter sido
cremados em 12 horas nos quatro crematórios de Birkenau (ver Subcapítulo 7.4).
De 1º de janeiro a 10 de março de 1943, cerca de 14.600 presos morreram em
Auschwitz, uma média de 212 por dia. Em fevereiro de 1943, a mortalidade foi de
cerca de 7.600 presos, uma média de 271 por dia.158
No mesmo período, de acordo com Auschwitz Chronicle de Danuta Czech, o
número de supostas vítimas de gaseamento foi de cerca de 72.700, uma média de
1.054 por dia. Portanto, se houvesse gaseamentos homicidas, os cálculos para o
consumo de coque e horas de operação teriam sido baseados em 1.265 cadáveres
por dia. Este valor corresponde a 17.963 kg de coque por dia,186 em comparação com a estimativa real
de 7.840 kg por dia. Além disso, isso teria exigido uma operação diária
impossível de (1.265 h ÷ 46 muflas = ) 27,5 horas! Isso mostra que os cálculos
de Jährling se referiam exclusivamente aos cadáveres de presos registrados que
morreram de morte “natural”. Mas mesmo esse cálculo foi enormemente exagerado,
pois entre 15 de março e 25 de outubro de 1943 (224 dias), apenas 607 toneladas
de coque foram fornecidas aos crematórios de Auschwitz-Birkenau, uma média de
2,7 toneladas por dia, o que representa apenas pouco mais de um terço da
estimativa de Jährling. Este será o tópico do próximo subcapítulo.
10.2. O Número de Cremações em 1943: Consumo de Coque
Os arquivos do Museu de Auschwitz contêm centenas
de recibos documentando entregas de coque aos crematórios.187
Um membro da equipe do museu compilou uma lista mensal das quantidades
especificadas em cada um desses recibos, abrangendo o período de 16 de
fevereiro de 1942 a 25 de outubro de 1943. Por meio de um cálculo, J.-C.
Pressac demonstrou que essas entregas estão completas conforme listadas.188 Desde que o Crematório II tornou-se
operacional em 14 de março de 1943 (os outros três crematórios seguiram
sucessivamente), esta data é o ponto de partida dos meus cálculos. A tabela a
seguir lista as entregas mensais de coque a partir de março de 1943:
MÊS |
COQUE – TONELADAS MÉTRICAS |
MÊS |
COQUE – TONELADAS MÉTRICAS |
Março |
144.5 |
Julho |
67.0 |
Abril |
60.0 |
Agosto |
71.0 |
Maio |
91.0 |
Setembro |
61.0 |
Junho |
61.0 |
Outubro |
82 |
Assim, de 15 de março a 25 de outubro de 1943, um
total de 607 toneladas de coque foi entregue aos crematórios. Além disso, um
total de 96 m³ (3.390 pés cúbicos) de madeira foi entregue nos meses de
setembro e outubro. De outros documentos localizados por Piotr Setkiewicz,
podemos deduzir que outros 69 m³ de madeira foram entregues em 1943.189 Esses 165 m³ de madeira correspondem
a cerca de 78 toneladas métricas. Como o valor calórico de um quilograma de
madeira é, na melhor situação, o de meio quilograma de coque, 78 toneladas
métricas de madeira correspondem, no máximo, a 39 toneladas métricas de coque.
Portanto, podemos igualar o valor calórico do coque e da madeira fornecidos a
um total de (607 + 39 =) 646 toneladas métricas de coque.
De 15 de março a 25 de outubro de 1943, cerca de
16.000 presos registrados morreram,158 o que
significa que o consumo de coque por cadáver foi de (646.000 ÷ 16.000 =) 40,4
kg. Este número também inclui a quantidade de coque necessária para pré-aquecer
as fornalhas. No Subcapítulo 6.3, a importância deste fator no consumo de coque
foi demonstrada. Ela será enfatizada aqui com um exemplo da fornalha de Gusen.
Em Gusen, 2.890 cadáveres foram incinerados com
138.430 kg de coque durante um período de 260 dias, entre 29 de janeiro e 15 de
outubro de 1941, ou uma média de 47,9 kg de coque por cadáver. Essas cremações
eram realizadas em dias alternados, e em cada ciclo de cremações, 22 corpos
eram incinerados, em média.
Entre 26 e 30 de outubro, em cinco dias, 129 cadáveres
foram cremados, desta vez diariamente, com uma média de 26 cadáveres em cada
ciclo e um consumo de 37,2 kg de coque por cadáver.
Entre 31 de outubro e 12 de novembro, em 13 dias de
operação, 677 cadáveres foram cremados, novamente com cremações ocorrendo todos
os dias, com 52 cadáveres sendo incinerados em cada ciclo; o consumo de
combustível foi de 30,6 kg de coque por cadáver.
Assim, quando indo de uma operação descontínua
(cremações em dias alternados) com (relativamente) poucas incinerações (22 por
dia)190 para uma operação contínua (diária)
com muitas cremações (52 por dia), o consumo de coque caiu de 47,9 para 30,6 kg
por cadáver, ou seja, para [(30,6÷47,9)×100=] 63,9%, com uma economia de coque
de pouco mais de um terço,191 uma quantidade
usada para aquecer o forno quando operado de forma descontínua.
Aplicando este fator ao consumo de coque dos fornos
de Auschwitz-Birkenau para cadáveres emaciados, de modo a obtermos o consumo de
coque por cadáver para uma operação descontínua (operação apenas a cada dois
dias), leva aos seguintes resultados:
– Crematório I: 32.3 ÷ 0.639 = 50.5 kg
– Crematório II & III: 23.0 ÷ 0.639 = 36.0 kg
– Crematório IV & V: 16.0 ÷ 0.639 = 25.0 kg
Entre 14 de março e 19 de julho de 1943, quando o
Crematório I foi definitivamente fechado, 3.050 detentos morreram no Campo de
Auschwitz e foram registrados no Leichenhallenbuch (o livro-razão do
necrotério no Bloco 28 de Auschwitz).192
De 14 de março a 25 de outubro de 1943, os Crematórios II e III estiveram em
serviço por 257 dias, os Crematórios IV e V por 132 dias. A partir da média
ponderada da disponibilidade das muflas, obtemos uma disponibilidade de 78% para
os Crematórios II e III e de 22% para os Crematórios IV e V. Se nós usarmos
esses números para uma distribuição das cremações, então nós teremos:
– Crematório I: 16.000 - ≈ 3.5000 ≈ 12.950 corpos
– Crematório II & III: 12.950 x 0.78 ≈ 10.100 corpos
– Crematório IV & V 12.950 x 0.22 ≈ 2.850 corpos
O consumo de coque era portanto como segue:
– Crematório I: 3.050 x 32.3 = 98.515 kg
– Crematório II & III: 10.100 x 23 = 232.300 kg
– Crematório IV & V: 2.850 x 16 = 45.600 kg
_________________________________________________________
Total:
376.415 kg
Este total corresponde a (376.415 ÷ 646.000 × 100
=) 58,3% do total de suprimentos durante esse período, uma porcentagem muito
próxima à calculada acima para o forno de Gusen (63,9%). A quantidade de coque
entregue aos crematórios era, portanto, totalmente compatível com uma cremação
descontínua dos cadáveres dos presos registrados que morreram de morte ‘natural’.
Nós examinaremos agora a hipótese de gaseamentos
homicidas. De acordo com a Auschwitz Chronicle de Czech, 116.794 pessoas
foram gaseadas entre 14 de março e 25 de outubro de 1943, ou ao redor de 116.800.
Como F. Piper confirma,193
nenhuma cremação ocorreu em fossas de queima a céu aberto em 1943, após a
entrada em operação do Crematório II. Isso significa que todos os cadáveres de
supostos gaseamentos tiveram que ser cremados em fornalhas de cremação.
Como mostrado acima, pelo menos 376.415 kg do total
de 646.000 kg de coques entregues foram necessários para cremar os cadáveres
dos 16.000 presos registrados que morreram uma morte ‘natural’ durante esse
período, o que deixou (646.000 – 376.415 =) 269.585 kg de coque para a cremação
das reivindicadas vítimas de gaseamento. Nós assumimos como o caso mais
favorável à ortodoxia que essas cremações foram distribuídas uniformemente ao
longo do tempo (o que é muito duvidoso do ponto de vista histórico), que todas
as vítimas tinham corpos normais e que o consumo diminuiu em 1/6 devido à
presença de crianças. Isso resulta no seguinte:
– Crematório II & III: 116.800
x 0.78 ≈ 91.104 corpos x (17 x 5/6) = 1.290.640 kg
– Crematório IV & V: 116.800 x 0.22 ≈ 25.696 corpos x (12 x 5/6)
= 256.960 kg
____________________________________________________________________
Total: 116.800 corpos
1.547.600 kg
Portanto, a cremação das reivindicadas 116.800
vítimas de gaseamento teria exigido pelo menos 1.547.600 kg de coque, mas somente
um máximo de 269.585 kg estava disponível, o que teria resultado em (269.585 kg
÷ 116.800 =) 2,3 kg de coque por cadáver, uma quantidade que teria sido
absolutamente insuficiente para realizar qualquer cremação.
Tudo isso aponta para uma conclusão simples e
clara: as entregas de coque de março a outubro de 1943 provam indiscutivelmente
que apenas os corpos dos presos que morreram de causas ‘naturais’ podiam ser
cremados nos crematórios.
Portanto, nenhum assassinato em massa ocorreu em Auschwitz e Birkenau no período de março a outubro de 1943!
Tradução
e palavras entre chaves por Mykel Alexander
Continua...
Notas:
124 Nota de Carlo Mattogno: APMO,
BW 30/7/34, página 54.
158 Nota de Carlo Mattogno: Veja meu
estudo Auschwitz: Trasporti, Forza,
Mortalità, Effepi, Gênova 2019, páginas 250-252. Todos os dados de
mortalidade mencionados abaixo foram retirados deste livro.
186 Nota de Carlo Mattogno: Veja a
tabela na página 387 deste artigo: 15,6 kg/h para Crematórios II e III, 11,7
kg/h para Crematórios IV e V, média ponderada: (15,555×30+11,666×16)/46 = )
14,2 kg/h; 1.250 × 14,3 =17.754.
187 Nota de Carlo Mattogno: Recibo. APMO,
segregator 22a, sygn. D-AuI-4, No. 12025-12031.
188 Nota de Carlo Mattogno: Jean-Claude Pressac, Auschwitz: Technique and Operation of the
Gas Chambers, Beate Klarsfeld Foundation, New York, 1989, página 244. Piotr Setkiewicz, atual chefe do
departamento de pesquisa histórica do Museu de Auschwitz, mostrou que esta
documentação sobre o coque pode ter pequenas lacunas (“Zaopatrzenie materiałowe
krematoriów i komór gazowych Auschwitz: koks, drewno, cyklon” [“Fornecimento de
materiais para os crematórios e câmaras de gás em Auschwitz: coque, madeira,
Zyklon.”] em Studia nad dziejami obozów konzentracyjnych w okupowanej Polsce,
Państwowe Muzeum Auschwitz-Birkenau, Auschwitz 2011, pp. 46-74), mas
dificilmente têm qualquer efeito em nossa consideração aqui (C. Mattogno, Auschwitz:
Le forniture di coke, legname e Zyklon B, Effepi, Genoa, 2015).
189 Nota de Carlo Mattogno: sobre
isto ver meu livro, C. Mattogno, Auschwitz: Le forniture di coke, legname e
Zyklon B, Effepi, Genoa, 2015, página 32
158 Nota de Carlo Mattogno: Veja meu
estudo Auschwitz: Trasporti, Forza,
Mortalità, Effepi, Gênova 2019, páginas 250-252. Todos os dados de
mortalidade mencionados abaixo foram retirados deste livro.
190 Nota de Carlo Mattogno: Deve-se
ter em mente que esta fornalha tinha duas muflas, então 22 cremações por dia
correspondem a aproximadamente 11 carregamentos.
191 Nota de Carlo Mattogno: 30.6/47.9
= 0.639. No caso intermediário – numerosas, mas não muitas cremações por dia –
a economia de coque seria um pouco mais do que cerca de 1/5.
192 Nota de Carlo Mattogno: AGK, NTN 92, páginas 141 e seguinte. (recapitulação
estatística por Jan Sehn).
193 Nota de Carlo Mattogno: F. Piper, “Gas Chambers and Crematoria,” em: Y.
Gutman, M. Berenbaum (eds.), Anatomy of the Auschwitz Death Camp.
Indiana University Press, Bloomington/Indianapolis 1994, página 164.
Fonte: Carlo Mattogno e Franco Deana, em Germar Rudolf (editor) Dissecting the Holocaust - The Growing Critique of ‘Truth’ and ‘Memory’, Castle Hill Publishers, P.O. Box 243, Uckfield, TN22 9AW, UK; novembro, 2019. Capítulo The Cremation Furnaces of Auschwitz.
Acesse o livro gratuitamente no site oficial:
https://holocausthandbooks.com/index.php?main_page=1&page_id=1
Sobre os autores: Franco Deana foi um engenheiro italiano. Carlo Mattogno nasceu em 1951 em Orvietto, Itália. Pesquisador revisionista, ele empreendeu estudos em filosofia (incluindo estudos linguísticos em grego, latim e hebraico bem como estudos orientais e religiosos) e em estudos militares (estudou em três escolas militares). Desde 1979 dedica-se aos estudos revisionistas, tendo estado associado com o jornal francês Annales d’Histoire Revisionniste bem como com o The Journal of Historical Review.
Dentre seus mais de 20 livros sobre a temática do alegado holocausto estão:
The Real Auschwitz Chronicle: The History of the Auschwitz Camps, 2 volumes, Castle Hill Publishers (Bargoed, Wales, UK), 2023.
Auschwitz: the first gassing – rumor and reality; Castle Hill, 4ª edição, corrigida, 2022.
Curated Lies – The Auschwitz Museum’s Misrepresentations, Distortions and Deceptions; Castle Hill, 2ª edição revisada e expandida, 2020.
Auschwitz Lies – Legends, Lies, and Prejudices on the Holocaust; Castle Hill, 4ª edição, revisada, 2017. (Junto de Germar Rudolf).
Debunking the Bunkers of Auschwitz – Black Propaganda versus History; Castle Hill, 2ª edição revisada, 2016.
Inside the Gas Chambers: The Extermination of Mainstream Holocaust Historiography, 2ª edição corrigida, 2016.
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Campos de Concentração Nacional-Socialistas {nazistas}: lenda e realidade - parte 1 - precedentes e funções dos campos - por Jürgen Graf (demais partes na sequência do próprio artigo).
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O Primeiro Holocausto – e a Crucificação dos judeus deve parar - parte 1 - Por Olaf Rose (Parte 2 na sequência do próprio artigo)
O Mito do extermínio dos judeus – Parte 1.1 {nenhum documento sequer visando o alegado extermínio dos judeus foi jamais encontrado} - por Carlo Mattogno (demais partes na sequência do próprio artigo)
Sobre o revisionismo em geral e o revisionismo do alegado Holocausto ver:
Uma breve introdução ao revisionismo do Holocausto - por Arthur R. Butz
{Retrospectiva Revisionismo em ação na História} – Definindo evidência - por Germar Rudolf
Por que o revisionismo do Holocausto? - por Theodore J. O'Keefe
Revisionismo e Promoção da Paz - parte 1 - por Harry Elmer Barnes
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A controvérsia internacional do “holocausto” - Arthur Robert Butz
Contexto e perspectiva na controvérsia do ‘Holocausto’ - parte 1 - por Arthur R. Butz
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O Relatório Leuchter: O Como e o Porquê - por Fred A. Leuchter
Sobre a importância do revisionismo para nosso tempo - por Murray N. Rothbard
Sobre as alegadas câmaras de gás nazistas homicidas ver:
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A Mecânica do gaseamento - Por Robert Faurisson
O “problema das câmaras de gás” - Por Robert Faurisson
As câmaras de gás de Auschwitz parecem ser fisicamente inconcebíveis - Por Robert Faurisson
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