Paul Craig Roberts |
Minha geração associou distopias, tais como 1984 de George Orwell com a União Soviética,
um país no qual explicações eram controladas e criticismo sobre Stalin
colocaria uma pessoa num Gulag. Nós pensamos dos Estados Unidos e nossa vida
aqui muito diferentemente. Mas com a passagem do tempo a diferença entre a vida
na União Soviética no século XX e a vida no mundo ocidental de hoje está
desaparecendo. Hoje, o jornalista Julian Assange está passando pelo mesmo tipo
de tortura e terror de Estado como qualquer dissidente soviético, se não pior.
A mídia ocidental é tão controlada como a mídia soviética, com a imprensa, TV,
e rádio pública servindo como um ministério de propaganda para o governo e para
o interesse de grupos que controlam o governo. A mídia social, tal como Facebook e Twitter estão sistematicamente negando suas plataformas àqueles que
expressam visões que não apoiam a ordem dominante de suas agendas… Tem se
tornado fácil se livrar da garantia de liberdade de expressão da Primeira
Emenda conforme a mídia não tem a habilidade nem a intenção de exercê-la.
Foi um erro para minha geração associar a memória de
Orwell e história falsificada somente com distopias fictícias ou reais. A
história falsificada estava ao redor de nós. Nós apenas não sabíamos o
suficiente para identifica-la. O que a vida e a aprendizagem têm me ensinado é
que a história tende a ser sempre falsificada, e historiadores que insistem na
verdade sofrem por isso. Tem sido estabelecido que muitos antigos historiadores
não são confiáveis, porque eles eram “historiadores da corte” que buscavam
benefícios materiais escrevendo para agradar um governante. No meu tempo muitos
historiadores têm escritos para a venda de livros por encantar o público com
histórias de vitórias gloriosas sobre inimigos demonizados, que justificavam
todos os filhos, netos, irmãos, pais, tios, maridos, amigos, e primos que foram
sacrificados para o bem dos lucros de armamentos capitalistas. Nenhum
publicador queria um relato verdadeiro que ninguém compraria por causa de um
retrato da inutilidade das mortes dos entes queridos. Todo mundo, ou quase
isso, quer pensar que suas perdas foram para uma causa nobre e que “valeu a
pena.”
Com poucas exceções, historiadores de idioma inglês têm
colocado a culpa de ambas guerras mundiais sobre a Alemanha. Isto é história
falsa. A primeiro historiador real da Primeira Guerra Mundial, ou que foi
chamado na época a Grande Guerra ou a Guerra Mundial, foi Harry Elmer Barnes.
Barnes foi professor de Sociologia Histórica no Smith College e William Bayard
Cutting Fellow em História na Universidade de Columbia. Seu livro, The Genesis of World War, foi publicado
em 1926 por Alfred A. Knopf em Nova Iorque.
Ao invés de cobrir, conforme esperado, os crimes e
traições dos aliados contra a Alemanha, Barnes disse a verdade. O Kaiser
alemão, um parente das famílias reais britânica e russa, era conhecido ao redor
do mundo como um pacificador, elogiado pelo New
York Times por esse papel. É um fato conhecido e indiscutível que o governo
alemão atuou pela paz até que a Alemanha, o último poder a se mobilizar, tinha
de se mobilizar ou ser invadido por Rússia e França, que eram aliados com a
Grã-Bretanha contra a Alemanha. Nunca antes na história tem a própria potência
que foi última a se mobilizar sido culpada por começar uma guerra. Mas os fatos
nunca atrapalharam os historiadores da corte.
A gênese da guerra foi o desejo por Constantinopla por
parte de dois ministros do czar russo e do presidente francês pelo território
da Alsácia-Lorena, perdido para a Alemanha em 1870 na guerra franco-prussiana.
Estes esquematizadores usaram a resposta da Áustria ao assassinato do
arquiduque austríaco na Sérvia, a qual eles provavelmente orquestraram, para
declarar guerra conforme a Alemanha era a protetora do Império Austro-Húngaro.
O presidente norte-americano Woodrow Wilson assegurou um
armistício para a Guerra Mundial, a qual tinha destruído sem sentido algum
milhões de vidas, ao prometer a Alemanha que se concordasse com armistício, não
haveria perdas territoriais para a Alemanha e nenhuma reparação. Quando a
Alemanha concordou com o armistício, era a Alemanha que ocupava os territórios
do campo oposto. Não havia tropas estrangeiras em território alemão.
Tão logo que a Alemanha desengajou-se, a Grã-Bretanha
colocou em vigor um bloqueio alimentar que forçou os alemães famintos a se
submeterem ao explorador Tratado de Versalhes que violava cada promessa que o presidente
Wilson tinha feito.
Algumas pessoas inteligentes, incluindo o mais famoso
economista do século XX, John Maynard Keynes, disseram que o Tratado de
Versalhes, um exercício para cobrir quem causou a guerra, garantiu uma guerra
futura. E eles, não o ávido sistema corrupto, estavam certos.
O Historiador Harry Elmer Barnes (1889-1968) Primeiro revisionista dos EUA |
Por seus esforços em dizer a verdade, Harry Elmer Barnes
foi declarado pelos historiadores da corte ser um agente alemão pago para
escrever uma falsa história. Conforme a voz de Barnes estava em grande
desvantagem numérica, a história da Grande Guerra permaneceu, para a maioria,
falsificada através do século XX.
Barnes foi vingado em 2014 quando Christopher Clark na
Universidade de Cambridge, publicou The
Sleepwalkers: How Europe Went to War in 1914. Clark adicionou à evidência
de Barnes que a Grande Guerra resultou de um plano de dois ministros do governo
russo e do presidente da França para roubar territórios cobiçados da Alemanha e
Turquia.
Mas uma centena de anos depois da guerra, quem está ao
redor para se importar? Todas as pessoas que morreram na guerra bem como suas
famílias enlutadas que sofreram com a trama de três homens maus, estão mortas e
se foram. A consciência do mundo tem já sido distorcida por um século de falsa
história, uma falsa história que preparou a Alemanha para a culpa novamente,
esta vez para a Segunda Guerra Mundial.
Fique ligado, as mentiras sobre a Segunda Guerra são
mesmo maiores.
Tradução
por Mykel Alexander
Fonte: Paul
Craig Roberts – Institute for Political Economy, 09/05/2019
Entre seus livros estão: The New Color Line:
How Quotas and Privilege Destroy Democracy (1995);The Tyranny of
Good Intentions: How Prosecutors and Bureaucrats Are Trampling the Constitution
in the Name of Justice (2000, e segunda edição 2008); How
America was Lost. From 9/11 to the Police/Warfare State (2014).
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As origens da Segunda Guerra Mundial - Por Georg Franz-Willing
A Guerra de Hitler - por David Irving
Hitler queria Guerra? - Por Patrick Joseph Buchanan
As mentiras sobre a Segunda Guerra Mundial - Paul Craig Roberts
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