A edição MILLENNIUM de A Guerra de Hitler traz a narrativa até a
data dos últimos documentos descobertos, primariamente em arquivos americanos e
soviéticos, desde que a edição de 1991 foi publicada. Eu fui em 1992 o primeiro
autor permitido pelos russos a explorar os diários micro-fichados do Dr. Joseph
Goebbels, que contêm a mais vital informação sobre o papel de Hitler no expurgo
de Röhm, a Kristallnacht {Noite dos Cristais) de 1938, a Solução
Final, e outras questões de alta importância histórica. De uma fonte
californiana eu obtive os interrogatórios originais da Gestapo da equipe de
Rudolf Hess, conduzidas nos primeiros dias depois de seu voo para a Escócia. O
serviço secreto britânico tem agora liberado para o domínio público a
intercepção de mensagens secretas mandadas em códigos por Himmler e outros
comandantes da SS.
Estes são apenas uns poucos exemplos
dos novos materiais tecidos dentro da fábrica desta história. Fico feliz em
dizer que eu não tive que revisar minhas opiniões como foram originalmente expressas:
eu sempre fui confiante que se alguém adere aos documentos originais, não irá
estar tão longe da História Real. O novo material arquivístico tem, de qualquer
forma, feito com que fosse possível refinar a narrativa, e atualizar a base
documentária de minhas afirmações anteriores.
David Irving
A Guerra de Hitler
“Para os
historiadores é concedido um poder que até mesmo aos deuses é negado – alterar
o que já aconteceu!”
Me aborreci com desdém desta frase
quando embarquei nos estudos sobre os doze anos de poder absoluto de Adolf
Hitler. Eu vejo a mim mesmo como um limpador de pedras – menos preocupado em
apreciar a arquitetura do que com a remoção de anos de sujeira e manchas na
fachada deste monumento silencioso e proibidor. Eu me propus a descrever os
eventos do ponto de vista da mesa do Führer,
vendo cada episódio através de seus olhos. A técnica, necessariamente,
restringe o campo de visão, mas ela ajuda a explicar as decisões que de outra
forma são inexplicáveis. Ninguém que eu conheci tentou fazer isso antes, mas o
esforço parece valer a pena: afinal, a guerra de Hitler matou quarenta milhões
de pessoas e devastou toda a Europa e metade da Ásia em fogos e explosivos, que
destruíram o ‘Terceiro Reich’ de Hitler, quebrou a Grã-Bretanha e a fez perder
o império dela, desestabilizou as relações internacionais e viu o estabelecimento
do comunismo em um continente e sua emergência em outro.
Nos
primeiros livros eu tinha consultado em fontes primárias da época, em vez de
toda a literatura publicada, as quais continham muitas armadilhas demais para o
historiador. Eu ingenuamente supus que as mesmas técnicas de fontes primárias
poderiam dentro de cinco anos serem aplicadas para um estudo de Hitler. De
fato, iriam ser treze anos antes que o primeiro volume, A Guerra de Hitler, fosse publicado em 1977; e vinte anos depois eu
estava ainda indexando e adicionando em meus arquivos de documentos. Eu lembro
que, em 1965, dirigindo até as docas de Tilbury para recolher uma caixa de
microfilmes que havia solicitado ao governo dos Estados Unidos para este estudo;
o barco que trouxe a caixa tinha há muito tempo sido sucateado, o próprio estaleiro
nivelado no chão. Eu acho que fiz esta viagem num ritmo muito lento. Espero,
porém, que esta biografia, agora atualizada e revisada, sobreviva a seus
rivais, e que haja cada vez mais e mais futuros escritores vejam-se eles mesmos
compelidos de consultá-la em busca de material inexistente em nenhuma outra. Viajando
ao redor do mundo, eu tenho descoberto que ela tem dividido a comunidade de
historiadores universitários de do topo até o fundo, particularmente na
controvérsia em torno do ‘Holocausto’. Na Austrália somente, os estudantes das
universidades de New South Wales e
Western Australia foram penalizados por citarem A Guerra de Hitler, nas universidades de Wollongong e Canberra os
estudantes são advertidos se não a citam. A biografia foi uma leitura requerida
para os oficiais de academias militares desde West Point, Nova Iorque e
Carlisle, Pensilvânia, até que grupos de interesses-especiais impuseram pressão
para os comandantes oficiais daquelas cadeiras de disciplinas; ao mesmo tempo
esta obra atraiu elogios dos críticos especialistas por trás da Cortina de
Ferro e dos frequentadores da extrema direita.
Nem todo mundo estava contente. Como
autor desta obra, tive minha casa invadida por bandidos, minha família
aterrorizada, meu nome sujo, minhas impressoras explodidas, eu mesmo preso e
deportado pela pequena e democrática Áustria – um ato ilegal, a corte deles
decidiu, pelo qual os acusados ministeriais foram punidos; a mando de desafetos
acadêmicos e cidadãos influentes, nos anos subsequentes, eu fui deportado do
Canadá (em 1992), tive a imigração recusada na Austrália, Nova Zelândia,
Itália, África do Sul e outros países civilizados ao redor do mundo (em 1993).
Na minha ausência, grupos internacionais circularam cartas em
livrarias, pedindo que este livro fosse retirado de suas prateleiras. De tempo
em tempo, cópias dessas cartas foram mostradas para mim. Um jornalista da
revista Time que jantava comigo em
Nova Iorque em 1988, me fez a seguinte observação: “Antes de vir vê-lo, eu li
as notícias publicadas sobre você. Até lançar A Guerra de Hitler você era elogiado e era muito estimado pelos
meios de comunicação, mas depois disso...”
Eu não ofereço nenhuma desculpa por
haver modificado o retrato já existente do homem em questão. Eu tentei dar a
ele o tipo de interrogatório que ele iria ter tido em um tribunal inglês, onde
se recorre às regras normais das provas, mas também onde uma medida de intuição
é apropriada.
Existem céticos que me têm
perguntado se a excessiva dependência das fontes pessoais, com sua inevitável
subjetividade, tem alguma vantagem como método de investigação sobre os
sistemas mais tradicionais de busca de informação. Minha resposta é certamente
não podemos negar completamente o valor das fontes pessoais. Como observou o Washington Post em sua resenha sobre a
primeira edição de 1977, ‘Os historiados ingleses sempre tem sido mais
objetivos frente a Hitler do que os escritores alemães e norte-americanos.’
Minhas conclusões ao completar o manuscrito
surpreenderam mesmo a mim. Hitler foi um Führer muito menos onipotente do que tem
sido acreditado, e seu domínio sobre seus subordinados tinha enfraquecido com o
passar de cada ano. Três episódios – as consequências do caso Ernst Röhm em 30
de junho de 1934, o assassinato de Dollfuss um mês depois, e os ultrajes anti-judaicos
de novembro de 1938 – mostram como os seus poderes haviam sido previamente
diluídos pelo homem que, de uma forma ou de outra, ele próprio se sentia em
dívida. Enquanto as ambições centrais e condutoras do meu Hitler pré-guerra
permanecem constante, seus métodos e táticas foram profundamente oportunistas.
Hitler firmemente acreditou em agarrar as oportunidades passageiras. ‘Existe apenas
um momento em que a Deusa da Fortuna passa’ –falou ele a seus ajudantes em 1938
– ‘e se você não a agarrar ela, pela bainha do vestido você não terá uma segunda
chance!’ A maneira em que ele se comportou diante do duplo escândalo em janeiro
de 1938 para livrar a si mesmo do conservativo Chefe Comandante do exército
Werner Von Fritsch e se tornar seu próprio Supremo Comandante também, é um bom
exemplo.
Suas ambições
geográficas permaneceram não mudadas. Ele não tinha ambições contra a
Grã-Bretanha e seu Império, e todos relatos recolhidos solidamente trazem isto
à tona. Ele tinha certamente construído uma força aérea errada e uma marinha
errada para uma campanha contínua contra as ilhas britânicas; e sutis
indicações, como as instruções que
deu para Fritz Todt (página 21) para erguer grandes monumentos nas fronteiras
ocidentais do Reich, sugerem que para Hitler estas fronteiras seriam de
duradoura natureza. Existem igualmente provas suficientes sobre seus planos de de
invadir o leste: seu discurso secreto de fevereiro de 1933 (página 25), seu memorando
de agosto de 1936 (páginas 40-41), suas instruções para fortificar Pilau como
uma base naval báltica (página 50) em junho de 1937 e os comentários que fez a
Mussolini em maio de 1938 (página 88) a respeito de que a ‘Alemanha se
precipitará pelo antigo caminho teutônico em direção ao leste’. Não até o final
daquele mês, verifica-se (página 92) quando Hitler resignou-se ele próprio às
tendências de que a Grã-Bretanha e França iriam provavelmente não ficar à parte.
Os últimos anos de pré-guerra viram
a intensiva confiança de Hitler nas técnicas de guerra psicológica. A princípio
não era novo: O próprio Napoleão tinha definido isso assim: ‘A reputação de um
exército na guerra é tudo, e equivalente as forças reais’. Ao usar os registros
do Ministério de Propaganda e de vários departamentos editoriais eu tenho
tentado ilustrar o quão avançado estavam os nazis nestas técnicas de ‘guerra
fria’. Relacionado a este tema está minha ênfase nas fontes de informação do Serviço
Secreto de Hitler no exterior. A agência encarregada de decifrar códigos e de
realizar escutas telefônicas, a Forschungsamt,
a qual destruiu seus arquivos em 1945, mantém a chave de muitos de seus
sucessos. A agência podia escutar os telefonemas dos diplomáticos estrangeiros
em Berlim, e – ainda mais significante – ela fornecia à Hitler horas e horas de
transcrições de conversações telefônicas vívidas e imprudentes conduzidas entre
uma Praga em pré-guerra e diplomatas tchecos em Londres e Paris em setembro de
1938 (páginas 118-126). Do momento de
Munique até o começo da guerra com a Grã-Bretanha, Hitler poderia seguir
virtualmente, hora a hora, como seus inimigos estavam reagindo contra cada manobra
estratégica nazista, e ele certamente deduziu no dia 22 de agosto de 1939 que,
enquanto as forças ocidentais devessem formalmente declarar guerra, elas não
iriam na prática lutar –, isto é, não a princípio.
Os anos de guerra viram Hitler como
um poderoso e implacável comandante militar, a inspiração por trás das grandes
vitórias como a Batalha a França em maio de 1940 e a Batalha de Kharkov em maio
de 1942; mesmo Marechal Zhukov admitiu mais tarde em particular que a estratégia
levada a cabo por Hitler no verão de 1941 –ao invés do ataque frontal à Moscou
do Estado Maior Geral – era inquestionavelmente correta. Ao mesmo tempo, contudo, Hitler tornou-se um
descuidado e indeciso líder político,
que permitiu assuntos de Estado estagnar. Embora muitas vezes brutal e
insensível, ele carecia da habilidade
de ser implacável onde isso mais importava. Ele recusou-se bombardear a própria
Londres até o Sr. Churchill ter forçado sua decisão ao final de agosto de 1940.
Ele estava relutante em impor o teste da
mobilização total sobre a germânica ‘raça mestra’ até que isso tarde demais, de
modo que as fábricas de munições pediam urgentemente por mão de obra, inativas
donas de casa alemãs estavam ainda desperdiçando meio milhão de empregadas
limpando suas casas e polindo seus móveis. A irresolução militar de Hitler, algumas
vezes, mostrou-se através, por exemplo, em suas vacilações tomadas de pânico em
tempos de crise como a atalha de Narvik em 1940. Ele tomou medidas ineficazes
contra seus inimigos dentro da Alemanha por tempo demais, e pareceu ter sido
incapaz de agir efetivamente contra a forte oposição no coração de seu próprio
Alto Comando. Na verdade, ele sofreu com ministros e generais incompetentes por
muito mais tempo que os líderes aliados sofreram. Ele falhou em unir as facções
rivais do Partido e Wehrmacht por uma causa comum, e ele se provou incapaz de
eliminar o corrosivo ódio do Departamento de Guerra (OKH) para com o Alto
Comando da Wehrmacht (OKW).
Eu acredito que mostro neste livro
que o quanto mais hermeticamente Hitler fechava a si mesmo atrás de arame
farpado e campos minados de sua remota sede militar, mais a Alemanha dele se
tornava um Estado do Führer sem um Führer. A política interna foi controlada
pelos mais poderosos de cada setor – por Hermann Göring, que foi o líder do
poderoso Gabinete de Economia e responsável pelo Plano dos Quatro Anos; por
Lans Lammers como Chefe da Chancelaria do Reich, por Martin Bormann, o chefe do
Partido Nazista; por Heinrich Himmler, ministro do interior do Reich e
Reichführer das SS, de péssima fama.
Hitler foi sempre um problema, uma
verdadeira incógnita, inclusive em relação aos seus conselheiros mais íntimos.
Joachim Ribbentrop, seu Ministro dos Assuntos Exteriores, escreveu em sua cela
em Nuremberg em 1945:
“Conheci mais a respeito de Adolf Hitler em 1933. Se eu sou perguntado hoje, contudo, se eu o conheci bem – como ele pensou como político e homem de Estado, que tipo de homem ele era – Então eu sou obrigado a confessar que eu sei somente muito pouco sobre ele; realmente, nada afinal. O fato é que embora eu estive muito tempo junto dele, em todos os anos trabalhando com ele eu nunca fiquei tão íntimo dele do que no primeiro dia nos encontramos, se pessoalmente ou não.
A pura complexidade daquele caráter é evidente de uma comparação de
sua brutalidade em alguns aspectos com sua sentimentalidade quase piegas e
teimosa aderência às convenções militares que outros tinham há muito
abandonado. Nós encontramos ele ordenando a sangue frio a centenas de reféns
para serem executados para cada soldado morto na ocupação alemã; ditando o
massacre de oficiais italianos que tinham virado suas armas contra as tropas
alemãs em 1943; ordenando a liquidação dos comissários do Exército Vermelho,
tropas comando dos aliados; prisioneiros aliados das tripulações aéreas; em
1942 ele anunciou que as populações masculinas de Stalingrado e Leningrado eram
para serem exterminadas. Ele justificou todas estas ordens pelos expedientes de
guerra. Ainda o mesmo Hitler indignadamente exclamou, na última semana de sua
vida, que tanques soviéticos estavam portando a bandeira da suástica como uma
falcatrua durante os combates de rua em Berlim, e ele proibiu completamente sua
Wehrmacht de violar as regras de bandeiras. Ele tinha se oposto a cada sugestão
para o uso de gases venenosos, e que iam violar o Protocolo de Genebra; naquela
época somente a Alemanha tinha manufaturado os potencialmente decisivos para a
vitória gases nervosos Sarin e Tabun. Numa época na qual os governos das
democracias tentaram, engendraram, ou consentiram os assassinatos, de modo bem
sucedido ou não, dos inconvenientes[1]
– Desde o General Sikorski, Marechal Darlan, Marechal de Campo Rommel, e o Rei
Boris da Bulgária até Fidel Castro, Patrice Lumumba, e Salvador Allende – nós
aprendemos que Hitler, os maios inescrupuloso ditador, não somente nunca recorreu ao assassinato de
oponentes estrangeiros mas proibiu completamente sua Abwehr de tentar isso. Em
particular ele rejeitou os planos de Canaris para assassinar a equipe do Mando
do Exército Vermelho.
O maior problema em lidar analiticamente
com Hitler é a aversão a ele deliberadamente criada por anos de intensa
propaganda de guerra e da historiográfica emotiva do pós-guerra. Eu venho ao
assunto com sentimentos quase neutros. Minha impressão da guerra era limitada a
memórias instantâneas – Os piqueniques do verão de 1940 ao redor dos destroços
do bombardeio Heinkel nas Florestas Bluebell; as infernais notas de órgão das
bombas V1 passando sobre acima de nós; comboios de caminhões verde oliva
estrondosamente passando pelos portais do país; contando os rombos nos
esquadrões de bombardeios americanos voltando de cada dia da Alemanha
dispersos. Ondas de navios de tropas partindo das praias do sul para a
Normandia; e naturalmente, o Dia da Vitória, com as fogueiras e batendo o gongo
da família. Nosso conhecimento sobre a ‘responsabilidade’ germânica para tudo
isto não era tão profundo. Na revista Everybody,
há muito extinta, eu lembro de ‘Ferrier’s World Searchlight’ com suas
caricaturas do anão manco chamado Goebbels e outros heróis nazistas cômicos.
As
caricaturas têm envilecida a escritura da história moderna desde então.
Confrontado pelo próprio fenômeno Hitler, os historiadores são incapazes de
compreender que ele que andava, falava, que pesava por volta de setenta quilos,
com cabelos grisalhos, quase todos os dentes postiços e com graves problemas
digestivos. Ele era para eles o diabo encarnado: ele tinha de ser, por causa dos sacrifícios que fizemos em destruir ele.
O processo
de fazer caricaturas tornou-se respeitável nos julgamentos de crimes de guerra
em Nuremberg. A história tem sido infestada desde então pelos métodos dos times
de processos de selecionar, exibir e pela subsequente publicação em volumes
perfeitamente indexados e a incineração de qualquer documento que possa ter impossibilitado
o esforço de acusação. Em Nuremberg a culpa pelo que aconteceu foi movida do
General para o Ministro, do Ministro para o dirigente do Partido, e de todos
eles invariavelmente para Hitler. Sob o sistema de editoras ‘licenciadas’ e
jornais estabelecidos pelos vitoriosos na Alemanha pós-guerra as lendas
prosperaram. Nenhuma história era tão absurda para ganhar crédito nas memórias
e livros de história.
Entre estes criativos escritores o
Estado Maior Alemão ocupa um lugar de honra. Sem Hitler poucos deles teriam
subido acima do posto de coronel. Eles devem a ele seus trabalhos, suas
medalhas, suas propriedades e renda, e não infrequentemente suas vitórias
também. Depois da guerra, aqueles que sobreviveram – os quais eram algumas
vezes por motivo deles terem sido demitidos e assim removidos dos perigos do
campo de batalha – maquinaram para desviar a culpa pela derrota final. Nos
arquivos de Nuremberg o promotor Robert H. Jackson eu encontrei uma nota
avisando sobre as táticas que o general Franz Halder, o ex-chefe do Estado
Maior, propôs adotar: ‘Eu apenas queria chamar a atenção de vocês para as
interceptações CSDIC das conversações de Halder com outros generais. Ele é
extremamente franco no que ele pensa que deve ser distorcido ou suprimido e em particular
é muito sensível à sugestão que o Estado Maior Alemão estava envolvido em
qualquer coisa, especialmente o planejamento para guerra.’
Felizmente estas embaraçosas
compensações entre consciência e memória foram mais que uma vez gravados para a
posteridade através de microfones escondidos do CSDIC (Combined Services
Detailed Interrogation Centre). Assim o general de cavalaria Rothkirch, o
Comandante do III Corpo, capturado em Bitburg em 6 de março, 1945, foi ouvido
casualmente três dias depois descrevendo como ele tinha pessoalmente liquidado
judeus em uma pequena cidade próxima de Vitebsk, Rússia, e como ele tinha sido
avisado para não perturbar as covas de massas próximo a Minsk conforme eram
para serem exumadas e incineradas assim como destruir todos traços. ‘Eu tenho
decidido,’ ele disse aos companheiros, ‘distorcer cada afirmação que eu fiz de
modo que o corpo oficial esteja limpidamente branco – implacavelmente, implacavelmente!’[2] E
quando o General Heinz Guderian e o arrogante, insolente General Leo Geyr von
Schweppenburg foram solicitados por seus captores americanos para escreverem
sua própria história da guerra, eles primeiro procuraram permissão do Marechal
de Campo Wilhelm Leeb como oficial sênior no CSDIC do Sétimo Exército.
Novamente microfones escondidos gravaram a conversa deles:
LEEB: Bem, eu posso somente dar minha opinião pessoal... Você irá ter de pesar suas respostas cuidadosamente quando elas pertencem aos objetivos, causas, e os progressos das operações, a fim de ver onde elas podem impingir sobre os interesses de nossa Pátria. Por um lado nós temos de admitir que os americanos conhecem o curso das operações muito precisamente; eles sabiam mesmo quais unidades eram empregadas em nosso lado. Contudo eles não são muito familiares com nossos motivos. E existe um ponto onde seria aconselhável proceder com cautela, de modo que nós não nos tornemos o motivo de risos do mundo. Eu não conheço quais eram suas relações com Hitler, mas eu conheço a capacidade militar dele... Você irá ter de considerar suas respostas com um pouco de cuidado quando aproximados neste assunto de modo que você não diga nada que possa embaraçar nossa Pátria...
GEYR VON SCHWEPPENBURG: Os tipos de loucura conhecidos pelos psicólogos não podem ser comparados com os que o Führer sofria. Ele foi um louco rodeado de servos. Eu não acho que nós devemos nos expressar muito tão fortemente como o que está em nossas afirmações. A menção deste fato irá ter de ser feira, contudo, a fim de exonerar umas poucas pessoas.
Depois de uma agonizante situação
sobre se os generais alemães advogaram a guerra em 1939, Leeb sugeriu: ‘A
questão é agora se nós não devemos abertamente declarar abertamente tudo o que
nós sabemos.’
GEYR: Qualquer observador objetivo irá admitir que o Nacional Socialismo fez subir as condições sociais do trabalhador, e em alguns aspectos mesmo seu padrão de vida.
LEEB: Esse é um dos grandes feitos do Nacional Socialismo. Os excessos do Nacional Socialismo foram em primeira e última análise devido à personalidade do Führer.
GUDERIAN: Os princípios fundamentais eram bons.
LEEB: Isto é verdade.
Ao escrever esta biografia eu,
portanto, adotei estrito critério em selecionar minhas fontes materiais. Eu
tenho usado não somente as fontes militares e arquivos; eu tenho cavado fundo
nos controversos escritos de seus mais íntimos membros de sua equipe pessoal,
procurando indícios para a real verdade nos diários e cartas privadas para
esposas e amigos. Para o novo trabalho autobiográfico eu tenho eu tenho
utilizado e prefiro confiar nos manuscritos originais deles ao invés dos textos
digitados, conforme nos primeiros anos do pós-guerra apreensivos editores
(especialmente os ‘licenciados’ na Alemanha) fizeram mudanças drásticas neles –
por exemplo nas memórias de Karl Wilhelm Krauer, servidor pessoal de Hitler.
Assim eu confiei nas memórias escritas à mão ao invés das mutiladas versões de
escritores anônimos subsequentemente publicadas por André Deutche[3].
Eu iria mais longe para alertar
contra vários livros até então aceitos como fontes ‘padrão’ sobre Hitler –
particularmente aqueles de Konrad Heiden, o agente duplo da Abwehr/OSS Hans
Bernd Giseviusm Erich Kordt, e Frietz Wiedmann, o ajudante despedido de Hitler.
(O último desavergonhadamente explicou em uma carta privada para um amigo em
1940, ‘não faz nenhuma diferença se exageros e mesmo falsidades são
inseridas.’) O ‘diário’ do professor Jackob Burckhardt citados em suas
memórias, Meine Danziger Mission 1937 –
1939, é impossível reconciliar com os reais movimentos de Hitler; enquanto
a Conversations with Hitler de
Hermann Rauschning (Zurique, 1940) tem complicado a análise das medidas
políticas de Hitler desde que ele foi publicado pelo infame propagandista
{judeu[4]}
Emery Reves (Imre Revész) junto com outras fábulas incluídas. Rauchning, um
ex-político nazista em Danzig, encontrou Hitler somente em um par de ocasiões
formais. Foi republicado em Viena tão recentemente como em 1973, embora mesmo o
historiador alemão ocidental sem muito senso crítico, o professor Eberhard Jäckel
– que sem cuidado incluiu 78 falsificações em um sério volume de manuscritos de
Hitler, e então rechaçou esta venenosa injeção reduzindo-o a menos que 5 por cento
do volume total! – enfatizado em um erudito artigo na Geschichte in Wissenschaft und Unterricht (nº 11, 1977) que o
volume de Rauschning não tinha, afinal, nenhuma reivindicação para
credibilidade. Reves foi também publicador de outra famosa ‘fonte’ sobre o
início da história nazista, ‘memórias’ de Fritz Thyssen, I Paid Hitler (Londres, 1943). Henry Ashby Turner, Jr., tem
destacado em um artigo em Vierteljahrsheft
für Zeitgeschichte (nº 3, 1971) que o azarado Thyssen nunca nem mesmo viu
eito dos dezenove capítulos do livro, enquanto o resto foi redigido em francês!
A lista de tais volumes espúrios e interminável. As ‘memórias’ anônimas da
falecida Christa Schroeder, Hitler Privat
(Düsseldorf, 1949), foi escrita por Albert Zoller, um oficial de ligação do
exército francês para o Sétimo Exército americano. As alegadas notas de Martin
Bormann sobre as conversações finais de Hitler no Bunker, publicadas com uma
introdução do professor Hugh Trevor-Roper em 1961 como The Testamento f Adolf Hitler e – arrependidamente – publicada pela
Albrecht Knaus Verlag em alemão como Hitlers
Politisches Testament: Die Bormann-Diktate (Hamburgo, 1981), são em minha
opinião muito espúrios: uma cópia do original, parcialmente datilografado e
parcialmente escrito a mão está em minha posse, e isto não deixa dúvidas[5].
Os historiadores são, contudo,
bastante incorrigíveis, e irão citar qualquer fonte aparentemente primária não
importa quão convincentemente seu falso pedigree é exposto. As memórias de
Albert Speer Inside the Third Reich
{publicado no Brasil como Por dentro do
Terceiro Reich} deu a ele uma fortuna pessoal depois que a firma, de Berlim ocidental, Propyläen publicou o
livro em 1969. O volume deu a ele vasto respeito por seu repúdio à Hitler.
Alguns críticos estavam, todavia, intrigados que a edição americana diferia substancialmente
da original em alemão Erinnerungen e
a da edição britânica. Eu ouvi a verdade da boca do mesmo, sendo um dos
primeiros escritores a entrevistar Speer depois da liberação da prisão de
Spandau em 1966. O ex-Reichsminister passou uma tarde inteira lendo alto para
mim os rascunhos de suas memórias. O livro, subsequentemente publicado, era
muito diferente, tendo sido escrito, ele explicou, pela minha própria editora
na casa editorial Ullstein[6]
(Annette Engel, nascida Etienne), pelo seu chefe editorial Wolf Jobst Siedler,
e pelo historiador Joaquim Fest, editor da prestigiosa Frankfurter Allgemeine Zeitung. A Senhora Etienne confirmou isso.
Quando eu desafiei Speer, em privado num jantar de uma casa editorial em
Frankfurt em outubro de 1979, a publicar suas memórias originais, ele respondeu
desejoso que ele gostaria poder fazer: ‘isto seria impossível. Este manuscrito
era muito fora de ser sustentado nas modernas nuanças. Mesmo os títulos dos capítulos
iriam ter causado dificuldades’. Um corajoso autor de Berlim, Mathias Schmidt,
depois publicou um livro[7]
expondo os comentários de Speer e as ‘memórias’; mas é o último volume {ou seja
as memórias} o qual os preguiçosos cavalheiros da minha profissão têm em suas
bibliotecas, não o livro de Schimidt, assim provando que as palavras inaugurais
desta introdução são verdadeiras.
Foi sintomático a veracidade de Speer à história que enquanto ele
estava em Spandau ele pagou para os diários inteiros de tempos de guerra de seu
escritório (Dienststelle) serem
novamente digitados omitindo as passagens mais infortunas, e doando estes
arquivos falsificados para o Bundesarchiv em Koblenz. Minha comparação do
volume de 1943, alojado nos arquivos do Gabinete Britânico Oficial com a cópia
do Bundesarchiv deixou isto claro, e Matthias Schmidt também revela a falsificação. De fato, eu tenho estado perplexo pelo número
de tais ‘diários’ os quais o escrutínio detalhado prova terem sido falsificados
ou adulterados – com a invariável desvantagem à Hitler.
Dois diferentes homens alegaram
possuir os diários completos do Vice-Almirante Wilhelm Canaris, o lendário
chefe da Abwehr enforcado por Hitler em abril de 1945. O primeiro, Klaus
Benzing, produziu ‘documentos do pós-guerra do Serviço de Inteligência Alemão
(BND)’ e os documentos originais ‘assinados por Canaris’ em seu suporte; o
segundo, o juiz da Suprema Corte Alemã Fabian von Schlabrendorff, anunciou que
sua coleção dos diários tinha recentemente devolvida pelo Generalíssimo
Francisco Franco ao governo da Alemanha Ocidental. Testes forenses no papel e
na tinta de um ‘documento de Canaris’ fornecido pelo primeiro {isto é, por
Fabian von Schlabrendorff}, conduzidas por mim para o laboratório Londrino de
Hehner & Cox Ltd, provaram ser eles uma falsificação. Uma entrevista com o chef de bureau de Franco – seu cunhado
Don Felipe Polo Valdes – em Madrid inclinaram igualmente à improbabilidade da
alegação do juiz alemão.
Similarmente os diários de Eva Braum
publicados pelo ator de filmes Luis Trenker foi largamente falsificado a partir
de suas memórias escritas décadas antes pela condessa Irma Larisch-Wallersee; a
falsificação foi estabelecida pela corte de Munique em outubro de 1948. Os
diários genuínos e as volumosas correspondências íntimas com Hitler de Eva
Braun foram adquiridas pelo time CIC do coronel Robert A. Gutierrez, baseado em
Stuttgart Backnang no verão de 1945; depois de uma triagem por Frau Ursula
Göhler por sua própria conta, estes papeis não mais têm sido vistos desde
então.
Eu visitei Gutierres duas vezes no
Novo México – ele posteriormente liberou o vestido de casamento de Eva Braun e
os talheres de prata (o qual ele admitiu ter retido) para meu colega
pesquisador Willi Korte, mas ele não tem concedido uma polegada dos papéis e
diários perdidos.
Os frequentemente citados diários do
massagista de Himmler e Ribbentrop em Berlim, Felix Kersten são igualmente
fictícios – como por exemplo o ‘dossiê de vinte e seis páginas do médico de
Hitler, descrito no capítulo xxiii (páginas 165 – 171 da versão inglesa)
mostram quando comparados com o genuíno diário do médico de Hitler, Theo
Morell, o qual eu encontrei e publiquei em 1983. Os genuínos diários de Kersten
os quais o professor Hugh Trevor Roper viu na Suécia não foram nunca
publicados, talvez por causa da dinamite política que eles continham sobre a
elite sueca incluindo o editor Albert Bonnierm que alegou ter oferecido à
Himmler o endereço de cada judeu na Suécia em troca por concessões no caso de
uma invasão nazista. Similarmente os ‘diários’ publicados por Rudolf Semler em Goebbels – the Man Next to Hitler
(Londres, 1947) são falsos também, conforme a entrada de 12 de janeiro de 1945
prova; ela tem Hitler como visita de Goebbels em Berlim, quando o Führer estava
na verdade ainda lutando a Batalha de Bulge em seu quartel general no oeste da
Alemanha.
Existem também óbvios anacronismos
nos extensivamente citados ‘diários’ do Conde Galeazzo Ciano[8]:
por exemplo, o Marechal Rodolfo Graziani ‘reclama sobre Rommel’ em 12 de
dezembro de 1940 – dois meses inteiros antes
que Rommel fosse anunciado para o teatro norte africano da Itália! De fato,
Ciano gastou os meses depois de sua demissão em fevereiro de 1943 reescrevendo
e ‘melhorando’ o próprio diário, o qual faz ele legível, mas inútil para
propósitos de história. Ribbentrop avisou sobre a falsificação em suas memórias
na prisão – ele alegou ter visto o diário real de Ciano em setembro de 1943 – e
o intérprete nazi Eugen Dollmann descreveu em suas memórias como a fraude foi
realmente admitida a ele por um oficial britânico em um campo de prisão. Os
arquivos OSS sobre isto estão nos documentos de Allen W. Dulles[9]
(infelizmente ainda fechados) na Biblioteca Mudd, Universidade de Princeton;
mas mesmo o mais superficial exame dos volumes manuscritos revelam a extensão à
qual Ciano (ou outros) adulteraram eles e interpolaram o material – mas ainda
historiadores da mais alta reputação têm citado eles sem questionar assim como
eles o têm com o então chamado ‘Documentos de Lisboa’ de Ciano, embora o último
também traga todas as características de subsequente edição. (Eles todos têm
sido datilografados novamente na mesma máquina datilográfica embora aparentemente
feitos durante os seis anos de 1936 – 1942.)
Alguns diários têm sido resumidos de
maneira relativamente inofensiva; o real diário manuscrito do Chefe de Estado da
Luftwaffe Karl Koller frequentemente não traz semelhança à versão que ele
publicou como Der Letzte Monat
(Mannheim, 1949). E Helmut Greiner, guarda dos diários de guerra das operações
oficiais da OKW[10] até
1943, aproveitaram a oportunidade em 1945, quando solicitado pelos americanos
para transcrever novamente suas notas originais para os volumes perdidos de
agosto de 1942 até março de 1943, para extirpar passagens as quais refletiam
desfavoravelmente aos companheiros prisioneiros como o General Adolf Heusinger
– ou também favoráveis à Hitler; e sem dúvida para adular em favor dos
americanos, ele adicionou longos parágrafos carregados com pungentes críticas
da conduta de Hitler na guerra as quais eu encontrei estarem faltando de suas
notas manuscritas originais. Esta tendência – para expor Hitler ao ridículo
após a guerra – estava também evidentemente forte nos ‘diários’ do falecido
General Gerhard Engel, que serviu como seu ajudante no exército de março de
1938 até outubro de 1943. Evidências
historiográficas somente – por exemplo, comparação com os diários privados de
1940 do Reichminister Fritz Todt ou a esposa do General Rudolf Schmundt, ou com
os relatos do Marechal de Campo von Manstein, do Grupo do Exército em Don na
época de Stalingrado – indicam que não importam onde eles estejam, eles não são diários contemporâneos; testes
sobre a idade do papel confirmam isto. Lamentavelmente, o bem conhecido
Institute für Zeitgeschichte em Munique todavia publicou eles em um volume, Heeresadjutant bei Hitler 1938 – 1943
(Stuttgart, 1974), ao invés, debilmente chamou a atenção para as
inconsistências nos ‘diários’ em uma curta introdução.
Com a brilhante exceção de Hugh
Trevor Roper (agora Lorde Dacre), cujo livro The Last Days of Hitler foi baseado em relatos da era e é,
portanto, virtualmente inacessível mesmo hoje, cada sucessivo biógrafo repete
ou abraça as lendas criadas por seus predecessores, ou, no melhor dos casos,
consultaram somente os trabalhos mais disponíveis à mão de referência para eles
mesmos. Na década de 60 e 70 uma onda de fracas, repetitivas e nada reveladoras
biografias de Hitler têm lavado as livrarias. O mais vastamente difundido foi o
escrito por uma personalidade da TV alemã e historiador, Joachim Fest; mas ele
posteriormente disse a um interrogador que ele nem mesmo tinha visitado os
magníficos arquivos em Washington, os quais abrigam de longe a maior coleção de
registros em relação à recente história europeia. Estilisticamente o alemão de
Fest era bom; mas as velhas lendas estavam trotando para fora novamente,
polidas para uma impressionante aparência de autoridade.
A mesma companhia de Berlim também
publicou minha primeira biografia de Hitler logo depois, sob o título de Hitler und seine Feldherren; seu chefe
editor, Siedler, achou muitos de meus argumentos dessaborosos, mesmo perigosos,
e sem informar-me suprimiu ou mesmo modificou eles. No texto impresso deles Hitler não tinha dito a Himmler
(30 de novembro de 1941) que era para haver ‘nenhuma liquidação’ de uma
consignação de judeus de Berlim; ele tinha o dito para não usar a palavra
‘liquidar’ publicamente em conexão com o programa deles de extermínio. Assim a
história é falsificada! Por isso e por razões similares eu proibi publicações
posteriores do livro, dois dias depois de sua aparência na Alemanha, e pleiteei
por dez anos reganhar o direito de publicar ele em sua forma original. Para
explicar as ações deles, os publicadores de Berlim argumentaram que meu
manuscrito expressou algumas visões que eram ‘uma afronta para a estabelecida opinião
histórica’ no país deles.
Meus acomodados predecessores tem
agradecidamente lamentado que a maioria dos documentos têm sido destruídos.
Eles não têm – eles sobreviveram em embaraçadora superabundância. Os documentos
oficiais do Marechal de Campo da Luftwaffe Erhard Milch, vice de Göring, foram
capturados pelos britânicos e o total supera 60,000 páginas; o diário da equipe
naval alemã, de imenso valor de longe além das questões puramente navais,
sobreviveram; tomou-me muitos meses ler os 69 volumes do texto principal,
alguns com mais de 900 páginas, em Washington e examinar os mais promissores
dos 3.000 microfilmes registrados dos relatos da marinha alemã mantidos em
Washington. Depois que a primeira edição do livro apareceu em Berlim, em 1975, volumes
posteriores dos diários de Joseph Goebbels foram liberados no Ocidente; eu
tinha alguns receios que eles poderiam revelar que algumas das minhas mais
perigosas hipóteses tivessem sido esvaziadas. (Nenhum daqueles primeiros
volumes, nem os desaparecidos diários de Goebbels primeiramente explorados por
mim nos arquivos de Moscou em 1992, nem o resto deles, têm portado qualquer
evidência que eu estava errado)
Muitas fontes de importância
primária estão ainda desaparecidas. Aqueles historiadores diplomáticos nunca se
incomodarem uma vez em trinta anos de visitar a viúva do secretário de estado
de Joaquim von Ribbentrop, Ersnt von Weizsäcker, pai do subsequente presidente
da Alemanha Ocidental, foi um mistério desconcertante para mim. Tivessem eles
procurado pela viúva de Walther Hewel, o intermediário oficial de Ribbentrop,
eles iriam aprender sobre seus diários também. E quem são estes super
emocionados historiadores da tragédia judaica que, até onde eu saiba, nunca
deram o trabalho a si mesmos nem de abrir um legível arquivo de notas de
telefones, escrito a mão, do chefe da SS, Heinrich Himmler, ou ler seu
memorando para seus encontros secretos com Adolf Hitler? Ai de mim, aparte dos
diários de bolso para 1935 e 1939, dos quais eu tenho doado cópias para o
Bundesarchiv, os diários de Himmler tem em grande parte desaparecido – parte
carregados como troféus para Moscou, de onde a maioria das páginas de 1941 –
1942 têm somente recentemente sido recuperadas[11],
e parte foram removidas para Tel Aviv, Israel; Chaim Rosenthal, ex-adido do
Consulado de Israel em Nova Iorque, obteve alguns dos diários de Himmler pelos
mais questionáveis meios e doaram eles para a Universidade de Tel Aviv em 1982,
mas seguindo extensa litigação contra Rosenthal – agora não bem-vindo nos EUA –
a universidade devolveu os volumes para ele.
Outros diários estão também
irreparavelmente perdidos. Aqueles do ex-executivo da Gestapo, Werner Best,
foram pela última vez vistos nos Arquivos Reais da Dinamarca em 1945, aqueles
de Karl Wolff foram vistos pela última vez em Nuremberg. Os diários de Hans
Lammers, Wilhelm Brückner, e Karl Bodenschatz desapareceram nas mãos de
americanos ou franceses; aqueles do professor Theo Morell desapareceram também,
para miraculosamente voltarem à minha presença em Washington em 1981 (eu
publiquei uma transcrição completa editada dois anos depois).
Os de Nicolaus von Below estão
provavelmente em Moscou. Os remanescentes dos diários de Alfred Rosenberg não
publicados foram ilicitamente mantidos pelo falecido Dr. Robert M. W. Kempner,
um advogado americano estabelecido em Frankfurt; seus papéis, recuperados em
Lansdowne, Pensilvânia, são agora objeto de uma não vista disputa entre os
arquivos judaicos e sua família. O resto dos diários de Milch, dos qual eu
obtive e coloquei em microfilme cerca de cinco mil páginas em 1967, tem
desaparecido. Enquanto eu tenho os diários do General Alfred Jodl cobrindo os
anos de 1940 até 1943; eles foram saqueados junto com sua propriedade privada
pelos britânicos da 11ª Divisão Blindada em Flensburg em maio de 1945. Somente
um pequeno fragmento do diário de Benito Mussolini sobrevive: a SS copiou os
originais e devolveu-os para ele em janeiro de1945, mas ambos originais e a
cópia colocado nos arquivos de Ribbentrop estão desaparecidos agora. Os
importantes diários de Rudolf Schmundt foram, infelizmente, queimados a seu
pedido pelo seu companheiro adjunto Almirante Karl Jesco von Puttkamer em abril
de 1945, junto com os próprios diários de Puttkamer. O Instituto Hoover, em
Stanford, Califórnia, detém o diário do SS Obergruppenführer Friedrich Wilhelm
Kr6ugrt – outro item intencionalmente negligenciado pelos historiadores da
Alemanha Ocidental.
Minha busca pelas fontes que podem
jogar luz no caráter de Hitler foi algumas vezes bem sucedida, algumas vezes
não. Semanas de busca com um magnetêmetro de prótons – um tipo de detector de
minas supersensível – em uma floresta na Alemanha Oriental falhou em
desenterrar uma jarra de vidro contendo os estenogramas dos últimos diários de
Goebbels, embora as vezes, de acordo com o mapa em minha posse, nós devíamos
estar perto dele. Escrevendo esta biografia. Contudo, eu obtive uma
significante número de autênticos e poucos conhecidos diários de pessoas ao
redor de Hitler, incluindo um segmento não publicado do diário de Jodl; o
diário oficial guardado pelo chefe da OKW Wilhelm Keitel por seu adjunto Wolf
Eberhard, e o próprio diário de Eberhard para os anos de 1936 até 1939; o
diário de Nikolaus von Vormann, oficial intermediário do exército para Hitler
durante agosto e setembro de 1939; e os diários guardados por Martin Bormann e
pelo adjunto pessoal de Hitler Max Wünsche relatando os movimentos de Hitler.
Em adição eu tenho usado os não
publicados diários de Fedor von Bock, Erhard Milch, Erich von Manstein, Wilhelm
Leeb, Erwin Lahousen, e Eduard Wagner – cujas viúvas permitiram-me copiar cerca
de duas mil páginas de suas cartas privadas. Christa Schroeder, uma das
secretárias privadas de Hitler, disponibilizou-me exclusivamente para mim seus
importantes documentos contemporâneos. A família de Julius Schaub deixou-me
copiar todos seus manuscritos sobre seus vinte anos como ajudante de Hitler,
assim como fez o mesmo o filho de Wilhelm brückner.
Eu sou o primeiro biógrafo a usar os
papéis privados do Staatssekretär Herbert Backe e seu ministro, Richard Walter
Darré, os diários, anotações, e papéis de Fritz Todt. O governo britânico
gentilmente fez disponível para mim preciosos fragmentos do diário do Almirante
Canris. Espalhado através da Alemanha e América eu encontrei páginas
manuscritas e datilografadas dos diários de Erwin Rommel, e os elusivos diários
e anotações que o Reichsmarchall Hermann Göring tinha guardado desde sua
infância
Entre os mais reveladores documentos
usados nesta biografia estão os manuscritos escritos pelo Generaloberst
(Coronel-General) Wener Freiherr von Fritsch em 1938 e 1939; estes eu obtive de
uma fonte soviética. Jutta Freifrau von Richthofen permitiu-me acesso para os
volumosos diários não publicados de seu marido, o falecido marechal de campo.
Em suma, cada membro da equipe de
Hitler ou do Alto Comando que eu localizei parecia ter cuidadosamente guardado
diários ou papéis os quais foram, enfim, produzidos pela minha exploração aqui.
Eles estavam majoritariamente em alemão, mas os papéis de pesquisas das notas
de margem do meu trabalho vieram em uma Babel de outras línguas: italiano,
russo, francês, espanhol, húngaro, romeno e tcheco. Algumas referências
criptografadas à Hitler e Ribbentrop nos diários de Hewel desafiaram todos os
meus insignificantes esforços de quebrar códigos, e então provou-se ter sido
escrito em indonésio!
Todos esses registros eu tenho doado
para o Instituto de História Contemporânea em Munique, onde eles estão
disponíveis como a coleção do autor para outros escritores. Os pesquisadores da
Segunda Guerra Mundial irão encontrar microfilmes de todos materiais que eu
coletei enquanto pesquisando este e outros livros disponíveis da Microfilm
Academic Publishers Ltd., Maind Street, East Ardsley, Wakefield, Yorkshire,
wf3, 2AT, England (e-mail: info@microform.co.uk
; telefone +44 1924-825700, fax 1924-871 005).
Das agora disponíveis coleções de
registros, quatro são dignas de nota – a antes ultra secreta série de registros
interrogatórios CSDIC em Class WO208 no Escritório de Registros Públicos, Kew,
Londres; as mensagens codificadas das unidades da SS e da polícia alemã,
interceptadas e decodificadas pelos britânicos em Bletchley Park, e agora
arquivadas no mesmo lugar como Classes HW1, HW3, e HW16; a ‘Coleção Adolf
Hitler,’ abrigada em três caixas de arquivos na biblioteca Seeley G. Mudd
Library, Princeton University, Nova Jersey; e cerca de quinhentas páginas de
cartas pré-ministeriais e memorandos para Hitler de Joaquim von Ribbentrop;
1933 – 1936, encontradas nas ruinas da chancelaria do Reich e agora nos papéis
Louis Lochner nos arquivos da Instituição Hoover, Stanford, Califórnia.
A ‘Coleção Hitler’ foi roubada da
residência de Hitler pelo soldado privado Eric Eric Hamm do setor de crimes de
guerra do Exército dos EUA, e finalmente vendida por uma casa de leilão em
Chicago. Ela reflete bem a carreira de
Hitler – arquivos fotográficos de seus esboços e pinturas, despachos de
embaixadores, relatórios de fuzilamentos de ‘criminosos profissionais’ enquanto
‘resistiam à prisão’, um registro de hotel de 1925 preenchido por Hitler (que
ele deu entrada como um ‘desnacionalizado’), documentos da Guerra Civil
Espanhola, preparações de Röhm para o Putsch da cervejaria de 1923, uma
instrução por Martin Bormann que Hitler tinha concordado em pagar as contas da peripatética princesa
Hohenlohe, mas que não pagaria mais, extensiva documentação das relações do
Partido com a Igreja; em 20 de dezembro de 1940 Pierre Laval escreveu para
Hitler ‘desejando do fundo do coração que meu país não sofra,’ e assegurando a
ele: ‘A política de colaboração com a Alemanha é apoiada pela vasta maioria dos
franceses.’ Hjalmar Schacht várias vezes protestou para Hitler sobre os danos
econômicos causados pelas restrições anti-judaicas; em 24 de agosto de 1935,
ele escreveu que a instrução de Robert Ley, para Woolworth & Co., para não
comprar de fornecedores judeus, iria resultar que o escritório central da
companhia cancelaria dez milhões de marcos de pedidos da Alemanha anualmente:
‘não está claro para mim, e nunca tem estado, como eu supus trazer em moeda
estrangeira em face de tais medidas políticas.’ Em 30 de março de 1936, Schacht
pediu para Hitler receber um certo manufaturador de seda americana que tinha
sido solicitado pelo Presidente Roosevelt para ‘transmitir saudações pessoais
ao Führer.’
Em 20 de junho de 1938, o Conde
Helldorff, chefe da polícia de Berlim, enviou para Hitler um relatório sobre
organizados ataques anti-judaicos em Berlim. Posteriormente naquele ano a
polícia enviou para Hitler um arquivo sobre o assassino judeu Herschel
Grynszpan, confirmando que seus pais tinham sido despejados de volta sobre a
fronteira polonesa em Neu Bentschen em 29 de outubro – uns poucos dias antes dele
balear um diplomata alemão em Paris – de acordo com as diretrizes do Reich
contra judeus poloneses que tinham se estabelecido na Alemanha. Em fevereiro de
1939 Hitler endossou a recusa de sua embaixada em Washington para pagar Kurt
Lüdecke, um ex-nazi que tinha convidado a casa editorial do Partido ou alguma
outra agência do Reich para comprar todos os direitos de suas memórias
difamatórias para evitar sua publicação. O mesmo arquivo mostra Hitler atuando
para parar o boxeador peso pesado nazi, Max Schmeling, que estava ensaiando uma
luta de retorno contra o negro Joe Louis. (‘Como você sabe,’ Julius Schaub
escreveu para o ministro de esportes em 2 de março de 1939, ‘o Führer foi
contra a luta em primeiro lugar.’)
O mais enigmático destes documentos
é evidentemente um originado pela Gestapo depois de 1940, datilografado na
especial ‘máquina de escrever do Führer,’ relatando rumores feios sobre a
ancestralidade de Hitler – ‘que o Führer era uma ilegítima criança, filho
adotado de Alois, que a mãe real do Führer era Schicklgruber[12]
antes da adoção e que a linhagem Schicklgruber tinha produzido uma linhagem de
idiotas.’
Entre o último havia um oficial de impostos, Joseph Veit, falecido em
1904 em Klagenfurt, Áustria. Um de seus filhos tinha cometido suicídio, uma
filha tinha morrido em um asilo, uma filha sobrevivente era meio louca, e uma
terceira filha era deficiente mental. A Gestapo estabeleceu que a família de
Konrad Pracher, de Graz, tinha um dossiê de fotografias e certificados de tudo
isto. Himmler tinha eles confiscados para ‘prevenir o uso inadequado.’
Os arquivos de Ribbentrop refletem
suas relações tortuosas como ‘embaixador extraordinário’ com Hitler e seus
rivais. Ele tinha estabelecido sua influência ao fazer bons contatos com
ingleses de influência – entre eles não somente industriais como E. W. D.
Tennant e os barões dos jornais como Lorde Rothermere, Lorde Astor, e Lorde
Camrose, mas também os ministros do gabinete de então, incluindo Lorde
Hailsham, Lorde lloyde, Lorde Londonderry, e jovem Anthony Eden, no qual
Ribbentrop viu a estrela ascendente do Partido Conservador. Os arquivos contêm
registros dos encontros de Ribbentrop com Stanley Baldwin e Ramsey MacDonald em
1933 e 1934. Eles também refletem a tênue ligação entre Sir Oswald Mosley e seus
intermediários com a liderança do Partido Nazi em Berlim.
Típico de muitas cartas manuscritas
de Ribbentrop para Hitler foi uma datada de 6 de janeiro de 1935, agradecendo
ele pela amostra de confiança denotada por sua nomeação para Reichsleiter – ‘Não
somente isto claramente define meu status no Partido, removendo qualquer dúvida
como suas visões sobre mim e minhas atividades, mas o apontamento também dá a
mim uma posição diferente frente ao ministério estrangeiro tanto externamente
como internamente.’ Ele assinou isso ‘seu confiável Ribbentrop.’
Nada criou tal agonia quando esta biografia
foi a primeira publicada como minha análise do papel de Hitler na tragédia
judaica. Amargas e cruéis críticas foram jorradas das canetas de meus críticos,
mas eu não vejo razão para revisar minha hipótese central, a qual é baseada nos
registros da época: que Hitler
compreendeu muito no início que o antissemitismo seria uma poderosa força
captadora de votos na Alemanha; que ele não teve nenhum remorso de cavalgar esta
maligna montaria avante até os portais da chancelaria em 1933; mas que uma vez
dentro e no poder, ele desmontaria e atuaria apenas da boca para fora esta
parte do credo de seu Partido.
Os gangsters nazistas sob seu
comando continuaram as campanhas de caça, inclusive, mesmo quando Hitler ditou
diferentemente, por exemplo, em novembro de 1939.
Enquanto os campos de concentração
ele confortavelmente deixou este lado negro do regime para Himmler. Ele nunca
visitou um; aqueles oficiais veteranos e estrangeiros que obtiveram o
privilegiado acesso à Dachau, como Ernst Udet ou o General Erhard Milch ou
membros do Parlamento Britânico em 1933 e 1934, foram impressionados
favoravelmente (mas aqueles eram os primeiros dias). Himmler é sabido ter
visitado Auschwitz em 1941 e 1942. Hitler nunca fez.
A escala do problema judaico na
Alemanha é revelada por um não publicado manuscrito do predecessor de Hitler
como chanceler; Dr. Heinrich Brüning. Escrevendo no exílio americano em 1943
ele afirmou que depois da inflação existia somente um banco grande na Alemanha
não controlado por judeus, alguns deles ‘completamente corruptos’. Em 1931 ele
tinha trazido os bancos sob supervisão governamental e tinha tido guardado os
achados governamentais de desonestidade em segredo bancário ‘por medo de
provocar tumultos antissemitas’. Brüning culpou os correspondentes estrangeiros
por exagerarem os ‘ocasionais maus tratos dos judeus’ no início do regime nazi:
Na primavera de 1933 os correspondentes estrangeiros relataram que o Rio Spree [em Berlim] foi coberto com os cadáveres de judeus assassinados. Naquela época dificilmente qualquer judeu exceto os líderes do Partido Comunista... tinham sido atacados... Se’ ele claramente destacou, ‘os judeus tinham sido tratados tão mal no início do regime, isso não poderia ter explicado porque muitos poucos deles deixaram o país antes de 1938.’
Em 1948 Brüning escreveria para os
editores da Life proibindo eles de
publicar uma carta de agosto de 1937 que ele tinha escrito pata Winston
Churchill revelando que ‘de outubro de 1928 os dois maiores contribuidores
regulares do Partido Nazi eram os gerentes dos dois maiores bancos de Berlim,
ambos de fé judaica, e um deles o líder do Sionismo na Alemanha’[13].
Eu tive aproximado ao ponto de vista
tradicional prevalecente nos anos da década de 1960 em relação aos maus tratos
dos nazis aos judeus. Supondo que Hitler foi um competente estadista e um
comandante dotado, o argumento foge, como se explica seu ‘assassinato de seis
milhões de judeus’? Se este livro fosse simplesmente uma história da ascensão e
queda do Reich de Hitler seria legítimo concluir: ‘Hitler matou os judeus.’
Ele, depois de tudo, tinha criado a SS; seus discursos, embora nunca
explícitos, deixaram a clara impressão que ‘liquidar’ era o que ele quis dizer.
Para uma completa biografia de guerra de
Hitler, eu senti que uma mais analítica aproximação era necessária.
Notavelmente, eu descobri que o próprio
papel de Hitler na ‘Solução Final’ nunca tinha sido examinado. Historiadores
alemães, outrora epitomes de ensaios diligentes, tinham desenvolvidos
monumentais pontos cegos quando o próprio Hitler surge: afirmações reluzentes
foram feitas sem uma sombra de evidência em apoio. Historiadores britânicos e
americanos voluntariamente se conformaram. Outros citaram eles. Por trinta anos
nosso conhecimento da parte de Hitler na atrocidade repousou em incesto entre
os historiadores.
Muitas pessoas, particularmente na
Alemanha e Áustria, têm um interesse em propagar a versão que a ordem de um
homem louco originou a tragédia inteira. Precisamente quando esta ordem que foi
dada foi, admitidamente, deixada vaga.
Cada documento realmente ligando
Hitler com o tratamento dos judeus alemães assume a forma de um embargo, desde
o putsch da cervejaria em 1923 (quando ele propositalmente disciplinou um
esquadrão de oficiais nazis por terem saqueado um delicatessen judaica) até 1943 e 1944. Nos recentemente descobertos
diários de Goebbels nós descobrimos que Hitler discursou aos gauleiters em
setembro de 1935 que, ‘acima de tudo’ era para haver nenhum excesso contra os
judeus e nenhuma perseguição de ‘não arianos’. Goebbels tentou falar a ele fora
desta tênue linha, mas notou: ‘O problema judaico não se resolveu mesmo agora.
Nós debatemos ele por um longo tempo mas o Führer ainda não consegue
compreender.’ E o que nós somos para fazer do édito emitido para ‘todos os
diretórios de comarcas para ação imediata’ pelo vice de Hitler, Rudolf Hess,
durante a Noite dos Cristais em novembro de 1938, ordenando uma imediata parada
dos incêndios propositais sobre as lojas judaicas, ‘sob ordens do mais alto
nível?’ Todos outros historiadores têm fechado seus olhos e esperado que este
horrível, inconveniente documento iria de algum jeito desaparecer.
Tem a ele sido juntado outros, como
a extraordinária nota dedicada pelo Staatssekretär Franz Schlegelberger no
Ministério da Justiça do Reich na primavera de 1942: ‘O Ministro do Reich
Lammers,’ este afirma, ‘informou-me que o Führer tem repetidamente pronunciado
que ele quer a solução da Questão Judaica finalizada até depois que a guerra
esteja terminada.’ Qualquer jeito que se leia este documento, ele é
incompatível com a noção que Hitler tinha ordenado um programa de liquidação
urgente. (O original do documento está no arquivo do ministério da justiça
R22/52 nos arquivos em Koblenz). O próprio Göring está no registro destacando,
em uma conferência em Berlim, 6 de julho de 1942, o quanto Hitler depreciava o
assédio de cientistas judeus, por exemplo:
Eu tenho discutido isto com o próprio Führer agora; nós temos estado aptos a usar um judeu dois anos mais em Viena, e outro em pesquisa fotográfica, porque eles têm certas coisas que nós necessitamos e que podem ser do maior benefício para nós no presente
Seria total loucura para nós dizer agora: ‘Ele terá de ir. Ele era um magnificente pesquisador, um cérebro fantástico, mas sua esposa é judaica e ele não pode ser permitido ficar na Universidade,’ etc.
O Führer tem feito similares exceções nas artes do mais alto nível até a opereta, ele é o mais propenso a fazer exceções onde realmente grandes projetos ou pesquisadores estão envolvidos[14].
Claro que desde 1939 em diante
Hitler proferiu várias afirmações ásperas em público; mas em muitas ocasiões em
1942 e 1943 ele fez – em privado – afirmações as quais são incompatíveis com a
noção que ele sabia que um programa de liquidação tinha começado. Em outubro de
1943, mesmo enquanto Himmler estava divulgando para audiências privilegiadas
audiências de generais da SS e gauleiters que os judeus da Europa tinham sido
sistematicamente assassinados, Hitler estava ainda proibindo liquidações – por
exemplo, dos judeus italianos de Roma – e ordenando, ao invés, a internação
deles. (Esta ordem sua SS também desobedeceu). Em julho de 1944, passou por
cima das objeções de Himmler, ele ordenou os judeus serem trocados por moeda
estrangeira ou suplementos; existem alguma evidência que como os contemporâneos
terroristas ele viu estes capturados como uma potencial posse, um meio onde ele
poderia chantagear seus inimigos. Focado completamente em manter seu caráter,
quando Hitler foi confrontado com os fatos ele não tomou nenhuma ação para com
o culpado; ele não demitiria Himmler como Reichführer da SS até o último dia de
sua vida. É plausível imputar a ele esta não incomum característica dos líderes
do estado que são tão confiantes em poderosos conselheiros: um consciente
desejo de ‘não conhecer’. A prova disto está, contudo, além dos poderes de um
historiador.
Na busca de evidências concretas – e
em 1977 eu ofereci mil libras para qualquer pessoa que pudesse produzir mesmo
um documento do tempo de guerra mostrando explicitamente que Hitler sabia, por
exemplo, de Auschwitz – meus críticos recorreram a argumentos alcançando do
sútil à martelada (em um exemplo, literalmente). Eles postularam a existência
das ordens do Führer sem a mais leve evidência escrita da existência dela. John
Toland, vencedor do prêmio Pulitzer autor de uma biografia de Hitler publicada
nos Estados Unidos, apelou emocionalmente na Der Spiegel para os historiadores refutarem minha hipótese, e eles
tentaram por meios justos e sujos. Perplexo pela nota manuscrita de Himmler
sobre a conversa com Heydrich do Bunker de Hitler em 30 de novembro de 1941 –
‘Detenção [do] Dr, Jerkelius. Alegado filho de Molotov. Consignação [transporte] de judeus de Berlim. Nenhuma
liquidação.’ – estes magos da história moderna engoliram que provavelmente o
filho de Molotv era acreditado estar a bordo em uma carga de trem de judeus de
Berlim escondida como ‘Dr. Jekelius’ e existia relato nenhum para ser liquidada;
De fato Molotov tinha filho nenhum; Dr. Jekelius era provavelmente Erwin
Jekelius, o neurologista vienense envolvido no programa de eutanásia[15];
e a carga de trem de judeus de Berlim tinha naquela manhã chegado em Riga e
tinha já sido liquidada pelo comando local SS quando Himmler rabiscou o que
claramente parece ter sido a injunção de Hitler[16]. Por
que mais se comunicar por telefone com Heydrich, ‘do Bunker’ na Toca do Lobo, a
não ser pelo próprio Hitler por traz disso?
Até agora os historiadores
conformistas têm estado inaptos a ajudar o Sr. Toland, a não ser pela sugestão
que o projeto era tão secreto que somente ordens orais foram emitidas. Por que,
todavia, deveria Hitler ter se tornado tão suscetível neste exemplo, enquanto
ele tinha mostrado nenhum remorso sobre assinar uma ordem ampla para a
liquidação de dez mil de seus companheiros alemães (o programa de eutanásia T-4
de Philipp Bouhler); sua insistência na execução de reféns na base de cem para
um {alemão morto}, sua ordem para a liquidação de prisioneiros inimigos (Ordem
Comando), das tripulações da aviação dos Aliados (Ordem Linchamento), e
funcionários russos (Ordem dos Comissários) estão documentadas todas em sua
linha desde o Quartel General do Führer até os executores.
A maioria dos meus críticos se
apoiam em fracas e não profissionais evidências. Por exemplo, eles ofereceram
alternativas e especiosas traduções de palavras sobre os discursos de Hitler
(aparentemente a Solução Final era tão secreta para ele assinar uma ordem, mas
simultaneamente não tão secreta que ele não pudesse fanfarrear sobre isso em
seus discursos públicos); e citações de documentos isolados que têm, todavia,
há muito tempo sido descartados por historiadores sérios como indignas de confiança
ou falsificadas como o Relato Gerstein[17]
ou as ‘conversações no Bunker’ mencionadas anteriormente.
De explícita, escrita, evidência de
guerra, o tipo de evidência que poderia enforcar um homem, eles têm produzido
nenhuma linha. Consequentemente, em sua fastidiosa análise de Hitler and the Final Solution
(Londres,1983) o professor Gerald Fleming se apoia em testemunhos dos
julgamentos de crimes de guerra, os quais são tudo menos confiáveis; revendo
este livro, o professor Gordon Craig concluiu que mesmo Fleming tem falhado em
refutar minhas hipóteses. O professor Martin Broszat, diretor do Instituto de
História Contemporânea de Munique, grosseiramente atacou minha biografia em uma
resenha de 37 páginas no jornal do instituto, então recusou espaço para uma
réplica. Não familiar com minhas fontes, e inconsciente que eu tinha em vários
casos usado arquivos originais os quais ele e outros historiadores tinham lido
somente em tradução inglesa, ele acusou-me de distorcer e mesmo inventar
citações[18]. Entre
tais libelos e calúnias, as quais são facilmente proferidas, Broszat foi,
contudo, forçado a conceder: ‘David Irving tem percebido uma coisa corretamente
quando ele escreve que em sua visão a matança dos judeus foi um parcialmente
uma Verlegenheitslösung, “a saída de
um incômodo dilema.”’
O corolário de Broszat, que não existia nenhuma Ordem central de
Hitler pelo que aconteceu, causou um alvoroço entre os historiadores do mundo,
um Historikerstreit o qual não
politicamente limitado à Esquerda versus Direita. Minha própria conclusão foi
uma consequente constatação lógica: que
em tempos de guerra, ditaduras são fundamentalmente fracas – o próprio ditador,
mesmo alerta, é inapto a supervisionar todas as funções de seus executivos
atuando dentro dos confins de seu espalhado império; e em seu particular caso,
eu concluo, o peso da culpa pelo sangrento e insensato massacre de judeus
repousa em um grande número de alemães (e não alemães), muitos deles vivos
hoje, e não apenas um ‘ditador maluco’, cuja ordem tem de ser obedecida sem
questionar.
Também achei necessário colocar
realces históricos muito diferentes sobre as medidas políticas doutrinárias
estrangeiras as quais Hitler aplicou – de suas aparente indisposição para
humilhar a Grã-Bretanha quando ela estava prostrada em 1940, até seu ódio
emocional e prejudicial aos sérvios, sua ilógica e excessiva lealdade e
admiração a Benito Mussolini, e suas irracionais mistura de emoções frente a
Joseph Stalin.
Sendo um moderno historiador inglês
existiu para mim uma certa fascinação mórbida em inquirir o quão realmente era
o ponto que estava inclinado Adolf Hitler à destruição da Grã-Bretanha e de seu
Império – uma grande raison d’ être
{“lógica”} para nossa ruinosa luta, a qual em 1940 imperceptivelmente
substituiu a mais implausível razão proferida em agosto de 1939, o resgate da
Polônia da opressão exterior. Desde os capítulos que seguem evidências
extraídas de novo e de novo das mais íntimas fontes – como as conversações
privadas com suas secretárias em junho de 1940 – indicam que ele originalmente
tinha nem a intenção nem o desejo de causar danos a Grã-Bretanha ou destruir o
Império, certamente os leitores britânicos no mínimo devem se perguntar a si
mesmos: pelo que, então, estávamos nós realmente lutando? Dado que o povo
britânico faliu (por volta de dezembro de 1940) e perdeu seu Império em
derrotar Hitler, estava certo o Führer, depois de tudo, quando ele observou que
a atitude britânica era essencialmente do tipo ‘Après moi le dèluge {“Depois
de mim o dilúvio”} – se somente nós conseguíssemos nos livrar do odiado
Nacional Socialismo Alemão’?
Aliviado pelo idealismo ideológico, o Duque de
Windsor suspeitou em julho de 1940 que a guerra estava continuando somente afim
de permitir certos estadistas (ele quis dizer o Sr. Churchill e seus amigos)
salvarem a si mesmos, mesmo se isso significasse arrastar o país e o Império
para a ruína financeira. Outros argumentaram pragmaticamente que não poderia
haver nenhum compromisso com Adolf Hitler e os nazistas. Contudo, acreditavam,
de fato, os líderes britânicos nisto? O Dr. Bernd Martin da Universidade de
Freiburg tem revelado a extensão do quanto as negociações secretas de paz
continuaram entre a Grã-Bretanha e Alemanha em outubro de 1939 e ainda depois –
negociações nas quais, curiosamente, os arquivos do Sr. Churchill têm sido
selados até o século vinte e um, e os registros do gabinete apagados. Similares
negociações foral feitas em junho de 1940, quando inclusive o Sr. Churchill
mostrou-se momentaneamente disposto nos encontros no Gabinete para lidar com
Hitler se o preço era justo.
Naturalmente, ao avaliar o real
valor da tais negociações e das intenções publicamente afirmadas de Hitler é
salutar saber que em dois de junho de 1941, ele admitiu à Walther Hewel: ‘Para meu
proveito pessoal eu não iria nunca dizer uma mentira; mas não existe nenhuma
falsidade que eu não perpetraria para o bem da Alemanha!’ Não obstante, ninguém
se surpreende o quanto de sofrimento poderia ter sido poupado ambos lados se as
negociações tivessem sido concluídas – poderia tudo o que aconteceu depois de
1940, bombardeamentos de saturação, movimentos da população, as epidemias, e
mesmo o próprio Holocausto, teriam sido evitados? Grande são as questões, ainda
a moderna historiografia tem escolhido ignorar a possibilidade, chamando-a
heresia.
Os fatos revelados aqui em relação
as ações registradas, motivações e opiniões de Hitler devem prover uma base
para um novo debate. Americanos irão encontrar muito que é novidade sobre os
meses que levaram a Pearl Harbor. Os franceses irão encontrar adicionais
evidências que o tratamento de Hitler à sua derrotada nação era mais
influenciado pelas memórias do tratamento da França à Alemanha na Primeira
Guerra Mundial que por seu respeito aos desejos de Mussolini. Russos poderão
tentar visualizar o prospecto que poderia possivelmente ter se desdobrado se
Stalin tivesse aceito a oferta de Hitler em novembro de 1940 da inclusão no
Pacto do Eixo; ou se, tendo alcançado seu segundo tratado de paz ‘Brest
Litovsk’ (como momentaneamente proposto em 28 de junho de 1941), Stalin tivesse
aceitado a condição de Hitler que ele reconstruiria o poder militar soviético
somente além dos Urais; ou se Hitler tivesse seriamente considerado a alegada
oferta de paz de Stalin de setembro de 1944.
Qual
é o resultado destes vinte anos labutando nos arquivos? Hitler irá permanecer
um enigma, por mais que nós cavemos. Mesmo seus íntimos supunham que eles
dificilmente conheceram ele. Eu tenho já citado a perplexidade de Ribbentrop;
mas o General Alfred Jodl, seu íntimo conselheiro estratégico, também escreveu
em sua cela em Nuremberg, em 10 de março de 1946:
Então, contudo, eu pergunto a mim mesmo, você realmente conheceu este homem em cujo lado você levou uma espinhosa e ascética existência? Ele, talvez, apenas brincou como seu idealismo também, se aproveitando disso para os propósitos sóbrios os quais ele mantinha profundamente escondido dentro dele mesmo? Você ousa alegar conhecer um homem, se ele não tem aberto os mais profundos recessos de seu coração para você – na tristeza como também no êxtase? Até hoje eu não sei o que ele pensou ou conheceu ou realmente quis. Eu somente seu meus próprios pensamentos e suspeitas. E se, agora as mortalhas caíram de uma escultura que nós esperávamos encontrar uma obra de arte, somente para revelar nada que não uma gárgula degenerada – então deixe os futuros historiadores argumentarem entre eles se isso foi assim desde o início, ou mudou com circunstâncias.
Eu continuo fazendo o mesmo erro: Eu culpo suas humildes origens. Então, todavia, eu lembro quantos filhos de camponeses têm sido abençoados pela História com o nome, O Grande.
‘Hitler o Grande?’ Não, a história
contemporânea é indisposta a engolir tal epiteto. Desde o primeiro dia que ele
‘tomou o poder’, em 30 de janeiro de 1933, Hitler sabia que somente a morte
súbita esperava ele se ele falhasse em restaurar o orgulho e império da
Alemanha pós Versalhes. Seu íntimo amigo e ajudante Julius Schaub recordou a
jubilante afirmação com orgulho que Hitler fez a sua equipe naquela tarde,
enquanto os últimos convidados da celebração deixavam o prédio da Chancelaria
em Berlim: “Nenhum poder na terra vai me tirar desse prédio vivo!”.
A história viu esta profecia
cumprida, conforme um punhado de fiéis remanescentes do Partido Nazista
marcharam transtornadamente para seu escritório subterrâneo em 30 de abril de
1945, examinando seu ainda quente corpo – descansando em um sofá, com sangue
escorrendo de sua flácida mandíbula inferior, e com uma ferida de um tiro na têmpora
direita – e sentiu o cheiro das amêndoas amargas pendurando no ar.
Envolto em um cobertor cinza do
exército, ele foi carregado até o jardim da chancelaria. Gasolina foi jogada
sobre ele em uma cratera fedorenta e lhe foi ateado fogo enquanto sua equipe
apressadamente o saudou e recuou para dentro do abrigo. Assim terminou os seis
anos da guerra de Hitler.
Nós
vamos ver agora como isso começou.
David
Irving
Londres, Janeiro e 1976 e
Janeiro de 1989
Notas
[1] Nota do
autor: Os documentos da CIA sobre
assassinatos planejados e técnicas de assassinato podem agora ser vistas no
site da Universidade George Washington, em www.gwu.edu/~nsarchiv.
[2] Nota do
autor: CSDIC (UK) report SRGG. 1133, 09 de março de 1945, no Public Record
Office, Londres, arquivo WO.208/4169.
[3] Nota do
tradutor: André Deutsch (15/11/1917 – 10/04/2000) era judeu. Ver The
Guardian, 12/04/2000, “André Deutsch”, por John Calder.
[4]
Nota do tradutor: Emery Reves (16/09/1904 – 04/08/1981) judeu nascido na
Hungria. Ver Martin Gilbert, Winston Churchill and Emery Reves:
Correspondence, 1937-1964; University of Texas Press, 1997; página 2.
Churchill afirma que Emery
Reves é um israelita. Ver em
Martin Gilbert, Churchill and the Jews: A
Lifelong Friendship; editora Holt Paperbacks Henry Holt and Company, LLC,
2007; página 301.
[5] Nota do tradutor: Em reportagem publicada pelo Estado de São Paulo em 10 de novembro de
1997 com Wilfred von Oven,
importante membro da S.A e ex-assessor de Joseph Goebbels, é relatado que:
“Em seu livro, Von Oven diz
que Martin Bormann, o único dos altos líderes nazistas que não foi preso (seu
corpo também não foi encontrado), não morreu em 1945, e era um agente duplo
soviético. Von Oven achava que Bormann havia fugido para a América do Sul,
passando por todos os lugares onde a guerrilha comunista surgiu nos anos 50 e
60, estando envolvido com o surgimento destas. Hoje, entretanto, afirma que
Bormann fugiu para o leste. Amigo do último líder das SS de Adolf Hitler que
ainda vive, em Viena, Von Oven afirma que Bormann morreu de morte natural em
1962, em um país do Oriente Médio.”
[6]
Nota do tradutor: Esta casa editorial, a Ullstein Publishing house, foi
fundada pelo Judeu Leopold Ullstein
(1826-1899) em 1877 ao adquirir um empreendimento jornalístico do judeu Rudolf Mosse (1843-1920). Em 1929 era
a maior casa editorial do continente europeu, com vários diários, periódicos semanais
entre outros.
Ver Lynda J. King, Best-sellers by Design: Vicki Baum and the House of Ullstein, Wayne
State University Press, Detroit, 1988, pp 50-51 (consulta em 20/04/2019 na edição
digitalizada pelo Google).
Interessante observação é
que tanto Rudolf Mosse, como seu irmão, também judeu, Emil Cohn (1832-1905) foram fundadores de um dos principais
jornais de então, o periódico Berlinner Tageblatt.
Ver em Isidore Singer e
Isidor Warsaw, The Jewish Encyclopedia
– 12 volumes (editado por Isidore Singer), Kitav Publishing House, Inc, Nova Iorque,
1901-1906, volume 9, p.96.
[7] Nota do autor: Mathias Schmidt, Albert
Speer: The End of a Myth (New York, 1984).
[8] Nota
do tradutor: Galeazzo Ciano
(1903-1944). Foi um político italiano, conde de Cortellazzo e Buccari, genro de
Benito Mussolini e ministro de Assuntos Exteriores da Itália de 1936 a 1943.
[9]
Nota do tradutor: Allen Welsh Dulles
(1893-1969) – Foi dentre todos os tempos possivelmente o principal diretor da
CIA (Central Intelligence Agency).
[10]
Nota do tradutor: OKW é a sigla para Oberkommando der Wehrmacht que
significa Supremo Comando das Forças Armadas, que fazia parte da estrutura
militar da Alemanha Nacional-Socialista.
[11]
Nota do autor: Der Dienstkalender
Heinrich Himmlers 1941⁄42, editora Peter Witte, com prefácio de Uwe Lohalm
e Wolfgang Scheffler (Hamburgo, 1999). Nenhum elogio é suficientemente bom para
esta edição.
[12]
Nota do autor: De fato, o pai de Hitler era filho ilegítimo de Maria Anna
Schicklgruber. Jornais nazistas repetidamente, por exemplo, em 16 de dezembro
de 1939, foram proibidos de especular sobre a ancestralidade dele. Werner Maser
afirma em Die Frühgeschichte der NSDAP (Bonn, 1965) que em 04 de
agosto de 1942, Heinrich Himmler instruiu a Gestapo para investigar o
parentesco do Führer; seus achados irrelevantes foram apenas classificados como
geheim (secretos). Os documentos citados acima estão, de qualquer
forma, carimbados com a mais alta classificação, Geheime Reichssache (ultrassecreto).
[13] Nota
do autor: O manuscrito de 1943 de Brüning está na coleção de Dorothy Thompson
da Biblioteca George Arents Research, Universidade de Syracuse, Nova Iorque.
Sua carta para Daniel Longwell, editor da Life, datada de 07 de
fevereiro de 1948, está nos documentos de Longwell na Biblioteca Butler,
Universidade de Columbia, Nova Iorque.
[14]
Nota do autor: Primeira sessão do recém-formado Reich Research Council, 06 de
julho de 1942; uma gravação estenográfica está nos documentos de Milch, volume
58, página 3640 ff
[15] Nota do autor: Compare Benno
Müller-Hill, Tödliche Wissenschaft. Die
Aussonderung von Juden, Zigeunern und Geisteskranken 1933-45 (Rowohlt,
Hamburgo) página 107. Os editores de Der
Dienstkalender Heinrich Himmlers, 1941-42 (Christians Verlag, Hamburgo,
1999) página 207, chegaram tardiamente a mesma conclusão. Nós reproduzimos
relevantes documentos na página X.
[16]
Nota do autor: Ver página X. A mais aterrorizante explicação da pilhagem e assassinato
em massa desses judeus de Riga em novembro de 1941 está no CSDIC (Reino Unido)
gravado SRGG. 1158 (no arquivo wo.208 4169 do Public Record Office): o Major
General de 54 anos Walther Bruns, testemunha-ocular, descrito por seguir
generais em cativeiros britânicos em um campo de prisão alemão em 25 de abril
de 1945, inconsciente de que microfones escondidos estavam gravando cada
palavra. De particular significado: seus escrúpulos sobre trazer o que ele
teria visto sob os cuidados do Führer, e as ordens dadas posteriormente
que tais massacres públicos foram interrompidos imediatamente. Com a permissão
do escritório HM Stationery, vou publicar em breve um volume desses reveladores
extraordinários transcritos da CSDIC.
[17]
Nota do autor: Deve-se ver na dissertação de Henri Roques: “As 'confissões' de
Kurt Gerstein. Estudo Comparativo de Diferentes Versões”, examinados na
Universidade de Nantes, França, em junho de 1985. Isto revela a extensão do
quanto os historiadores anteriores têm sido enganados pelas várias versões da
“gravação”. Tal foi o clamor despertado que Roques foi despojado de seu
doutorado. Eu tenho assegurado que essas 372 páginas da tese dele estão
gratuitamente disponíveis na Coleção Irving no Instituto de História
Contemporânea, Munique.
[18]
Nota do autor: ‘Hitler and the Genesis of the Final Solution, an Assessment of
David Irving's Thesis (Hitler e a Gênese da Solução Final, uma Avaliação da
Tese de David Irving)’, Vierteljahrshefte für Zeitgeschichte, número 25,
1977, páginas 739-75); republicado sem correção em Aspects of the Third
Reich (Aspectos do Terceiro Reich) (editora H.W. Koch, Macmillan, Nova
Iorque, 1985) páginas 390-429, e em YadVashem Studies, número 13, 1979,
páginas 73-125, e novamente, ainda não corrigida, Nacht Hitler: der schwierige
Umgang mit unserer Geschichte (Oldenburg, 1988); e extensivamente citado
por Charles W. Syndor em ‘The Selling of Adolf Hitler’ (A Venda Adolf
Hitler)" no Centro Europeu de História, número 12, 1979, páginas 169-99,
402-5.
Fonte: David Irving, Hitler's
War and The War Path; Editora Focal Point, 2002, Londres.
Tradução para o
português e palavras entre chaves por Mykel Alexander.
O livro está
disponível gratuitamente pelo autor, tanto no original em inglês quanto na
tradução em espanhol, no seguinte endereço virtual: http://www.fpp.co.uk/books/
Sobre o autor:
David Irving (1938 - ), nascido em Hutton (ING), filho de um comandante da
Marinha Real Inglesa, cursou Física no Imperial College of Science &
Technolgy e Economia na University College London, sem concluir ambos cursos
por dificuldades financeiras. Ele subsequentemente ficou um ano na Alemanha
trabalhando em uma fábrica de aço e aperfeiçoando sua fluência no idioma
alemão. Embora sem formação acadêmica de historiador, tornou-se um pesquisador
de assuntos referentes aos conflitos do século XX relacionados principalmente à
Segunda Guerra Mundial e em biografias de personagens deste evento. Como
característica principal de seu trabalho de pesquisa está o uso de documentos e
fontes primárias referentes aos temas de que trata, o que o levou a deparar-se com
inúmeras omissões e até falsificações que a falta de rigor ou de honestidade em
que não poucos historiadores recaíram.
Pese a todas
polêmicas que seu nome traz, todavia, Irving deu um novo impulso às pesquisas
históricas sobre as referidas temáticas, que não poderiam mais se sustentar
seriamente esquivando-se com a falta de rigor investigativo que haviam se
habituado antes dos trabalhos de Irving.
Entre seus livros constam:
The Destruction of Dresden (1963), a
qual foi traduzida ao português como A
Destruição de Dresden - a Anatomia de uma Tragédia (1963, Editora Nova
Fronteira), revisado em 2007 como Apocalypse
1945, The Destruction of Dresden;
Hitler's War and the War Path (2002);
Goebbels, Mastermind of Third Reich (1ª
edição 1996 e 2ª edição 2014);
Göring:
a Biography (1ª edição 1989 e 2ª
edição 2010).
Disponíveis
gratuitamente em www.fpp.co.uk/books
_________________________________________________________________________________As origens da Segunda Guerra Mundial - Por Georg Franz-Willing
As mentiras sobre a Segunda Guerra Mundial - Paul Craig Roberts
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários serão publicados apenas quando se referirem ESPECIFICAMENTE AO CONTEÚDO do artigo.
Comentários anônimos podem não ser publicados ou não serem respondidos.