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Reuben C. Lang |
Qual
é a convicção que impulsiona por trás do revisionismo do Holocausto? Uma
resposta pode ser que verdades históricas não podem ser decididas em ou pelos
tribunais, pois, em última instância, não pode haver estudos históricos sem
liberdade de pesquisa e expressão.
No
entanto, até agora, os propagandistas do Holocausto têm usado os tribunais em
larga escala para obscurecer essa verdade simples e básica. Observe as palavras
“até agora”, pois recentemente Jan Hjaerpe e Jan Bergmann, dois professores na
Suécia, confrontaram um tribunal de juízes em seu país sobre essa questão, em
conexão com o julgamento de Ahmed Rami em Estocolmo.
Quem
é Ahmed Rami e o que foi o julgamento de Rami?
Rami,
refugiado político na Suécia há alguns anos, é berbere de nascimento e
ex-oficial do exército marroquino. Altamente talentoso e expressivo, ele
defende apaixonadamente a causa do povo palestino, em sua maioria composto por
seus companheiros muçulmanos. Autor de cinco livros em sueco, em 1987 fundou e
dirigiu a Radio Islam, transmitindo para suecos e para os cerca de 80.000
muçulmanos que vivem na Suécia. Ele também utilizou suas transmissões para
informar seus ouvintes sobre o Revisionismo, em particular sobre o trabalho do
Dr. Robert Faurisson e o “Julgamento do Holocausto” de Ernst Zündel em Toronto,
Canadá. Assim como Faurisson, Rami associa o Holocausto à difícil situação dos
palestinos. Pois, além do povo alemão, mas não de seus líderes, Faurisson vê os
palestinos, despojados de sua terra natal pelos sionistas, como vítimas da
propaganda do Holocausto.
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{Ahmed Rami (1947-), publicista marroquino do revisionismo do Sionismo, Holocausto e causa Palestina.} |
Para
Rami, que tem feito questão de entrevistar suecos renomados, o Revisionismo do
Holocausto é mais do que uma busca intelectual e histórica passiva. É, em vez
disso, um passo ideológico ativo, inicial e necessário para a libertação do
povo palestino. Consequentemente, enquanto o Holocausto permanecer
historicamente incontestado no mundo ocidental, ele vitimará os palestinos.
Rami relembra uma citação atribuída a Charles de Gaulle, que, ao final da
Segunda Guerra Mundial, afirmou que, para os palestinos, a Segunda Guerra
Mundial era apenas uma batalha em uma guerra em andamento. Sob essa luz, então,
a Intifada é, na verdade, uma
continuação da Segunda Guerra Mundial.
Por
tal franqueza, a Rádio Islâmica de Rami foi legalmente fechada, e Rami foi
levado perante um tribunal sueco em 5 de setembro de 1989, em um julgamento que
durou até novembro daquele ano. Rami foi condenado e sentenciado a uma pena de
seis meses por violar sua licença de rádio e por transmitir antissemitismo e
ódio. Alguns afirmam, talvez presunçosamente, que a amplamente divulgada
convenção internacional antiódio em Oslo, no final de agosto e início de
setembro de 1990, com a presença de cerca de 500 pessoas de todo o mundo, foi
organizada por Elie Wiesel e outros expressamente para apoiar uma campanha
internacional contra a pequena estação de rádio de Rami, com apenas uma sala,
em Estocolmo. Sem dúvida, naquela época, o caso de Rami estava em apelação.
Desde
que a Suécia foi neutra em ambas as guerras mundiais, pode muito bem estar mais
aberta ao revisionismo do que outros países europeus. Não há organizações de
veteranos da guerra mundial, muito menos grupos de ex-resistentes à ocupação
alemã, como na França, Noruega e Dinamarca. Portanto, é menos surpreendente
que, precisamente na Suécia, tenha se desenvolvido um confronto entre a
universidade, com sua tradicional liberdade de pesquisa e publicação, e os
tribunais, que podem usar seu poder para restringir essa liberdade.
O
professor Jan Hjaerpe, da Universidade de Lund, exemplificou esse confronto em
seu depoimento em favor de Rami. O professor Hjaerpe testemunhou que, em sua
opinião, Rami havia contribuído para uma melhor compreensão de Israel e do judaísmo
no debate sobre a questão palestina. O professor disse ao juiz que um tribunal
não tem competência para decidir em debates sobre questões políticas,
históricas e ideológicas. Ele também enfatizou que tratar o Holocausto como uma
área de estudo histórico implica que tal estudo esteja aberto à liberdade de
pesquisa crítica, incluindo a dúvida e a negação. Além disso, se alguém obstrui
o direito de negar (isso inclui também a versão politicamente estabelecida da
Segunda Guerra Mundial), transforma-se o Exterminacionismo {isto é, a narrativa
acrítica do alegado holocausto com proibição de apuração dos fatos por
quaisquer perspectivas, tais como técnicas, documentais, forenses, logísticas e
históricas, permitindo somente propaganda de guerra pró-sionista e testemunhos
favoráveis a tal narrativa} em um dogma religioso, ou seja, uma questão baseada
na fé e não na razão.
De
acordo com esse argumento, uma vez que os sionistas usaram o Holocausto como
parte de sua reivindicação histórica e política à legitimidade do Estado de
Israel, violando gravemente os direitos dos palestinos, estes, portanto, têm o
direito de discutir, debater e examinar atentamente os argumentos a favor e
contra o Holocausto.
O
professor Jan Bergmann, da faculdade de teologia de Uppsala, também defendeu
Rami no tribunal, apesar da acirrada campanha da imprensa contra este estudioso
das religiões orientais antigas e comparadas. O professor Bergmann foi
questionado sobre sua opinião acadêmica quanto à veracidade histórica das
alegações de Rami a respeito de certos textos do Antigo Testamento (como é
chamado pelos não judeus) e do Talmude, uma vez que esses textos alegam que os
judeus têm direito à Palestina, mesmo às custas de seus antigos habitantes. (E
isso sem fronteiras geográficas claras!) Bergmann concordou com a interpretação
de Rami. Mais explicitamente, o teólogo testemunhou que os textos sagrados do
Antigo Testamento e do Talmude, citados por Rami, estão de fato sendo usados
hoje como reivindicações políticas e históricas por Israel e pelos sionistas
para explorar e legitimar a ocupação judaica da Palestina. (Alguns os chamam de
textos “cruéis” da Bíblia. Os cristãos os veem à luz do Novo Testamento.)
Embora
esse testemunho não fosse revisionista propriamente dito, a publicação judaica Judish Kroenika (abril de 1989) afirmou
que o Professor Bergmann é um revisionista do Holocausto. Alegadamente, em uma
conversa durante um voo de avião vindo de Israel, o professor expressou dúvidas
sobre a possibilidade de cerca de 6 milhões de judeus terem perecido na Segunda
Guerra Mundial e que esse número real tenha sido rapidamente expandido após a
guerra por organizações judaicas para criar um clima mais favorável ao
estabelecimento de Israel. A mesma publicação também acusou o professor de ver
em O Diário de Anne Frank é Genuíno?,
de Robert Faurisson, uma pesquisa séria, insinuando, assim, dúvidas quanto à
autenticidade do Diário.
Ao
contrário desses dois professores, Krister Stendahl, bispo aposentado de
Estocolmo, agora professor honorário da Universidade de Harvard, foi trazido
dos EUA para testemunhar contra Rami. O Professor Stendahl testemunhou que
somente os judeus têm o direito de interpretar o Antigo Testamento, o que levou
Rami a questionar se esse direito também incluía o direito de expulsar e
exterminar o povo palestino. Stendahl, um luterano, alegou que a obra de
Lutero, Os Judeus e Suas Mentiras,
era anticristã e que Lutero era antissemita. De acordo com um artigo de Rami, o
ex-bispo defendeu o retorno dos cristãos à religião de sua origem, ou seja, o
judaísmo. Além disso, o Professor Stendahl aceita a definição sionista de
sionismo: o movimento de libertação nacional do povo judeu.
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{Krister Stendahl (1921-2008), teólogo defensor do retorno do cristianismo ao judaísmo, foi inserido em Harvard, universidade há décadas que projeta em relevante influência o filo-judaísmo e filo-sionismo, inclusive através de favores ou doações condicionadas de doadores sionistas ou influenciadores como Len Blavatnik, Bill Ackman, Marc Rowan e Ronald Lauder.} |
Em
seus escritos, Rami faz pouca ou nenhuma distinção entre sionismo e judaísmo,
insistindo que o sionismo, no que diz respeito aos palestinos, é a expressão
lógica do judaísmo, sendo ambos fundamentados na mesma interpretação e
compreensão do Antigo Testamento e do Talmude. Ele vê nisso uma tensão eterna e
cheia de ódio, enquanto os judeus deslocam os palestinos e tentam criar divisões
entre as nações islâmicas, bem como uma divisão entre o cristianismo e o
islamismo.
Em
uma declaração pública em nome da liberdade acadêmica, o professor de teologia
da Universidade de Uppsala apoiou a liberdade acadêmica do professor Bergmann.
(Ou seja, a liberdade do professor, em sua área, de pesquisar um tema e
publicar suas descobertas, sem comprometer sua posição universitária.)
Ao
mesmo tempo, Rami e os professores Hjaerpe e Bergman receberam apoio na
imprensa sueca de Jan Myrdal, filho do falecido e famoso professor e ganhador
do Prêmio Nobel Gunner Myrdal (em um artigo no Folket i Bild, periódico publicado por uma organização com o mesmo
nome).
Esses
desenvolvimentos na Suécia, no mais alto nível acadêmico, a universidade, dão
ao revisionismo motivos para otimismo, ao apoiar a posição, de particular
importância para os revisionistas, tendo em vista os esforços jurídicos
internacionais, de que é da própria natureza das verdades históricas que estas
não podem ser decididas em tribunais ou por eles. A história humana, como a
própria vida, é muito, muito mais complicada do que isso.
Tradução
e palavras entre chaves por Mykel Alexander
Fonte: Swedish
Professors Defend Revisionism on Trial, por R. Clarence Lang, The Journal of
Historical Review, outono de 1991 (Vol. 11, nº 3), páginas 371-374.
https://ihr.org/journal/v11p371_lang-html
Sobre o autor: Reuben
Clarence Lang (1925-1921), nascido em Dakota do Norte, americano descendente de
imigrantes alemães do sul da Rússia, foi professor de alemão e história. Ele
obteve o título de Bacharel em Artes (B.A.) pelo Wartburg College, em Iowa, e o
de Bacharel em Teologia pelo Seminário Wartburg. Obteve o título de Mestre em
Artes (M.A.) em História pela Universidade da Dakota do Sul, com uma tese sobre
a política externa de Gustav Stresemann. Em 1966, obteve o título de Doutor em
História pela Universidade de Kiel, no norte da Alemanha. Sua dissertação
examinou a imagem da Alemanha nos Estados Unidos, de 1918 a 1923, conforme
refletida em revistas e jornais americanos.
O Dr. Lang atuou como
pastor evangélico luterano em congregações no Canadá e nas Dakotas do Norte e
do Sul (EUA). Por 30 anos, lecionou história e alemão em nível universitário,
incluindo quatro anos no Midland Lutheran College em Fremont, Nebraska.
Aposentou-se no final da década de 1980 como professor associado de alemão do
Texas Lutheran College em Seguin, Texas, onde lecionou por quatro anos e meio.
Por anos, foi membro do Comitê Editorial Consultivo do The Journal of
Historical Review, publicado pelo Institute for Historical Review. Foi
casado e teve duas filhas.
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Sionismo e o Terceiro Reich - por Mark Weber
Sobre o revisionismo em geral e o revisionismo do alegado Holocausto ver:
Uma breve introdução ao revisionismo do Holocausto - por Arthur R. Butz
{Retrospectiva Revisionismo em ação na História} – Definindo evidência - por Germar Rudolf
Por que o revisionismo do Holocausto? - por Theodore J. O'Keefe
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Revisionismo e Promoção da Paz - parte 2 - por Harry Elmer Barnes
O “Holocausto” colocado em perspectiva - por Austin Joseph App
A controvérsia internacional do “holocausto” - Arthur Robert Butz
Contexto e perspectiva na controvérsia do ‘Holocausto’ - parte 1 - por Arthur R. Butz
Contexto e perspectiva na controvérsia do ‘Holocausto’ - parte 2 - por Arthur R. Butz
O Relatório Leuchter: O Como e o Porquê - por Fred A. Leuchter
Sobre a importância do revisionismo para nosso tempo - por Murray N. Rothbard
Sobre as alegadas câmaras de gás nazistas homicidas ver:
As câmaras de gás: verdade ou mentira? - parte 1 - por Robert Faurisson (primeira de seis partes, as quais são dispostas na sequência).
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