domingo, 15 de junho de 2025

Táticas do Lobby Judaico na Supressão da Liberdade de Expressão - por Tony Martin

 

Tony Martin


[Esta é uma transcrição editada do discurso do Prof. Martin proferido em junho de 2002 em Irvine, Califórnia, na 14ª Conferência do Institute for Historical Review. {Editorial do Institute for Historical Review}]

 

            Primeiro de tudo, muito obrigado, Greg, pela introdução. Eu gostaria de agradecer também ao IHR {Institute for Historical Review} e, em particular, a Mark Weber por me convidarem para cá. Eu estou muito feliz por estar aqui, por participar deste evento. Eu gosto de tópicos longos, pelo menos os títulos dos tópicos, então lerei o tópico que selecionei para hoje. É o seguinte: “Táticas Judaicas Exemplificadas na Controvérsia sobre o Envolvimento Judaico no Tráfico Transatlântico de Escravos”. Portanto, eu não falarei muito sobre a controvérsia em si. O que estou tentando fazer é usar minha experiência subjetiva, isto é, a experiência que tenho, há quase uma década, lidando com essa controvérsia.

            E o que eu vou tentar fazer agora — usar minha experiência concreta e subjetiva na linha de fogo, por assim dizer. E eu entarei extrair da minha experiência certos tipos básicos de táticas que acredito que o lobby judaico tem usado ao longo dos anos, em relação à minha situação particular. Mas, ao tentar extrair essas táticas da minha própria situação, eu suspeito que posso muito bem ressoar com a experiência de outras pessoas aqui, porque minha suspeita é que tende a haver uma prática generalizada que transcende a sua situação particular. Portanto, embora no meu caso eu estivesse lidando com uma situação específica — o tráfico transatlântico de escravos — minha suspeita é que os tipos de táticas que foram usadas contra mim podem não ser muito diferentes daquelas vivenciadas por muitas outras pessoas que se envolveram em outros tipos de disputas com esse lobby em particular.

            A primeira coisa que eu devo fazer a título de introdução é basicamente resumir precisamente qual foi a minha controvérsia. Eu sei que é familiar para muitas pessoas aqui, mas eu tenho certeza de que não para todos nesta plateia. Como eu mencionei há pouco na introdução, eu leciono no Wellesley College, em Massachusetts. Por muitos anos, eu ministrei um curso de pesquisa sobre história afro-americana. Este é um curso de um semestre, que avança rapidamente por toda a gama da história afro-americana. Em 1993, eu apresentei a este curso um livro que está à venda aqui, um livro que era relativamente novo na época, um livro que eu mesmo havia conhecido recentemente. Este livro, publicado pelo departamento de pesquisa histórica da Nation of Islam, intitula-se The Secret Relationship Between Blacks and Jews {A Relação Secreta entre Negros e Judeus}. E o que esse livro fez, baseando-se principalmente em fontes escritas por judeus, e fontes judaicas de diversos tipos, foi tentar sintetizar as informações existentes sobre o envolvimento judaico no tráfico de escravos, a vinda de africanos como escravos da África para o chamado novo mundo. Não havia muita novidade no livro — todas as informações, praticamente, eram secundárias, já publicadas, embora em grande parte escondidas em periódicos judaicos muito esotéricos, dos quais o judeu médio, eu descobri mais tarde, não tinha a mínima ideia sobre.

            No entanto, não eram informações novas. Era novidade para muitas pessoas, inclusive para mim, e eu achei muito interessante que, embora eu tivesse ensinado história afro-americana por muitos anos, eu tinha apenas uma vaga noção do papel dos judeus naquele tráfico de escravos. O que eu descobri foi que o papel dos judeus naquele tráfico havia sido habilmente camuflado por muitos e muitos anos. Quando havia judeus envolvidos, geralmente eles tendiam a não ser identificados como judeus, enquanto quando havia cristãos ou muçulmanos, havia uma identificação imediata dessas pessoas por sua etnia, por sua filiação religiosa e assim por diante. No caso dos judeus, eles eram chamados de outras coisas — portugueses, espanhóis, brasileiros, seja lá o que for. Mas, sabe, essa identificação crucial tendia a ser obscurecida. Então, como um bom professor — acho que sou um bom professor — estou sempre em busca de novas informações para enriquecer minhas aulas. Eu fiquei então muito fascinado por essas novas informações e decidi adicionar algumas leituras deste livro em minhas aulas. E foi aí que, como diz o ditado, o inferno foi aberto. [risos]

            Aparentemente, não percebi, mas eu acabei me envolvendo em uma polêmica que já estava se formando porque o livro aparentemente causou alguma consternação nos círculos judaicos. E só depois, quando eu voltei e fiz minha pesquisa, eu descobri que um ou dois editoriais já haviam aparecido, por meio da estrutura de poder judaica, de certa forma alertando pessoas como eu para ficarem longe do livro. Aparentemente, já havia um artigo de opinião de página inteira no The New York Times, que, segundo me disseram, era o maior e mais longo artigo de opinião já publicado naquele jornal. Na verdade, era composto na forma de uma Estrela de Davi. Foi escrito por alguém chamado Henry Lewis Gates, da Universidade de Harvard, um dos porta-vozes negros do lobby judaico. Até mesmo o jornal da minha cidade natal, o Boston Globe, publicou um editorial, do qual eu não tinha conhecimento na época, pouco antes de começar a usar o livro. E, de certa forma, o propósito desses editoriais e artigos de opinião era alertar as pessoas para ficarem longe daquele livro, ou mais. Mas eu, na minha imprudência, ignorei os avisos, sendo em grande parte inconsciente deles desde o início. E assim eu me deparei com este problema.

            De fato, os judeus estiveram envolvidos não apenas no tráfico de escravos africanos, mas também, e por um longo período de tempo, em uma variedade de outros tráficos de escravos. Aparentemente, eles dominaram a escravidão e o tráfico de escravos na época medieval. Há alguns dias, enquanto viajava de avião para cá, eu estava relendo uma dissertação de doutorado de 1977 [“The Ebb and Flow of Conflict: A History of Black-Jewish Relations through 1900”] de um homem chamado Harold D. Brackman, funcionário do Centro Simon Wiesenthal. Em sua dissertação, que detalha as relações entre negros e judeus desde a antiguidade até 1900, ele reconhece o fato de que os judeus foram os principais traficantes de escravos do mundo por várias centenas de anos — embora, e como de costume, ele dê uma interpretação muito interessante a isso. Ele reconhece, como eu acho que ele precisa reconhecer, que os judeus foram os maiores traficantes de escravos do mundo, comercializando escravos em todos os lugares, da Rússia à Europa Ocidental, à Índia e à China — mas ele diz que eles dominaram o comércio mundial somente por algumas centenas de anos — somente. [risos] Ele disse que eles foram os principais traficantes de escravos do século VIII ao século XII — mas isso não foi grande coisa. Foram somente algumas centenas de anos.

            Eu descobri também que os judeus foram muito instrumentais na base ideológica do tráfico de escravos africanos — o notório mito camítico — que, mais do que qualquer outra coisa, forneceu uma espécie de base ideológica ou justificativa para o tráfico de escravos. Isso vem do Talmude. De fato, o próprio Harold Brackman reconhece que esta foi a primeira explicação da história no livro bíblico de Gênesis sobre Cam, o chamado progenitor da raça africana, ter sido amaldiçoado por Noé, e assim por diante. Mas, aparentemente, de acordo com Brackman, o Talmude foi o primeiro lugar a dar uma interpretação racista a essa história. A história bíblica era racialmente neutra, mas o Talmude aparentemente deu um toque racista terrível a essa história, que mais tarde se tornou a base, o sustentáculo ideológico, do tráfico de escravos africanos. Então, tudo isso eu descobriria conforme que eu me tornei envolvido na controvérsia.

            Uma das coisas que também me interessaram foi que o elemento judaico aparentemente também era um elemento importante no que veio a ser conhecido no século XIX como o tráfico de escravos brancos. O tráfico de escravos brancos era uma grande multinacional, um comércio internacional de mulheres para fins sexuais imorais, como prostitutas e assim por diante. E descobri também que empresários judeus na Europa aparentemente também eram figuras importantes nesse chamado tráfico de escravos.

            Então, eu tomei conhecimento de tudo isso. Apenas para resumir brevemente o que eu descobri no livro The Secret Relationship Between Blacks and Jews {A Relação Secreta entre Negros e Judeus} e nas leituras subsequentes, em relação ao tráfico de escravos africanos, é que, uma vez iniciado no século XV, os judeus voltaram a ser uma parte muito importante dele. O livro não sugeria, como eu nunca sugeri, que os judeus fossem as únicas pessoas envolvidas, ou mesmo as principais. Meu ponto principal sempre foi que, enquanto todos os outros que eu estou ciente que participaram do tráfico de escravos reconheceram sua participação, muitas das pessoas que participaram da gênese do tráfico de escravos também se tornaram parte do movimento abolicionista para acabar com o tráfico. Mas, até onde eu sei, o elemento judaico é o único que resistiu a reconhecer sua participação nesse tráfico. Na verdade, ele foi além de simplesmente resistir ao conhecimento dessa informação. Ele tem se tornado muito eriçado quando essa informação veio à tona.

            E esse tem sido o meu problema básico. Por quê? O que há de tão especial nesse grupo que se coloca além dos limites, por assim dizer — sem trocadilhos — além dos limites da crítica? E enquanto qualquer outro grupo pode ser criticado, este grupo — parece-me — está além da crítica. Especialmente para mim, como pessoa negra, fico muito chateado se alguém tenta entrar na minha sala de aula para me dizer que eu, como pessoa negra que ensina história negra, tenho que considerar o envolvimento deles na minha história como algo fora dos limites.

            Então, depois de se tornarem envolvidos nessa história, por meio do mito camítico, os judeus foram alguns dos financiadores importantes desse tráfico de escravos nos primeiros períodos. Uma das principais corporações multinacionais que financiou o tráfico de escravos no Atlântico desde o início foi a Companhia Holandesa das Índias Ocidentais. Como nós sabemos, os judeus foram expulsos da Espanha e de Portugal. A Holanda foi a única região que os acolheu, em certa medida. E foi mais ou menos na mesma época, no século XV, que o tráfico de escravos estava se intensificando — então eles estavam posicionados, geograficamente e de outras maneiras, para se tornarem um elemento importante no financiamento da Companhia Holandesa das Índias Ocidentais, uma grande corporação multinacional envolvida no tráfico de escravos.

            No início do século XVII, os judeus eram, de fato, um elemento importante no tráfico de escravos em lugares como Brasil e Suriname, na América do Sul, em lugares como Curaçao, nas Índias Ocidentais, e na Jamaica, Barbados e outros lugares. Eu descobri que eles também estavam muito bem posicionados neste país {EUA} — que muitos dos comerciantes que, na época colonial, trouxeram escravos através do Atlântico para este país eram, na verdade, judeus donos de navios e traficantes escravos. Alguns dos nomes mais conhecidos da América do Norte colonial envolvidos nesse tráfico eram pessoas como Aaron Lopez, de Newport, Rhode Island, que era um dos nomes mais conhecidos de todos.

            Eu descobri que os judeus eram donos de muitas das corporações auxiliares que, de certa forma, alimentavam o tráfico de escravos. Por exemplo, a destilação de rum era um negócio importante, auxiliar ao tráfico de escravos, pois o rum era usado como item de troca, para ser trocado por escravos na África Ocidental. E a maioria das destilarias de rum em lugares como Boston e outras partes da Nova Inglaterra eram, eu acredito, de propriedade de judeus, e assim por diante.

            Eu descobri que, de acordo com o censo de 1830, embora os judeus constituíssem uma pequena proporção da população da América do Norte, eles estavam excessivamente representados entre os proprietários de escravos. Sim, eles constituíam uma pequena parcela da população em geral, mas, em termos percentuais, eram significativos. Historiadores judeus que analisaram o censo de 1830 descobriram que, enquanto cerca de 30% da população branca pode ter possuído um ou mais escravos no Sul, para as famílias judias a proporção era superior a 70%. Portanto, de acordo com uma análise do censo de 1830 feita por historiadores judeus, os judeus tinham mais que o dobro de probabilidade, em termos percentuais, de possuir escravos.

            Eu descobri também que os judeus, apesar de seu envolvimento no tráfico de escravos, eram muito poucos e distantes entre si e o movimento abolicionista. Eles tinham muito, muito menos probabilidade do que outros grupos de se envolverem nesse movimento. Em resumo, esse é o conjunto de fatos que me levaram a me envolver nessa interessante controvérsia. E o que eu quero fazer, então, é me deter não nos fatos em si, mas no que percebo serem as principais táticas que foram usadas, porque me vi, como disse, na linha de frente dessa situação, e fiquei muito fascinado ao observar suas táticas. E quanto mais eu começava a ler sobre essa questão, mais padrões eu vi emergindo.

            A primeira e principal tática que eu descobri em seu ataque a mim foi a dependência de mentiras — mentiras descaradas. Não há outra maneira de descrever isso, apenas contar mentiras. Muitas das categorias que eu enumerarei se sobrepõem, e muitas delas também poderiam se enquadrar nessa rubrica geral de contar mentiras. Mas eu acho que, se tivéssemos que isolar uma única tática, seria a tática de contar mentiras. Eu acho que eles elevaram a prática de contar mentiras a uma forma artística muito elevada. [Risos]. Por exemplo, logo no início da minha controvérsia, as principais organizações judaicas se envolveram. E isso é fascinante. Aqui estou eu, professor em uma faculdade muito pequena, dando aula para uma turma de talvez 30 alunos, mas eles deram tanta importância a isso que, em um espaço de tempo muito curto, as principais organizações judaicas se envolveram, e isso se tornou um evento nacional. Por exemplo, em uma manhã de domingo, no programa de televisão da rede ABC “This Week With David Brinkley”, havia um segmento inteiro abordando essa questão — sobre eu dizer aos meus alunos que judeus estavam envolvidos no tráfico de escravos.

            Até aquele ponto, eu ainda estava um pouco surpreso, considerando a importância dada ao que, para mim, era algo totalmente inconsequente. Logo depois que tudo isso começou, quatro das principais organizações judaicas emitiram um comunicado de imprensa conjunto me atacando: a Liga Antidifamação (ADL), o Comitê Judaico Americano, o Congresso Judaico Americano e o Conselho de Relações Comunitárias Judaicas da Grande Boston. Depois, eles disseram que era algo sem precedentes que essas grandes organizações judaicas unissem seus esforços para atacar um pequeno e obscuro professor em uma pequena escola. Eles também admitiram que era incomum emitir esse comunicado de imprensa no meio de um de seus grandes feriados — dos quais existem vários, pelo que sei — para, de alguma forma, perturbar a santidade deste feriado importante, publicando alguma nessa linha.

            Na verdade, eu vi um dos comunicados de imprensa originais, que comparei a um pergaminho medieval. Isso me lembrou de um filme que vi quando criança, com Robin Hood, no qual o xerife de Nottingham entrava na Floresta de Sherwood [risos] e desenrolava uma longa proclamação e a pregava em uma árvore, dizendo: “Robin Hood, cuidado. Estamos procurando por você”. Esse tipo de coisa. [risos]. Era literalmente um pergaminho. Não dava para ler sem ter que desenrolá-lo. Eu nunca vi nada parecido. Tinha os logotipos dessas quatro organizações. E isso me abriu os olhos para a propensão dessas pessoas a mentir.

            Essa proclamação dizia ao mundo que eu estava me recusando a deixar meus alunos discutirem essas informações. Primeiro, me apresentava como alguém que estava fornecendo informações erradas — informações descaradamente falsas, como outro judeu descreveu na minha sala de aula. E dizia que, na sala de aula, eu estava aparentemente forçando essas coisas goela abaixo dos meus alunos e proibindo qualquer discussão — uma alegação que era absoluta e terrivelmente falsa. Dizia que eu tinha um histórico de todos os tipos de problemas com a minha escola e que meus colegas vinham reclamando de mim há muitos anos. Até agora, não tinha a mínima ideia do que essas reclamações poderiam ser. Não conheço nenhum incidente desse tipo, certamente não antes dessa época.

            Eu consegui pegar esse comunicado à imprensa e lê-lo para a minha turma. Foi uma ótima experiência de aprendizado para os alunos, porque ali estavam os alunos que eu era acusado de enganar e tudo mais, e pude mostrar a eles o tipo de informação que chega à grande mídia. Uma das mentiras interessantes que surgiram nessa época foi a rabina do campus. Ela entrou na minha sala — sim, era uma mulher, na verdade — reclamando do meu ensino dessas informações. Então eu disse a ela: Bem, se você acha que essas informações são falsas, por que não vem à minha aula? Vou convidá-la para a minha sala de aula. Vou permitir que você se levante na frente da minha turma e explique o que há de errado com essas informações, e então poderemos ter um debate diante da turma. E ela concordou. Mas é claro que ela mudou de ideia rapidamente. E não só mudou de ideia, como também revelou que eu havia me recusado a discutir o assunto com ela.

            Então, o ponto número um é a propensão a mentir. O ponto número dois era uma propensão muito interessante a tentar prejudicar a credibilidade profissional. Havia uma tendência a difamar e caluniar quem quer que estivesse indisposto com seu coletivo. Neste caso, era eu. Havia um senhor judeu, de cerca de 50 anos, que começou a fazer ligações anônimas, ligações aleatórias, para o campus. Ele ligava para os dormitórios, ligava para os escritórios das pessoas, aleatoriamente. E dizia que era um estudante judeu na Universidade de Harvard. Dizia que havia descoberto que eu não tinha doutorado e que não era qualificado para lecionar no Wellesley College. Este foi um dos exemplos mais bizarros da tentativa de me desacreditar profissionalmente.

            Houve um senhor contra quem posteriormente abri um processo por difamação e perdi. Entrei com três processos, mas perdi todos. Este senhor sugeriu que eu era um doutor em ação afirmativa e que a única razão pela qual eu obtive o título de doutor foi por causa da ação afirmativa. Ele disse que a única razão pela qual eu consegui estabilidade no Wellesley College — eu era um dos professores mais jovens a ter estabilidade lá — foi porque eles tinham medo de mim. Eu era retratado como uma pessoa grande, negra e falastrão, então, só para me manter quieto, eles decidiram me dar estabilidade. [risos].

            Uma das tentativas mais interessantes de me desacreditar foi feita por um senhor chamado Leon Wieseltier, que se descreve como editor literário da revista New Republic. Em 1994, eu acho que foi no auge de toda essa histeria, o The Washington Post Book World me convidou para resenhar quatro novos livros para uma edição, o que eu fiz. Eles deram bastante espaço para minha resenha. Foi a resenha de livro mais longa daquela edição.

            E na edição da semana seguinte, havia, previsivelmente, duas ou três cartas indignadas de judeus perguntando ao The Washington Post Book World se ele tinha conhecimento de quem era essa pessoa — o grande antissemita Tony Martin. Vocês não sabem quem é? [risos] Como podem deixá-lo escrever neste prestigioso periódico? E esse cara, Wieseltier, foi um passo além. O título do meu livro é The Jewish Onslaught {O Massacre Judaico}, e o subtítulo é “Despatches from the Wellesley Battlefront.” {“Despachos da Frente de Batalha de Wellesley”}. Agora, eu escrevo despachos com “d-e-s”. A maioria dos americanos escreve “d-i-s”. Eu cresci em uma tradição britânica, em uma colônia britânica, e até hoje escrevo “honor” com “h-o-n-o-u-r”. A maioria de vocês não sabe. O “e” em “despatches” é uma grafia britânica. E esse idiota [risos] obviamente não percebeu que existem grafias alternativas para a palavra. Mais uma vez, tão ansioso para tentar desacreditar alguém com quem discorda, esse cara disse ao The Washington Post Book World em sua carta que eu era tão ignorante e estúpido que nem conseguia soletrar a palavra “despatches”. [Risos]. Vejam como eu era estúpido, tendo sido autorizado a publicar no periódico deles. Felizmente para mim, a editora do The Washington Post Book World era uma daquelas raras pessoas que aparentemente não se intimidou muito com o ataque judaico. E ela escreveu uma réplica muito simpática dizendo a Wieseltier que havia consultado dois dicionários e, em ambos, viu “despatches” — escrito com “e” — como uma das grafias opcionais da palavra.

            Depois, houve Mary Lefkowitz, uma das minhas colegas no Wellesley College. Em uma pequena revista literária que eu nunca tinha visto antes, ela alegou que eu havia empurrado e agredido fisicamente uma aluna branca. Agora, eu leciono em uma faculdade feminina. Então, aqui está ela, jogando com, eu acho, todas essas percepções de um estuprador negro e grandalhão ou algo assim. Mas ela alegou que eu empurrei fisicamente uma aluna branca. Seria uma mulher branca, e a mulher caiu. Então, ela disse, eu me inclinei sobre ela e me enfureci. Essa foi a palavra que ela usou: eu me inclinei sobre ela e me enfureci. Uma delas teve uma visão de um animal furioso. [risos]. Então, é claro que eu abri um processo por difamação contra ela.

            E uma das coisas que descobri foi que essas pessoas estão muito, muito bem posicionadas no sistema judiciário. Na verdade, depois de ter perdido, bem, eu acho, dois processos por difamação, eu estava começando a pensar que eles deviam ter algo a ver com a formulação das leis de difamação neste país. [risos]. Porque neste caso, sabe, Lefkowitz realmente reconheceu que o que ela disse estava errado, e ela reconheceu que não havia tomado o devido cuidado ao apurar os fatos. Mas mesmo esses reconhecimentos não foram suficientes para eu ganhar o caso. Eu tive que provar que ela agiu com total imprudência e todo tipo de coisa. Mas foi uma experiência de aprendizado muito interessante para mim. Do jeito que as leis de difamação funcionam neste país, uma vez que identificam você como uma “pessoa pública”, qualquer um basicamente tem carta branca. Uma pessoa pode dizer o que quiser. Pode ser verdade. Pode ser mentira. Ela não precisa pesquisar. Ela pode dizer o que quiser. É praticamente tão ruim quanto parece.

            Então, essas são algumas das tentativas que foram feitas para me desacreditar. Claro, eu não acho que tenham tido sucesso. Mas, novamente, foi uma tentativa muito persistente de manchar minha imagem. E muito alinhada a isso, é claro, estava a questão generalizada de difamação de caráter. Isso fazia parte desse esforço para prejudicar a credibilidade de alguém.

            Havia também a tática do que descrevo como truques sujos. Claro, isso também é um subconjunto dentro da rubrica geral de mentiras, eu suponho. No Wellesley College, há um grupo de Hillel. Hillel é a organização estudantil judaica que existe em campi por todo o país. Lembro-me de ler no livro de Paul Findley, They Dare To Speak Out {Eles Ousam Falar}, que o pessoal da Hillel é formalmente treinado, aparentemente pela ADL e outras organizações, em táticas: como interromper reuniões, como disseminar propaganda enganosa nos campi e assim por diante. E mesmo que eu não saiba disso com certeza, certamente os estudantes da Hillel que participaram da campanha pareciam ter treinamento profissional.

            Na verdade, toda a campanha contra mim foi iniciada por estudantes do grupo da Hillel. Eles assistiram à minha aula no primeiro dia do semestre, apenas por um dia. E, de alguma forma, a partir daquela aula, de alguma forma, eles descobriram que eu estava ensinando este livro como um fato. Aparentemente, eles imaginaram que, se eu estivesse ensinando o livro como “literatura de ódio”, entre aspas, tudo bem. Mas o fato de eu estar ensinando o livro como qualquer outro livro, como um livro com alguma credibilidade acadêmica básica — eles consideraram isso, é claro, uma atitude grosseiramente antissemita. E foram eles que levantaram o clamor.

            Há um grupo no campus chamado “Os Amigos de Wellesley Hillel”. É um grupo de professores e ex-alunos que trabalha em estreita colaboração com os alunos de Hillel. No meio dessa campanha, eles elaboraram um pacote com informações, em sua maioria, difamatórias e o enviaram pelo correio para a mãe de um dos alunos, que se manifestou veementemente a meu favor. Os alunos se uniram a mim. É incrível a extensão da ação dessas pessoas. Trata-se de um grupo de pessoas adultas, como reitores de faculdades e professores, que se dão ao trabalho de participar de comitês para elaborar um pacote de mentiras e desinformação, basicamente, e distribuí-lo. Na verdade, eles miraram nessa aluna porque ela era uma líder dos alunos que me apoiavam, e enviaram essas informações para a mãe dela.

            Um dia, alguém veio e pregou um panfleto no meu escritório — eu não estava lá no momento — alegando má conduta sexual entre mim e essa mesma aluna, que se manifestou a meu favor. Felizmente para mim, não funcionou. E em certo momento, começaram a espalhar o boato de que, se eu escrevesse recomendações para aqueles alunos, eles não conseguiriam emprego, nem ingressariam na pós-graduação, nem nada. Esses são alguns dos truques sujos que chamo de “golpes sujos”.

            Havia também a tática do que chamo de “atacar a jugular econômica” — para minar minha capacidade de sobrevivência econômica. Um exemplo disso foi um comunicado de imprensa conjunto que pedia minha expulsão da faculdade. Pedia a revogação da minha estabilidade. Então, novamente, essa é uma das marcas registradas da tática deles, me parece. E tenho certeza de que isso se aplica mais amplamente do que apenas ao meu caso.

            Havia também a tática do que chamo de Grande Presunção. Ouvi alguém ontem à noite mencionar a palavra “chutzpah”. Eu chamo isso de presunção — a ideia de que um rabino, um capelão estudantil, pudesse entrar em meu escritório para exigir uma explicação sobre por que estou ensinando essas informações. Isso, para mim, é pura presunção. Embora eu tenha sido educado, a essência da minha resposta foi, basicamente: “Quem diabos é você para vir aqui me dizer o que devo ensinar em uma aula de estudos negros. Sou especialista em estudos negros. Quem diabos é você?” Eu não disse nesses termos, mas esse era o significado do que eu estava dizendo.

            Antes desse pesado e totalmente decidido ataque judaico começar comigo, por pura coincidência, alguns meses antes, eu estava fazendo uma pesquisa em um arquivo judaico na cidade de Nova York, e naquela época um caso semelhante ao meu tinha acabado de surgir envolvendo o professor Leonard Jeffries, do City College, na cidade de Nova York. Ele havia feito um discurso em Albany no qual apontou que os judeus tiveram uma participação muito grande na formação de Hollywood. Aliás, há um livro de um autor judeu, Neil Gabler, chamado An Empire of Their Own {Um Império Próprio}. E o subtítulo, curiosamente, é “How the Jews Invented Hollywood.” {Como os Judeus Inventaram Hollywood}.[1] O que poderia ser mais explícito do que isso? O autor está se gabando da maneira como os judeus basicamente moldaram a cultura popular americana.

            Então, Len Jeffries, em seu discurso em Albany, disse: “Bem, tudo bem, então todos vocês [judeus] inventaram a cultura popular americana. Portanto, vocês têm que assumir grande parte da culpa pelos estereótipos negativos sobre os negros que foram nutridos por Hollywood ao longo dos anos. Mas é claro que eles querem ter a sua parte e comê-la também. Eles querem inventar Hollywood, mas não querem assumir a responsabilidade pelos elementos negativos que emanam de Hollywood. Então, Jeffries foi tachado de antissemita, como de costume, por ter dito isso. Então, naquela época, quando eu estava visitando o arquivo judaico, meu próprio caso ainda não havia sido revelado. Mas eles tentaram me submeter a esse teste decisivo. Era quase como se não me deixassem usar os arquivos a menos que eu negasse qualquer tipo de associação com Jeffries. A mulher responsável me perguntou: “Você conhece Len Jeffries?” Eu disse: “Sim, eu o conheço. Ele é um bom amigo meu, um colega meu.” E ela ficou muito irritada.

            Novamente, há essa presunção, essa sensação de que eles têm o direito de submetê-lo a todos esses testes decisivos — o direito de exigir de você por que está fazendo algo que, para qualquer outra pessoa, é totalmente correto e totalmente inofensivo.

            Outra tática que acho que posso extrair da minha experiência é a tendência de ignorar as questões reais. Eu descobri que, durante todo esse período de quase dez anos, eles quase nunca me abordavam sobre os fatos. Eles diziam: “Ok, você diz que os judeus estavam envolvidos no tráfico de escravos. Você é um grande antissemita”. Então eu respondo: “Ok, vamos discutir isso”. Os judeus eram de fato metade dos proprietários de escravos no Brasil no século XVII? Eu diria: olhe para a sua própria Encyclopaedia Judaica. Ela diz que os judeus eram metade dos proprietários de escravos no Brasil. Mas eles nunca se envolveriam nesse tipo de debate factual. Nunca. Eles sempre vão pela tangente, tentando manchar seu caráter, tentando tirar seus recursos econômicos, e assim por diante. Mas eles evitam cuidadosamente se envolver em uma discussão sobre os fatos reais da questão.

            Eu tive uma ilustração gráfica disso há apenas algumas semanas, quando essa questão ressurgiu, muito brevemente, no meu campus. Alguém mencionou que, dez anos atrás, eu havia ensinado essas [supostamente] mentiras descaradas e outras coisas. Então, respondi no jornal. E alguns estudantes judeus me responderam. E, novamente, embora eu tenha apresentado vários exemplos de historiadores judeus reconhecendo o envolvimento judaico no tráfico de escravos, não houve nenhuma referência a isso por parte dos estudantes judeus. Em vez disso, eles começaram a falar sobre histórias da Europa na Idade Média, ou de alguma outra época, sobre judeus matando crianças brancas para tirar seu sangue e colocá-lo em matzás, e histórias sobre seu holocausto judaico.[2] Em suma, todo tipo de coisa que não tinha nada a ver com nada. Na verdade, eu respondi perguntando o que tudo isso tinha a ver com o que eu estava dizendo. Eles não leram meu artigo. Não reconheceram as evidências que eu havia apresentado sobre o envolvimento judaico no tráfico de escravos. O que as histórias de judeus matando alguém para usar seu sangue para colocar em matzás têm a ver com o tráfico de escravos? Mas essa sempre foi a tendência deles. Eles evitavam cuidadosamente os fatos e a questão em pauta e, no lugar disso, introduziam o que chamamos de Red Herrings — coisas fora do contexto. E essa era uma tática muito persistente, que eu consegui discernir.

            Outra tática — que pode estar dizendo a mesma coisa de uma maneira diferente — é a tendência de introduzir “espantalho”. Por exemplo, estou discutindo o envolvimento de judeus no tráfico de escravos, mas alguém responde escrevendo um artigo dizendo que eu aleguei — o que não é verdade — que os judeus eram geneticamente predispostos a escravizar outros. Isso não tem nada a ver com nada do que eu estava falando. Mas, novamente, eles desconsideravam completamente os fatos do caso e introduziam algo totalmente diferente. Eles introduziam um “espantalho”, registravam isso e, então, atacavam o “espantalho” que criaram. E, como eles têm tanta influência na mídia, esse “espantalho”, essa informação falsa, de repente se torna parte do registro. Mesmo no tribunal, eles fazem referência às mesmas mentiras que publicam no jornal, como se fosse uma fonte desinteressada, uma terceira pessoa. E isso me leva ao meu próximo ponto — a capacidade deles de plantar desinformação nos registros e, em seguida, usar essa desinformação como se fosse algum tipo de fonte primária bem documentada.

            Ponto número dez. Isso é o que eu chamo de uso de traidores ou substitutos, ou o que nós, na comunidade negra, chamamos de Tio Tom (Uncle Tom). Eles desenvolveram essa arte a um nível muito alto — pelo menos no meu caso, ou na comunidade negra. Mencionei Henry Louis “Skip” Gates. Existem muitas outras figuras notórias como essa na comunidade negra, que estão muito dispostas a fazer o que querem. Eu devo dizer que essas pessoas são muito, muito bem recompensadas. Essas pessoas receberam uma proeminência incrível. Elas viajam o mundo palestrando, às vezes por quinze mil dólares de cada vez. Esse é o tipo de honorários que essas pessoas recebem. Elas receberam cátedras em suas universidades. Muitos deles mal conseguem formar duas frases. Mas, por terem se disposto a jogar esse jogo, foram alçados à proeminência. Quando você pega o The New York Times, os vê na capa da seção de domingo da revista, abordando questões que dizem respeito aos negros. E não importa o que seja especificamente. Pode ser a história da África. Pode ser a política contemporânea no Caribe. Não importa. Eles são citados como autoridades, e assim por diante. Você também os verá na televisão PBS, em programas e documentários multimilionários, e assim por diante. E essa tem sido uma tática muito eficaz da parte deles: escolher pessoas de dentro, neste caso, do meu próprio grupo — isto é, pessoas que estão dispostas, de certa forma, a se vender pelas recompensas, reconhecidamente muito amplas, que recebem como resultado.

            Outra tática é a habilidade deles de se aproveitar da influência que, sem dúvida, têm em altos cargos. No Wellesley College, por exemplo, um novo reitor estava chegando justamente quando meu caso estava chegando ao clímax, por assim dizer. E essa nova reitora chegou sem saber nada sobre o que estava acontecendo. E, de alguma forma, essas pessoas a convenceram a escrever uma carta, que suspeito que eles mesmos devem ter redigido, pois ela não tinha conhecimento real do contexto do que estava acontecendo. Era uma carta me condenando por ensinar que judeus estavam envolvidos no tráfico de escravos. Essa carta, de acordo com relatos de jornais, foi enviada para talvez 40 a 60 mil pessoas. Então, o novo reitor do Wellesley College enviou de 40 a 60 mil cartas. Isso deve ser sem precedentes nos anais do ensino superior americano, eu acho. Isso é algo para o Guinness Book of World Records [risos]. Uma reitora de universidade enviando até 60, ou seja, seis a zero, mil cartas, condenando um de seus próprios professores por ensinar algo que é historicamente verdadeiro. Nunca, jamais ouvi falar de um caso assim. Talvez eu devesse mesmo escrever para o Guinness Book of World Records e ver se eles conseguem me imortalizar mencionando isso.

            Depois, houve a Associação Histórica Americana. Três historiadores judeus foram até a Associação Histórica Americana e conseguiram que ela decretasse – esse é o único termo que consigo usar – que decretasse, por decreto executivo, que os judeus não estavam envolvidos no tráfico de escravos. Nunca ouvi falar de nada parecido. Isso é totalmente antitético à maneira como a academia opera. Quem já ouviu falar de algo assim: fato histórico sendo determinado por decreto presidencial da Associação Histórica Americana? “Nós decretamos...”. É como uma Bula Papal na Idade Média... “Nós decretamos: Os judeus não estavam envolvidos no tráfico de escravos.” É absolutamente incrível, mas eles realmente foram bem-sucedidos em ter feito isso.

            Depois, há um dos casos mais incríveis de todos. Eu fui convidado para falar na cidade de Worcester, Massachusetts, pelo Worcester State College, por volta de 1994 ou 1995. E os grupos judaicos conseguiram que o prefeito de Worcester – uma das maiores cidades do estado – convocasse uma coletiva de imprensa especial, na qual ele tinha líderes de todas as principais religiões. Ele tinha um líder católico romano. Ele tinha um líder batista – líderes de várias denominações protestantes – e rabinos, membros da Liga Antidifamação (ADL) e assim por diante. O prefeito reuniu uma coalizão inteira de organizações religiosas e, aparentemente, de direitos civis. Para quê? Para me denunciar antes da minha apresentação no Worcester State College. Eles já haviam tentado pressionar a faculdade e as pessoas que me convidaram. Para seu grande crédito, essas pessoas permaneceram firmes. Recusaram-se a se curvar, e eu falei. Seria de se esperar que o prefeito tivesse coisas mais importantes para fazer. Mas aqui, esses grupos foram poderosos o suficiente para fazer com que o prefeito de uma grande cidade convocasse um conclave especial sobre um comunicado de imprensa judaico para me denunciar.

            Claro, o resultado foi que meu discurso, quando de fato aconteceu, atraiu o maior público da história da escola. Na verdade, eu não incluí isso originalmente na minha palestra, mas eu realmente deveria mencionar a tendência deles de, ocasionalmente, darem um tiro no próprio pé. Se tivessem me deixado em paz, acho que as únicas pessoas que saberiam do envolvimento judaico no tráfico de escravos seríamos meus 30 alunos e eu. Mas agora, é claro, o mundo inteiro sabe disso. E, como resultado, a questão da escravidão africana nunca mais será levantada sem que a questão do papel judaico faça parte da discussão. Agora está na vanguarda da consciência das pessoas. E isso se deve a eles. Quer dizer, eu nunca poderia ter promovido essa ideia da maneira que eles fizeram. [Risos]

            Outra tática, claro, é o uso da grande mídia. Eles ficam se tornam muito agitados quando se fala do controle que eles têm sobre a mídia. Essa é uma das piores coisas antissemitas que alguém pode dizer. E, no entanto, como no caso do envolvimento judaico em Hollywood, eles próprios se gabam de sua proeminência na mídia. Aliás, no meu livro, The Jewish Onslaught, cito Charles Silberman, um autor judeu que escreveu um livro na década de 1980 chamado A Certain People {Um Certo Povo}. E nele ele se gaba de que, dos sete principais editores do The New York Times, todos os sete eram judeus. Ele escreveu sobre as principais redes de TV e, embora eu me esqueça do número exato, ele menciona que a maioria dos produtores seniores das redes de TV eram judeus e que são esses produtores que realmente determinam o que aparece nas notícias, o que fica de fora, como a informação é interpretada e assim por diante. Portanto, as pessoas cruciais para a manipulação das notícias, escreveu ele, são principalmente judeus. Ele citou nomes. E eu o citei no meu livro. Mas eu era antissemita por citá-lo, o que não era incomum.

            Quando aquele enorme rolo, aquele rolo de comunicado à imprensa, foi publicado pelas quatro principais organizações judaicas, o Boston Globe, o principal jornal da cidade, publicou quatro artigos importantes, incluindo editoriais e artigos de opinião, em cerca de seis dias, atacando-me sobre essa questão. Isso incluiu um artigo de opinião no jornal de domingo e um editorial importante na página editorial. Novamente, estes estavam cheios de mentiras e distorções. Respondi com uma carta, que eles se recusaram a publicar. Então, eles tinham quatro artigos importantes me atacando em menos de uma semana, mas se recusaram a publicar minha réplica. E assim, como essas pessoas têm tanta influência sobre a grande mídia, isso lhes dá uma grande vantagem.

            Lembro-me de ser entrevistado para o programa de primeira página da Fox. Eles me entrevistaram por mais de uma hora, mas eu acho que minhas respostas às perguntas deles foram tão concisas que eles não conseguiram encontrar nenhuma frase de efeito para me prejudicar. Então, eles me deram algumas frases de efeito, talvez meio segundo cada, mas em vez de me deixarem falar, eles tinham um narrador que passava uns cinco minutos contando às pessoas o que eu tinha dito, mas não me deixava dizer nada, na prática. E essa também é uma das táticas deles.

            O uso de organizações é outra tática. Claro, não preciso falar para esta plateia sobre a Anti Defamation League {Liga Antidifamação}. Acho que também tenho um lugar de destaque no site da ADL {Anti Defamation League}. Embora eu não tenha verificado recentemente, por vários anos recebi Menção Honrosa todos os anos na lista de ocorrências antissemitas deles, e assim por diante. Na lista de ocorrências antissemitas do ano anterior, havia um item como: “Tony Martin deu uma palestra na faculdade XYZ”. Isso por si só seria citado como um evento antissemita — o fato de eu ter dado uma palestra em algum lugar. A ADL, na verdade, lançou um livro sobre mim. E embora eu o tenha há anos, ainda não o li. Eles pegaram o título do meu livro e o inverteram. Este relatório da ADL se intitula Academic Bigotry: Professor Tony Martin’s Anti-Jewish Onslaught {Intolerância Acadêmica: O Ataque Antijudaico do Professor Tony Martin}.

            Outra tática é o que chamo de histrionismo indecoroso. Quando eu falei no Worcester State College, havia uma senhora judia (acho que o nome dela era Schneider) que fazia parte do conselho administrativo da faculdade. Em meio a grande alarde, ela renunciou ao cargo por causa do convite da instituição. Mas isso é o que eu chamo de histrionismo estúpido. Teve muita repercussão na imprensa, é claro. Criou muito interesse na mídia. Mas, novamente, foi um tiro no próprio pé. Pelo que me lembro, eles haviam inicialmente programado que eu falasse em um auditório com capacidade para cerca de cem pessoas. Mas depois de toda a histeria, que eles próprios geraram, tiveram que mudar o local para o maior auditório que tinham, com capacidade para cerca de 300 pessoas. E mesmo isso não era grande o suficiente. Então, finalmente, quando cheguei em uma manhã fria e invernal de fevereiro, eles estavam com o auditório com capacidade para 300 pessoas totalmente lotado. Depois, tiveram que ligar circuitos fechados de televisão do lado de fora para que outras 300 pessoas ouvissem o que eu tinha a dizer. E, claro, meu discurso virou notícia de primeira página na manhã seguinte, no Telegram & Gazette de Worcester, e assim por diante.

            Outra coisa que eles tentam fazer é atribuir o que eu chamo de apelido a você. Eles tentam encontrar algum pequeno lapso de língua, ou alguma coisinha que possam tirar do contexto. E se encontrarem, toda vez que seu nome for mencionado na mídia, eles o culpam. Por exemplo, o Ministro Louis Farrakhan, da Nation of Islam, certa vez cometeu um lapso. Ele estava falando sobre um fato, como mencionei antes, de que 75% das famílias judias em 1830 possuíam escravos. Mas ele meio que se enganou, como costuma acontecer no meio de um discurso — um lapso de língua. E descobriu-se, quando ele disse isso, que os judeus possuíam 75% dos escravos. Foi obviamente um lapso. Mas eles mencionaram isso repetidamente desde então, muitas vezes usando essa frase de efeito para fazer parecer que ele era um grande falsificador da verdade.

            No meu caso, felizmente para mim, o máximo que conseguiram me atribuir foi o termo “polêmico”. Então, toda vez que me mencionam, eu me torno o professor “polêmico”. Eles também são muito bons no jogo do policial bom/policial mau. Enquanto alguém tenta te destruir de um lado, alguém vem do outro, todo sorridente e tudo mais. Mas cuidado com o policial bom. Muitas vezes, é melhor lidar com o policial mau, porque o bom costuma te colocar na cadeia muito mais rápido e suavemente do que o mau.

            E às vezes tentam te fazer de bobo. Ao mesmo tempo, tentam te destruir, tentam te dar conselhos. Ano passado, por exemplo, quando eu decidi aceitar o convite de David Irving para falar em Cincinnati, um cara cujo nome não lembro me enviou um e-mail dizendo o quão racista David Irving era. Ele me enviou uma cópia de um poema que Irving havia escrito, dizendo que não queria que sua filha se casasse com um rastafári ou algo assim — o que não vem ao caso, para mim. Se ele quer, quer que sua filha se case com um rastafári ou qualquer outra pessoa, ou que não se case com eles. E daí? Isso não tem nada a ver com nada, para mim. Mas, repito, aqui estão pessoas tentando me destruir, pessoas que passaram os últimos dez anos tentando me retratar como todo tipo de coisa, tentando tirar meu sustento. E essas mesmas pessoas podem ter a audácia, eu acho, de me alertar contra outra pessoa. A ideia toda é simplesmente incrível para mim. É claro que eu não prestei muita atenção ao que esses caras estavam tentando dizer.

            Outra tática deles é enviar mensagens de ódio. Eu descobri que a propensão deles para mensagens de ódio é absolutamente incrível. Até agora, ainda recebo muitos e-mails de ódio. E há alguns dias recebi um cartão-postal de ódio. Por um lado, eles tentam se apresentar em público como esses grandes liberais, pessoas legais e tudo mais, mas, ao mesmo tempo, estão divulgando esse outro tipo de coisa.

            O que também me lembra da tendência à violência. Havia um judeu, que se dizia judeu russo, chamado Alexander Nechaevsky, que chegou ao meu campus dizendo que tinha vindo me pegar. Por sorte, eu não estava lá para ser pego naquele dia. Eu estava em algum lugar fora da cidade. Mas ele veio à secretaria dizendo que tinha vindo me pegar e tudo mais. Eles tiveram que chamar a polícia do campus, e ele recebeu uma ordem — uma ordem de invasão de propriedade, acho que foi assim que a chamaram — para não aparecer no campus novamente.

            Então, essas são algumas das táticas que consegui extrair da minha interação com essas pessoas nos últimos nove ou dez anos. Novamente, eu fiquei muito fascinado pelo fato de ter me tornado mais consciente de situações semelhantes envolvendo outras pessoas, de modo que, ao que me parece, muitas dessas táticas podem ter uma aplicação muito mais generalizada.

            Eu não sei necessariamente a melhor maneira de responder. Mas eu posso talvez delinear, muito rapidamente, as maneiras pelas quais eu tenho tentado responder. Eu tenho tentado responder, antes de tudo, tentando me posicionar de pé em princípios. Desde o início, no que me diz respeito, estou falando a verdade. Afirmei que os judeus estavam de fato envolvidos no tráfico de escravos. E, enquanto eu estiver convencido, em minha própria mente, de que estou falando a verdade, então é isso. Eu tentei ignorar todas as outras tolices e tentei me firmar na verdade. Já estive na TV muitas vezes, debatendo com pessoas do Comitê Judaico Americano e assim por diante. E, novamente, nesse debate cara a cara, todas essas táticas entram em jogo. Elas tentam atacar sua credibilidade, seu caráter. Mas o que sempre tentei fazer nessas trocas foi ignorar, na medida do possível, todos os ataques ad hominem e me concentrar nos fatos. Então, eles dirão: “Tony Martin é um antissemita”. Eu simplesmente ignorarei. Eu digo que 75% das famílias judias possuíam escravos, de acordo com o censo de 1830. Vou me ater aos fatos e usarei esse tipo de aparição na mídia como uma oportunidade para informar quem estiver ouvindo.

            Eu também tenho tentado, sempre que possível, me aproveitar do poder da mídia deles. Houve momentos em que, sem querer, me deram a oportunidade de aparecer diante da grande mídia, e usei essas oportunidades ao máximo — novamente, para fazer pressão com fatos. Sei de antemão que tenho apenas 30 segundos, então tento enfiar o máximo de fatos possível nesses 30 segundos e simplesmente esqueço todas as questões antissemitas. Posso lidar com isso mais tarde.

            Eu também tentei desenvolver, com o melhor dos meus recursos limitados, algum tipo de resposta independente. Eu acho que a independência é um benefício muito, muito grande. Eu comecei minha própria pequena editora. É uma empresa pequena, mas foi muito, muito eficaz. Meu livro, The Jewish Onslaught, foi lançado e vendeu como água. Realmente fez a diferença, simplesmente ter algum tipo de mídia independente. Não era uma grande corporação nem nada, mas era independente. Eu a controlava e consegui reagir até certo ponto.

            Também acho importante ter algum tipo de estrutura de apoio. Tive muita sorte. Eles me atacaram numa época em que eu já tinha estabelecido uma estrutura de apoio bastante boa no meio acadêmico. Eu era relativamente conhecido. Não foi tão fácil para eles destruir minha credibilidade quanto seria para pessoas talvez menos destacadas. Mas eu descobri que ter uma estrutura de apoio e ser capaz de me valer dela era muito importante.

            E, finalmente, no meu caso, eu tentei, sempre que possível, levar o assunto a eles. Não fiquei sentado esperando, uma vez que a batalha começou. Eu a encontrei, na verdade. Principalmente no começo, eu acho que eles não estavam acostumados a ter pessoas revidando como eu. Eu acho que isso os desequilibrou um pouco. Eles vieram para cima de mim com todos os seus truques de sempre, esperando que eu desistisse imediatamente. Mas, uma vez que eu consegui revidar, e quando começou a parecer que tinham uma longa e prolongada luta pela frente, e não uma vitória fácil, levaram um tempo para realmente tentarem se reagrupar e descobrir o que fazer.

            Então, ofereço estas informações para as pessoas refletirem sobre essa reação. Muito obrigado.

Tradução por David Ciampa Heras

Revisão e palavras entre chaves por Mykel Alexander

Notas

[1] Nota de Mykel Alexander Ver resenha:

- Resenha de An Empire of Their Own: How The Jews Invented Hollywood {Um Império Próprio: Como os Judeus Inventaram Hollywood}, por Jack Wikoff, 08 de setembro de 2024, World Traditional Front.

https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2024/09/resenha-de-empire-of-their-own-how-jews.html

[2] Nota de Mykel Alexander: Sobre o confinamento dos judeus em campos de concentração no governo alemão de Adolf Hitler tendo sido distorcido como genocídios em campos de extermínio ver como introdução:

- As câmaras de gás: verdade ou mentira? - parte 1, por Robert Faurisson, 30 de outubro de 2020, World Traditional Front. (Primeira de seis partes, as quais são dispostas na sequência)

https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2020/10/as-camaras-de-gas-verdade-ou-mentira.html

- A Mecânica do gaseamento, por Robert Faurisson, 22 de outubro de 2018, World Traditional Front.

https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2018/10/a-mecanica-do-gaseamento-por-robert.html

- O “problema das câmaras de gás”, por Robert Faurisson, 19 de janeiro de 2020, World Traditional Front.

https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2020/01/o-problema-das-camaras-de-gas-por.html

- As câmaras de gás de Auschwitz parecem ser fisicamente inconcebíveis, por Robert Faurisson, 23 de janeiro de 2020, World Traditional Front.

https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2020/01/as-camaras-de-gas-de-auschwitz-parecem.html

- Testemunhas das Câmaras de Gás de Auschwitz, por Robert Faurisson, 20 de agosto de 2023, World Traditional Front.

https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2023/08/testemunhas-das-camaras-de-gas-de.html 

- A técnica e a química das ‘câmaras de gás’ de Auschwitz - Parte 1 – Introdução, por Germar Rudolf, 27 de janeiro de 2023, World Traditional Front. (Demais partes na sequência do próprio artigo).

https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2023/01/a-tecnica-e-quimica-das-camaras-de-gas.html 

- O Mito do extermínio dos judeus – Parte 1.1 {nenhum documento sequer visando o alegado extermínio dos judeus foi jamais encontrado}, por Carlo Mattogno, 22 de novembro de 2023, World Traditional Front.

https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2023/11/o-mito-do-exterminio-dos-judeus-parte.html

- Campos de Concentração Nacional-Socialistas {nazistas}: lenda e realidade - parte 1 - precedentes e funções dos campos, por Jürgen Graf, 10 de maio de 2023, World Traditional Front. (Demais partes na sequência do artigo).

https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2023/05/campos-de-concentracao-nacional.html

- O que é ‘Negação do Holocausto’?, por Barbara Kulaszka, 14 de outubro de 2020, World Traditional Front.

http://worldtraditionalfront.blogspot.com/2020/10/o-que-e-negacao-do-holocausto-por.html 

Como reunião dos resultados revisionistas ver: Germar Rudolf (Ed.), Dissecting the Holocaust - The Growing Critique of ‘Truth’ and ‘Memory’, Castle Hill Publishers, P.O. Box 243, Uckfield, N22 9AW, UK, novembro de 2019 (3ª edição revisada).

https://holocausthandbooks.com/index.php?main_page=1&page_id=1

Também ver de modo mais abrangente toda a série Holocaust Handbooks:

https://holocausthandbooks.com/index.php?main_page=1 


Fonte: Tactics of Organized Jewry in Suppressing Free Speech, por Prof. Tony Martin

https://ihr.org/other/tonymartin2002-html

 

Sobre o Autor: Tony Martin (1942-2013), historiador, era mais conhecido como especialista em história afro-americana. Durante anos, atuou como professor de Estudos Africanos no Wellesley College (Massachusetts). Ele nasceu em 1942 em Port of Spain, Trinidad e Tobago. Obteve um bacharelado com honras em economia pela Universidade de Hull (Inglaterra) e mestrado e doutorado em história pela Universidade Estadual de Michigan. Ele escreveu, compilou ou editou 14 livros. Foi talvez mais conhecido por seu trabalho sobre a vida e o legado do líder nacionalista negro Marcus Garvey. Seus muitos artigos e resenhas foram publicados em diversos periódicos acadêmicos e periódicos populares, bem como em obras de referência e antologias. Ele também foi um palestrante renomado e discursou para públicos em geral e acadêmicos nos EUA, Canadá e outros países. Martin se aposentou em junho de 2007 como professor emérito, após 34 anos no Departamento de Estudos Africanos do Wellesley College. Faleceu em janeiro de 2013, aos 70 anos, em Trinidad. Entre seus livros está The Jewish Onslaught.

___________________________________________________________________________________

Relacionado, leia também:

A Crítica de Acusação de Antissemitismo: A legitimidade moral e política de criticar a Judiaria - por Paul Grubach

Argumentos contra O PROJETO DE LEI nº 192 de 2022 (PL 192/2022) que propõe criminalizar o questionamento do alegado HOLOCAUSTO, o que, por consequência, inclui criminalizar também quaisquer exames críticos científicos refutando a existência do alegado HOLOCAUSTO – por Mykel Alexander

Liberdade para a narrativa da História - por Antonio Caleari

A mentira a serviço de “um bem maior” - Por Antônio Caleari


Sobre o revisionismo em geral e o revisionismo do alegado Holocausto ver:

Uma breve introdução ao revisionismo do Holocausto - por Arthur R. Butz

{Retrospectiva Revisionismo em ação na História} – Definindo evidência - por Germar Rudolf

{Retrospectiva Revisionismo em ação na História} – Tipos e hierarquia de evidências - por Germar Rudolf

Por que o revisionismo do Holocausto? - por Theodore J. O'Keefe

Revisionismo e Promoção da Paz - parte 1 - por Harry Elmer Barnes

Revisionismo e Promoção da Paz - parte 2 - por Harry Elmer Barnes

O “Holocausto” colocado em perspectiva - por Austin Joseph App

A controvérsia internacional do “holocausto” - Arthur Robert Butz

Contexto e perspectiva na controvérsia do ‘Holocausto’ - parte 1 - por Arthur R. Butz

Contexto e perspectiva na controvérsia do ‘Holocausto’ - parte 2 - por Arthur R. Butz

O Relatório Leuchter: O Como e o Porquê - por Fred A. Leuchter

Sobre a importância do revisionismo para nosso tempo - por Murray N. Rothbard


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Os comentários serão publicados apenas quando se referirem ESPECIFICAMENTE AO CONTEÚDO do artigo.

Comentários anônimos podem não ser publicados ou não serem respondidos.