domingo, 14 de julho de 2024

Deus, os judeus e nós – Um Contrato Civilizacional Enganoso - por Laurent Guyénot

 

Laurent Guyénot


Os rabinos costumam dizer que o antissemitismo é o ciúme daqueles que não foram escolhidos por Deus – um tipo de complexo de Caim.

O conselheiro político judeu francês Jacques Attali propõe uma variação mais sutil: o antissemitismo é o ressentimento contra aqueles a quem estamos em dívida.1 O que os cristãos devem aos judeus? Deus, é claro! Sem os judeus, não conheceríamos a Deus, e nós ficamos ressentidos com eles por isso.

Eu discordo. Se os goyim {os não-judeus#1} são ingratos, pode ser porque, no mais profundo de suas almas, sabem que foram enganados. Eles aceitaram dos judeus um Deus falso, uma falsificação grotesca e malévola. Pior ainda, os judeus os convenceram há muito tempo a jogar fora o produto real que eles tinham durante todo tempo tido.

Nós, cristãos, assinamos um contrato civilizacional que durante dois mil anos nos proíbe de aceder à ideia de Deus apenas através da razão, como nos ensinaram os gregos e romanos, e que, em vez disso, requer a nossa adesão à “revelação” dos judeus ”que Deus é o deus de Israel. Os judeus privaram-nos assim da liberdade mais essencial e obtiveram de nós o reconhecimento da sua superioridade metafísica original, um poder simbólico inigualável e imparável.

 

A civilização da astúcia

Nós deveríamos ter conhecido melhor. Está bastante claro nas escrituras judaicas que a astúcia é a essência do judaísmo. Foi enganando seu pai, seu irmão e seu tio que Jacó se tornou o fundador homônimo de Israel (Gênesis 25-36). John E. Anderson tentou justificar esta “teologia do engano” hebraica em um livro intitulado Jacob and the Divine Trickster (2011). Como pode Deus ser “cúmplice do engano de Jacó”? A resposta de Anderson é que Deus tinha que existir, para o propósito mais elevado de “a perpetuação da promessa ancestral”.2 Mas é claro, a questão em si é estúpida, a menos que, como Anderson, você seja vítima do engano bíblico central e tome o Deus bíblico seriamente. Se Jeová é apenas “o deus de Israel que finge ser Deus”, então tudo é perfeitamente lógico: como deus, como as pessoas e vice-versa.

A origem deste truque metafísico parece remontar ao século V a.C., na Babilónia sob domínio persa, quando Esdras publicou a primeira versão do Tanakh#2 (mais tarde revisto pelos hasmoneus). Como eu mostrei em From Yahweh to Zion, o subterfúgio é quase transparente nos livros de Esdras e Neemias, nos quais a divindade chamada “Jeová, o deus de Israel” no corpo principal do texto, é chamada de “Jeová, o Deus do Céu” nos falsos éditos atribuídos aos reis persas que autorizam a reconstrução do templo em Jerusalém: a implicação é que os persas zoroastristas foram induzidos a acreditar que os judeus adoram o Deus universal.

Esdras estava vivendo ao redor da época do rei dos reis persa, Artaxerxes I, que tinha uma política religiosa notoriamente tolerante. É interessante que Heródoto, que viveu no mesmo período, escreveu isto sobre os persas: “Eles consideram a mentira a coisa mais vergonhosa de todas.”

Não está claro até que ponto os persas foram realmente enganados pelos judeus (já chamados de judeus). Mas desde aquele dia, a relação do reino judaico com o Império (e mais amplamente com os gentios) tem sido baseada neste mesmo duplo discurso: aos gentios é dito que o Templo de Jerusalém é dedicado ao Grande Deus universal, mas os judeus sabem que é a morada do deus de Israel, onde apenas os israelitas são permitidos. Este duplo discurso torna-se um duplo significado paradoxal: Jeová é simultaneamente o Deus universal e o deus nacional de Israel. E este duplo significado paradoxal é internalizado pelos próprios judeus, cuja mente é distorcida por esta bobagem cognitiva de geração em geração.

Outra faceta desta estratégia efetuada é o duplo significado do judaísmo, que para os judeus significa separação étnica, mas que para os gentios é apresentado como uma fé no Deus universal. O primeiro significado é prático, o segundo é teórico; a prática é para os judeus, a teoria é para os gentios. Mas o duplo significado é internalizado, e os judeus consideram que o que os une é tanto uma religião (judaísmo) como uma comunidade genética (judiaria).

Israel é, portanto, a civilização da trapaça, da astúcia, da linguagem ambígua, da mentira e de qualquer outro sinônimo que você possa encontrar. A astúcia foi inicialmente uma forma de sobrevivência coletiva para os judeus em tempos de exílio ou dispersão, mas ao longo dos séculos tornou-se um modo de vida e uma maneira de dominação.

A civilização romana baseava-se na cultura grega, centrada na sabedoria, sinônimo de verdade. Embora Roma também tivesse uma paixão pela construção de impérios, esta baseava-se numa paixão pelo direito, que era uma aplicação prática da razão grega. Isto eu expliquei no meu artigo anterior (Israel vs. Direito Internacional: Quem vencerá?)#3, onde eu comparei a lei de Roma baseada na razão humana e no universalismo, com a lei de Israel baseada na revelação divina e no chauvinismo étnico.

Aqui eu recordarei brevemente os três principais episódios da luta até à morte entre as civilizações romana e judaica, começando na era helenística e terminando com a conversão de Roma ao cristianismo. Mas primeiro, vamos resolver a questão de Deus: os romanos acreditavam em Deus? Em outras palavras: precisávamos ser apresentados a Deus pelos judeus?

 

O Deus dos romanos

Nós normalmente pensamos no conflito entre Roma e Jerusalém como um conflito entre o politeísmo e o monoteísmo. Isso não é falso. Nenhum povo era mais politeísta que os romanos. Eles eram tão hospitaleiros com os deuses que até adotaram os deuses dos povos vencidos. Mitra é um caso disso.

Mas a oposição entre politeísmo e monoteísmo é superficial. Os romanos instruídos acreditavam na unidade do divino, isto é, em um Deus. Eles reconciliaram este monoteísmo filosófico com o politeísmo popular e cívico de duas maneiras. Primeiro, havia um Deus supremo, a quem chamavam de Júpiter, que significa simplesmente “Deus Pai” (proveniente de Diu e Pater). Em segundo lugar, todos os deuses poderiam ser considerados como diversas manifestações ou representações limitadas do divino. Portanto, “Deus” e “os deuses” são expressões indiferentes em Sobre a natureza dos deuses, de Cícero, e em muitos outros textos antigos. (E vamos lembrar que em uma das fontes mais antigas da Bíblia Hebraica, o singular El e o plural Elohim são usados ​​intercambiavelmente).

Vamos pensar desta forma: por que Deus seria masculino em vez de feminino, e singular em vez de plural? Os gregos, tal como os egípcios, achavam natural imaginar o divino como uma diversidade e uma unidade. O politeísmo era um monoteísmo inclusivo.

A maioria dos romanos instruídos eram ecléticos em suas opiniões filosóficas, mas a escola mais influente era o estoicismo. Teve o favor de Cícero no final da República e de Marco Aurélio no apogeu do Império. Que os estóicos professavam uma forma de monoteísmo está fora de discussão. Num famoso Hino a Zeus, o filósofo estóico Cleantes (século III a.C.) chamou Deus de “o grande Soberano da Natureza, governando tudo pela lei”, para quem os homens devem voltar suas mentes a fim de viverem “a vida nobre, a única verdadeira riqueza”. Cleantes orou para que as pessoas que praticam o mal pela ignorância pudessem ser iluminadas: “Dispersa, ó Pai, as trevas de suas almas”.

É dito que os estóicos confundiram Deus com o Cosmos ou com a Natureza, e por isso foram rotulados nos tempos modernos como “panteístas”. Mas nós devemos ter cuidado com as palavras gregas e suas traduções: Kosmos significa “ordem”, implicando um “Design Inteligente”, e Natureza (Phusis) tem um significado dinâmico: é o princípio animador dentro da Natureza.

Gregos e romanos, contudo, não fingiam conhecer a Deus, muito menos o que Deus quer, o que Deus diz ou o que Deus gosta. Tal antropomorfismo era aceitável para deuses, não para Deus. Deus é, para o filósofo, o incognoscível, ou pelo menos o indizível, uma vez que dizer qualquer coisa sobre Deus era impor uma limitação ao infinito. Podemos chamar isso de humildade filosófica, que contrasta com a arrogância teológica.

Mas se Deus é incognoscível, as leis pelas quais Ele governa o Cosmos são parcialmente acessíveis à ciência humana. Estas leis constituem uma espécie de princípio intermediário, o pensamento criativo ou sabedoria de Deus, chamado Logos na tradição platônica, às vezes identificado como a Sophia feminina, a Sabedoria de Deus. O fato de o universo ser regido por leis naturais é prova da existência de Deus, segundo Cícero (Da natureza dos deuses II.4):

Realmente, o que pode ser tão patente e tão transparente, quando observamos o céu e contemplamos os corpos celestes, quanto existir algum poder divino de mente poderosíssima, pelo qual são regidas essas coisas?#4

 

{Marco Túlio Cícero (106-43 a.C.): luminar da República Romana e do Ocidente}


O Deus dos Judeus

Ao contrário dos romanos, que pensavam que Deus era diretamente incognoscível, os judeus consideravam que eles, e somente eles, conheciam Deus pessoalmente. Só eles sabem o real nome de Deus, que ele disse a Moisés numa entrevista pessoal.#5 Eles até mesmo sabem o endereço de Deus: Ele mora em Jerusalém e em nenhum outro lugar (eles o trouxeram do Sinai em uma arca). Somente os judeus estão familiarizados o suficiente com Deus para saber o que Ele gosta e o que não gosta (Ele gosta do “agradável odor” dos holocaustos, por exemplo, Gênesis 8:21), ou o que Ele quer em qualquer momento específico, dependendo de Seu humor. O Deus judeu é um indivíduo e falante.

O mais importante, claro, é que os judeus sabem que Deus os escolheu para governar o mundo. Deus disse-lhes em Deuteronômio 32:8-9 que depois de criar todas as nações, Ele delegou um pequeno “filho de Deus” (anjo?) a cada nação, mas manteve Israel para Si mesmo. E outras nações servirão a Israel ou perecerão: “Os reis {...} prostar-se-ão diante de ti com o rosto em terra e lamberão o pó dos teus pés”, enquanto “obrigarei teus opressores a comerem a sua própria carne!” (Isaías 49: 23-26). Assim falou Jeová!

De acordo com os greco-romanos, Deus se comunica com os homens através da razão. A razão é a fonte do conhecimento, e o conhecimento é a fonte da virtude, que é uma vida em harmonia com o cosmos (e com a sua própria natureza ou destino), e a fonte da verdadeira felicidade. Isto é estoicismo em seu núcleo e resumido.

Ao contrário do Deus greco-romano, o Deus judeu não se conecta com o seu povo pela razão, mas pela lei. “Conhecimento do bem e do mal”, o ponto principal da filosofia grega, é o fruto proibido em Gênesis 3, uma história que é um óbvio ataque polêmico ao helenismo (o que prova a origem tardia desta história). O romano pagão Celso (por volta de 178 d.C.) comentou que o Deus judeu é o inimigo da raça humana “Este Deus é verdadeiramente digno de maldição no jupizo daqueles que o consideram como tal, pois amaldiçoou a serpente que trazia o conhecimento do bem e do mal aos primeiros homens”.3 Não há outro padrão moral na tradição hebraica além de seguir as leis e comandos arbitrários de Jeová (como matar todos nesta ou naquela cidade).

O Deus supremo é para os romanos, e para os estóicos em particular, um princípio de unidade e, portanto, de harmonia entre os homens. O Deus judeu, pelo contrário, traz divisão: a sua Lei (Torá) aponta a como direção principalmente separar o seu povo escolhido do resto da humanidade. Mesmo antes de Abraão nascer, o Deus judeu odiava ver os homens concordarem entre si para realizar grandes coisas, como uma grande cidade com “uma torre cujo ápice penetre os céus”. Ele disse a si mesmo: “Vinde! Desçamos! Confundamos a sua linguagem para que não mais se entendam uns aos outros” (Gênesis 11:6-7). Dado que a civilização helenística foi fundada no uso universal da língua grega, podemos detectar nesta história da Torre de Babel, tal como na história do Jardim do Éden, uma declaração de guerra contra o helenismo.

Antes de se opor a Roma, Jerusalém se opôs à civilização helenística, que abrangia os reinos selêucida e lágida (ou ptolomaico). E como nós veremos agora, havia uma dimensão religiosa inconfundível neste choque de civilização, uma vez que o separatismo judaico foi diretamente causado pela afirmação incompreensível dos judeus de que o seu deus étnico era o Deus universal, por outras palavras, que o Deus universal amava apenas Judeus e queria ser adorado somente por Judeus, em Jerusalém.

 

Roma x Jerusalém: o choque de civilizações

Em 167 a.C., o rei Antíoco IV Epifânio, tomando os judeus em suas palavras de que Jeová era o Deus Cósmico Supremo, teve seu templo dedicado a Zeus Olympios. A maioria dos judeus amava a cultura grega e não tinha objeções. Mas, como sempre na história de Israel, uma elite fanática provocou uma guerra civil e tomou o destino de Israel nas suas próprias mãos (como contado nos Livros dos Macabeus). Este episódio é interessante porque ilustra a natureza fundamentalmente enganosa do monoteísmo judaico. Os judeus não só se recusaram a mostrar respeito pelos deuses de outros povos, destruindo os seus santuários onde quer que pudessem, mas também negaram aos gentios o direito de participar na adoração do seu deus, embora afirmassem que ele era o Deus supremo de toda a humanidade. Isto era máxima e totalmente incompreensível para os gregos. Durante este período apareceram as primeiras expressões escritas de judeofobia, que incluem várias versões da história de que os judeus não tinham escapado do Egito como alegavam, mas tinham sido expulsos de lá como leprosos físicos ou espirituais.

Nós encontramos esta história, por exemplo, em Diodoro Sículo, que também conta que, quando o rei Antíoco VII Euergetes sitiou Jerusalém em 134 a.C., os seus amigos “aconselharam-no sinceramente a erradicar toda a nação, ou pelo menos a abolir as suas leis, e obrigá-las a para mudar seu antigo modo de vida. Mas o rei, sendo de espírito generoso e de temperamento brando, recebeu reféns e perdoou os judeus: mas demoliu os muros de Jerusalém e recebeu o tributo que lhe era devido” (34.1). Assim, o reino hasmoneu sobreviveu, até que o general romano Pompeu interveio para pôr fim a uma guerra civil e pôr fim à independência judaica (62 a.C.).

Em 66 d.C., o imperador Nero enviou seu general Vespasiano e seu filho Tito para subjugar a rebelde Jerusalém. A guerra durou quatro anos e terminou com o saque e a destruição do templo. Os romanos normalmente acolheriam bem os deuses dos povos vencidos, mas o deus dos judeus, Jeová, era considerado inassimilável, até mesmo venenoso. E assim os seus objetos sagrados foram tratados como despojos de guerra e, como explica Emily Schmidt, “o povo judeu foi transformado no derradeiro antirromano: rebeldes derrotados sem deus”.4 [Ainda mais, desde que os judeus através do mundo usavam para pagar dois dracmas (moedas de prata) por ano para o templo deles, Vespasiano agora os compeliu a pagar a taxa para o templo de Júpiter no Capitólio]5. A mensagem não poderia ser mais clara.

Na dinastia seguinte, o Imperador Trajano teve de reprimir as insurreições judaicas em toda a Diáspora, e especialmente no Norte de África (115-117). Seu herdeiro Adriano tentou erradicar a nacionalidade judaica proibindo a circuncisão, sob pena de morte. No entanto, ele teve que enfrentar uma séria revolta messiânica em Jerusalém, liderada pelo autoproclamado messias Shimon Bar Kochba, que conseguiu estabelecer um estado independente durante alguns anos (132-135). A campanha militar romana deixou 580.000 mortos, segundo Dio Cássio, que adiciona: “Em Jerusalém, Adriano fundou uma cidade no lugar daquela que havia sido arrasada, chamando-a de Aelia Capitolina, e no local do templo do deus, ele ergueu um novo templo para Júpiter.”6 [Os judeus foram banidos da cidade. O nome de Israel foi apagado e a nova província foi renomeada como Syria Palæstina (em memória dos antigos filisteus, de ascendência grega). Como Martin Goodman comenta em Rome and Jerusalem: The Clash of Ancient Civilizations: “Aos olhos de Roma e a mando de Adriano, os judeus deixaram de existir como uma nação na sua própria terra.”]7

Nós devemos, portanto, lembrar que a luta entre Roma e Jerusalém é uma força dialética central na história antiga. Esta realidade tem sido largamente subestimada na historiografia ocidental, herdeira de uma civilização cristã cuja vocação era reconciliar Roma e Jerusalém.

 

Como Jerusalém colonizou Roma

Israel sobreviveu à tentativa de erradicação de Adriano, graças à cultura talmúdica da diáspora. O ódio a Roma (identificado com Edom, isto é, Esaú) tornou-se parte integrante deste Israel sem terra. Este ódio certamente estava fermentando entre os 97.000 judeus cativos trazidos de volta a Roma por Vespasiano e Tito (de acordo com Flávio Josefo), muitos dos quais foram posteriormente libertados, alguns deles, como o próprio Josefo, até mesmo adotados pela família imperial. Nos primeiros dois séculos da nossa era, este ódio a Roma foi expresso enigmaticamente na literatura judaica apocalíptica, muitas vezes em termos emprestados do Livro de Daniel: Roma era a quarta besta na visão de Daniel, com dez chifres na cabeça, “que era diferente de todas outras, extremamente terrível, com dentes de ferro e garras de bronze, que comia e triturava, e depois calcava aos pés o que restava,” (7:19-20).

O Livro do Apocalipse, que encerra o cânone cristão, pertence a este gênero literário. Roma é designada como “Babilônia, a Grande, a mãe de todas as prostitutas”, “montada sobre uma Besta escarlate cheia de títulos blasfemos, com sete cabeças e dez chifres.” (17:3-5). “Caiu! caiu Babilônia, A Grande”, grita o anjo; “por isso suas pragas virão num só dia: morte, luto e fome, e pelo fogo será devorada” (18:2-8). Isto é seguido por uma visão do renascimento de “a Cidade Santa, Jerusalém, que descia do céu junto de Deus” (21:10).

Como podemos nós explicar esta demonização de Roma no que se tornaria a religião de Roma no século IV? Ou invertamos a questão: como podemos explicar que Roma se converteu a uma religião cuja profecia programática era a queda de Roma e o renascimento de Jerusalém?

A conversão de Roma ao Cristianismo é um dos maiores enigmas da história humana. Eu tenho compartilhado alguns pensamentos sobre esta questão em “Como Jeová Conquistou Roma - Cristianismo e a Grande Mentira”#6 e adicionarei mais alguns aqui.

Nós devemos partir do fato, dificilmente contestado por ninguém, de que o cristianismo se espalhou pela primeira vez na sociedade romana a partir da base e não do topo. De acordo com o autor pagão Celso, escrevendo sob Marco Aurélio (161-180 d.C.), os pregadores cristãos, “que nos mercados realizam os truques mais vergonhosos e que reúnem multidões ao seu redor, nunca se aproximariam de uma assembleia de homens sábios, nem ousar exibir suas artes entre eles.” Eles têm como alvo pessoas ignorantes e crédulas, escravos e mulheres em particular (Orígenes, Contra Celso, III, 50). O Cristianismo foi denunciado pela aristocracia romana como sendo subversivo dos valores romanos.

Isto pode ajudar a explicar por que acabou sendo promovido e depois aplicado pelos imperadores romanos. Pelo século III, os imperadores já não eram senadores romanos, mas comandantes militares estrangeiros: a dinastia Severa (193-235) era de origem síria e púnica, com forte ligação ao culto sírio de Elagabal (do árabe Ilah Al-Gabal, “deus da montanha”). Depois deles veio Filipe, o Árabe (244-249). As dinastias Constantiniana e Valentiniana eram originárias dos Bálcãs. Teodósio I (379-395) nasceu na Espanha cartaginesa e pode ter sido descendente de púnicos. Todos estes imperadores parecem ter usado a superstição popular cristã contra a classe senatorial romana.

Um episódio revelador ocorreu em 357, quando Constâncio II ordenou a remoção do Altar da Vitória, com a sua estátua da deusa alada segurando um ramo de palmeira, da Câmara do Senado de Roma. Foi restaurado por Juliano, mas removido novamente porGraciano. O principal senador Símaco implorou a Valentiniano II que o restaurasse e, com ele, as “cerimônias ancestrais” que trazem a bênção de Deus a Roma. “Quem é tão amigo dos bárbaros que não exige um Altar da Vitória?” ele perguntou.

Obviamente havia mais aqui do que apenas uma luta entre imperadores cristãos e senadores pagãos. Removendo a deusa da Vitória do Senado Romano! Poderia haver um símbolo mais sinistro? Foi uma retaliação pelo incêndio do templo de Jerusalém?

Jesus realmente matou Roma? Os romanos pagãos pensavam assim. Após o saque da cidade por Alarico em 410, os cristãos foram acusados ​​de arruinar o amor à pátria e a coragem de defendê-la (Maquiavel defenderia o mesmo nos seus Discursos sobre Tito Lívio II.2). Agostinho escreveu A Cidade de Deus em resposta a essa acusação. Ele não negou que os cristãos não poderiam se importar menos por Roma, estando somente preocupados com a sua cidade celestial. Mas ele queria que os romanos soubessem que tudo o que sofreram durante o saque sangrento da sua cidade – perda de propriedades ou de entes queridos – foi para o bem deles, uma vez que os aproximou de Deus. Quanto às jovens que foram estupradas, não deveriam se preocupar, pois suas almas não foram contaminadas – a menos que elas experimentassem algum prazer, é claro (I.10)

Embora Roma tivesse esmagado militarmente Jerusalém de novo e de novo, a guerra terminou com a rendição espiritual de Roma. À medida que a cidade de Roma se tornou uma colónia de Jerusalém, com um papa sentado no palácio imperial de Latrão, um novo Império Romano emergiu na Alemanha, e a luta entre essas duas Romas tornou-se a questão central da Idade Média Europeia. Frederico II Hohenstaufen, o homem que alegadamente afirmou que “o mundo inteiro foi enganado por três impostores: Jesus Cristo, Moisés e Maomé” (de acordo com a acusação do Papa Gregório IX), foi uma espécie de Adriano ou Marco Aurélio, e um precursor do Renascimento; os papas o odiavam biblicamente, excomungaram-no três vezes e garantiram que sua descendência fosse exterminada até o último neto.

Dezoito séculos depois de Adriano, o Ocidente cristão devolveu Jerusalém e a Palestina aos judeus. Para resumir uma longa história: a Roma Pagã abominou Israel e destruiu-o, a Roma Cristã venerou este mesmo antigo Israel e recriou-o.


Enquanto isso, o que aconteceu com o Deus judeu que adotamos com o cristianismo? Ele está morto. Os Europeus rejeitaram esta zombaria blasfema de Deus e agora encontram-se sem Deus. Enquanto isso, o Poder Judaico está vivo e bem.

Tradução e palavras entre chaves por Mykel Alexander

 

Notas

1 Nota de Laurent Guyénot: Jacques Attali, The Economic History of the Jewish People, ESKA Publishing, 2010. 

#1 Nota de Mykel Alexander: A palavra vem do idioma judaico iídiche. Ver vocábulos gói e goy em Dicionário Houaiss da língua portuguesa, Editora Objetiva, Rio de Janeiro, 2011, 1ª edição. É muito interessante constatar que dada a importância e publicidade da tradição judaica em geral bem como a de sua liderança organizada, a qual arregimenta a maioria do povo judeu (parte inconscientemente e parte conscientemente) para seus próprios interesses, configurando-se assim o judaísmo organizado internacionalmente ou simplesmente judaísmo internacional, a palavra gói, singular, é pobremente abordada no possivelmente mais importante dicionário de língua portuguesa, o Dicionário Houaiss da língua portuguesa, e sem nem mesmo ter menção de seu uso no plural. A enorme Encyclopaedia Judaica (2ªedição 2007), composta por 22 volumes de cerca de 800 páginas cada, curiosamente não tem entrada para a palavra goy, tendo apenas entrada para a palavra GOIIM, a qual é interpretada simplesmente como nações, e no contexto geral da narrativa bíblica como nações em conflito com os judeus, podendo ser admitida no decorrer do texto como sinônimo para a palavra goyim (Ver volume 07 da Encyclopaedia Judaica, entrada GOIIM). Um anterior esforço enciclopédico da erudição judaica foi a eruditíssima Jewish Encyclopedia, 12 volumes (1901-1906), em seu volume 7 consta apenas o vocábulo GOY o qual é redirecionado para o vocábulo GENTILE (a qual é uma palavra em inglês procedendo da palavra latina gentilis) presente no volume 5, não constando os vocábulos GOIIM, GOYIM ou demais variações. Deste modo, relativamente escondida alocada e colocada como equivalente na palavra GENTILE na Jewish Encyclopedia, a palavra goy (em português gói) refere-se aos não judeus, conforme aí expresso:

“{...} comumente aplicado aos não judeus. O termo é dito (mas falsamente assim) para implicar inferioridade e expressar e expressar desprezo. Se usado, afinal, por judeus dos tempos modernos – muitos deles evitando-o em tudo, preferindo falar de ‘não-judeus’ – esta construção de suas implicações deve certamente ser abandonada como contrário à verdade. A palavra ‘Gentil’ corresponde no hebraico tardio ‘gói,’ um sinônimo para ‘nokri,’ significando ‘estranho,’ ‘não judeu.’ No hebraico da Bíblia ‘gói’ e seu plural ‘goyym’ originalmente significava ‘nação,’ e eram aplicados tanto para ‘israelitas’ e para ‘não-israelitas’. {...} ‘Gói’ e ‘goim,’ contudo, são empregadas em muitas passagens para designar nações que são politicamente distintas de Israel {...}. A partir desde uso é derivado o significado de ‘estranho’ {...} Conforme os não israelitas e nokri eram ‘adoradores de deuses {equivalente a pagão},’ ‘gói’ veio a denotar um ‘adorador de deuses {equivalente a pagãos},’ {...}. Em seu mais compreensivo sentido ‘gói’ corresponde a outro termo tardio, ‘ummot há-'olam’ (os povos do mundo).” (Jewish Encyclopedia, volume 5, vocábulo GENTILE).

                Em suma, é inegável que foi acumulada uma conotação controversa sobre a palavra gói e de seu plural goyim/goim, que sem dúvidas se refere ao não judeu, estabelecendo inegavelmente uma conotação da relação “nós e eles” cuja apuração na literatura bíblica evidencia atritos em tal relação, e que pode ainda revelar mais atritos ao ser feita uma apuração de como é a conotação da palavra gói e de seu plural goyim/goim em outras bases literárias da tradição judaica, tais como o Talmud 

2 Nota de Laurent Guyénot: John E. Anderson, Jacob and the Divine Trickster: A Theology of Deception and Yhwh’s Fidelity to the Ancestral Promise in the Jacob Cycle, Eisenbrauns, 2011, página 1. 

#2 Nota de Mykel Alexander: A coleção de Escrituras canônicas do judaísmo é nomeada Tanak, acrônimo formado pelas primeiras letras das três partes da Bíblia judaica:

- Tōrāh ou Torá (Lei, instrução) – são os cinco primeiros livros (GênesisÊxodoLevíticoNúmerosDeuteronômio) da bíblia judaica e do Antigo Testamento da bíblia cristã;

- Năḇīʾīm ou Nevi'im (Profetas);

- Kăṯūḇīm ou ketuvim (Escritos).

                Nestas três partes estão distribuídos vinte e quatro livros de origens manuscritas.

                O cânon da Bíblia judaica o qual foi fixado pelos judeus da Palestina no início da era cristã só admite os livros hebraicos, e foi acolhido também pelas vertentes cristãs evangélicas, excluindo complementos gregos adicionados em Ester e Daniel (algumas partes em grego; SusanaBel e o Dragão), bem como demais livros não oriundos do hebraico (JuditeTobiasMacabeus I e II mais III e IV apócrifos; EclesiásticoLivro da Sabedoria ou Sabedoria de SalomãoBarucCarta de Jeremias.) originalmente incorporados no cânon católico.  

                Ver:

Bíblia de Jerusalém, 1ª edição, 2002, 12ª reimpressão, 2017, Paulus, São Paulo. Ver na parte introdutória a listas dos livro da Bíblia Hebraica e lista de livros da Bíblia Grega.

- Brian Kibuuka, A Torá comentada, Fonte Editorial, São Paulo, 2020. Ver prefácio do Dr. Waldecir Gonzaga e apresentação de Brian Kibuuka (páginas 21-24).  

#3 Nota de Mykel Alexander: Israel vs. Direito Internacional: Quem vencerá?, por Laurent Guyénot, 07 de julho de 2024, World Traditional Front.

https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2024/07/israel-vs-direito-internacional-quem.html  

#4 Nota de Mykel Alexander: Cícero, A natureza dos deuses, II, 4. Tradução de Bruno Fregni Basseto, EDUFU, Uberândia, 2015. 

#5 Nota de Mykel Alexander:  Uma das principais manipulações bíblicas do projeto de domínio do judaísmo internacional é através da narrativa de que a divindade adorada pelos judeus, Jeová, é o Deus universal, supremo, portanto, não só o deus dos judeus, mas também de todos os povos. Esse artifício do judaísmo internacional é abordado por Laurent Guyénot no presente artigo e em outros trabalhos dele. As vertentes cristãs, especialmente dissidentes do catolicismo, tais como a sucessão de igrejas anglicanas, protestantes e pentecostais promovem ou se valem de traduções em que a divindade judaica denominada de Jeová, comumente escrita em linguagens ocidentais como Jehovah ou Yahweh ou YHWH seja traduzida como Senhor. Todavia, mesmo sendo o cristianismo uma derivação do judaísmo, na tradição cristã as características da divindade descritas pelos apóstolos cristãos, isto é, as que constam no Novo Testamento, escrito sob a influência dos ensinamentos atribuídos a Jesus, diferem das características da divindade descritas no Antigo Testamento, antecedem os ensinamentos atribuídos a Jesus. Dado tal contexto, houve na tradição cristã em seus primeiros séculos o cuidado de discernir na Bíblia o termo para se referir a divindade do Antigo Testamento como Jehovah ou Yahweh ou YHWH, e para se referir a divindade do Novo Testamento o termo Senhor. Os judeus, na época do surgimento do cristianismo, possuíam uma visão de divindade com muitas divergências da visão de divindade que os apóstolos cristãos possuíam, e outras vertentes ligadas ao judaísmo e ao cristianismo possuíam ainda mais divergências de como compreendiam a divindade, inclusive algumas vertentes conhecidas como gnósticas viam a divindade judaica do Antigo Testamento justamente como o mal. Desta maneira para as passagens bíblicas deste artigo será usada a versão traduzida publicada como Bíblia de Jerusalém (1ª edição, 2002, 12ª reimpressão, 2017, Paulus, São Paulo), da École biblique de Jérusalem (Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém), a qual é vertida diretamente do hebraico, do aramaico e do grego para o português, de modo que nos textos do Antigo Testamento a divindade judaica é traduzida como Yahweh, mas, por fins didáticos, usarei a forma simplificada de Jeová. É preciso registrar que, ao menos a edição em português, a tradução da Bíblia de Jerusalém atenua muito através da escrita o impacto da violência, crueldade e agressividade o teor das passagens bíblicas, especialmente as do Antigo Testamento 

3 Nota de Laurent Guyénot: Orígens, Contra Celso, VI, 28. {Tradução a partir do grego por Orlando dos Reis, 2ª edição, 2011, editora Paulus, São Paulo}.

4 Nota de Laurent Guyénot: Emily A. Schmidt, “The Flavian Triumph and the Arch of Titus: The Jewish God in Flavian Rome,” sur escholarship.org; também Jodi Magness, “The Arch of Titus and the Fate of the God of Israel,” Journal of Jewish Studies, 2008, vol. 59, n°2, páginas 201-217. 

5 Nota de Laurent Guyénot: Martin Goodman, Rome and Jerusalem: The Clash of Ancient Civilizations, Penguin, 2007, página 454. 

6 Nota de Laurent Guyénot: Martin Goodman, Rome and Jerusalem: The Clash of Ancient Civilizations, Penguin, 2007, página 484. Eusébio de Cesaréia tem uma cronologia diferente, mas é uma fonte muito posterior. 

7 Nota de Laurent Guyénot: Martin Goodman, Rome and Jerusalem: The Clash of Ancient Civilizations, Penguin, 2007, página 494. 

#6 Nota de Mykel Alexander: Como Jeová Conquistou Roma - Cristianismo e a Grande Mentira - parte 1 - Jeová como uma mentira, por Laurent Guyénot, 06 de maio de 2023, World Traditional Front. (Demais partes na sequência do artigo).

https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2023/05/como-jeova-conquistou-roma-cristianismo.html

 


God, the Jews, and Us - A Deceitful Civilizational Contract, por Laurent Guyénot, 29 de junho de 2024, The Unz Review – An Alternative Media Selection.

https://www.unz.com/article/god-the-jews-and-us-a-deceitful-civilizational-contract/

Sobre o autor: Laurent Guyénot (1960-) possuí mestrado em Estudos Bíblicos e trabalho em antropologia e história das religiões, tendo ainda o título de medievalista (PhD em Estudos Medievais em Paris IV-Sorbonne, 2009) e de engenheiro (Escola Nacional de Tecnologia Avançada, 1982).

Entre seus livros estão:

LE ROI SANS PROPHETE. L'enquête historique sur la relation entre Jésus et Jean-Baptiste, Exergue, 1996.

Jésus et Jean Baptiste: Enquête historique sur une rencontre légendaire, Imago Exergue, 1998.

Le livre noir de l'industrie rose – de la pornographie à la criminalité sexuelle, IMAGO, 2000.

Les avatars de la réincarnation: une histoire de la transmigration, des croyances primitives au paradigme moderne, Exergue, 2000.

Lumieres nouvelles sur la reincarnation, Exergue, 2003.

La Lance qui saigne: Métatextes et hypertextes du Conte du Graal de Chrétien de Troyes, Honoré Champion, 2010.

La mort féerique: Anthropologie du merveilleux (XIIᵉ-XVᵉ siècle), Gallimard, 2011.

JFK 11 Septembre: 50 ans de manipulations, Blanche, 2014.

Du Yahvisme au sionisme. Dieu jaloux, peuple élu, terre promise: 2500 ans de manipulations, Kontre Kulture, Kontre Kulture, 2016. Tem edição em inglês: From Yahweh to Zion: Jealous God, Chosen People, Promised Land...Clash of Civilizations, Sifting and Winnowing Books, 2018.

Petit livre de - 150 idées pour se débarrasser des cons, Le petit livre, 2019.

“Our God is Your God Too, But He Has Chosen Us”: Essays on Jewish Power, AFNIL, 2020.

Anno Domini: A Short History of the First Millennium AD, 2023.

The Pope's Curse: The Medieval Origin of the Western Syndrome, 2024.

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Relacionado, leia também sobre a questão judaica, cristianismo e a tradição europeia ver:

Êxodo recorrente: Identidade judaica e Formação da História - Por Andrew Joyce, Ph.D., {academic auctor pseudonym}

O truque do diabo: desmascarando o Deus de Israel - Por Laurent Guyénot - parte 1

Jesus o judeu - por Thomas Dalton Ph.D. {academic auctor pseudonym}

O Gancho Sagrado - O Cavalo de Tróia de Jeová na Cidade dos Gentios {os não-judeus} - por Laurent Guyénot - parte 1 (demais duas partes na sequência do próprio artigo)

O Império Falido - A origem medieval da desunião europeia - parte 1 - por Laurent Guyénot (demais duas partes na sequência do próprio artigo)

Sangue diluído {pelo cristianismo em geral, e pelo papado medieval em especial} - por Laurent Guyénot

A Sabedoria dos Antigos: Cidades-Estado Gregas como Estados-étnicos - Por Guillaume Durocher {academic auctor pseudonym}

Biopolítica, racialismo, e nacionalismo na Grécia Antiga: Uma visão sumária - Por Guillaume Durocher {academic auctor pseudonym}

O mundo dos indo-europeus - Por Alain de Benoist

O Solstício de Inverno: Símbolo da antiguidade da civilização europeia – por David Duke

Monoteísmo x Politeísmo – por Tomislav Sunić

Politeísmo e Monoteísmo - Por Mykel Alexander

Israel vs. Direito Internacional: Quem vencerá? - por Laurent Guyénot

O Evangelho de Gaza - O que devemos aprender com as lições bíblicas de Netanyahu - por Laurent Guyénot

A Psicopatia Bíblica de Israel - por Laurent Guyénot

Israel como Um Homem: Uma Teoria do Poder Judaico - parte 1 - por Laurent Guyénot (Demais partes na sequência do próprio artigo)

 O peso da tradição: por que o judaísmo não é como outras religiões - por Mark Weber

Sionismo, Cripto-Judaísmo e a farsa bíblica - parte 1 - por Laurent Guyénot (as demais partes na sequência do próprio artigo)

Congresso Mundial Judaico: Bilionários, Oligarcas, e influenciadores - Por Alison Weir

Historiadores israelenses expõem o mito do nascimento de Israel - por Rachelle Marshall

Sionismo e o Terceiro Reich - por Mark Weber 

O Mito do extermínio dos judeus – Parte 1.1 {nenhum documento sequer visando o alegado extermínio dos judeus foi jamais encontrado} - por Carlo Mattogno

 O que é ‘Negação do Holocausto’? - Por Barbara Kulaszka


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