terça-feira, 17 de setembro de 2019

Quem ganhou? Quem perdeu? Segunda Guerra Mundial - por Patrick Buchanan


Patrick Buchanan

           No domingo, o 80º aniversário da invasão nazista da Polônia, o vice-presidente Mike Pence falou em Varsóvia na praça Pilsudski das “cinco décadas de indizíveis sofrimentos e morte que seguiram” à invasão. Cinco décadas!

           O que Pence estava dizendo era que, para a Polônia, a Segunda Guerra Mundial não terminou em vitória, mas derrota e ocupação por um império do mal governado por um dos maiores assassinos de massa do século XX, Josef Stalin.

            A “Liberação da Europa,” no 75º aniversário do qual nós celebramos a praia de Omaha em 6 de junho, foi uma liberação que se estendeu apenas até o Rio Elba no coração da Alemanha.

            Além do Elba, os nazis foram aniquilados, mas a vitória pertenceu a uma igualmente ideologia maligna[1], pois os “libertadores” de Auschwitz tinham por décadas administrados um arquipélago de campos de concentração tão grande quanto o de Himmler.

            Então, quem realmente venceu, e quem perdeu, a guerra?

            Winston Churchill queria lutar pela Tchecoslováquia em Munique em 1938, e a Grã-Bretanha foi para a guerra pela Polônia em 1939. Ainda se ambas nações terminaram sob o governo bolchevique por metade dum século, ganhou a Grã-Bretanha a liberdade para eles? E se isto foi o resultado predizível de uma guerra em uma parte da Europa onde os nazis confrontaram os bolcheviques porque a Grã-Bretanha foi à guerra?

            Por que a Grã-Bretanha declarou guerra por uma causa e país que não poderia defender? Por que a Grã-Bretanha transformou uma guerra germano-polaca numa guerra mundial que certamente iria levar a bancarrota e trazer abaixo seu império, enquanto ela não poderia alcançar seu objetivo declarado para guerra – uma Polônia independente e liberada?

            Que interesse vital britânico foi posto em perigo pela recuperação de uma cidade portuária por Hitler, Danzig, que tinha sido separada da Alemanha contra a vontade de seus 300,000 habitantes e entregue para a Polônia em Versalhes em 1919?

Os habitantes de Danzig nunca quiseram deixar a Alemanha, e 90% queria retornar. Mesmo o gabinete britânico achou que a Alemanha tinha um caso e Danzig deveria ser devolvido.

Por que então a Grã-Bretanha declarou guerra?   

Por que o primeiro-ministro Neville Chamberlain tinha insanamente dado aos poloneses um cheque em branco, uma garantia de guerra em 31 de março, 1939: Se a Alemanha usar a força para recuperar Danzig, e você resistir, nós iremos lutar ao seu lado.

            A garantia de guerra da Grã-Bretanha garantiu a guerra.

            Dada a causa pela qual o país deles foi para a guerra, as ações britânicas durante a guerra parecem inexplicáveis.

            Quando o exército de Stalin invadiu a Polônia, em 17 de setembro, de 1939, duas semanas depois de Hitler, a Grã-Bretanha não declarou guerra à União Soviética.

            O corpo de oficiais poloneses foi executado sob ordens de Moscou em 1940. Quando os corpos foram desenterrados em Katyn em 1943, Churchill, agora um aliado de Stalin, respondeu ao pedido dos poloneses livres para investigar a atrocidade: Não há utilidade alguma perambular ao redor de velhas tumbas de três anos de idade em Smolensk.”

            Em vez de atacar Hitler depois que ele invadiu a Polônia, a Grã-Bretanha e França permaneceram atrás da Linha Maginot e esperaram os exércitos de Hitler fulminassem o oeste em 10 de maio de 1940, o dia que Churchill assumiu o poder.

            Em três semanas, o exército britânico tinha sido derrotado e jogado fora do continente. Em seis semanas, a França tinha se rendido.     

            Depois de Dunquerque e a Batalha da Grã-Bretanha em 1940, a Grã-Bretanha recusou todas ofertas de Hitler para terminar a guerra, mantendo-a até junho de 1941, quando Hitler virou sobre seu parceiro Stalin e invadiu a União Soviética.

            Churchill é o “homem do século” por persuadir a Grã-Bretanha para ficar sozinha contra a Alemanha nazista em 1940, a “melhor hora {finest hour}” da Grã-Bretanha.

            Mas no final da guerra, qual era o balanço de Churchill?

            A Polônia pela qual a Grã-Bretanha foi para a guerra foi perdida para o stalinismo e iria permanecer assim pela Guerra Fria inteira. Churchill seria forçado a assentir a anexação ode Stalin de metade da Polônia e sua incorporação no Bloco Soviético. Para apaziguar Stalin, Churchill declarou guerra à Finlândia.

            A Grã-Bretanha terminaria a guerra bombardeada, sangrada e falida, com seu império na Ásia, Índia, no Oriente Médio e África desintegrado. Em duas décadas tudo teria acabado.

            A França iria terminar a guerra após viver sob a ocupação nazista e o governo Vichy por cinco anos, perdeu seu império africano e asiático, e então sustentar derrotas e humilhação na Indochina em 1954 e Argélia em 1962.

Quem realmente venceu a guerra?

            Certamente, os Soviéticos que, após derrotas em milhões da invasão nazista, terminaran por ocupar Berlim, tendo anexado os estados bálticos e transformado a Europa Oriental num campo de base soviético, embora se diga que Stalin tinha mencionado de um czar do século XIX, “Sim, mas Alexander eu fiz isso à Paris!”

            Os americanos, que ficaram mais tempo fora, terminaram a guerra com as menores perdas entre as grandes potências. Ainda, a América é uma parte do Ocidente, e o Ocidente foi o perdedor das guerras mundiais do último século.

            De fato, as duas guerras entre 1914 e 1945 podem ser vistas como a Grande Guerra Civil do Ocidente, a Guerra dos Trinta Anos da Civilização Ocidental que culminou na perda de todos impérios ocidentais e na conquista definitiva do Ocidente pelos povos libertados de suas ex-colônias.


Tradução e palavras entre chaves por Mykel Alexander

Nota


[1] Nota do tradutor: Na verdade essa comparação de Patrick Buchanan apenas seria certa se a comparação com o império da destruição que foi URSS for feito com a Alemanha de Hitler segundo a narrativa Aliada, pois se a comparação for feita colocando frente a frente as ideologias da Alemanha de Hitler e a URSS as diferenças são totais. O governo de Hitler resgatou a tradição ancestral alemã, o governo soviético combateu a tradição ancestral russa; o governo de Hitler defendeu o próprio povo, o governo soviético perseguiu aos milhões o próprio povo; o governo de Hitler permitiu a liberdade religiosa, e o governo soviético combateu a liberdade religiosa; o governo de Hitler impediu a articulação das frentes do judaísmo internacional dentro da Alemanha, tanto liberais quanto marxistas; o governo soviético foi iniciado pelo judaísmo internacional e negociou com os liberais capitalistas do judaísmo internacional.



Fonte: CNSNEWS – The right News – the right now, 03/09/2019.

Sobre o autor: Patrick Joseph Buchanan (1938 – ) foi um conselheiro sênior de três presidentes americanos, diretor de comunicações da Casa Branca (1985/1987) no governo Reagan, concorreu duas vezes para a nomeação presidencial americana, 1992 e 1996; foi o candidato do Partido Reformista em 2000. Autor de vários livros, entre os quais Right from the BeginningA Republic, Not an EmpireThe Death of the WestState of Emergency; e Day of ReckoningBuchanan é fundador membro de três dos principais programas de assuntos públicos dos EUA, na NBC o The McLaughlin Group, na CNN o The Capital Gang e Crossfire. Cofundador da revista The American Conservative, foi comentarista até 2012 da rede à cabo MSNBC e atualmente aparece na Fox News. Possui Bacharel em Estudos Americanos (Georgetown University) e mestrado em Jornalismo (Columbia Univesity). Patrick Buchanan é um dos mais francos publicistas americanos, tocando nas questões delicadas que a mídia globalista omite ou distorce.


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