domingo, 14 de outubro de 2018

Wall Street e a Revolução Bolchevique de Novembro de 1917 – por Kerry Bolton

Parte 1: Wall Street & a Revolução Russa de março de 1917 – por Kerry Bolton

Kerry Bolton

            Em meu último artigo documentei o financiamento da Revolução de Março de 1917 na Rússia[1]. O financiador primário do movimento revolucionário russo entre 1905 – 1917 foi Jacob Schiff, da Kuhn Loeb and Co., Nova Iorque. Em particular Schiff tinha providenciado o dinheiro para a distribuição da propaganda revolucionária entre os prisioneiros de guerra russo no Japão em 1905 através do jornalista americano George Kennan que mais que qualquer outro indivíduo, foi responsável por mudar a opinião pública americana e a opinião oficial contra a Rússia Czarista. Kennan subsequentemente relatou que foi graças a Schiff que 50,000 soldados russos foram revolucionados e formaram os quadros que colocaram as bases para a Revolução de Março de 1917 e, podemos adicionar – seja diretamente ou indiretamente – o consequente golpe bolchevique de Novembro. A reação dos banqueiros de Wall Street e da City {o centro financeiro londrino} frente a derrubada do Czar era entusiasmada.

              Este artigo lida com o financiamento do subsequente golpe bolchevique oito meses depois o qual, por tão paradoxal que isso possa parecer para aqueles que conhecem nada da história a não ser a versão ortodoxa, foi também cordialmente saudado pelos círculos bancários em Wall Street e em outros lugares mais.

            Apologistas para os banqueiros e outros indivíduos altamente colocados que apoiaram os bolcheviques desde os primeiros estágios da tomada comunista, ou diplomaticamente ou financeiramente, justificam o apoio por esta aplicação massiva da psicopatologia como sendo motivado por sentimento patriótico, em tentar frustrar a influência alemã sobre os bolcheviques e manter a Rússia na guerra contra a Alemanha. Por causa que Lenin e sua comitiva tinham sido aptos a entrar na Rússia por cortesia do Alto Comando Alemão nas bases que o regime bolchevique iria retirar a Rússia da guerra, os capitalistas de Wall Street explicaram que o patrocínio deles aos bolcheviques foi motivado pelos mais altos ideais do sentimento pró-aliado. Assim, William Boyce Thompson em particular afirmou que por financiando a propaganda bolchevique distribuída na Alemanha e Áustria isto iria minar os esforços de guerra destes países, enquanto sua assistência para os bolcheviques na Rússia era designada para balançar eles favoravelmente aos Aliados.

            Estes protestos de motivações patrióticas soam vazios. Sistema bancário internacional é precisamente o que agora são chamadas tais formas de capitalismo globalista ou internacional. Não somente tem estas formas bancárias e outras formas de grandes negócios ultrapassado diretorias e investimentos por gerações, mas eles são frequentemente afiliados através de casamentos entre eles mesmos. Enquanto Max Warburg da casa bancária Warburg na Alemanha aconselhou o Kaiser e enquanto o Governo Alemão organizou a passagem segura de Lenin e sua comitiva da Suíça através da Alemanha para a Rússia[2], seu irmão Paul[3], um parente de Jacob Schiff em Wall Street, cuidava dos interesses da família em Nova Iorque. O fator primário que estava por trás do apoio dos banqueiros, fossem os de Londres[4], Nova Iorque, Estocolmo[5], ou Berlim, para os bolcheviques, foi liberar os recursos subdesenvolvidos da Rússia para o mercado mundial, assim como em nossos dias George Soros, o especulador financeiro, financia as assim chamadas “revoluções coloridas” para trazer “uma mudança de regime” que facilite a abertura de recursos para a exploração global. Portanto não pode haver mais alguma dúvida que o capital internacional desempenha uma papel maior em fomentar revoluções, por causa que Soros desempenha nos dias atuais o bem sabido equivalente moderno de Jacob Schiff.


Reconhecimento dos bolcheviques impulsionados por banqueiros

           Este objetivo da finança internacional, seja centrado na Alemanha, Inglaterra ou EUA, é abrir a Rússia para a exploração capitalista ao apoiar os bolcheviques, foi vastamente comentado na época por uma diversidade fontes bem informadas, incluído as agencias de inteligência aliada, e de particular interesse por dois indivíduos bem diferentes, Henry Wickham Steed, editor do The London Times, e Samuel Gompers, líder da Federação Americana de Trabalho.

            Em primeiro de maio de 1922, o The New York Times relatou que Gompers, reagindo às negociações da conferência econômica internacional de Genoa, declarou que um grupo de “predadores financeiros internacionais” estavam trabalhando para o reconhecimento do regime bolchevique para a abertura de recursos para exploração. A despeito da retórica dos banqueiros de Nova Iorque e de Londres durante a guerra que uma revolução russa iria servir a causa aliada, Gompers opinou que isto era “um grupo anglo-germânico-americano”, e que eles eram “banqueiros internacionais” que não aderiam para qualquer lealdade nacional. Ele também observou que proeminentes americanos que tinham um história de atitudes anti-sindicais estavam advogando pelo reconhecimento do regime bolchevique[6].

            O que Gompers alegou, foi igualmente expresso por Henry Wichkam Steed do The London Times, baseado em suas observações. Em um relato de primeira mão da Conferência da Paz de Paris de 1919. Steed afirmou que os procedimentos foram interrompidos pelo retorno de William C. Bullirr e Lincoln Steffens de Moscou, “os quais tinham estado na Rússia em meados de fevereiro frente ao Coronel House e o Sr. Lansing {Secretário de Estado dos EUA}, para o propósito de estudar as condições, políticas e econômicas, para proveito dos comissários plenipotenciários americanos negociarem a paz.[7]” Steed também se refere ao Primeiro Ministro Britânico Lloud George como sendo propenso a saber da missão e de seu propósito. Steed afirmou que a finança internacional estava por trás do movimento de reconhecimento do regime bolchevique e outros movimentos em favor dos Bolcheviques, e especificamente identificou Jacob Schiff da Kuhn, Loeb & Co., Nova Iorque, como um dos principais banqueiros “ávidos para garantir o reconhecimento”:
Potentes interesses financeiros internacionais estavam em trabalho a favor de um imediato reconhecimento dos bolcheviques. Aquelas influências tinham sido largamente responsáveis pela proposta anglo-americana de janeiro para convocar representantes bolcheviques em Paris no início da Conferência da Paz – uma proposta a qual tinha falhado após ter sido transformada numa sugestão para um conferência com os bolcheviques em Prinkipo... O bem conhecido banqueiro judeu-americano, Sr. Jacob Schiff, era conhecido por ser ansioso em garantir o reconhecimento para os bolcheviques...[8]
            Em troca para o reconhecimento diplomático, Tchitcherin, o Comissário Bolchevique para Relações Exteriores, estava oferecendo “extensivas concessões econômicas e comerciais.”

            Wickham Steed com o apoio do proprietário do The Times, Lorde Northcliffe, expôs as maquinações da finança internacional para obter o reconhecimento do regime bolchevique, o qual ainda tinha um futuro muito incerto.

            Steel relatou que ele foi chamado pelo principal conselheiro do Presidente dos EUA, Edward Mandel House, que estava preocupado com a exposição de Steed sobre o relacionamento entre bolcheviques e financistas internacionais:
Naquele dia o coronel House pediu-me para me chamarem. Eu encontrei ele preocupado tanto pelo meu criticismo de qualquer reconhecimento dos bolcheviques e pela certeza, a qual ele não tinha anteriormente imaginado, que se o Presidente fosse reconhecer os bolchevistas em troca por concessões comerciais seu inteiro “idealismo” iria ser irremediavelmente comprometido como um mercantilismo disfarçado. Eu indiquei-lhe que não só Wilson iria ser totalmente desacreditado, mas que a Liga das Nações iria para a ruína, por causa que todos os pequenos povos e muitos dos grandes povos da Europa iriam ser incapazes de resistir ao bolchevismo o qual Wilson teria acreditado[9].  
            Steed afirmou a House que era Jacob Schiff, Warburg e outros banqueiros que estavam por trás dos movimentos diplomáticos em favor dos bolcheviques:
Eu insisti que, desconhecido dele, os principais protagonistas eram Jacob Schiff, Warburg, e outros financistas internacionais, que desejavam acima de tudo reforçar os judeus bolcheviques afim de garantir um campo para a exploração judaica e alemã da Rússia[10].
            Steed indica aqui uma ingenuidade não característica em pensar que House não teria conhecido os planos de Schiff, Warburg, et. al. House foi ao longo de sua carreira íntimo destes banqueiros e estava envolvido com eles na criação de um Think Tank {organizações ou instituições que atuam no campo dos grupos de interesse}no período de guerra, afim de moldar uma política internacionalista pós-guerra. Foi Schiff e Paul Warburg e outros banqueiros de Wall Street que chamaram House em 1913 para conseguir o apoio de House para a criação do Federal Reserve Bank[11].

            House em maquiavélica maneira pediu a Steed para comprometer-se; apoiar o auxílio humanitário supostamente para o benefício de todos os russos. Steed concordou em considerar isto, mas logo depois de conversar com House descobriu que o Primeiro Ministro Britânico Lloyd George e Wilson estavam a proceder com o reconhecimento no dia seguinte. Steed, portanto escreveu um artigo importante para o Paris Daily Mail de 28 de março, expondo as manobras e perguntando como uma atitude pró-bolchevique era consistente com os princípios morais declarados para o mundo do pós-guerra?
Quem são os tentadores que ousariam sussurrar nos ouvidos dos aliados e governos associados? Eles não estão muito distantes dos homens que pregavam paz com lucrável desonra para o povo britânico em julho de 1914. Eles são semelhantes, se não idênticos, com os homens que enviaram Trotsky e algumas dezenas de bandidos associados para arruinar a Revolução Russa como uma força democrática, anti-germânica na primavera de 1917[12].
            Aqui Steed não parece estar consciente que alguns dos mesmo banqueiros que estavam apoiando os bolcheviques tinham também apoiado a revolução de março.

            Charles Crane[13], que tinha recentemente conversado com o Presidente Wilson, disse a Steed que Wilson estava prestes a reconhecer os bolcheviques, o que iria resultar em uma negativa opinião pública nos EUA e destruir o direcionamento pos-guerra de Wilson. Significantemente Crane também identificou a facção pró-bolchevique como sendo a dos grandes negociantes, falando então para Steed: “Nosso povo em casa irá certamente não se posicionar para o reconhecimento dos bolcheviques pelas ordens de Wall Street.” Steed foi novamente visto por House, que afirmou que o artigo de Steed no Paris Daily Mail, “tinha acertado a pele do Presidente.” House pediu que Steed adiasse novas revelações na imprensa, e novamente e novamente levantou o propecto de reconhecimento baseado em auxílio humanitário. Lloyd George estava também enormemente perturbado pelos artigos no Daily Mail e reclamou que ele poderia não compreender uma política “sensível” frente aos bolcheviques enquanto a imprensa tinha uma atitude anti-bolchevique[14].


Thompson e a missão da Cruz Vermelha Americana

            Conforme mencionado, House tentou persuadir Steed sobre a ideia de relações com a Rússia bolchevique ostensivamente para fins de auxílio humanitário para o povo russo. Isso tinha sido já sido realizado logo após a Revolução Bolchevique, quando o regime estava longe de ser certo, sob o pretexto da Missão da Cruz Vermelha Americana. O coronel William Boyce Thompson, um diretor do Federal Reserve Bank de Nova Iorque, organizou e financiou em grande parte a missão, com outro financiamento vindo da Internacional Harvester, a qual deu $200,000. A assim chamada Missão Cruz Vermelha foi em grande parte composta de pessoas do âmbito de negócios, e era de acordo com o assistente de Thompson, Cornelius Kelleher, “nada além de uma máscara” para os interesses dos negócios[15]. Dos 24 membros, cinco eram médicos e dois pesquisadores médicos. O resto eram advogados e negociantes associados com Wall Street. O Dr. Billings nominalmente chefiava a missão[16]. O professor Antony Sutton do Instituto Hoover afirmou que a missão forneceu assistência para os revolucionários:
Nós sabemos que a partir dos arquivos da embaixada dos EUA em Petrogrado que a Cruz Vermelha dos EUA deu 4,000 rubros para o Príncipe Lvoff, presidente do Conselho de Ministros, para “alívio de revolucionários” e 10,000 rubros em dois pagamentos para Kerensky para o “alívio de refugiados políticos.[17]
            A intenção original da missão, apressadamente organizada por Thompson na luz dos eventos revolucionários, era “nada memos do que reforçar o Regime Provisório,” de acordo com o historiador William Harlane Hale, que foi do United States Foreign Service[18]. O apoio para os revolucionários indicam que os mesmos banqueiros que apoiaram o regime de Kerensky e a Revolução de Março também apoiaram os bolcheviques, e parece razoável opinar que estes financistas consideraram Kerensky um mero prelúdio para o golpe bolchevique, conforme a seguir se indica.

            Thompson colocou-se ele mesmo de uma maneira real em Petrogrado relatando diretamente para o Presidente Wilson e ignorando o embaixador dos EUA Francis. Thompson forneceu fundos de seu próprio dinheiro, primeiro para os revolucionários sociais, para quem ele deu um milhão de rubros[19], e logo depois $1,000,000 para os bolcheviques espalhar a propaganda deles na Alemanha e Áustria[20]. Thompson encontrou Thomas Lamont da J.P. Morgan Co. em Londres para persuadir o Gabinete de Guerra britânico a desistir de sua política anti-bolchevique. Em seu retorno para os EUA Thompson realizou uma turnê advogando para o reconhecimento dos bolcheviques[21] pelos EUA. O vice de Thompson, Raymond Robbins, tinha estado pressionando para o reconhecimento dos bolcheviques, e Thompson concordou que o regime de Kerensky estava condenado e consequentemente “rumou aceleradamente para Washington para tentar e desequilibrar a administração {do regime de Kerensky} para uma nova trilha política,” encontrando resistência de Wilson, que estava sendo pressionado pelo Embaixador Francis[22].


O “bolchevique de Wall Street”

            Tal era o entusiasmo de Thompson pelo Bolchevismo que ele foi apelidado “O bolchevique de Wall Street” por seus companheiros plutocratas. Thompson deu uma longa entrevista no The New York Times logo após sua viagem de quatro meses com a Missão da Cruz Vermelha Americana, louvando os bolcheviques e assegurando ao publico americano que os bolcheviques não estavam dispostos a fazer uma paz separada com a Alemanha[23]. O artigo é uma interessante indicação de como Wall Street viam seus supostos “inimigos mortais”, os bolcheviques, na época quando a posição destes eram ainda muito precárias. Thompson afirmou que enquanto os “reacionários”, se eles assumissem o poder, poderiam procurar paz com a Alemanha, os bolcheviques não. “Sua opinião é que a Rússia necessita da América, e que a América deve se posicionar com pela Rússia,” afirmou o Times. Thompson é citado: “O direcionamento da paz bolchevique é a mesma daquela dos Estados Unidos.” Thompson fez alusão ao discurso de Wilson para o Congresso dos Estados Unidos sobre a Rússia como “uma encontro maravilhoso da situação,” mas que o público americano “sabe muito pouco sobre o bolchevique.” O Times afirmou:
O coronel Thompson é um banqueiro e um capitalista, e ele têm grandes interesses industriais. Ele não é um sentimental nem um “radical”. Mas ele voltou de sua visita oficial da Rússia em absoluta simpatia com a democracia russa conforme representada pelos bolcheviques no presente.
            Por isso neste momento Thompson estava tentando vender os bolcheviques como “democratas,” implicando que eles eram parte do mesmo movimento que o regime de Kerensky que eles tinham derrubado. Enquanto Thompson não considerou o bolchevismo a forma final de governo, ele viu ele como o mais promissor passo frente ao “governo representativo” e que era “dever” dos EUA “simpatizar” com a Rússia “durante os dias de crise desta.”  Ele afirmou  que em resposta para surpresa em seus sentimentos pró-bolcheviques ele não se importa em ser chamado de “vermelho” se isso significava a simpatia por 170,000,000 de pessoas “lutando pela liberdade e vida justa.” Thompson também viu que enquanto os bolcheviques tinha entrado em uma “trégua” com a Alemanha, eles estavam também espalhando doutrinas bolcheviques entre o povo alemão, o que Thompson chamou “os ideais de liberdade deles” e “a propaganda de democracia” deles. Thompson elogiou o governo bolchevique com sendo equivalente a democracia americana, afirmando:
O presente governo na Rússia é um governo de trabalhadores. É um governo pela maioria, e, por causa que nosso governo é um governo da maioria, eu não vejo  como ele pode falhar em apoiar o Governo da Rússia.
            Thompson viu os prospectos do governo bolchevique sendo transformados conforme incorporava uma posição mais centrista e incluiu empregadores. Se o  bolchevismo não procedesse assim , então “Deus ajude o mundo,” avisou Thompson. Dado que isto foi num tempo quando Lenin e Trotsky mantinham influência sobre o regime, subsequentemente para tornar-se o mais entusiasta defensor da abertura da Rússia para os interesses do capital estrangeiro (Nova Política Econômica), parecendo  bom para um empreendimento de associação capitalista-bolchevique  com nenhuma indicação que o surgimento de um participante chamado Stalin iria jogar uma chave inglesa nos trabalhos.

            O artigo do Times termina: “No lar em Nova Iorque , o coronel tem recebido o bem humorado título de “bolchevique de Wall Street.[24]” Foi contra este contexto que pode agora ser compreendido porque o líder sindical Samuel Gompers denunciou o Bolchevismo como uma ferramenta da “predatória finança internacional” , enquanto o arque capitalista Thompson elogiava isso como “um governo de trabalhadores.”


O relatório do Council on Foreign Relations

            O Council on Foreign Relations (CFR) tinha sido estabelecido em 1921 pelo conselheiro chefe do Presidete Wilsom, Edward Mandel House, a partir de um think tank anterior chamado The Inquiry, formado em 1917 – 1918 para aconselhar o Presidente Wilson na Conferência da Paz de Paris de 1919. Foi desta conferência sobre a qual Steed tinha detalhado suas observações quando ele afirmou que existiam interesses financeiros tentando assegurar o reconhecimento dos bolcheviques[25].

            Peter Grose em sua semi-oficial história do CFR escreveu dele como um think tank combinando academia e grandes negócios que tinha emergido do grupo The Inquiry[26]. Portanto o relatório do CFR sobre a União Soviética neste período inicial é instrutivo quanto ao relacionamento que setores influentes do poder americano desejavam prosseguir para com o regime bolchevique. Grosse escreve sobre este período: 
Embaraçoso nos relatos do The Inquery tinha sido a ausência de um único estudo ou documento de referência sobre o assunto do bolchevismo. Talvez  isso estava simplesmente além da imaginação acadêmica da época. Não até o início de 1923 poderia o Conselho convocar os conhecimentos necessários para mobilizar um exame sistemático do regime bolchevique, finalmente entrincheirado após a guerra civil na Rússia. O ímpeto para este primeiro estudo foi a Nova Política Econômica de Lenin, a qual apareceu para abrir a combatente economia bolchevique o investimento estrangeiro.  Metade do grupo de estudo do Conselho eram membros provenientes das firmas que tinham feito negócios na Rússia pré-revolucionária, e as discussões sobre o futuro soviético eram intensas. O relatório de conclusão desmentiu “medos histéricos” que a revolução iria se espalhar para fora das fronteiras da Rússia para dentro da Europa Central, ou, pior, que os novos líderes revolucionários iriam se aliar com os nacionalistas muçulmanos no Oriente Médio para desapropriar o imperialismo europeu. Os bolcheviques estavam seguindo o caminho deles para a ”sanidade e davam sinais de práticas comerciais,” concluiu o grupo de estudo do Conselho, mas as boas vindas para as concessionárias estrangeiras seriam provavelmente de vida curta. Assim, os especialistas do Conselho recomendaram em março de 1923 que empresários americanos entrassem na Rússia enquanto o convite de Lenin mantinha-se bom, fazer dinheiro em seus investimentos, e então sair tão rapidamente quanto possível. Uns poucos seguiram o conselho; em sete décadas nem uma similar oportunidade iria surgir.
            Todavia, os interesses financeiros tinham já se movido para dentro da Rússia Soviética desde o início do regime bolchevique[27].    

 A concessão Vanderlip

             O historiador, novelista e socialista Fabiano, H. G. Wells, observou em primeira mão o relacionamento entre o comunismo e os grandes negócios quando ele tinha visitado a Rússia bolchevique. Viajando pela Rússia em 1920 onde ele entrevistou Lenin e outros líderes bolcheviques, Wells esperou que as potências ocidentais e em particular os EUA viriam ao auxílio dos soviéticos. Wells também encontrou lá o “Sr. Vanderlip” que estava negociando contratos de negócios com os soviéticos. Wells comentou a situação que ele gostaria de ver se desenvolvendo, e como um auto-definido “coletivista” fez uma observação reveladora entre o comunismo e os “grandes negócios”.
O único poder capaz de desempenhar, com uma única mão, este papel de ajuda na última hora para com a Rússia é os Estados Unidos da América. É por isto que eu acho que a aventura do empreendedor e imaginativo Sr. Vanderlip muito significante.  Eu duvido que da consumação da conclusão de suas negociações; eles estão provavelmente somente na fase de abertura da discussão do problema russo sobre novas bases que podem levar isso, finalmente, para um compreensivo tratamento global da situação. Outros poderes que não sejam os Estados Unidos irão, na presente fase da exaustão mundial, necessitar se combinarem antes que eles possam ser de qualquer uso efetivo para a Rússia. Os grandes negócios não são de nenhuma maneira antipáticos ao comunismo. Quanto mais os grandes negócios crescem mais eles se aproximam do coletivismo. É o caminho superior de poucos ao invés do caminho inferior das massas para o coletivismo[28].

            Num discurso relacionado ao que estava sendo expressado entre os “ativistas” do Partido Bolchevique num comício da Organização de Moscou do partido, Lenin procurou reafirmar a eles que que o Governo não estava vendendo para o capitalismo estrangeiro, mas que, em vista do que Lenin acreditou ser uma inevitável guerra entre os EUA e o Japão, um interesse dos EUA em Kamchatka seria favorável  à Rússia soviética como uma posição defensiva contra o Japão. Tais considerações estratégicas por parte dos EUA, deve ser adicionado, eram também mais relevantes para os EUA e outras formas da então chamada “intervenção” durante a Guerra Civil Russa entre os exércitos Vermelhos e os Brancos, do que qualquer desejo para ajudar os Brancos a derrubar os bolcheviques, e muito menos restaurar o czarismo. Lenin disse sobre Vanderlip aos quadros bolcheviques:
Nós devemos tomar vantagem da situação que tem surgido. Isto é o inteiro propósito   das concessões de Kamchatka. Nós temos tido uma visita de Vanderlip, um distante parente do famoso multimilionário {também Vanderlip}, se é para ele ser acreditado ; mas desde  nosso serviço de inteligência, embora esplendidamente  bem organizado, infelizmente não está ainda estendido aos Estados Unidos da América, nós ainda não estabelecemos o exato parentesco destes  Vanderlips. Alguns, ao final, dizem que não existe mesmo um parentesco. Eu não presumo julgar: meu conhecimento é confinado a ter lido um livro de Vanderlip, não sobre o que estava em nosso país e é dito ser uma importante pessoa que têm sido recebida com todas as honras por reis e ministros – do que se pode inferir  que seu bolso é muito bem forrado certamente. Ele falou para eles da maneira como as pessoas discutem as questões nas reuniões tal como nós, por exemplo, e disse a eles nos mais calmos tons como a Europa deve ser restaurada. Se ministros falam para ele com muito respeito, isso deve significar que Vanderlip está em contato com multimilionários[29].
            Do encontro com Vanderlip, Lenin indicou que foi baseado em uma diplomacia secreta que estava sendo negada pela Administração dos EUA, enquanto Vanderlip retornou para os EUA, como outros capitalistas tais como Thompson, elogiando os bolcheviques. Lenin continuou:
... Eu expressei a esperança que relações amigáveis entre os dois estados seriam uma base não somente para conceder uma concessão, mas também para o desenvolvimento normal de uma assistência econômica recíproca. Isso tudo fluiu neste sentido. Então telegramas vieram dizendo o que Vanderlip tinha dito do estrangeiro ao chegar em casa. Vanderlip tinha comparado Lenin com Washington e Lincoln. Vanderlip tinha pedido por meu retrato autografado. Eu tinha declinado, porque quando você presenteia um retrato você escreve, “para o camarada tal e tal,” e eu não poderia escrever, “Para o camarada Vanderlip.” Nem era possível escrever: “Para Vanderlip nós estamos assinando uma concessão com {...}”, por causa que um acordo de concessão iria ser concluído pela Administração quando isso tramitasse num procedimento oficial. Eu não sabia o que escrever. Teria sido ilógico dar meu retrato para completo imperialista. No entanto estes eram o tipo de telegramas que chegaram; este assunto tinha claramente desempenhado uma certa parte em políticas imperialistas. Quando as notícias das concessões de Vanderlip vieram a tona, Harding – o homem que tinha sido eleito Presidente, mas que iria assumir o cargo somente em março seguinte – emitiu uma negação oficial, declarando que ele conhecia nada sobre isso, tinha nenhum negócio com os bolcheviques, e tinha ouvido nada sobre quaisquer concessões. Isto foi durante as eleições, e, com tudo que nós sabemos, a confessar, durante as eleições, que você tem negociado com os bolcheviques pode custar seus votos.  Isto foi porquê ele emitiu uma negação oficial. Ele tinha este relatório enviado para todos os jornais que são hostis aos bolcheviques e estão na folha de pagamento dos partidos imperialistas...[30]
            Este misterioso Vanderlip era de fato Washington Vanderlip que tinha, de acordo com Armand Hammer, ido para a Rússia em 1919, embora mesmo Hammer não parece ter conhecido muito desta questão[31]. A racionalização de Lenin tentando justificar as concessões para capitalistas estrangeiros aos “ativistas de Moscou” em 1920 parece hipócrita e menos que vindoura. Washington Vanderlip era um engenheiro cujas negociações com a Rússia dirigiu considerável atenção nos EUA. O The New York Times escreveu que Vanderlip, falando da Rússia, negou os relatos do discurso de Lenin para os “ativistas de Moscou” que as concessões serviriam para os interesses geopolíticos bolcheviques, com Vanderlip declarando que ele tinha estabelecido uma fronteira comum entre os EUA e a Rússia e que as relações comerciais devem ser  imediatamente restauradas[32]. O The New York Times relatou em 1922: “A exploração de Kamchatka para petróleo tão logo quanto as relações comerciais entre este país e a Rússia estiverem estabelecidas foi assegurada hoje quando a Standard Oil Company adquiriu um quarto do estoque no sindicato Vanderlip.” Isto deu a Standard Oil exclusivas locações nas terras do sindicato na qual o petróleo foi encontrado. O sindicato Vanderlip compreende sessenta e quatro unidades. A Standard Oil Company tem comprado dezesseis unidades. Contudo, as concessões podem não entrar em vigor até que a URSS seja reconhecida pelos EUA[33].

{O Lenin, marxista-comunista e de ascendência judaica, presenteia o judeu capitalista-liberal Armand Hammer com um retrato autografado. O judaísmo internacional acima da dicotomia da direita liberal x esquerda marxista.}

            O sindicato Vanderlip detém concessões para exploração do carvão, petróleo, e terras com madeira, pesca, etc... a leste do paralelo 160 em Kamchatka. O Governo russo concedeu lá ao sindicato alternadas seções de terra e irá extrair royalties no montante de aproximadamente 5 por cento de todos os produtos desenvolvidos e comercializados pelo sindicato[34].

            Não é de se admirar então que os capitalistas dos EUA estivessem ávidos para ver o reconhecimento do regime soviético. 


Banqueiros bolcheviques

            Em 1922 o primeiro banco internacional da Rússia soviética foi criado, Ruskombank, liderado por Olof Aschberg do Nye Banken, Estocolmo, Suécia. O capital predominante representado no banco era britânico. O diretor estrangeiro do Ruskombank era Max May, vice presidente do Guaranty Trust Company[35]. Similarmente para “o bolchevique de Wall Street,” William Boyce Thompson, Aschberg era conhecido como o “banqueiro bolchevique” por seu íntimo envolvimento com os juros bancários que tinham canalizado fundos para os bolcheviques.

            O Guaranty Trust Company tornou-se intimamente envolvido com as transações econômicas soviéticas. Um relatório da Scotland Yard Inteligence afirmou ainda no início de 1919 a conexão entre o Guaranty Trust e Ludwig C. A. K. Martens, líder d o escritório soviético em Nova Iorque quando o escritório foi estabelecido naquele ano[36]. Quando representantes do Comitê Lusk {situado no Estado de Nova Iorque para investigar ações anarquistas e marxistas} investigaram as atividades bolcheviques nos EUA, invadiram os escritórios soviéticos em 7 de maio de 1919, arquivos de comunicações com quase mil firmas foi encontrado. Basil H. Thompson da Scotland Yard em um relatório especial afirmou que apesar das negações, existiu evidência nos arquivos confiscados que o escritório soviético estava sendo financiado pelo Guaranty Trust Company[37]. A significância do Guaranty Trust Company era que ele era parte do império econômico de J. P. Morgan, o qual o Dr. Sutton mostra em seu estudo ter sido um importante protagonista nas relações econômicas com a Rússia soviética desde seus dias iniciais. Foram também os interesses de J. P. Morgan que predominou na formação de um consórcio, o American International Corporation (AIC), o qual era outra fonte ávida para assegurar o reconhecimento do ainda embrionário estado soviético. Interesses representados na diretoria da American International Corporation (AIC) incluíam: National City Bank; General Eletric; Du Port; Kuhn, Loeb and Co.; Rockfeller; Federal Reserve Bank  of New York; Ingersoll-Rand; Hanover National Bank, etc[38].

            O representante da AIC na Rússia na época do tumulto revolucionário foi seu secretário executivo William Franklin Sands, que foi encarregado pelo Secretário dos EUA , Robert Lansing, de um relatório sobre a situação qual deveria ser a resposta dos EUA. A atitude de Sands frente aos bolcheviques era, como àquela de Thompson, entusiástica. Sands escreveu um memorandum para Lansing em janeiro de 1918, na época quando a consolidação bolchevique estava ainda longe da certeza , que já havia muito atraso pelos EUA em reconhecer o regime bolchevique tal como ele existia. Os EUA tiveram que compensar o “tempo perdido,” e como Thompson, Sands considerou a Revolução Bolchevique ser análoga a Revolução Americana[39]. Em julho de 1918 Sands escreveu para o Secretário do Tesouro dos EUA, McAdoo, que uma comissão deveria ser estabelecida pelos interesses privados com o governo na retaguarda, para fornecer “assistência econômica para a Rússia.[40]


Armand Hammer

           Um daqueles intimamente associado com Ludwig Martens e a inteligência soviética foi o Dr Julius Hammer, um emigrante da Rússia que foi um fundador do Partido Comunista nos EUA. Existe evidência que Julius Hammer foi o anfitrião de Leon Trotsky quando este com sua família chegou em Nova Iorque em 1917, e que foi o motorista do Dr. Hammer que providenciou o transporte para Natália e a criança de Trotsky. Os Trotskys foram recebidos no desembarque nas docas de Nova Iorque por Arthur Concors, um diretor do Hebrew Sheltering and Immigrant Aid Society, cujo conselho consultivo incluía Jacob Schiff da Kuhn, Loeb and Co[41]. O Dr Hammer foi o “principal proprietário da Allied Drug and Chemical Co.,” e “uma daquelas não tão raras criaturas, um radical marxista que se transformou em um rico empreendedor,”  que viveu em um opulento estilo de vida, de acordo com o professor Spence[42]. Outro financista ligado à Trotsky era seu próprio tio, o banqueiro Abram Zhivotovskii, que era associado com numerosos interesses financeiros incluindo aqueles de Olof Aschberg[43].

{O empresário capitalista judeu
 Armand Hammer: parceiro de Lenin
ao negociar com a URSS e com o
movimento comunista que crescia.}
            A íntima associação da família Hammer com a Rússia Soviética era para ser mantida desde o início até o final, com um interlúdio de retirada durante o período stanilista. Armand, o filho de Julius, presidente da Occidental Petroleum Corporation, foi o primeiro estrangeiro a obter concessões comerciais do governo soviético. Armand estava na Rússia em 1921 para arranjar a reintrodução do capitalismo em acordo para com um novo curso econômico definido por Lenin, a Nova Política Econômica. Lenin afirmou para Hammer que as economias da Rússia e dos EUA eram complementárias, e em troca pela exploração de matérias primas da Rússia ele esperava pela tecnologia da América[44]. Esta foi precisamente a atitude de significantes interesses comerciais no Ocidente. Lenin afirmou para Hammer que ele esperava que a Nova Política Econômica  iria acelerar o processo econômico “através de um sistema de concessões industriais e comerciais para os estrangeiros. Isso iria dar grandes oportunidades para os Estados Unidos.[45]

            Hammer encontrou Trotsky, que perguntou-lhe se “os círculos financeiros” nos EU A viam a Rússia como um desejável campo de investimento? Trotsky continuou:
Na medida que a Rússia tem sua revolução, o capital estava realmente mais seguro lá do que em qualquer outro lugar porque “o que quer que deva acontecer no exterior, a {Rússia} Soviética  iria aderir para quaisquer acordos que se possa fazer. Suponha que um de seus americanos invista dinheiro na Rússia. Quando a revolução vier para a América, sua propriedade irá ser naturalmente nacionalizada, mas seus acordos com nós irão se manter bons e ele irá assim estar em uma muito mais favorável posição que o resto de seus companheiros capitalistas[46].
            A maneira pela qual a Rússia fundamentalmente mudou de direção, resultando eventualmente na Guerra Fria quando Stalin se recusou a continuar a aliança dos tempos de guerra pelo propósito de estabelecer um Estado Mundial via Organização das Nações Unidas, traça suas origens de volta à divergência de opinião, entre muitas outras questões, entre Trotsky e Stalin em relação a papel dos investimentos estrangeiros na União Soviética[47]. O relatório do CFR tem sido presciente no aviso dos grandes negócios conseguirem entrarem na Rússia imediatamente, a não ser que a situação mudasse radicalmente.


Trabalho arregimentado

            Mas para o movimento, com Trotsky entrincheirado como senhor da guerra do Bolchevismo, e Lenin favorável frente ao investimento do capital internacional, os eventos na Rússia pareciam ser promissores. Um fator ainda maior no entusiasmo que certos interesses capitalistas tinham pelos bolcheviques era a arregimentação do trabalho sob a então chamada “ditadura do proletariado.” O Estado dos trabalhadores forneceu aos capitalistas uma controlada força de trabalho. Trotsky tinha afirmado:
A militarização do trabalho é o método básico indispensável para a organização de nossas forças de trabalho... É verdade que o trabalho compulsório é sempre improdutivo?... Este é o preconceito liberal mais miserável e infeliz: a escravidão também foi produtiva... Trabalho escravo compulsório foi no seu tempo um fenômeno progressivo. Trabalho obrigatório para um inteiro país, compulsório para todo trabalhador, é a base do socialismo... Os salários devem não ser vistos de um ângulo para garantir a existência pessoal do indivíduo trabalhador [mas deve] medir a consciência, e eficácia do trabalho de cada trabalhador[48]
            Hammer relatou suas experiências no jovem Esta do soviético que apesar das longas negociações tiveram de ser realizadas com cada um dos sindicatos envolvidos em um empreendimento, “o grande poder e influência dos sindicatos não era sem suas vantagens para o empregador de trabalho na Rússia. Uma vez que o empregador tinha assinado um acordo coletivo com um ramo sindical havia pouco risco de greves ou problemas similares.”

            As infrações dos códigos conforme negociados poderiam resultar em demissão, com recurso do trabalhador demitido em um tribunal do trabalho, que na experiência de Hammer, geralmente não se encontrava em favor do trabalhador, o que significaria que existiria pouco chance do trabalhador demitido conseguir outro trabalho[49].

            Todavia, o comando insano de Trotsky na União Soviética foi de curta duração. Enquanto para Hammer, apesar de seus diversos negócios em grande expansão na União Soviética, depois que Stalin assumiu o poder Hammer recolheu suas coisas e saiu, não retornando até a morte de Stalin. Hammer opinou décadas depois:
Eu nunca encontrei Stalin – Eu nunca tive qualquer desejo de conhecer – e eu nunca tive qualquer negociação com ele. No entanto, era perfeitamente claro para mim em 1930 que Stalin não era um homem com quem você pudesse fazer negócios. Stalin acreditava que o Estado era capaz de executar tudo sem o apoio de concessionárias estrangeiras e empreendimento privado. Esta é a principal razão pela qual eu deixei Moscou. Eu podia ver que em breve estaria incapaz de fazer negócios lá e, desde que negócios eram a única razão para estar lá, meu tempo tinha acabado[50].
            O capital estrangeiro, no entanto, continuou a fazer negócios com a URSS[51] da melhor forma que pode fazer, mas o promissor começo que os capitalistas viram nas revoluções de março e de novembro para uma nova Rússia que iria substituir o antiquado sistema czarista por uma economia moderna da qual eles poderiam colher as recompensas foi, como o relato de 1923 do CFR alertou, de vida curta. Gorbachev e Yektsin forneceram um breve interregno de esperança para o capital estrangeiro, para se decepcionarem novamente com a ascensão de Putin e de um renascimento do nacionalismo e da oposição aos oligarcas. A política de relações econômicas contínuas com a URSS mesmo durante a Guerra Fria foi promovida como uma estratégia no imediato pós guerra da Segunda Guerra Mundial quando um relato do CFR, de George S. Franklin, recomendou tentar trabalhar com a URSS tanto quanto fosse possível, “a menos e até se tornar totalmente evidente que a URSS não estivesse interessada  em alcançar cooperação...” 
Os Estados Unidos devem ser poderosos não somente politicamente e economicamente, mas também militarmente. Nós não podemos nos permitir dissipar nossa força militar a não ser que a Rússia voluntariamente esteja disposta a simultaneamente diminuir a dela. Nisto nós colocamos grande ênfase.
Nós devemos aproveitar cada oportunidade para trabalhar com os soviéticos agora, quando o poder deles é ainda muito inferior ao nosso, e espero que nós possamos estabelecer nossa cooperação em uma base mais firme para um futuro não tão distante quando eles irão ter completado a reconstrução deles aumentado muito sua força... A política que nós advogamos é um de firmeza juntamente como moderação e paciência[52].
            Desde Putin, o CFR novamente vê a Rússia como tendo pego uma “direção errada.” A recomendação atual é para “cooperação seletiva” mais que “parceria a qual não é agora viável.[53]


A natureza revolucionária do Capital

           Deve o fato que o capital internacional viu a revolução de março e mesmo a revolução de novembro com otimismo ser visto como uma anomalia da história? Oswald Spengler foi um dos primeiros historiadores a expor as conexões entre capital e revolução. Em Decadência do Ocidente ele chamou socialismo ‘capitalista’ por causa que ele não direcionava substituir o s valores baseados no dinheiro, “ mas sim possuir eles {tais valores}”. H. G. Wells, deve ser recordado, disse similar coisa. Spengler afirmou que o socialismo é “nada mais que um escudeiro do Grande Capital, o qual sabe perfeitamente bem como fazer uso dele.” Ele elaborou uma nota de rodapé, vendo as conexões retrocedendo até a antiguidade:
Aqui reside o segredo do porquê todos partidos radicais (ou seja, pobres) necessariamente tornam-se ferramentas do poder do dinheiro, lucro líquido, a bolsa de valores. Teoricamente o inimigo dele é o capital, mas, praticamente eles atacam, não a bolsa, mas a tradição em nome da bolsa. Isto é tão verdadeiro hoje, como era para a época dos gracos {nome de uma família da antiga República Romana}, e em todos os países[54].
Foi o lucro líquido, o partido do grande dinheiro, o qual fez, contudo, o movimento popular de Tibério Graco possível; e tão logo que aquele partido das reformas que foi vantajoso para eles tinha sido legalizado com sucesso, eles retiraram-se e o movimento colapsou[55].
            Da época dos gracos para as revoluções de Cromwell e francesa, até as “revoluções de cor”, de Soros, de hoje, as revoluções russas foram nem a primeira nem a última das insurreições políticas para servir ao interesse do Poder do Dinheiro em nome do “povo”.

 Tradução e palavras entre chaves por Mykel Alexander



Notas


[1] Nota do autor: K. R. Bolton, “March 1917: Wall Street & the March 1917 Russian Revolution,” Ab Aeterno, No. 2 (Março de 2010). Traduzido para o português: Wall Street & a Revolução Russa de março de 1917.

[2] Nota do autor: Michael Pearson, The Sealed Train: Journey to Revolution: Lenin–1917 (London: Macmillan, 1975).

[3] Nota do autor: Paul Warburg, antes de imigrar para os EUA, tinha sido decorado pela Kaiser, em 1912.

[4] Nota do autor: Coronel William Wiseman, líder do Serviço Secreto Britânico , era o equivalente britânico ao conselheiro  chave do Presidente da América, Edward House, com quem ele estava em constante comunicação. Wiseman tornou-se um parceiro na Kuhn , Loeb & Co. De Londres em 1º de maio de 1918, Wiseman contactou a House que os Aliados deveriam intervir ao convite dos bolcheviques e ajudar a organizar o exército bolchevique então combatendo o Exército Branco em uma sangrenta Guerra Civil na época quando a segurança bolchevique na Rússia era duvidosa (Edward M. House, ed. Charles Seymour, The Intimate Papers of. Col. House; Nova Iorque, Houghton, Mifflin Co., 1926, volume III, página 421).

[5] Nota do autor: Olof Aschberg do Nye Banken, Estocolmo, o chamado “banqueiro Bolchevique” que se tornou líder do primeiro banco internacional soviético, Ruskombank, canalizou fundos para os Bolcheviques. Em 6 de setembro de de 1948 o The London Evening Star comentou sobre a visita de Aschberg à banqueiros suíços que ele tinha “adiantado grandes somas para Lenin e Trotsky em 1917. Na época da revolução o sr. Aschberg deu a Trotsky dinheiro para formar e equipar a primeira unidade do Exército Vermelho.”

[6] Nota do autor: Samuel Gompers, “renda soviética d e suborno aqui diz Gompers, tem provas que ofertas têm sido feitas, ele declara, oposição ao reconhecimento. Ímpeto da propaganda. Acusa forte grupo de banqueiros com disponibilidade para aceitar a traição de Lenin da Rússia,” The New York Times, 1°  de maio de 1922. Arquivo on-line do New York Times:

[7] Nota do autor: Henry Wickham Steed, “Throught Thirty Years 1892 – 1922 – A personal narrative, The Peace Conference, The Bullit Mission, Vol. II (Nova Iorque, Doubleday Page and Co., 1924), página 301.

[8] Nota do autor: Henry Wickham Steed, “Throught Thirty Years 1892 – 1922 – A personal narrative, The Peace Conference, The Bullit Mission, Vol. II (Nova Iorque, Doubleday Page and Co., 1924), página 301.

[9] Nota do autor: Henry Wickham Steed, “Throught Thirty Years 1892 – 1922 – A personal narrative, The Peace Conference, The Bullit Mission, Vol. II (Nova Iorque, Doubleday Page and Co., 1924), página 301.

[10] Nota do autor: Henry Wickham Steed, “Throught Thirty Years 1892 – 1922 – A personal narrative, The Peace Conference, The Bullit Mission, Vol. II (Nova Iorque, Doubleday Page and Co., 1924), página 301.

[11] Nota do autor: Edward M. House, ed. Charles Seymour, The Intimate Papers of. Col. House; Nova Iorque, Houghton, Mifflin Co., 1926, volume III, 165 – 166. House foi atribuído por Wilson a elaborar a constituição da Liga das Nações, e em 1918 formou uma comissão a pedido de Wilson, chamada The Inquiry, para aconselhar sobre a política pós guerra, a qual tornou-se o Council on Foreign Relations. House foi o negociador americano na Conferência da Paz em Paris, 1919 – 1920.

[12] Nota do autor: Henry Wickham Steed, “Peace with Honor,” Paris Daily Mail, 28 de março de 1922; citado em Henry Wickham Steed, “Throught Thirty Years 1892 – 1922 – A personal narrative, The Peace Conference, The Bullit Mission, (Nova Iorque, Doubleday Page and Co., 1924).

[13] Nota do autor: Crane foi um membro da Missão Especial Diplomática na Rússia, e um membro da Seção Americana da Conferência da P az em Paris em 1919.

[14] Nota do autor: Henry Wickham Steed, “Peace with Honor,” Paris Daily Mail, 28 de março de 1922; citado em Henry Wickham Steed, “Throught Thirty Years 1892 – 1922 – A personal narrative, The Peace Conference, The Bullit Mission, (Nova Iorque, Doubleday Page and Co., 1924).


[15] Nota do autor: Antony Sutton, Wall Street and the Bolshevik Revolution (Nova Iorque, Arlington House Publishers, 1974), página 71.

[16] Nota do autor: Antony Sutton, Wall Street and the Bolshevik Revolution (Nova Iorque, Arlington House Publishers, 1974), página 75.

[17] Nota do autor: Antony Sutton, Wall Street and the Bolshevik Revolution (Nova Iorque, Arlington House Publishers, 1974), página 73.

[18] Nota do autor: William Harlan Hale, “When the Red Storm Broke,” America and Russia: A Century and a Half of Dramatic Encounters, ed. Oliver Jensen (Nova Iorque: Simon and Schuster, 1962), página. 150.

[19] Nota do autor: William Harlan Hale, “When the Red Storm Broke,” America and Russia: A Century and a Half of Dramatic Encounters, ed. Oliver Jensen (Nova Iorque: Simon and Schuster, 1962), página. 151.

[20] Nota do autor: “Gives Bolsheviki a Million,” Washington Post, 2 de fevereiro de 1918, citado por Sutton, ibid., páginas. 82–83.

[21] Nota do autor: citado por Antony Sutton, Wall Street and the Bolshevik Revolution (Nova Iorque, Arlington House Publishers, 1974), página 8.

[22] Nota do autor:  William Harlan Hale, “When the Red Storm Broke,” America and Russia: A Century and a Half of Dramatic Encounters, ed. Oliver Jensen (Nova Iorque: Simon and Schuster, 1962), página. 151.

[23] Nota do autor: Trotsky enquanto ainda nos EUA tinha feito afirmações similares. “As pessoas cansam-se da guerra. Mas Leo Trotsky disse que eles não querem uma paz separada,” New York Times, 16 de março de 1917. Isto foi o porque ele tornou-se o foco dos esforços da inteligência britânica via R. H. Bruce Lockhart, agente especial do Gabinete d e Guerra Britânico na Rússia.

[24] Nota do autor: “Bolcheviques não irão fazer paz separada: Somente aqueles que compunham a classe privilegiada sob o Czar iriam fazer, disse o coronel W. B. Thompson, logo de volta da Missão da Cruz Vermelha,” New York Times, 27 de janeiro de 1918.

[25] Nota do autor: Robert S. Rifkind, “The Wasted Mission”, citado em  William Harlan Hale, “When the Red Storm Broke,” America and Russia: A Century and a Half of Dramatic Encounters, ed. Oliver Jensen (Nova Iorque: Simon and Schuster, 1962), página. 180.

[26] Nota do autor: Peter Grose, Continuing The Inquiry: The Council on Foreign Relations from 1921 to 1996 (Nova Iorque: Council on Foreign Relations, 2006). O livro inteiro pode der lido online em: Council on Foreign Relations: http://www.cfr.org/about/history/cfr/index.html (acessado e m 27 de fevereiro de 2010).

[27] Nota do autor: Peter Grose, Continuing The Inquiry: The Council on Foreign Relations from 1921 to 1996 (Nova Iorque: Council on Foreign Relations, 2006). O livro inteiro pode der lido online em: Council on Foreign Relations: http://www.cfr.org/about/history/cfr/index.html (acessado e m 27 de fevereiro de 2010). Capítulo “Basic Assumptions”.

[28] Nota do autor: H. G. Wells, Russia in the Shadows, capítulo VII, “The Envoy.” Wells foi para a Rússia em Setembro de 1920 à convite de Kamenev, da Delegação Comercial Russa em Londres, um dos líderes do regime bolchevique. Russia in the Shadows apareceu como uma série de artigos no The Sunday Express.

[29] Nota do autor: V. I. Lenin, 6 de dezembro de, 1920, Collected Works, 4th English Edition (Moscow: Progress Publishers, 1965), Volume 31, 438–59.

[30] Nota do autor: V. I. Lenin, 6 de dezembro de, 1920, Collected Works, 4th English Edition (Moscow: Progress Publishers, 1965), Volume 31, 438–59.

[31] Nota do autor: A. Hammer, Witness to History (Reading, England: Hodder and Stoughton, 1988), páginas 151-152.

[32] Nota do autor: “Vanderlip’s Empire,” The New York Times, 1° de dezembro de 1920, 14.

[33] Nota do autor: “Standard Oil Joins Vanderlip Project,” The New York Times, 11 de janeiro de 1922, página 1.

[34] Nota do autor: “Standard Oil Joins Vanderlip Project,” The New York Times, 11 de janeiro de 1922, página 1.

[35] Nota do autor: Antony Sutton, Wall Street and the Bolshevik Revolution (Nova Iorque, Arlington House Publishers, 1974), páginas 62 – 63.

[36] Nota do autor: “Scotland Yard Intelligence Report,” London 1919, US State Dept. Decimal File, 316-22-656, citado por Antony Sutton, Wall Street and the Bolshevik Revolution (Nova Iorque, Arlington House Publishers, 1974), página 113.

[37] Nota do autor: Basil H. Thompson, British Home Office Directorate of Intelligence, “Special Report No. 5 (Secret),” Scotland Yard, London, July 14, 1919;  citado por Antony Sutton, Wall Street and the Bolshevik Revolution (Nova Iorque, Arlington House Publishers, 1974), página 115.

[38] Nota do autor: Antony Sutton, Wall Street and the Bolshevik Revolution (Nova Iorque, Arlington House Publishers, 1974), páginas 130 – 131.

[39] Nota do autor: Memorando de Sand para Lansing, página 9, citado por Antony Sutton, Wall Street and the Bolshevik Revolution (Nova Iorque, Arlington House Publishers, 1974), página s 132 e 134.

[40] Nota do autor:  Antony Sutton, Wall Street and the Bolshevik Revolution (Nova Iorque, Arlington House Publishers, 1974), página 135.

[41] Nota do autor: Richard B Spence, “Hidden Agendas: Spies, Lies and Intrigue Surrounding Trotsky’s American Visit, January-April 1917,” Revolutionary Russia, Vol. 21, #1 (2008).

[42] Nota do autor: Richard B Spence, “Hidden Agendas: Spies, Lies and Intrigue Surrounding Trotsky’s American Visit, January-April 1917,” Revolutionary Russia, Vol. 21, #1 (2008).

[43] Nota do autor: Richard B Spence, “Hidden Agendas: Spies, Lies and Intrigue Surrounding Trotsky’s American Visit, January-April 1917,” Revolutionary Russia, Vol. 21, #1 (2008).

[44] Nota do autor: A. Hammer, Witness to History (Reading, England: Hodder and Stoughton, 1988), página 143.

[45] Nota do autor: A. Hammer, Witness to History (Reading, England: Hodder and Stoughton, 1988), página 143.

[46] Nota do autor: A. Hammer, Witness to History (Reading, England: Hodder and Stoughton, 1988), página 160.

[47] Nota do autor: K. R. Bolton, “Origins of the Cold War: How Stalin Foiled a New World Order,” Foreign Policy Journal, 31 de maio de 2010.

[48] Nota do autor: Leon Trotsky, Third All-Russian Congress of Trade Unions, 6 de abril de 1920.

[49] Nota do autor: A. Hammer, Witness to History (Reading, England: Hodder and Stoughton, 1988), página 217.

[50] Nota do autor: A. Hammer, Witness to History (Reading, England: Hodder and Stoughton, 1988), página 221.

[51] Nota do autor: Charles Levinson, Vodka-Cola (West Sussex: Biblias, 1980). Antony Sutton, National Suicide: Military Aid to the Soviet Union (New York: Arlington House, 1973).

[52] Nota do autor: Peter Grose, Continuing The Inquiry: The Council on Foreign Relations from 1921 to 1996 (Nova Iorque: Council on Foreign Relations, 2006). O livro inteiro pode der lido online em: Council on Foreign Relations: http://www.cfr.org/about/history/cfr/index.html (acessado e m 27 de fevereiro de 2010). Capítulo “The First Transformation”.

[53] Nota do autor: Jack Kemp, et al., Russia’s Wrong Direction: What the United States Can and Should do, Independent Task Force Report, no. 57 (New York: Council on Foreign Relations, 2006) xiA obre inteira pode ser baixada aqui: http://www.cfr.org/publication/9997/

[54] Nota do autor: Oswald Spengler, The Decline of The West (London: George Allen & Unwin, 1971), Vol. 2, página 464.

[55] Nota do autor: Oswald Spengler, The Decline of The West (London: George Allen & Unwin, 1971), Vol. 2, página 402.



Fonte: Ab Aeterno, no. 5, outono de 2010



Sobre o autor: Kerry Raymond Bolton (nascido em 1956, em Wellington, Nova Zelândia) é formado em Psicologia, com pós-graduação em Sociologia, em Estudos Bíblicos e em Teologia Histórica. É colaborador do Foreign Policy Journal ( http://www.foreignpolicyjournal.com/ ), The Occidental Quarterly, Journal of Social, Political, and Economic Studies, entre outros.



      Bolton é proprietário das editoras Renaissance Press e Spectrum Press. Entre seus principais livros estão: Revolution from Above (2011); Stalin: The Enduring Legacy (2012); Babel Inc. Multiculturalism, Globalisation, and the New World Order (2013); The Banking Swindle: Money Creation and the State (2013); Zionism, The Psychotic Left (2013) e  Islam and the West (2015).

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Relacionado, leia também:

Wall Street & a Revolução Russa de março de 1917 – por Kerry Bolton

Esquecendo Trotsky (7 de novembro de 1879 - 21 de agosto de 1940) - Por Alex Kurtagić

2 comentários:

  1. Interessante essa exposição do capital apátrida com o bolchevismo/comunismo. A respeito do Antony Sutton, ele tem uma obra chamada Wall street and the rise of Hitler,digamos que ele tem credibilidade. Mas hitler teve essa relação com os banqueiros?

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    1. Olá Thiago!Sobre a relação do capital internacional no III Reich é algo que merece um ou mais artigos específicos, mas o tema em si não é exatamente este o do tópico aqui, porém já relacionando III Reich com o capital internacional é relevante considerar tanto durante o período de luta eleitoral nos anos 20 como durante o poder nas cadeiras, pastas e gabinetes no III Reich e qual a participação da finança internacional.

      Há a participação direta (banco emprestando ou apoiando diretamente sem intermediários)? Sim! Por exemplo na Rússia o capital internacional vinha nitidamente de Wall Street com Jacob Schiff e também das conexões da finança-judaica no Nya Bank na Suécia. E na Alemanha? Havia opção nos anos 20? Ou apenas eram contratos da Alemanha com banqueiros internacionais que Hitler já encontrou vigorando? Ou haviam opções mais?

      E houve participação indireta (banco empresta ou apoia empresário, e este, por sua vez, apoia o regime em questão)? Na Rússia sim! Veja nesse artigo, o empresário judeu Armand Hammer envolvido na Rússia não era uma pessoa sem conexões com "investidores" da finança internacional!E na Alemanha houve participação indireta do capital internacional? Aí teríamos que ver as empresas alemãs que recorriam a empréstimos, bem como os planos de reestruturação da Alemanha no pós-I Guerra se estavam vinculados com o capital internacional, e estava. Mas eram condições globalistas já impostas que os nazis nos anos 20 já tiveram que começar desenlaçar...

      Mas o ponto principal é que quanto mais tempo passava, mais os sistema financeiro internacional foi sendo completamente banido da Alemanha hitlerista, ao passo que na URSS desde o início havia apoio deliberado da finança internacional, como nos dois artigos daqui, bem como no decorrer da década de 20, 30 e 40, em acordos empresariais com Alemanha (anos 20) e EUA (anos 20,30 e 40) a ponto do Exército Vermelho ter sido em grande parte reconstruído em 1943 e 1944 e 1945 pelos capitalistas EUA e Inglaterra, bem como pelos recursos dos países associados a estes dois (Índia, Austrália, Canadá, Brasil)... uma verdadeira simbiose entre liberalismo (direita) e marxismo (esquerda) contra a Alemanha, a bem dizer a Alemanha nazi teve um tratado com o Ocidente liberal (Munique 1938) e um tratado com os soviéticos (Ribbentrop-Molotov em 1939), enquanto o marxismo e o liberalismo sempre estiveram e estão juntos, seja por relação financeira ou empresarial ou ambas.

      Mas, fiquemos nesse artigo na Rússia!

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