terça-feira, 7 de janeiro de 2020

Os judeus da América estão dirigindo as guerras da América - Por Philip Girald


Eles não deveriam se recusar eles mesmos quando lidando com o Oriente Médio?

17 de setembro de 2017


ATUALIZAÇÃO: Na manhã de 21 de setembro, Phil Giraldi foi demitido por telefone pelo The American Conservative[1], onde ele colaborava regularmente por catorze anos. Foi-lhe dito que “os judeus da América estão conduzindo as guerras da América” era inaceitável. A gerência e o conselho do TAC parecem ter esquecido que a revista foi lançada com um artigo do fundador Pat Buchanan, intitulado “Whose War?”[2], Que em grande parte fez as mesmas alegações de Giraldi sobre o impulso dos judeus por outra guerra, nesse caso com o Iraque. Buchanan foi difamado e denunciado como antissemita por muitas das mesmas pessoas que agora estão atacando Giraldi de maneira semelhante.

Philip Girald

            Falei recentemente em uma conferência sobre o partido da guerra na América onde mais tarde um senhor idoso veio até mim e perguntou, “Por que ninguém nunca fala honestamente sobre o gorila de seiscentos quilos na sala? Ninguém tinha mencionado Israel nessa conferência e nós todos sabemos que os judeus americanos com todo seu dinheiro e poder estão apoiando toda guerra no Oriente Médio por Netanyahu? Não devemos começar a chama-los e não deixá-los escapar com isso?”

             Foi uma questão combinada com um argumento que eu tenho ouvido muitas vezes antes e minha resposta é sempre a mesma: qualquer organização que aspira ser ouvida na política externa sabe que tocar na conexão sobre Israel e os judeus americanos garante uma rápida viagem para a obscuridade. Grupos judaicos e doadores individuais de bolso fundo não somente controlam os políticos, eles possuem e comandam a mídia e indústrias do entretenimento, significando que ninguém irá ouvir sobre ou do partido infrator nunca mais novamente. Eles são particularmente sensíveis à questão da assim chamada “dupla lealdade,” particularmente conforme a própria expressão é em si mesma um tanto um logro, desde que é bem claro que alguns deles somente tem real lealdade a Israel.

            Mais recentemente, alguns especialistas, incluindo eu mesmo, tem estado alertando[3] de uma guerra iminente com o Irã. Para ser certo, o urgido para atacar o Irã vem de muitos quadrantes, incluindo generais no governo, que sempre pensam primeiro em termos de solução de problemas através da força, de um governo saudita obcecado com medo de uma hegemonia iraniana, e, é claro, de Israel própria. Mas o que faz o motor da guerra funcionar é fornecido pelos judeus americanos que têm tomado para eles próprios a onerosa tarefa de começar uma guerra com um país que não ameaça os Estados Unidos. Eles têm sido muito cuidadosos em fingir a ameaça iraniana, tanto que aproximadamente todos congressistas republicanos e a maioria dos congressistas democráticos bem como muito da mídia parece estar convencido que o Irã precisa ser tratado com firmeza, mais definitivamente usando as forças armadas dos EUA, e quanto mais cedo melhor.

            E enquanto eles estão fazendo isso, a questão que aproximadamente todos os que nutrem ódio ao Irã são judeus, de alguma forma tem saído de vista, como se isso não importasse. Mas isso deve importar. Um recente artigo no New Yorker[4] sobre a interrupção da iminente guerra com o Irã sugere que a atual geração de “falcões do Irã” pode ser uma força de moderação considerando as opções políticas dadas as lições aprendidas do Iraque. O artigo faz citações conforme os linha-dura em relação ao Irã David Frum, Max Boot, Bill Kristol e Bret Stephens.

{David Frum, Max Boot, Bill Kristol e Bret Stephens. Os quatro judeus  são destacados por Philip Girald por 
inundarem a mídia americana de modo a colocar a população americana, em especial, mas também a população
 ocidental, que bebe de tais fontes, contra o Irã. Fotos retiradas da Wikipedia em inglês em 08/01/2020}

            Daniel Larison, do The American Conservative tem uma boa resenha[5] da peça do New Yorker intitulada “Sim, falcões do Irã querem conflito com o Irã,” a qual identifica os quatro acima citado falcões pelo nome antes de descrever eles como “... Quem é Quem no pensamento da consistente política externa piolhenta. Se eles estivessem estado certos sobre qualquer grande questão da política externa nos últimos 20 anos, seria uma novidade para o mundo inteiro. Cada um deles odeia o acordo nuclear com o Irã com paixão, e eles tem argumentado em favor da ação militar do Irã em um ponto ou outro. Existe zero evidência que qualquer um deles iria se opor em atacar o Irã.”

            E eu adicionaria uns poucos nomes mais, Mark Dubowitz, Michael Ledeen e Reuel Marc Gerecht da Foundation for Defense of Democraices; Daniel Pipes do Middle East Forum; John Podhoretz da revista Commentary; Elliot Abrams do Council on Foreign Relations; Meyrav Wurmser do Middle East Media Research Institute; Kimberly Kagan do Institute for Study of War; e Frederick Kaganm Danielle Pletka e David Wurmser do American Enterprise Institute. E voce pode também jogar no funil organizações inteiras como o The American Israel Public Affairs Committee (AIPAC), o Washington Institute for Near East Policy (WINEP) e o Hudson Institute. E sim, eles são todos judeus, e a maioria deles se auto descreveria como neoconservadores {NEOCON – a linha que pertence o governo Bolsonaro e as Igrejas Evangélicas}. E devo acrescentar que somente um dos nomeados indivíduos já serviu em qualquer ramo das forças armadas americanas – David Wurmser esteve uma vez na reserva da Marinha. Estes indivíduos constituem, em grande parte, uma cabala de santimoniais articuladores guerreiros de gabinetes  que preferem pensar pesado enquanto deixam os outros lutarem e morrerem.

            Portanto, é seguro dizer que muito da agitação para fazer alguma coisa sobre Irã vem de Israel e dos judeus americanos. Na verdade, eu opinaria que a maioria da fúria do Congresso sobre o Irá vem da mesma fonte, com a AIPAC regando nossos Solons {refere-se ao célebre político grego Solon que é sinônimo de sabedoria legislativa} no Potomac {uma cidade modelo americana} com “fichas técnicas” explicando como o Irã é digno de aniquilação porque ele tem prometido “destruir Israel,” o que é tanto uma mentira e uma impossibilidade conforme Teerã não tem recursos para realizar tal tarefa. As mentiras da AIPAC são recolhidas e reproduzidas por uma mídia prestativa a isto, onde aproximadamente todo “especialista” que fala sobre Oriente Médio na televisão e rádio ou que é entrevistado para reportagens de jornais é judeu.






{É preciso agradar os judeus americanos e de Israel! Discursos dos candidatos dos EUA em 2016, 21 de março, em Washington na convenção da AIPAC. Hillary e Trump prometeram defender Israel, diferindo apenas nos meios. New York Times, 21 de março de 2016. montagem usando foto do New Yorker (Trump) e do New York Times (Hilary)}

Pode-se também acrescentar que os neocons como grupo foram fundados por judeus e são em grande parte judeus, daí seu apego universal ao estado de Israel. Eles ganharam destaque pela primeira vez quando obtiveram vários cargos de segurança nacional durante o governo Reagan e sua ascensão foi completada quando ocuparam cargos de chefia no Pentágono e na Casa Branca sob George W. Bush. Lembre-se por um momento: Paul Wolfowitz, Doug Feith e Scooter Libby. Sim, todos os judeus e todos os conduítes de informações falsas que levaram a uma guerra que se espalhou e destruiu efetivamente grande parte do Oriente Médio. Exceto Israel, é claro. Philip Zelikow, também judeu, em um momento de candura, admitiu [6] que a Guerra do Iraque, em sua opinião, foi travada por Israel.

Acrescente à insensatez um embaixador judeu dos EUA em Israel que se identifique com os elementos colonizadores israelenses de direita, um negociador chefe nomeado pela Casa Branca que é judeu e um genro judeu que também está envolvido na formulação da política do Oriente Médio. Alguém está fornecendo um ponto de vista alternativo ao apoio eterno e acrítico a Benjamin Netanyahu e seu regime cleptocrático de bandidos racistas? Eu acho que não.

Existe um par de correções simples para o envolvimento dominante dos judeus americanos em questões de política externa, nos quais eles têm um interesse pessoal devido à sua etnia ou vínculos familiares. Primeiro de tudo, não os coloque em posições de segurança nacional envolvendo o Oriente Médio, onde eles estarão potencialmente em conflito. Em vez disso, preocupem-se com a Coréia do Norte, que não possui uma minoria judaica e não estava envolvida no holocausto. Esse tipo de solução era, de fato, uma política relativa à posição de embaixador dos EUA em Israel. Nenhum judeu foi nomeado para evitar qualquer conflito de interesses antes de 1995, um entendimento que foi violado por Bill Clinton (você não sabia!) Que nomeou Martin Indyk para o cargo. Indyk nem era um cidadão americano na época e teve que ser naturalizado rapidamente antes de ser aprovado pelo congresso.

Os judeus americanos que são fortemente apegados a Israel e de alguma forma se encontram em cargos políticos importantes que envolvem o Oriente Médio e que realmente possuem alguma integridade no assunto devem se recusar, assim como qualquer juiz faria se estivesse presidindo um caso em que ele tinha um interesse pessoal. Qualquer americano deve ser livre para exercer os direitos da primeira emenda para debater possíveis opções relacionadas a políticas, incluindo abraçar posições que prejudicam os Estados Unidos e beneficiam uma nação estrangeira. Mas se ele ou ela estiver em condições de realmente criar essas políticas, deverá se intrometer e tirar a bunda da fora da geração de políticas para aqueles que não têm bagagem pessoal.

Para aqueles judeus americanos que não têm nenhum pingo de integridade, a mídia deverá exigir que os rotule na parte inferior da tela da televisão sempre que aparecerem, por exemplo, Bill Kristol é “judeu e um franco defensor do estado de Israel”. Seria uma espécie de etiqueta de advertência em uma garrafa de veneno de rato – traduzindo-se aproximadamente como “ingerir mesmo a menor dosagem de absurdos vomitados por Kristol é por sua conta e risco.”

Como nenhuma das opções é provável de acontecer, a única alternativa para os cidadãos americanos que estão cansados de ter os interesses de segurança nacional de seu país assaltados por um grupo que está sob a sob o poder de um governo estrangeiro é se tornarem mais assertivos sobre o que está acontecendo. Acenda um pouco de luz na escuridão e reconheça quem está sendo enganado e por quem. Chame assim. E se os sentimentos de alguém estão feridos, muito ruim. Não precisamos de uma guerra com o Irã porque Israel quer que um e alguns judeus americanos ricos e poderosos estão felizes em entregar. Sério, não precisamos disso.

Tradução e palavras entre chaves por Mykel Alexander


Notas


[1] Fonte usada pelo editor do The Unz Review – Na alternative mídia selection: “About Us”, The American Conservative.

[2] Fonte usada pelo editor do The Unz Review – Na alternative mídia selection: “Whose War?”, por Patrick Buchanan, 24 de março de 2003, The American Conservative.

[3] Fonte usada pelo autor: “Iran, Again - Will Israel start a new war?”, por Philip Girald, 29 de Agosto de 2017, The Unz Review – An alternative mídia selection.

[4] Fonte usada pelo autor: “HOW IRAQ WAR HAWKS CAN HELP STOP TRUMP FROM GOING TO WAR WITH IRAN”, por Jon Finer, Jeff Prescott, e Robert Malley, 1 de setembro de 2017, New Yorker.

[5] Fonte usada pelo autor: “Yes, Iran Hawks Want Conflict With Iran”, por Daniel Larison, 1 de setembro de 2017, The American Conservative.

[6] Fonte usada pelo autor: “IRAQ: War Launched to Protect Israel – Bush Adviser”, por Emad Mekay, 29 de março de 2004, Interpress Service.




Fonte: America's Jews Are Driving America's Wars - Shouldn't they recuse themselves when dealing with the Middle East?, por Philip Girald, 17 de setembro de 2017,  The Unz Review – An alternative mídia selection.


Sobre o autor: Philip Giraldi (1946 –) é um ex-agente de contraterrorismo, agente da Cia e da inteligência militar dos EUA. Concluiu seu BA na Universidade de Chicago, com Mestrado e PhD na Universidade de Londres, em História Europeia. Atualmente é colunista, comentador televisivo e Diretor Executivo do Council for the National Interest. Escreveu artigos para as revistas e jornais The American Conservative magazineThe Huffington Post, e Antiwar.com para a rede midiática Hearst NewspaperFoi entrevistado pelos jornais e revistas Good Morning America60 MinutesMSNBCFox News ChannelNational Public Radio, a Canadian Broadcasting Corporation, a British Broadcasting Corporational-Jazeeraal-ArabiyaIran DailyRussia TodayVeterans TodayPress TVFoi conselheiro de política internacional para a campanha de Ron Paul em 2008.

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