Philip M. Giraldi crédito da foto: Gage Skidmore |
Aproximadamente
todos perdem com a decisão do Presidente Donald Trump nesta terça de retirar-se
do Joint Comprehensive Plano of Action (JCPOA) {Plano de Ação Integral Conjunto}
relacionado ao programa de energia nuclear do Irã e restabelecer o “nível mais
alto” de sanções enquanto ameaçando também sanções secundárias sobre qualquer
país que “ajude” os iranianos. O mundo inteiro perde porque a proliferação
nuclear é um desastre esperando para acontecer e o Irã irá agora ter um forte
incentivo para prosseguir com um programa de armas para defender-se de Israel e
Estados Unidos. Se o Irã fizer isso, ele irá desencadear uma corrida regional
de armas nucleares com Arábia Saudita e Egito, indubitavelmente buscando armas para
eles próprios.
Irã e o povo iraniano perderão porque o sofrimento da
economia deles não irá beneficiar-se do levantamento das sanções e outros
incentivos econômicos que o convenceram a assinar o acordo em primeiro lugar. E
sim, até mesmo os Estados Unidos e Israel irão perder porque um acordo que iria
empurrar para trás por dez ou quinze anos o cronograma do Irã se ele fosse
escolher desenvolver uma arma irá agora ser reduzido para um ano ou menos. E os
Estados Unidos irão em particular porque o mundo inteiro irá compreender que a
palavra de um presidente americano quando entrar num acordo internacional não
pode ser confiada.
Os únicos vencedores da retirada são o Presidente Donald
Trump e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que irão desfrutar os aplausos
de seus apoiadores linha-dura. Mas a vitória deles irá ser ilusória conforme a
dura realidade do que eles têm feito se tornar clara.
A falha do JCPOA {Plano de Ação Integral Conjunto}definitivamente
significa que a guerra é o único resultado provável se Tel Aviv e Washington
continuar na absurda insistência deles que os iranianos constituem uma ameaça
tanto para a região como para o mundo. Uma guerra que pode possivelmente
envolver os Estados Unidos e Rússia bem como Irã, Arábia Saudita e Israel irá
devastar a região e pode facilmente ter potencial para escalar em alguma coisa
como um conflito global.
A decisão para terminar o acordo é baseada sobre considerações
políticas domésticas americanas, ao invés de quaisquer análises reais do que a
comunidade de inteligência tem reportado. Bilionários, que odeiam o Irã,
chamados Sheldon Adelson, Rebekah Mercer e Paul Singer {o primeiro e o terceiro
são judeus} estão agora preparados para lançar dez milhões de dólares no
Partido Republicano de Trump para ajudar a vencer as eleições de meio de
mandato em novembro.
O judeu Sheldon Adelson, magnata de Las Vegas, apoio à Israel a partir de dentro dos EUA. crédito da foto: site Mondoweiss (06/12/2017) |
Aqueles que possuem apenas um pouco mais de antecipação,
para incluir o Pentágono e aliados europeus da América, tem fortemente
insistido que o JCPOA {Plano de Ação Integral Conjunto}seja continuado,
particularmente conforme os iranianos têm estado plenamente em conformidade,
mas existe um novo time em Washington. O recém-confirmado Secretário de Estado
Mike Pompeo não endossou exatamente a alegação israelense lúdicra feita por
Benjamin Netanyahu duas semanas atrás[1]
que o Irã tem um programa de armas secretas de destruição em massa atualmente em
vigor[2],
mas foi duramente contra o JCPOA{Plano de Ação Integral Conjunto}, ecoando
Trump em chamá-lo de um terrível acordo que irá garantir armas nucleares
iranianas. A realidade é muito diferente, com o pacto basicamente eliminando
uma possível arma nuclear iraniana para o futuro previsível através da
degradação de pesquisa nuclear do país, redução de seus estoques nucleares
existentes e repetidas inspeções intrusivas.
Primeiro Ministro de Israel e a suposta mentira iraniana. (Crédito da foto ver link da nota 1) |
A falha do JCPOA {Plano de Ação Integral Conjunto}não é
sobre o acordo em si, o qual é ao mesmo tempo consistente e funcional. Existe
infelizmente uma construção da Casa Branca israelita a qual assume que o Irã é
tanto destinado a destruir Israel, pelo que nenhuma evidência tem sido
revelada, bem como sendo singularmente indigno de confiança, uma afirmação
estranha vindo ou de Washington ou de Tel Aviv. Ela basicamente rejeita
qualquer tipo de acordo com o governo iraniano, sob princípio de que não existe
lugar para ir “consertar” o que já tem sido transpirado.
Os Estados Unidos têm mudado nos últimos dezessete anos.
A promoção de políticas que eram no mínimo tenuamente baseados em genuínos
interesses nacionais não mais é abraçada por nenhum dos partidos políticos. Um
público temeroso tem permitido um estado de segurança nacional a substituir uma
república constitucional com interminável guerra como o inevitável resultado.
Presidentes uma vez constitucionalmente constrangidos pelo equilíbrio legislativo
e judicial do poder têm bem sucedidamente afirmado o privilégio executivo para
tornarem-se como ditadores do terceiro mundo, aptos para fazer guerra sem
qualquer restrição sobre suas habilidades para fazê-la. Se a América
sobreviver, historiadores irão sem dúvida ver a destruição da JCPOA {Plano de
Ação Integral Conjunto}como o começo de alguma coisa nova e horrível, onde o
governo destes Estados Unidos deliberadamente fez uma decisão para abandonar um
tratado estrangeiro benéfico para ao invés optar por uma trilha que pode
somente levar para a guerra.
Tradução
e palavras entre chaves por Mykel Alexander
Notas
[1] Fonte utilizada pelo autor: “Binyamin Netanyahu tries to convince
Donald Trump to scuttle the Iran deal”, 01/08/2018, The Economist.
[2] Fonte utilizada pelo autor: “Debunking Israeli Claims About Iran's
Nuclear Plans: Netanyahu's PR Agents Confuse Horse Club with Rocket Facility”,
01/05/2018, por Ivan Kesić, American
Herald Tribune.
Sobre o autor: Philip
Giraldi (1946 –) é um ex-agente de contra-terrorismo, agente da Cia e da inteligência
militar dos EUA. Concluiu seu BA na Universidade de Chicago, com Mestrado e PhD
na Universidade de Londres, em História Europeia. Atualmente é colunista,
comentador televisivo e Diretor Executivo do Council for the National Interest.
Escreveu artigos para as revistas e jornais The
American Conservative magazine, The
Huffington Post, e Antiwar.com, para
a rede midiática Hearst Newspaper. Foi entrevistado pelos jornais e revistas Good Morning America, 60 Minutes, MSNBC, Fox News Channel, National Public Radio, a Canadian Broadcasting Corporation, a British Broadcasting Corporation, al-Jazeera, al-Arabiya, Iran Daily, Russia Today, Veterans Today, Press TV. Foi
conselheiro de política internacional para a campanha de Ron Paul em 2008.
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