Continuação de As fornalhas de cremação de Auschwitz - parte 16 - por Carlo Mattogno e Franco Deana
![]() |
Carlo Mattogno |
7. Capacidade de
Cremação dos Fornalhas de Cremação de Auschwitz
7.1. Operação
Ininterrupta da Fornalha
Embora
a duração do processo de cremação seja um fator importante que contribui para a
capacidade de uma fornalha de cremação, não é o único, pois também é fortemente
influenciada por dois outros fatores: o período durante o qual as cremações
podem ser realizadas sem interrupções e se dois ou mais cadáveres podem ser
cremados simultaneamente. Neste subcapítulo, nós consideraremos o primeiro
fator.
Como
qualquer fornalha alimentada com combustível sólido, a funcionalidade de uma
fornalha a coque depende das condições de funcionamento da grelha da lareira,
que diminuem inevitavelmente em decorrência da formação de escória. Por esse
motivo, o manual de operação da Topf para as fornalhas de mufla dupla e tripla afirmava:106
“Todas as noites, a grelha do gerador deve ser limpa de cinzas de coque e as cinzas devem ser removidas.”
7.1.1. Formação e
Remoção de Cinzas
A
formação de escória nas lareiras dos geradores de gás de coque é um fenômeno
inevitável, pois todo combustível sólido contém ingredientes incombustíveis que
fundem em altas temperaturas, que escorrem pela camada de combustível e se
solidificam na grelha devido ao resfriamento causado pelo ar fresco alimentado
no gerador, eventualmente bloqueando os espaços entre as barras da grelha.145 O ponto de fusão da escória de coque
oscila entre 1.000 e 1.500 °C, mas geralmente fica em torno de 1.100-1.200 °C,146 enquanto a temperatura das lareiras a
coque é de aproximadamente 1.500 °C.147
Para se ter uma ideia da quantidade de escória produzida na grelha da lareira,
consultemos os experimentos de cremação de R. Kessler, de 5 de janeiro de 1927,
durante os quais 436 kg de coque resultaram em 21 kg (4,8%) de escória.148
A
remoção da escória da superfície da grelha, à qual ela estava firmemente
sinterizada, exigia ferramentas especiais e era uma tarefa árdua. Era
necessário, é claro, que a grelha estivesse livre de coque, o que significava
que o forno estava desligado. Portanto, o tempo necessário para todo o
procedimento incluía o tempo para desligar o forno e reaquecê-lo
posteriormente.
7.1.2. Duração das
Operações Consecutivas
Em
uma carta da Companhia Kori ao SS-Sturmbannführer
Lenzer, do Campo de Prisioneiros de Guerra de Lublin (Majdanek), datada de
23 de outubro de 1941, a produção de água quente para 50 chuveiros, utilizando
o calor excedente da fornalha de cinco muflas Kori, foi considerada para “uma
operação diária de 20 horas” (“täglich
bei einem 20 Stundenbetrieb”).149 Como
neste projeto o engenheiro Kori visava obter a maior eficiência possível, é
evidente que ele previa uma interrupção da atividade da fornalha por quatro
horas por dia, que provavelmente era o tempo requerido para limpar as lareiras.
Nós podemos, portanto, presumir que essas fornalhas normalmente operavam
ininterruptamente por 20 horas por dia. Isso obviamente não significa que as
fornalhas não pudessem operar por mais de 20 horas continuamente, mas apenas
que funcionavam com mais eficiência quando submetidos a um ciclo de
operação/limpeza de 20/4 horas.
Em
seu depoimento durante o julgamento contra Rudolf Höß, o engenheiro Roman
Dawidowski assumiu um período de “3 horas de interrupção por dia para extração
da escória do gerador de gás e para diversas atividades menores”.150
7.2. Cremação
Simultânea de Mais de um Cadáver em uma Mufla
Para
completar o estudo da capacidade de cremação das fornalhas de Topf, resta
examinar se era possível aumentar a capacidade da fornalha aumentando a carga,
ou seja, introduzindo dois ou mais cadáveres adultos em uma única mufla. Tal
prática era proibida por lei para crematórios civis. Como descrito acima, no
crematório de Westerbork, essa prática era aplicada apenas para a cremação
simultânea de cadáveres adultos e de bebês. No crematório de Terezín, com suas
quatro enormes fornalhas a óleo, a cremação simultânea de dois cadáveres em uma
mufla era prática comum, mas os cadáveres eram introduzidos consecutivamente,
um em frente ao outro. Esse procedimento exigia um projeto de fornalha completamente
diferente daquele das fornalhas de Topf projetadas para os campos de
concentração, portanto, as experiências com o crematório de Terezín não podem
servir como ponto de referência para o controverso problema analisado neste
capítulo.
7.2.1. Experiências com
Fornos de Incineração de Carcaças de Animais
Do
ponto de vista prático, a abordagem técnica para cremar vários cadáveres simultaneamente
é a operação de fornalhas de incineração de carcaças de animais. A tabela a
seguir resume os resultados da operação de oito modelos de fornos para
incineração de carcaças de animais pela firma Kori,151
com os seguintes dados nos respectivos números de coluna:
1: tipo de forno
2: carga máxima do
forno com matéria orgânica
3: consumo relativo de
carbono fóssil152
4: duração do processo
de combustão
5: quantidade de
carbono fóssil necessária para incinerar 1 kg de matéria orgânica
6: tempo necessário
para incinerar 1 kg de matéria orgânica
7: quantidade de matéria
orgânica incinerada em 1 min. (em kg)
Esses
dados são pontos de referência válidos para o assunto deste capítulo, porque
esses fornos realmente realizavam cremações simultâneas de várias carcaças de
animais, ou partes delas, na mesma mufla.
Na
fornalha de maior capacidade, o Modelo 4b, a incineração simultânea de 900 kg
de matéria orgânica, o que equivale a quase 13 corpos humanos de 70 kg cada (um
adulto médio), exigiu 54 segundos por kg de matéria orgânica e consumiu 0,333
kg de carbono fóssil por kg de matéria orgânica. Para um corpo de 70 kg, isso
corresponde a 63 minutos e 23,3 kg de carbono fóssil.
A
fornalha Modelo 2b possuía uma mufla com área de superfície (1,38 m²) bastante
comparável à da fornalha de mufla tripla Topf (1,4 m²). Nesse modelo de forno,
a cremação de vários cadáveres com peso total igual à maior carga (450 kg)
teria resultado em um tempo de cremação de 75 minutos e um consumo de
combustível de coque igual a 28,2 kg para cada cadáver de 70 kg. No entanto,
como a fornalha Kori havia sido especialmente projetada para a incineração em
massa de carcaças de animais, esses dados não podem ser transferidos
diretamente para as fornas Topf, o que significa que, com a mesma carga, as
fornalhas Topf teriam exigido mais tempo e combustível. Em outras palavras: é
possível afirmar que cremações simultâneas de múltiplos cadáveres, em vez de
sua cremação subsequente, não teriam resultado em nenhuma economia nas fornalhas
de Auschwitz-Birkenau, nem em tempo nem em combustível. Na verdade, tal
procedimento teria saído pela culatra, porque vários efeitos de empilhar vários
cadáveres nas pequenas muflas de Auschwitz precisam ser considerados:
1. A introdução de
numerosos cadáveres frios teria reduzido a temperatura no início da cremação de
forma tão acentuada que o processo de cremação teria se tornado tremendamente
mais lento. As lareiras não foram projetadas para fornecer o calor necessário
para tal situação.
2. A redução do volume
livre na mufla, abarrotando-a de cadáveres, teria levado a um aumento drástico
na velocidade com que os gases de combustão fluíam através da mufla. O calor
produzido pela queima do gás de coque, em vez de ser transferido para as
paredes da mufla e os cadáveres, teria se perdido na conduta de exaustão e na
chaminé.
3. Uma vez que os
cadáveres fossem queimados (após a desidratação), a vazão dos gases teria
aumentado ainda mais, com vários cadáveres produzindo gases de fumaça em vez de
apenas um. Isso significa que os gases em combustão teriam passado muito
rapidamente pela mufla, entrando na conduta de exaustão enquanto ainda
queimavam, superaquecendo e danificando a conduta de exaustão e a chaminé.
4. As muflas das
fornalhas de Birkenau, com três e oito muflas, eram interligadas por aberturas
nas paredes da mufla, por onde fluía o ar quente da combustão. Se muitos
cadáveres fossem empilhados na mufla, esses orifícios seriam parcial ou
completamente bloqueados, retardando ou interrompendo completamente o processo
de cremação em todas as muflas.
Em
adição, as portas de mufla desses fornalhas eram tão pequenas — 60 cm de
largura e altura, com a metade superior formando um semicírculo e os 10 cm
inferiores ocupados pelos rolos e maca usados para introduzir o(s)
cadáver(es) — que talvez fosse possível passar dois cadáveres por elas, mas
certamente não mais.
7.2.2. As Experiências
do Crematório de Westerbork
Experiências
de cremações consecutivas no crematório de Westerbork confirmam esta conclusão.
Conforme indicado no Subcapítulo 6.4, os cadáveres de dois adultos nunca foram
cremados juntos neste crematório. O único tipo de cremação simultânea foi a de
um cadáver adulto juntamente com o cadáver de um bebê. Como demonstrado, isso
prolongou o tempo médio de cremação em 14% (de 50 para 57 minutos), o que é
pelo menos igual, senão consideravelmente superior, à porcentagem do peso do bebê
em comparação com o do adulto (5-10 kg ÷ 70 kg = 7-14%). Isso indica que a
cremação simultânea de dois adultos teria pelo menos dobrado a duração de uma
cremação de um único cadáver.
Tradução
e palavras entre chaves por Mykel Alexander
Continua em As fornalhas de cremação de Auschwitz - parte 18 - por Carlo Mattogno e Franco Deana
106 Nota de Carlo Mattogno: Betriebsvorschrift
des koksbeheizten Topf-Dreimuffel-Einäscherungsofens (Operation Manual for
the Coke-Fired Topf Three-Muffle Cremation Furnace). Este documento foi
publicado pela primeira vez em Dr. Miklós Nyiszli’s Médecin à Auschwitz.
Souvenirs d’un médecin déporté, Juillard, Paris 1961 (documento em folha
não paginada); conferir APMO, BW 30/34, página 56.
145 Nota de Carlo Mattogno: Hans
Schulze-Manitius, “Moderne Feuerungsroste,” Feuerungstechnik, 23(8)
(1935), páginas 86-90, aqui {Germar Rudolf (editor) Dissecting the
Holocaust - The Growing Critique of ‘Truth’ and ‘Memory’, Castle Hill
Publishers, 2019}, página
89.
146 Nota de Carlo Mattogno: A.J. ter Linden, “Feuerräume und Feuerraumwände,”
Feuerungstechnik, 23(2) (1935), páginas 14-20, {Germar
Rudolf (editor) Dissecting the Holocaust - The Growing Critique of
‘Truth’ and ‘Memory’, Castle Hill Publishers, 2019}, página 14.
147 Nota de Carlo Mattogno: Hans
Keller, Mitteilungen über Versuche am Ofen des Krematoriums in Biel.
Bieler Feuerbestattungs-Genossenschaft in Biel. Jahresbericht 1927/28, Biel,
1928, página 3.
148 Nota de Carlo Mattogno: Richard Kessler, “Rationelle
Wärmewirtschaft in den Krematorien nach Maßgabe der Versuche im Dessauer
Krematorium,” Die Wärmewirtschaft, no 9, 1927, página 154.
149 Nota de Carlo Mattogno: APMM, sygn. VI-9a, Vol. 1.
150 Nota de Carlo Mattogno: AGK, NTN, 93, página 47.
151 Nota de Carlo Mattogno: W. Heepke, Die Kadaver-Vernichtungsanlage,
Verlag von Carl Marhold, Halle/Saale 1905, página 43.
152 Nota de Carlo Mattogno: Este é
um valor teórico que pressupõe carbono sem outros componentes, nem combustíveis
nem incombustíveis. Dessa maneira, elimina-se a influência do carvão e do coque
de diferentes valores calóricos.
Fonte: Carlo Mattogno e Franco Deana, em Germar Rudolf (editor) Dissecting the Holocaust - The Growing Critique of ‘Truth’ and ‘Memory’, Castle Hill Publishers, P.O. Box 243, Uckfield, TN22 9AW, UK; novembro, 2019. Capítulo The Cremation Furnaces of Auschwitz.
Acesse o livro gratuitamente no site oficial:
https://holocausthandbooks.com/index.php?main_page=1&page_id=1
Sobre os autores: Franco Deana foi um engenheiro italiano. Carlo Mattogno nasceu em 1951 em Orvietto, Itália. Pesquisador revisionista, ele empreendeu estudos em filosofia (incluindo estudos linguísticos em grego, latim e hebraico bem como estudos orientais e religiosos) e em estudos militares (estudou em três escolas militares). Desde 1979 dedica-se aos estudos revisionistas, tendo estado associado com o jornal francês Annales d’Histoire Revisionniste bem como com o The Journal of Historical Review.
Dentre seus mais de 20 livros sobre a temática do alegado holocausto estão:
The Real Auschwitz Chronicle: The History of the Auschwitz Camps, 2 volumes, Castle Hill Publishers (Bargoed, Wales, UK), 2023.
Auschwitz: the first gassing – rumor and reality; Castle Hill, 4ª edição, corrigida, 2022.
Curated Lies – The Auschwitz Museum’s Misrepresentations, Distortions and Deceptions; Castle Hill, 2ª edição revisada e expandida, 2020.
Auschwitz Lies – Legends, Lies, and Prejudices on the Holocaust; Castle Hill, 4ª edição, revisada, 2017. (Junto de Germar Rudolf).
Debunking the Bunkers of Auschwitz – Black Propaganda versus History; Castle Hill, 2ª edição revisada, 2016.
Inside the Gas Chambers: The Extermination of Mainstream Holocaust Historiography, 2ª edição corrigida, 2016.
___________________________________________________________________________________
Recomendado, leia também:
Campos de Concentração Nacional-Socialistas {nazistas}: lenda e realidade - parte 1 - precedentes e funções dos campos - por Jürgen Graf (demais partes na sequência do próprio artigo).
O que é o Holocausto? - lições sobre holocausto - por Germar Rudolf
O que é ‘Negação do Holocausto’? - Por Barbara Kulaszka
O Primeiro Holocausto - por Germar Rudolf
O Primeiro Holocausto – e a Crucificação dos judeus deve parar - parte 1 - Por Olaf Rose (Parte 2 na sequência do próprio artigo)
O Mito do extermínio dos judeus – Parte 1.1 {nenhum documento sequer visando o alegado extermínio dos judeus foi jamais encontrado} - por Carlo Mattogno (demais partes na sequência do próprio artigo)
Sobre o revisionismo em geral e o revisionismo do alegado Holocausto ver:
Uma breve introdução ao revisionismo do Holocausto - por Arthur R. Butz
{Retrospectiva Revisionismo em ação na História} – Definindo evidência - por Germar Rudolf
Por que o revisionismo do Holocausto? - por Theodore J. O'Keefe
Revisionismo e Promoção da Paz - parte 1 - por Harry Elmer Barnes
Revisionismo e Promoção da Paz - parte 2 - por Harry Elmer Barnes
O “Holocausto” colocado em perspectiva - por Austin Joseph App
A controvérsia internacional do “holocausto” - Arthur Robert Butz
Contexto e perspectiva na controvérsia do ‘Holocausto’ - parte 1 - por Arthur R. Butz
Contexto e perspectiva na controvérsia do ‘Holocausto’ - parte 2 - por Arthur R. Butz
O Relatório Leuchter: O Como e o Porquê - por Fred A. Leuchter
Sobre a importância do revisionismo para nosso tempo - por Murray N. Rothbard
Sobre as alegadas câmaras de gás nazistas homicidas ver:
As câmaras de gás: verdade ou mentira? - parte 1 - por Robert Faurisson (primeira de seis partes, as quais são dispostas na sequência).
A Mecânica do gaseamento - Por Robert Faurisson
O “problema das câmaras de gás” - Por Robert Faurisson
As câmaras de gás de Auschwitz parecem ser fisicamente inconcebíveis - Por Robert Faurisson
O Relatório Leuchter: O Como e o Porquê - por Fred A. Leuchter
A técnica e a química das ‘câmaras de gás’ de Auschwitz - por Germar Rudolf - Parte 1 - Introdução (demais partes na sequência do próprio artigo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários serão publicados apenas quando se referirem ESPECIFICAMENTE AO CONTEÚDO do artigo.
Comentários anônimos podem não ser publicados ou não serem respondidos.