Germar Rudolf |
O texto a seguir é
baseado principalmente em apresentações reais que fiz na Alemanha e em outros
lugares. A maioria deles foi estruturada como diálogos com membros da
audiência, que foram continuamente encorajados a fazer perguntas, fazer
objeções e oferecer contra-argumentos. Este estilo de diálogo é mantido neste
livro. Minhas próprias contribuições são marcadas com “Germar Rudolf” e
as dos ouvintes com “Ouvinte” (ou Ouvinte'/Ouvinte"/ Ouvinte'" no
caso de comentários consecutivos de vários ouvintes distintos).
*
* *
Germar Rudolf:
Agora eu gostaria de fazer uma pergunta, senhoras e senhores. Eu peço que
levantem a mão aqueles que sabem o que foi a Conferência de Wannsee... Essa é
uma clara maioria da audiência. A senhora ali, sim, pode nos contar em resumo
do que se trata esta Conferência?
Ouvinte:
No início de 1942, vários altos burocratas nazistas reuniram-se numa vila no
setor de Wannsee, na cidade de Berlim, para discutir o que fazer com os judeus.
Germar Rudolf:
OK. Agora eu estou pedindo que levantem a mão aqueles que pensam que conhecem o
conteúdo do Protocolo de Wannsee… São apenas alguns indivíduos. Agora estou
escolhendo aleatoriamente o cavalheiro ali. Você pode nos dizer brevemente do
que se trata este Protocolo? Você conhece o conteúdo do Protocolo?
Ouvinte:
Sim!
Germar Rudolf:
Então você certamente pode nos contar brevemente o que está neste Protocolo.
Ouvinte:
Tanto quanto eu me lembro, na Conferência de Wannsee foi decidido o extermínio
dos judeus na Europa, bem como as medidas necessárias para isso.
Germar Rudolf:
Na verdade, eu pedi que você me dissesse o que está no Protocolo, não o que é
suposto ter sido decidido na Conferência. Então você leu o Protocolo?
Ouvinte:
Não, mas é sabido, claro, o que foi decidido ali.
Germar Rudolf:
Ah! É sabido, claro! Então isso é óbvio? Agora, deixe-me falar primeiro do que
está no Protocolo e do que não está. A propósito, você pode encontrar este
documento na Internet, juntamente com vários outros documentos sobre este tópico,
os quais todos tem o mesmo enfoque.1
Deixe-me
sumarizar brevemente o conteúdo do Protocolo. Ele começa resumindo as medidas
tomadas pelo governo alemão até o outono de 1941 para acelerar a emigração de
judeus da esfera de influência alemã. Depois, ele explica que a deportação para
o leste substituiu a política de emigração. O Protocolo enumera o número de
judeus na Europa – embora contenha países onde a Alemanha não teve qualquer
influência: Inglaterra, Irlanda, Turquia, Portugal, Suécia, Suíça, Espanha.
Ouvinte:
Os números fornecidos, contudo, são muito altos. Por exemplo, 700 mil judeus na
França desocupada não funcionam, mesmo se as colónias do Norte de África forem
incluídas, e 400 mil em Bialystok é risivelmente ridículo e fora do juízo. Os
números do censo holandês de 1941, com 160.000 judeus, incluindo cerca de
23.000 refugiados de outros países, também são demasiado elevados. De acordo
com Sanning, havia apenas cerca de 112 mil judeus avaliados pelos resultados de
um censo de 1935. Até o dia de hoje ainda não ouvi uma explicação plausível
sobre o porquê os nazis teriam exagerado os números a tal grau.
Frankfurter Allgeimeine ZEITUNG
FÜR DEUTSCHLAND 22 de
junho de 1992, página 34
Historiador Jäckel: Objetivo da Conferência de Wannsee contestado A decisão de assassinar os judeus da Europa foi tomada antes […] O protocolo da Conferência, disse Jäckel, não contém uma palavra sobre tal decisão [de exterminar os judeus]. Além disso, os participantes não tinham sido autorizados a fazê-lo. […] Para ser certo, o verdadeiro propósito da Conferência de Wannsee é contestado, admitiu Jäckel. [Ele disse que] um colega inglês comentou há mais de 40 anos que a Conferência tinha sido meramente um “almoço de camaradas”. […] Que a Conferência não teve nenhum papel nas deportações foi comprovado [disse] pela lista de participantes. Representantes da Wehrmacht, bem como do Ministério dos Transportes do Reich, estiveram ausentes. […]
Jäckel acredita [sic!] que uma ordem correspondente [de Hitler para
exterminar os judeus] seguiu-se ao encontro entre Hitler, Himmler e Heydrich
em 24 de setembro de 1941, portanto, três meses antes da Conferência de
Wannsee. […]
|
Germar Rudolf:
Uma explicação para isso poderia ser que judeus de meia e um quarto de ascendência
também foram incluídos, e que os números foram generosamente arredondados, o
que teria inflacionado poderosamente todos esses números. Eu posso muito bem
imaginar que uma burocracia incipiente para a “solução da questão judaica”
tendesse a exagerar numericamente a questão, a fim de obter tantos recursos
quanto possível. Para mim, este parece ser um procedimento padrão entre as
autoridades governamentais.
O
Protocolo lida a seguir brevemente sobre como as deportações de alguns destes
países poderiam ser implementadas. Uma longa seção trata da questão de saber
se, sob que circunstâncias, “meio-judeus” e “um quarto-judeus” eram para ser
deportados, e o que acontecerá com crianças de casamentos entre judeus e
não-judeus ou entre pessoas de “sangue misto”.
Em
conexão com às deportações para o leste, afirma que a partir de agora os judeus
serão colocados para trabalhar na construção de estradas na sua migração para o
leste, o que resultará numa redução do seu número total devido a um processo de
seleção natural efetuado pelas ásperas e duras condições. Deixe-me citar esta
passagem (páginas 7 e seguinte do Protocolo):
“Sob guia apropriada, no decurso da solução final, os judeus serão alocados para trabalho apropriado no leste. Judeus fisicamente aptos, separados por sexo, serão levados em grandes colunas de trabalho para estas áreas durante a construção de estradas, durante as quais uma larga porção irá, sem dúvida, abandonar devido à redução natural.
A possível remanescente parte final, uma vez que consistirá sem dúvida na porção mais resistente, terá de ser tratada em conformidade, porque é o produto da seleção natural e, ao ser libertada, tem de ser considerada como uma semente de um novo renascimento judaico (veja a experiência da história.)”
Ouvinte:
Eu não consigo imaginar que os nazis teriam permitido que os judeus iniciassem
um renascimento com o remanescente desta redução “natural”. Portanto, este
tratamento só pode significar que os judeus não teriam sido libertados. Isto é:
ou eles teriam sido mantidos presos até que todos estivessem mortos, ou os
nazistas teriam assistido esse morrer.
Germar Rudolf:
Esta é realmente a única passagem ambivalente em todo o Protocolo, à qual os
historiadores ortodoxos se apegam aguerridamente como uma morte sombria. Mas
leia-o atentamente mais uma vez: o remanescente é o resultado de uma seleção
“natural” no final deste projeto de trabalho forçado durante o curso desta
migração forçada para o leste. Nada é dito aqui sobre qualquer assassinato
durante esse processo. Só quando este projeto terminar, e possivelmente após o
fim da guerra, surge a questão de algum tipo de “tratamento especial”. A forma
como isso aconteceria não é abordada nesse Protocolo, pois esta era obviamente
uma questão de um futuro distante.
Aparte,
é não verdadeiro reivindicar que o regime nazi se opôs fundamentalmente a um reavivamento
judaico. O fato é que, antes da eclosão da guerra com a União Soviética,
existiam numerosos projetos na Alemanha destinados a facilitar um novo começo
para os judeus depois de eles terem emigrado da esfera de influência alemã (ver
Weckert 2016).*1 É também um fato que
existe um número documentos que indica que foi de fato planejado, para o
período pós-guerra, retirar os Judeus da Europa para um novo começo. Isto
evidentemente só faz sentido se esta “possível remanescente parte final”
(o texto alemão é igualmente estranho) ainda estivesse lá no final da guerra.
Discutirei esses documentos mais tarde (Capítulo 3.3).*2
Em qualquer medida, não há uma palavra no Protocolo no
sentido de que os judeus seriam enviados para campos de extermínio. Além disso,
não há uma palavra sobre se, quando e como os judeus deveriam ser encaminhados
para um suposto extermínio. Portanto, Yehuda Bauer, professor da Universidade
Hebraica de Jerusalém, explicou em 1992 (Jewish Telegraph… 1992)*3:
“O público ainda repete, vez após vez, a história tola de que em Wannsee se chegou ao extermínio dos judeus.”
Ouvinte:
Isso é exatamente o oposto do que é constantemente servido pela maioria dos
meios de comunicação.
Germar Rudolf:
Absolutamente certo. Demorou até o ano
de 1992 para que a mídia relatasse pela primeira vez algo nesse sentido. Eles
precisavam da absolvição de um respeitável estudioso judeu do Holocausto para
ousar afirmar o óbvio. O próximo na fila foi o historiador alemão de esquerda,
Prof. Eberhard Jäckel, que cinco meses depois declarou publicamente que nenhuma
decisão sobre o extermínio de judeus tinha sido tomada durante a Conferência de
Wannsee. Estas decisões, segundo Jäckel, já tinham sido tomadas anteriormente,
embora ele não tenha conseguido citar qualquer fonte para isso (Jäckel 1992).*4 É claro que este tipo de retificações
por parte de historiadores consagrados não faz nada para mudar o fato de que a
Conferência de Wannsee ainda continua a ser representada como o evento de
tomada de decisão para a “solução final da questão judaica”. Parafraseando
Oscar Wilde, quem ficará incomodado com os fatos quando eles atrapalharem uma
boa história?
Vamos
dar uma olhada nisso, no entanto. Vamos supor que Jäckel esteja certo, que o
genocídio contra os judeus já tenha sido decidido anteriormente pelos mais
altos decisores do Terceiro Reich. A tarefa da Conferência de Wannsee teria
então sido organizar a implementação dessa decisão. Então, eles falaram sobre erigir
campos de extermínio? Sobre escolher o método do crime e as armas do crime?
Sobre a alocação de recursos financeiros e material de construção?
Nem
um traço!
Apenas
duas semanas antes de Yehuda Bauer fazer a declaração acima citada, o periódico
alemão Aus Politik und Zeitgeschichte, que é um suplemento da revista
semanal Das Parlament publicada pelo parlamento alemão, escreveu sobre
isso adequadamente (edição B 1-2/92, 3 de janeiro de 1992, página 18):
“Tomando nota do conteúdo do ‘protocolo’ sem preconceitos dá a convicção de que aqueles ali reunidos não decidiram nada que pudesse ser visto como ponto de partida mental e hierárquico do crime. Mas a historiografia não conseguiu satisfazer a necessidade de imaginação histórica concreta, os seus representantes não conseguiram oferecer uma alternativa ilustrativa a esta concepção errônea da história.”
Germar Rudolf:
Neste contexto, a descrição detalhada da
conferência feita por um dos seus participantes é bastante reveladora: Dr.
Gerhard Klopfer, na altura chefe do Departamento de Direito Constitucional da
Chancelaria do Partido do NSDAP. Ele relatou que o principal assunto discutido
durante a conferência foi uma alteração às chamadas Leis de Nuremberg, que
privou os judeus de alguns dos seus direitos civis. Ele insistiu, contudo, que
nem sequer foi apresentada qualquer sugestão nesse sentido, muito menos tomada
qualquer decisão. Os rascunhos de quaisquer alterações deveriam ser
apresentados numa conferência posterior, que ele pensava nunca ter ocorrido,
pois, na sua opinião, Hitler tinha decidido, entretanto, pospor o assunto
inteiro “até depois da guerra”.2 Contudo,
uma conferência posterior de fato ocorreu em 6 de março de 1942, para ser
exato. Durante essa conferência, a discussão centrou-se na esterilização
forçada de indivíduos de “sangue misto” e nos divórcios forçados de casamentos
mistos. O protocolo desta reunião também se refere apenas a evacuações e
assentamentos, mas não a assassinatos.3
Ouvinte:
Contudo, as esterilizações forçadas são uma violação extrema dos direitos
civis.
Germar Rudolf:
Sem dúvida um crime, de fato, se tivessem sido implementadas, mas aparentemente
não foi o caso. Além disso, discutiu-se oferecer aos indivíduos de “sangue
mestiço” a escolha entre serem deportados juntamente com os judeus (férteis) ou
serem esterilizados. Neste último caso, eles não seriam deportados. Este plano de
esterilização forçada, no entanto, parece ter sido abandonado, porque foi
impossível implementá-lo durante a guerra, como resulta de um memorando do Legationsrat
Franz Rademacher de 7 de março de 1942.4
Ouvinte:
Existem até gravações do testemunho de Adolf Eichmann publicadas online, que
ele fez durante o seu julgamento em Jerusalém. Eichmann, que se diz ter sido o
autor do Protocolo de Wannsee, fala claramente de homicídio no que diz respeito
à penúltima frase do Protocolo, onde nós lemos (página 15 do Protocolo):
“Para concluir, os diferentes tipos de soluções possíveis foram discutidos, durante tal discussão tanto o Gauleiter Dr. Meyer quanto o Secretário de Estado Dr. Bühler assumiram a posição de que, durante a solução final, certas atividades preparatórias deveriam ser realizadas nos territórios afetados, embora devesse ser evitado alarmar a população.”
Ouvinte:
Quando questionado sobre o que isso significava, Eichmann declarou:5
“Os vários métodos de matança foram discutidos lá.”
Germar Rudolf:
Somente quando questionado sobre o que foi discutido em detalhes ele não
conseguiu pensar em nada. O Wannsee Memorial Museum compilou um documento
contendo várias declarações, por vezes contraditórias, feitas por Eichmann
durante o seu julgamento.6 Esta
compilação dá inevitavelmente a impressão de que Eichmann estava confuso. Nós voltaremos
mais tarde à forma como o julgamento de Jerusalém e os julgamentos semelhantes
do pós-guerra foram conduzidos.
Ouvinte:
Então, que tipo de “atividades preparatórias” poderia ter sido entendido e que
deveria “ser realizado diretamente nos territórios afetados” e que poderia
potencialmente alarmar a população local, para além das atividades de
assassinato?
Germar Rudolf:
Eu presumo que estas foram medidas preparatórias para prender e deportar os
judeus dos territórios afetados, bem como medidas para realocar ou encarcerar
estes judeus em campos e guetos nas áreas-alvo. Tudo isto deveria ser planejado
e executado de tal forma que a respectiva população não se alarmasse.
Ouvinte:
Já não foi demonstrado há muito tempo atrás que este Protocolo de Wannsee é na
verdade uma falsificação?
Germar Rudolf:
É verdade que surgiram vários artigos nas décadas de 1980 e 1990 que lançavam
dúvidas sobre a autenticidade do Protocolo de Wannsee. Por exemplo, o Zeitgeschichtliche
Forschungsstelle (Gabinete de Investigação de História Contemporânea) em
Ingolstadt (Alemanha) produziu um artigo detalhado sobre isso em 1987 (Wahls
1987).*5 O ponto de partida desta crítica é o
fato de quem reivindicou ter descoberto este documento – Robert Kempner7 – reproduziu uma cópia do mesmo num dos
seus livros (Kempner 1961, a partir da página 133).*6 Contudo, a versão publicada por
Kempner era obviamente diferente daquela a qual hoje é reivindicada ser a
original.8
Um
ano depois, o cientista político Udo Walendy publicou um estudo detalhado sobre
o Protocolo de Wannsee (HT nº 35).*7
O seu aspecto mais distintivo é que ele examina as declarações daqueles que
participaram na Conferência e que por esse motivo foram levados aos tribunais
militares Aliados após a guerra.
Ouvinte:
Então não é contestado que a Conferência aconteceu?
Germar Rudolf:
Não, certamente não. De acordo com o depoimento dos participantes da época,
esta reunião foi conduzida em sua maior parte por Reinhard Heydrich, braço
direito do SS Reichsführer Heinrich Himmler, a fim de fazer um relatório
sobre a plena autoridade que lhe foi concedida por Hitler para a deportação dos
judeus nos territórios ocupados do leste. Não foi dito nada nesta conferência
sobre o extermínio através do trabalho ou de outros meios. Também, o conteúdo
do alegado Protocolo não era correto, desde que estava faltando muita coisa a
qual tinha sido discutida, enquanto nele eram mencionadas coisas as quais não
tinham sido temas da reunião.
A próxima tentativa de investigação da autenticidade do
Protocolo na forma de um relatório pericial (Bohlinger/Ney 1992, 1995)*8 cita uma grande quantidade de
evidências e argumentos para a tese de que se trata de uma falsificação; na
verdade, claramente a “falsificação do século” (Ney 1992).*9 Além de muitos erros estilísticos e
formais, há um ponto central de discórdia neste protocolo, o qual é o símbolo “𐌔
𐌔”.
Como é bem sabido, na maioria das máquinas de escrever oficiais do Terceiro
Reich, o símbolo tinha sua própria chave especial com o “𐌔
𐌔”
em forma rúnica. Ora, não seria preocupante se, por falta de uma máquina de
escrever adequada, algumas das muitas cópias do Protocolo – de acordo com o
Protocolo deveriam ter sido 30 cópias – tivessem sido escritas com uma máquina
normal. É peculiar, contudo, que das 30 cópias somente a 16ª tenha permanecido
preservada, e isto novamente existe em pelo menos duas versões diferentes, uma
com um “SS” normal e outra com um “𐌔 𐌔”
em forma rúnica. Além disso, na Tabela 7 (p. 133)*10, os desvios textuais mais importantes
para algumas das versões hoje conhecidas são dados. Qual destas deveria ser a
versão original, ninguém pode dizer. Somente uma delas pode ser autêntica,
todas as outras cópias não o são.
A
carta de apresentação pertencente ao “Protocolo Wannsee” também existe em duas
versões, uma com “SS” normal e outra com “𐌔 𐌔”
em forma rúnica. Aqui, porém, a situação é ainda mais inequívoca: não só foi
feita uma tentativa de deixar inalterada a área datilografada, mas as notas
manuscritas de algum funcionário, que se encontram na versão com a chave SS
normal, têm sido copiadas para a segunda versão com símbolos “𐌔
𐌔”
em forma de runa, mas os falsificadores não conseguiram apagar completamente
todos os vestígios do antigo texto datilografado. Alguns traços ainda estão lá.
Comparada com a primeira versão, a caligrafia idêntica também caiu alguns
milímetros em relação ao texto da máquina. A falsificação é clara e de lisura
óbvia e reconhecível por qualquer um. A prova da falsificação, pelo menos de
uma versão da carta de apresentação, já é fornecida há muito tempo. Por agora,
só podemos ficar em obscura confusão sobre as razões dessas manipulações.
Ouvinte:
Tem havido algum tipo de resposta a isso por parte dos historiadores celebremente
estabelecidos?
Germar Rudolf:
O historiador alemão Professor Ernst Nolte expressou dúvidas sobre a
autenticidade do Protocolo (Nolte 1987, página 592; 1993, páginas 313 e
seguinte)*11, e o Dr. Werner Maser igualmente
determinou a falsificação de pelo menos uma cópia da capa carta de 2004 com os
mesmos argumentos, embora sem citar os estudos mais antigos (Maser 2004, páginas
317 e seguinte).*12
Ouvinte:
Então ele {Kempner} estava plagiando?
Germar Rudolf:
Ou ele chegou por ele mesmo e não conhece o laudo pericial de Bohlinger. Em
todo o caso, ele não mencionou quem primeiro revelou os fatos, o que teria sido
apropriado.
Ouvinte:
Mas então ele teria que ter citado fontes de má reputação e, portanto, ele
próprio teria se tornado de má reputação.
Germar Rudolf:
Sim, a escolha habitual entre Cila e Caríbdis. Mas por outro lado,
historiadores, meios de comunicação e representantes oficiais permanecem em
silêncio.
Ouvinte:
Não é também contestado entre os revisionistas se o Protocolo é realmente uma
falsificação?
Germar Rudolf:
O historiador revisionista italiano Carlo Mattogno, cujas obras mais tarde nós conheceremos
mais de perto, é na verdade da opinião de que uma das versões do Protocolo
poderia ser definitivamente autêntica. Em qualquer caso, ele não vê qualquer
contradição entre o conteúdo substancial do Protocolo e a principal tese
revisionista – nenhum plano, nenhuma decisão tomada e nenhuma execução de um
assassinato em massa planejado – e nisso ele está sem dúvida certo. Portanto,
se se verificar que uma das versões conhecidas ou mesmo ainda desconhecidas do
Protocolo de Wannsee é genuína, isso significaria apenas, em substância, que a
tese do extermínio não pode ser provada por este documento.
Ouvinte:
Mesmo que existam várias versões desta cópia do Protocolo, e mesmo que exista
uma versão da carta de apresentação que tenha sido manipulada, isso não prova
que não existam quaisquer originais. Pode haver razões muito mundanas para tal
manipulação: Alguém tinha uma cópia incorreta do original e, portanto, digitou-a
novamente. Isto é particularmente verdadeiro para Kempner, que simplesmente
poderia ter usado uma cópia redigitada para seu livro, em vez do original. Ou
talvez essa cópia tenha sido elaborada por seu editor ou pelo impressor sem o
conhecimento de Kempner, porque antes de ser impressa foi decidido que a cópia
disponível para reprodução não poderia ser reproduzida claramente. Isso
acontece. Isso tem pouco a ver com falsificação de documentos. Apenas prova uma
falta de precisão editorial e de consciência (conferir Kampe 2002).*13 E de qualquer forma, nada disto prova
que o extermínio em massa não ocorreu!
Germar Rudolf:
Isso está correto e vice-versa, eu devo acrescentar. Eu intencionalmente não
tirei uma conclusão do Protocolo de Wannsee quanto à realidade ou não-realidade
de qualquer tipo de acontecimentos, mas apenas disse que em nenhuma
circunstância a tese do extermínio pode ser provada por ele.
Estou
convencido de que ainda não foi pronunciada a palavra final sobre a questão da
autenticidade deste documento. Uma análise crítica forense completa e minuciosa
dos documentos considerados originais seria requerido para isto. A
confiabilidade de Kempner também precisa de algum escrutínio. Mais tarde, nós encontraremos
a atitude extremamente questionável de Kempner em relação às evidências. Por
enquanto, quero apenas salientar que, após o término dos tribunais de
Nuremberg, Kempner aparentemente roubou documentos dos arquivos do tribunal
(Merlin 2013; U.S. ICE 2013).*14
Tradução
e palavras entre chaves por Mykel Alexander
Notas
1 Nota de Germar Rudolf: www.ghwk.de/wannsee-konferenz/dokumente-zur-wannsee-konferenz.html (todos os URLs subsequentes desse site acessados em 13 de abril de 2017).
*1 Fonte utilizada por Germar Rudolf: Ingrid Weckert, Jewish Emigration from the Third Reich, 2ª edição, Castle Hill Publishers, Uckfield, 2016.
*2 Fonte utilizada por Germar Rudolf: Germar Rudolf, Lectures on the Holocaust - Controversial Issues Cross-Examined, 4th, revised edition, January 2023, Castle Hill Publishers, PO Box 141, Bargoed CF82 9DE, UK, 4th edition.
*3 Fonte utilizada por Germar Rudolf: Jewish Telegraph Agency, “Wannsee’s Importance Rejected”, The Canadian Jewish News, 20 de Janeiro de 1992, página 8.
*4 Fonte utilizada por Germar Rudolf: Eberhard Jäckel, “Zweck der Wannseekonferenz umstritten”, Frankfurter Allgemeine Zeitung, 22 de junho de 1992, página 34.
2 Nota de Germar Rudolf: Carta do Dr. Gerhard Klopfer de 31 de janeiro de 1961, ao Ministério Público de Ulm durante a investigação criminal contra ele, www.ghwk.de/fileadmin/user_upload/pdf-wannsee/dokumente/klopfer-1961.pdf, aqui página 4.
3 Nota de Germar Rudolf: Protocolo
da reunião do RSHA de 6 de março de 1942; Politisches Archiv des Auswärtigen
Amts (PAAA);
www.ghwk.de/fileadmin/user_upload/pdf-wannsee/dokumente/nachfolgekonferenz_maerz_1942.pdf
4 Nota de Germar Rudolf: PAAA
Berlin, R 100857, tabela 161 e seguinte;
https://www.ghwk.de/fileadmin/user_upload/pdf-wannsee/dokumente/rademacher-maerz-1942.pdf
5 Nota de Germar Rudolf:
www.ghwk.de/fileadmin/user_upload/mp-dateien/eichmann_zu_wannsee.mp3
6 Nota de Germar Rudolf:
www.ghwk.de/fileadmin/user_upload/pdf-wannsee/texte/eichmanns-testimony.pdf
*5 Fonte utilizada por Germar Rudolf: Hans Wahls, Zur Authentizität des “Wannsee-Protokolls,” Veröffentlichungen der Zeitgeschichtlichen Forschungsstelle Ingolstadt, 10. Band, Ingolstadt, 1987.
7 Nota de Germar Rudolf: Conferir a
carta de Kempner sobre essa descoberta:
https://www.ghwk.de/fileadmin/user_upload/pdf-wannsee/dokumente/kempner-1992.pdf
*6 Fonte utilizada por Germar Rudolf: Robert M. Kempner, Eichmann und Komplizen, Europa-Verlag, Zürich 1961
8 Nota de Germar Rudolf:
www.ghwk.de/fileadmin/user_upload/pdf-wannsee/dokumente/protokoll-januar1942_barrierefrei.pdf
*7 Fonte utilizada por Germar Rudolf: Udo Walendy, Historische Tatsachen {HT}, Verlag für Volkstum und Zeitgeschichtsforschung, Vlotho, nº 35 (1988).
*8 Fonte utilizada por Germar Rudolf: Roland Bohlinger, Johannes P., Gutachten zur Frage der Echtheit des sogenannten Wannsee-Protokolls und der dazugehörigen Schriftstücke, Verlag für ganzheitliche Forschung und Kultur, Viöl 1992; 2ª edição. ibid. 1994; www.vho.org/D/Wannsee/Gutachten/ ; Roland Bohlinger, Johannes P. Ney, Die Stellungnahme der Leitung der Gedenkstätte Haus der Wannsee-Konferenz zu dem von Bohlinger und Ney verfaßten Gutachten zur Frage der Echtheit des sogenannten Wannsee-Protokolls und der dazugehörigen Schriftstücke, Verlag für ganzheitliche Forschung, Viöl, 1995; www.vho.org/D/Wannsee/Stellungnahme.html .
*9 Fonte utilizada por Germar Rudolf: Ney, Johannes P. “Die Jahrhundert-Fälschung, das Wannseeprotokoll”, Huttenbriefe, Sonderdruck, Juni, 1992.
*10 Fonte utilizada por Germar Rudolf: Germar Rudolf, Lectures on the Holocaust - Controversial Issues Cross-Examined, 4th, revised edition, January 2023, Castle Hill Publishers, PO Box 141, Bargoed CF82 9DE, UK, 4th edition.
*11 Fonte utilizada por Germar Rudolf: Ernst Nolte, Das Vergehen der Vergangenheit, Ullstein, Frankfurt/Main, 1987; Ernst Nolte, Streitpunkte, Ullstein, Frankfurt am Main/Berlin, 1993.
*12 Fonte utilizada por Germar Rudolf: Werner Maser, Fälschung, Dichtung und Wahrheit über Hitler und Stalin, Olzog, Munich, 2004.
*13 Fonte utilizada por Germar Rudolf: Norbert Kampe em: Mark Roseman. Die Wannsee-Konferenz: Wie die NS-Bürokratie den Holocaust organisierte, Propyläen, Berlin, 2002.
*14 Fonte
utilizada por Germar Rudolf: David Merlin, “A Cover-up at the USHMM?,” 23 de
agosto 2013; U.S. ICE, “Long-lost Nazi diary recovered after ICE
investigation,” 12 de junho de 2013;
www.ice.gov/news/releases/long-lost-nazi-diary-recovered-after-ice-investigation
Fonte: Germar Rudolf, Lectures on the
Holocaust - Controversial Issues Cross-Examined, 4th, revised edition,
January 2023, Castle Hill Publishers, PO Box 141, Bargoed CF82 9DE, UK, 4th
edition. Castle Hill Publishers. Capitulo 2.14. The Wannsee Debacle.
PDF gratuito disponível no link abaixo.
https://holocausthandbooks.com/index.php?page_id=15
Sobre o autor: Germar Rudolf nasceu em 1964 em Limburg, Alemanha. Ele estudou química na Universidade de Bonn, onde ele graduou-se em 1989 com um diploma comparável ao grau de PhD no EUA. De 1990 – 1993 ele preparou uma tese de PhD (na graduação alemã) no Instituto Max Planck, paralelo a isso Rudolf preparou um relatório especial sobre as questões químicas e técnicas das alegadas câmaras de gás de Auschwitz, The Rudolf Report. Como a conclusão era de que as instalações de Auschwitz e Birkenau não eram para propósitos de extermínio em massa ele teve que enfrentar perseguições e encontrou exílio na Inglaterra onde fundou a editora Castle Hill. Por pressão do desgoverno alemão por extradição ele teve que fugir em 1999 para o EUA em busca de asilo político. No EUA casou e tornou-se cidadão americano em 2005, mas imediatamente a isso foi preso e subsequentemente deportado para Alemanha onde cumpriu 44 meses de prisão por seus escritos acadêmicos, muitos deles feitos no EUA onde não são ilegais. Desde 2011 vive com sua família, esposa e três crianças, na Pennsylvânia. Entre suas principais obras estão:
Dissecting the Holocaust, 1ª edição 2003 pela Theses & Dissertations Press, EUA. 3ª edição revisada, Castle Hill, Uckfield (East Sussex), 2019.
The Chemistry of Auschwitz: The Technology and Toxicology of Zyklon B and the Gas Chambers – A Crime-Scene Investigation, Castle Hill, Uckfield (East Sussex), 3ª edição revisada e expandida (março de 2017).
Lectures on Holocaust (1ª ed. 2005) 3ª edição revisada e expandida, Castle Hill, Bargoed, 2023.
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O que é o Holocausto? - lições sobre holocausto - por Germar Rudolf
O que é ‘Negação do Holocausto’? - Por Barbara Kulaszka
O Primeiro Holocausto - por Germar Rudolf
O Primeiro Holocausto – e a Crucificação dos judeus deve parar - parte 1 - Por Olaf Rose (Parte 2 na sequência do próprio artigo)
O Mito do extermínio dos judeus – Parte 1.1 {nenhum documento sequer visando o alegado extermínio dos judeus foi jamais encontrado} - por Carlo Mattogno (demais partes na sequência do próprio artigo)
Sobre o revisionismo em geral e o revisionismo do alegado Holocausto ver:
Por que o revisionismo do Holocausto? - por Theodore J. O'Keefe
Revisionismo e Promoção da Paz - parte 1 - por Harry Elmer Barnes
Revisionismo e Promoção da Paz - parte 2 - por Harry Elmer Barnes
O “Holocausto” colocado em perspectiva - por Austin Joseph App
A controvérsia internacional do “holocausto” - Arthur Robert Butz
Contexto e perspectiva na controvérsia do ‘Holocausto’ - parte 1 - por Arthur R. Butz
Contexto e perspectiva na controvérsia do ‘Holocausto’ - parte 2 - por Arthur R. Butz
O Relatório Leuchter: O Como e o Porquê - por Fred A. Leuchter
Sobre a importância do revisionismo para nosso tempo - por Murray N. Rothbard
Sobre as alegadas câmaras de gás nazistas homicidas ver:
As câmaras de gás: verdade ou mentira? - parte 1 - por Robert Faurisson (primeira de seis partes, as quais são dispostas na sequência).
A Mecânica do gaseamento - Por Robert Faurisson
O “problema das câmaras de gás” - Por Robert Faurisson
As câmaras de gás de Auschwitz parecem ser fisicamente inconcebíveis - Por Robert Faurisson
O Relatório Leuchter: O Como e o Porquê - por Fred A. Leuchter
A técnica e a química das ‘câmaras de gás’ de Auschwitz - por Germar Rudolf - Parte 1 - Introdução (demais partes na sequência do próprio artigo)
Sobre censura e fuga da investigação histórica ver:
A vigilante marcação pública no revisionismo - parte 1 - por Harry Elmer Barnes
A vigilante marcação pública no revisionismo - parte 2 - por Harry Elmer Barnes
Os Homens que “passaram o pano” para Hitler {com análise crítica revisionista} - Por Gitta Sereny
Liberdade para a narrativa da História - por Antonio Caleari
A mentira a serviço de “um bem maior” - Por Antônio Caleari
História do revisionismo do alegado holocausto e suas conquistas:
{Retrospectiva Revisionismo em ação na História} - Clareza sobre Dachau - por Germar Rudolf
{Retrospectiva Revisionismo em ação na História} – Ivan, o cara errado - por Germar Rudolf
{Retrospectiva Revisionismo em ação na História} – Mentiras antifascistas - por Germar Rudolf
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