terça-feira, 14 de janeiro de 2025

As fornalhas de cremação de Auschwitz - parte 5 - por Carlo Mattogno e Franco Deana

 Continuação de As fornalhas de cremação de Auschwitz - parte 4 - por Carlo Mattogno e Franco Deana

Carlo Mattogno


4. As instalações de cremação Topf para campos de concentração

No final da década de 1930, a Topf & Söhne, bem como outros fabricantes, especialmente a H. Kori Company em Berlim e a Didier-Werke (também em Berlim; veja o Subcapítulo 4.4.), começaram a projetar fornalhas de cremação para os campos de concentração. Essas fornalhas tinham um design simplificado em comparação as fornalhas civis. A Topf Company desenvolveu seis projetos para as fornalhas de cremação deste tipo:

1. Fornalha de mufla única alimentada a coque, nunca construída.58

2. Fornalha móvel de duas muflas, alimentada a óleo, posteriormente convertida em uma fornalha estacionária alimentada a coque. Este tipo de fornalha foi instalada em Gusen (um subcampo de Mauthausen) e Dachau. A primeira foi encomendado pela SS-Neubauleitung do Campo de Mauthausen em 21 de março de 1940, como um fornalha móvel alimentada a óleo (“fahrbarer Ofen mit Ölbeheizung”), mas em 9 de outubro de 1940, foi decidido convertê-la em um fornalha alimentada a coque.59 A Topf enviou a fornalha por ferrovia em 12 de dezembro de 1940, e ela chegou ao seu destino em 19 de dezembro.60 No mesmo dia, a SS-Neubauleitung do Campo de Mauthausen enviou um telegrama para a Topf com um pedido urgente de um engenheiro.60 A Topf Company enviou seu engenheiro August Willing para Gusen em 27 de dezembro,61 que imediatamente começou seu trabalho e o concluiu em 22 de janeiro de 1941. Os dois geradores de gás alimentados por coque foram instalados durante a construção do fornalha, o qual entrou em operação no final de janeiro de 1941.62

De acordo com uma carta da Topf para a SS-Neubauleitung de Dachau de 25 de julho de 194063, a fornalha do Campo de Dachau havia sido entregue ainda mais cedo. A autoridade da SS do Campo de Dachau decidiu também converter o sistema de aquecimento desta fornalha, substituindo os dois queimadores de óleo por geradores de gás de coque. Ambas as fornalhas convertidas ainda existem hoje nesses antigos campos de concentração. Inicialmente, a decisão das autoridades locais de converter o sistema de aquecimento de certas fornalhas de cremação foi motivada pela grande falta de combustível líquido, mas em 17 de dezembro de 1943, o Chefe do Amt CIII (Technische Fachgebiete; Escritório CIII, assuntos técnicos) da SS WVHA emitiu um decreto geral declarando:64

Nos crematórios, o uso de combustível líquido não pode mais ser permitido. A modificação para combustível sólido tem que ser feita em todos os lugares.”

3. Fornalha de cremação a coque com duas muflas colocadas uma em frente à outra. Este tipo de fornalha aparece somente em um desenho do crematório no Campo de Płaszów perto de Cracóvia. Se ele foi construído não é conhecido.65

4. Fornalha de duas muflas a coque, instalada no Campo de Buchenwald. Em 18 de junho de 1938, o Escritório de Construção da administração da SS do Campo de Buchenwald-Sachsenhausen enviou uma solicitação ao SS-Gruppenführer Theodor Eicke, chefe do Totenkopfverbände e dos campos de concentração, para autorizar a construção de um crematório no Campo de Buchenwald. Eicke encaminhou esta solicitação ao chefe da administração da SS em Munique com uma nota na qual ele endossava a solicitação porque, como resultado de um número maior de internos deste campo, Buchenwald era confrontado com internos falecidos quase numa base diária cujos corpos tinham que ser cremados no crematório municipal de Weimar.66 O pedido foi concedido, e a autorização foi emitida pelo Hauptamt Haushalt und Bauten (HHB, Orçamento e Edifícios do Escritório Principal) no início de dezembro de 1939. Para a construção de um “crematório de emergência” (Notkrematorium), como é chamado em documentos administrativos alemães, um pedido foi enviado à Topf Company. Em 21 de dezembro de 1939, a Topf enviou uma estimativa às autoridades competentes para “1 fornalha de incineração Topf a óleo ou coque com mufla dupla e sopradores de ar comprimido, bem como sopradores de tiragem forçada” por 7.753 RM, mais 1.250 RM para a instalação.67

Em sua “Descrição da estrutura da nova construção de um crematório de emergência no campo de detenção de Buchenwald”, o Escritório de Novas Construções de Buchenwald especificou em 10 de janeiro de 1940:68

“Devido às altas taxas de mortalidade no Campo de Buchenwald, a construção de um crematório de emergência com fornalha de cremação a óleo (fornalha de mufla dupla) tornou-se necessária. Para isso, é necessário um local de 6 x 9 m e 4 m de altura.”

Em sua estimativa de 21 de dezembro de 1939, a Topf Company também incluiu um desenho da fornalha, editada no mesmo dia,69 e um plano para um pequeno crematório de apenas 6 m × 9 m × 4 m.70 O projeto foi estimado em 14.200 RM.71 Nenhum documento sobre a realização deste projeto é conhecido por mim. Um projeto posterior, sem data, provavelmente de 1940, mostra um crematório mais sofisticado com dimensões externas de 14 m × 12 m, consistindo de cinco salas. A sala da fornalha (6,50 m × 4,99 m), no entanto, contém apenas uma fornalha de mufla única.72 De acordo com Kurt Prüfer, uma fornalha de duas muflas Topf foi instalada em Buchenwald em 1940-1941,73 que evidentemente foi o assunto da estimativa mencionada acima.

5. Fornalha de duas muflas a coque tipo Auschwitz. Três fornalhas deste tipo foram construídas no crematório do Campo Principal de Auschwitz entre 1940 e 1942; outra foi construída em 1945 no crematório de Mauthausen.

6. Fornalha de três muflas a coque. Duas fornalhas deste modelo (uma também equipada para queima de óleo) foram instaladas no crematório de Buchenwald em 1942, duas no crematório de Groß-Rosen em 1942,74 e dez nos Crematórios II e III de Birkenau em 1942-1943.

7. Fornalha de oito muflas a coque. Duas fornalhas desse tipo foram construídas nos Crematórios IV e V de Birkenau em 1942-1943, e metade dessa fornalha (quatro muflas) foi instalada em Mogilew em 1942.

Os fornalhas de Auschwitz serão descritas nos Subcapítulos 4.1 a 4.3.

Tradução e palavras entre chaves por Mykel Alexander

Continua...

Notas:

58 Nota de Carlo Mattogno: Desenho de J.A. Topf & Söhne D 58173 de 6 de janeiro de 1941: “Einmuffel-Einäscherungsofen” coqueado para o SS-Neubauleitung de KL Mauthausen. Fonte: BAK (Arquivos Federais de Koblenz), NS 4/Ma 54; Kosten-Anschlag da Topf Company de 6 de janeiro de 1941, para SS-Neubauleitung de KL Mauthausen reg. uma fornalha de cremação a coque com uma ou duas muflas. BAK, NS 4/Ma 54.

59 Nota de Carlo Mattogno: Carta daTopf, 26 de fevereiro de 1941, para SS-Neubauleitung do KL Mauthausen. BAK, NS 4 Ma/54.

60 Nota de Carlo Mattogno: Telegrama SS-Neubauleitung do KL Mauthausen para Topf, 19 de dezembro de 1940. BAK, NS 4 Ma/54.

60 Nota de Carlo Mattogno: Telegrama SS-Neubauleitung do KL Mauthausen para Topf, 19 de dezembro de 1940. BAK, NS 4 Ma/54.

61 Nota de Carlo Mattogno: Carta da Topf para SS-Neubauleitung do KL Mauthausen, 23 de dezembro de 1940. BAK, NS 4 Ma/54.

62 Nota de Carlo Mattogno: Carta SS-Neubauleitung do KL Mauthausen para Topf, 14 de fevereiro de 1941. BAK, NS 4 Ma/54.

63 Nota de Carlo Mattogno: Carta da Topf para SS-Neubauleitung do KL Mauthausen, 25 de julho de 1940. BAK, NS 4 Ma/54.

64 Nota de Carlo Mattogno: AGK (Archiwum Glównej Komisji Zbrodni Przeciwko Narodowi Polskiemu Instytutu Pamieci Narodowej,

Warszawa), NTN, 94, p. 177. WVHA = Wirtschafts- und Verwaltungs-Hauptamt = Sede Econômica e Administrativa.

65 Nota de Carlo Mattogno: Conferir nossa obra principal, The Cremation Furnaces of Auschwitz: A Technical and Historical Study, 3 Vols., Castle Hill Publishers, Uckfield, 2015; Parte 1, p. 212; Parte 2, Documento 175, página 285.

66 Nota de Carlo Mattogno: NO-4353.

67 Nota de Carlo Mattogno: Kosten-Anschlag J.A. Topf & Söhne, 21 de dezembro de 1939, para SS-Neubauleitung de KL Buchenwald reg. um forno de cremação a gasolina ou coque com duas muflas. NO-4448.

68 Nota de Carlo Mattogno: NO-4401.

69 Nota de Carlo Mattogno: Desenho de J.A. Topf & Söhne D 56570, 21 de dezembro de 1939, “Doppelmuffel-Einäscherungsofen mit Ölbrenner” para KL Buchenwald. NO-4444.

70 Nota de Carlo Mattogno: Planta do crematório em KL Buchenwald (dezembro de 1939). NO-4444.

71 Nota de Carlo Mattogno: SS-Neubauleitung Buchenwald, Kostenberechnung, 10 de janeiro de 1940. NO-4401.

72 Nota de Carlo Mattogno: Desenho do Crematório de Buchenwald (janeiro de 1940). NO-4445.

73 Nota de Carlo Mattogno: Interrogatório de K. Prüfer, 11 de fevereiro de 1948, pelo Tenente Coronel de Smersh Doperchuk. Federativnaya Slushba Besopasnosti Rossiskoi Federatsii (FSBRF), Fond N-19262, p. 124. Tradução alemã em J. Graf, “Anatomie der sowjetischen Befragung der Topf-Ingenieure” VffG, 6(4) (2002), página 404.

74 Nota de Carlo Mattogno: Até agora, nenhum documento foi descoberto sobre essas fornalhas, mas em 1948, o serviço de contraespionagem soviético (Smersh) tinha um plano do crematório de Groß-Rosen desenhado pela empresa Topf que mostrava duas fornalhas de mufla tripla. Kurt Prüfer confirmou durante seu interrogatório que essas fornalhas tinham sido instaladas em 1942. FSBRF, Fond N-19262, página 183; conferir J. Graf, “Anatomie der sowjetischen Befragung der Topf-Ingenieure” VffG, 6(4) (2002), página 412.

Fonte: Carlo Mattogno e Franco Deana, em Germar Rudolf (editor) Dissecting the Holocaust - The Growing Critique of ‘Truth’ and ‘Memory’, Castle Hill Publishers, P.O. Box 243, Uckfield, TN22 9AW, UK; novembro, 2019. Capítulo The Cremation Furnaces of Auschwitz.

Acesse o livro gratuitamente no site oficial:

https://holocausthandbooks.com/index.php?main_page=1&page_id=1  

Sobre os autores: Franco Deana foi um engenheiro italiano. Carlo Mattogno nasceu em 1951 em Orvietto, Itália. Pesquisador revisionista, ele empreendeu estudos em filosofia (incluindo estudos linguísticos em grego, latim e hebraico bem como estudos orientais e religiosos)  e em estudos militares (estudou em três escolas militares). Desde 1979 dedica-se aos estudos revisionistas, tendo estado associado com o jornal francês Annales d’Histoire Revisionniste bem como com o The Journal of Historical Review.

Dentre seus mais de 20 livros sobre a temática do alegado holocausto estão: 

The Real Auschwitz Chronicle: The History of the Auschwitz Camps, 2 volumes, Castle Hill Publishers (Bargoed, Wales, UK), 2023.

Auschwitz: the first gassing – rumor and reality; Castle Hill, 4ª edição, corrigida, 2022.

Curated Lies – The Auschwitz Museum’s Misrepresentations, Distortions and Deceptions; Castle Hill, 2ª edição revisada e expandida, 2020.

Auschwitz Lies – Legends, Lies, and Prejudices on the Holocaust; Castle Hill, 4ª edição, revisada, 2017. (Junto de Germar Rudolf).   

Debunking the Bunkers of Auschwitz – Black Propaganda versus History; Castle Hill, 2ª edição revisada, 2016.

Inside the Gas Chambers: The Extermination of Mainstream Holocaust Historiography, 2ª edição corrigida, 2016.

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Recomendado, leia também:

O que é o Holocausto? - lições sobre holocausto - por Germar Rudolf

O que é ‘Negação do Holocausto’? - Por Barbara Kulaszka

O Primeiro Holocausto - por Germar Rudolf

O Primeiro Holocausto – e a Crucificação dos judeus deve parar - parte 1 - Por Olaf Rose (Parte 2 na sequência do próprio artigo)

O Holocausto de Seis Milhões de Judeus — na Primeira Guerra Mundial - por Thomas Dalton, Ph.D. {academic auctor pseudonym}

O Mito do extermínio dos judeus – Parte 1.1 {nenhum documento sequer visando o alegado extermínio dos judeus foi jamais encontrado} - por Carlo Mattogno (demais partes na sequência do próprio artigo)


Sobre o revisionismo em geral e o revisionismo do alegado Holocausto ver:

Uma breve introdução ao revisionismo do Holocausto - por Arthur R. Butz

{Retrospectiva Revisionismo em ação na História} – Definindo evidência - por Germar Rudolf

{Retrospectiva Revisionismo em ação na História} – Tipos e hierarquia de evidências - por Germar Rudolf

Por que o revisionismo do Holocausto? - por Theodore J. O'Keefe

Revisionismo e Promoção da Paz - parte 1 - por Harry Elmer Barnes

Revisionismo e Promoção da Paz - parte 2 - por Harry Elmer Barnes

O “Holocausto” colocado em perspectiva - por Austin Joseph App

A controvérsia internacional do “holocausto” - Arthur Robert Butz

Contexto e perspectiva na controvérsia do ‘Holocausto’ - parte 1 - por Arthur R. Butz

Contexto e perspectiva na controvérsia do ‘Holocausto’ - parte 2 - por Arthur R. Butz

O Relatório Leuchter: O Como e o Porquê - por Fred A. Leuchter

Sobre a importância do revisionismo para nosso tempo - por Murray N. Rothbard


Sobre as alegadas câmaras de gás nazistas homicidas ver:

As câmaras de gás: verdade ou mentira? - parte 1 - por Robert Faurisson (primeira de seis partes, as quais são dispostas na sequência).

A Mecânica do gaseamento - Por Robert Faurisson

O “problema das câmaras de gás” - Por Robert Faurisson

As câmaras de gás de Auschwitz parecem ser fisicamente inconcebíveis - Por Robert Faurisson

O Relatório Leuchter: O Como e o Porquê - por Fred A. Leuchter

A técnica e a química das ‘câmaras de gás’ de Auschwitz - por Germar Rudolf - Parte 1 - Introdução (demais partes na sequência do próprio artigo)


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