Sergej Nikolajewitsch Kowaljow |
[Nota de Jürgen Graf: O
artigo a seguir, do historiador militar soviético Coronel Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow, foi extraído da edição online do jornal russo (Vsglyad, “Visualização”), de 4 de junho de
2009. Foi publicado originalmente no site do Ministro da Defesa russo, mas foi
deletado após protestos poloneses. A tradução alemã apresentada aqui compreende
aproximadamente dois terços do texto. O último terço é menos importante para os
leitores alemães.]
A
avaliação do papel da União Soviética nos acontecimentos imediatamente
anteriores, assim como no início da Segunda Guerra Mundial, faz parte já a
algum tempo das discussões entre políticos, pesquisadores e especialistas, e
também da opinião pública. Os casos atuais de incidentes anti-russos ligados a
esse tema se apoiam frequentemente a uma representação distorcida e falsificada
da atividade da liderança soviética durante aquele período. Atualmente é
defendida pela mídia de massa, com cada vez mais frequência, que teve início
“uma nova guerra fria”.1 Alguns
autores ocidentais escreveram coisas como: “Já
é tempo de olhar para a verdade amarga: a Rússia está de volta, é rica, forte e
novamente mal-intencionada (em relação ao ocidente). A parceria está sendo
substituída por uma concorrência que toma cada vez mais uma forma ameaçadora.
Começou uma nova guerra fria, e como nos anos quarenta do século passado, nós a
notamos tarde demais.”2 Notável
também como países são rotulados levianamente, países estes que são aliados
históricos da Rússia. Por exemplo, muitos países da Europa, principalmente
Bulgária, Letônia e Moldávia, “se entregaram
à mercê da Rússia”.3
Os
falsificadores de hoje tentam estampar a União soviética como a instigadora da
Segunda Guerra Mundial ou pelo menos imputar a “dois ditadores sanguinários”
uma mesma dose de responsabilidade para sua eclosão. Seu argumento preferido é
a assinatura do Pacto de Não-Agressão firmado entre a Alemanha e a União
Soviética a 23 de agosto de 1939.
É
de conhecimento público que fatos históricos deixam-se interpretar
corretamente, quando inseridos no contexto dos fatos que aconteceram em um
determinado período. Na análise do Pacto teuto-soviético não se deve esquecer o
Tratado de Munique assinado menos de um ano antes. Estes acontecimentos estão
bastante ligados entre si, pois o que aconteceu na capital bávara influenciou
de várias formas a política da União Soviética.
Quem
pesquisou a história da Segunda Guerra sem preconceitos, este sabe que esta
começou pela recusa da Polônia em fazer concessões diante das reivindicações
alemãs. Pouco conhecido, certamente, é que as reivindicações da Alemanha eram
muito sensatas: a integração de Danzig ao Terceiro Reich assim como a permissão
para construção de uma rodovia e ferrovia extra-territoriais, que deveriam
ligar a Prússia Oriental à parte principal da Alemanha.4
Ambas as reivindicações dificilmente podem ser rotuladas de insensatas. Os
moradores de Danzig, separados da Alemanha em razão do Tratado de Versailles,
eram em sua maioria esmagadora alemães5
que sinceramente queriam a reunificação com sua pátria histórica. Totalmente
natural também era a reivindicação em relação aos meios de transporte, mais
ainda, pois não foi feito qualquer reivindicação ao território do “corredor
polonês” que separava a Alemanha em duas partes. Aliás, a Alemanha nunca
aceitou as alterações territoriais introduzidas através do Tratado de
Versailles, ao contrário em relação às fronteiras ocidentais.6
Por
estes motivos, a 24 de outubro de 1938, quando a Alemanha propôs à Polônia um
acordo para as questões de Danzig e do “corredor polonês”,7
não pareceu uma complicação da situação. Varsóvia respondeu, todavia, com uma
resposta rude e recusou as posteriores propostas alemãs. A Polônia, que
ambicionava ser uma Grande Potência, não queria se satisfazer no papel de
parceiro júnior da Alemanha. A 26 de março de 1939, a Polônia recusou
definitivamente em acatar as exigências alemãs.8
Como reação, o lado alemão revogou a 28 de abril de 1939 o tratado de amizade e
cooperação teuto-polonês, de 1934.9
Simultaneamente,
as democracias ocidentais alimentaram junto aos poloneses a injustificável
ilusão, que iriam prestar o necessário apoio a Varsóvia em caso de guerra. A 31
de março de 1939, o primeiro-ministro britânico, N. Chamberlain diante da
Câmara dos Comuns: “No caso de qualquer
ação que represente uma clara ameaça à independência polonesa… o governo de sua
majestade se verá no dever de prestar ao governo polonês todo apoio que estiver
a seu alcance. Ele deu ao governo polonês uma segurança a esse respeito. Eu me
permito acrescentar que o governo francês me autorizou a esclarecer, que ele
tem a respeito dessa questão a mesma posição que o governo de sua majestade.”10 Como os acontecimentos seguintes
comprovam, estas promessas se tratavam de um embuste premeditado. A liderança
polonesa acreditou piamente e perdeu com isso a noção da realidade.
O
jornalista {judeu} norte-americano W. Shirer, que conhecia a realidade polonesa
graças a trinta anos de experiência, comentou as garantias inglesas à Polônia
da seguinte forma: “Pode-se vigiar uma
fábrica de pólvora sem problemas, se forem respeitadas as medidas de segurança,
porém, vigiar uma fábrica de pólvora, onde loucos notórios se reúnem, não é tão
inofensivo assim”.11
Os
acontecimentos na Europa assim como a crescente agressividade da Alemanha devem
ter despertado preocupação na liderança soviética. Parecia ser necessária uma
aliança [da URSS – o tradutor] com as democracias ocidentais para colocar
Hitler em seu devido lugar, mas Churchill salientou com razão: “Munique e ainda muitas outras coisas
convenceram a liderança soviética de que nem a Inglaterra nem a França iriam
lutar, até que elas mesmas tenham sido atacadas, e mesmo nesse caso não iria
acontecer muita coisa”.12 Era
notório que o objetivo das potências ocidentais contra Hitler consistia na
condução de uma “política de apaziguamento”, orientando uma agressão alemã
contra o leste – ou seja, contra a URSS. A 12 de setembro de 1938, N.
Chamberlain disse pouco antes de seu encontro com Hitler: “Alemanha e Inglaterra são dois pilares do mundo europeu e a grande
barreira contra o comunismo, e por isso é necessário superar todas nossas
atuais dificuldades pelo caminho pacífico… Provavelmente será possível
encontrar uma solução que seja aceitável para todos, menos para a Rússia”.13
Diante
desta situação, a liderança soviética tirou a conclusão de que uma cooperação
com a Inglaterra e França seria somente possível caso fosse possível selar
antes um Pacto militar, onde as obrigações dos membros fossem definidas
claramente e sem ambiguidades.
A
17 de abril de 1939, Moscou almejava a promulgação de um acordo
anglo-franco-soviético sobre ajuda mútua, que deveria conter os seguintes
pontos:
1. Inglaterra, França e a URSS selam um acordo com validade de cinco anos, onde tenham que garantir impreterivelmente todo tipo de ajuda, incluindo a militar, no caso de uma agressão na Europa a um dos membros signatários.
2. Inglaterra, França e a URSS se obrigam a garantir todo tipo de ajuda, incluindo a militar, aos países entre o Mar Báltico e o Mar Negro em caso de agressão contra um desses países.
3. Inglaterra, França e a URSS se obrigam dentro de um curto prazo a explanar sobre a abrangência e forma da ajuda militar e definir a qual dos países, em cumprimento dos artigos 1 e 2, ela deve ser fornecida.
4. O governo inglês esclarece que a ajuda que ele prometeu à Polônia só é válida em caso de agressão por parte da Alemanha.
5. O acordo existente entre Polônia e Romênia será declarado válido para qualquer agressão contra a Polônia ou Romênia, mas inválido quando orientado contra a URSS.
6. Inglaterra, França e a URSS se obrigam, após o início das agressões, a conduzir isoladamente ou sem a concordância das três potências quaisquer acordos com os agressores ou selar a paz.
7. Um correspondente acordo será assinado simultaneamente com uma convenção, onde seja delineado em concordância com o Artigo 3.
8. Inglaterra, França e a URSS consideram necessário estabelecer negociações conjuntas com a Turquia sobre a conclusão de um pacto em separado sobre ajuda mútua.14
Esta
proposta não foi obviamente aceita pelos parceiros ocidentais. A 26 de abril, o
ministro do exterior, Lord E. Halifax declarou em uma sessão do governo inglês:
“Para uma proposta tão abrangente, o
tempo ainda não está maduro”.15 Inglaterra
e França esperavam que a União Soviética fosse se submeter obrigações
unilaterais perante eles. Numa reunião de gabinete, Halifax anunciou a 3 de
maio que ele iria colocar a seguinte consulta à Rússia: “A Rússia está disposta a fornecer à Polônia e Romênia a ajuda que seja
solicitada em ocasião propícia a estas, e na forma que elas desejarem?”16
A
6 de maio de 1939, o adido comercial soviético provisório em Berlim, G. A.
Astachow, informou o Ministério do Exterior [em Moscou] sobre a reação da
imprensa alemã a respeito da nomeação de um novo Ministro do Exterior
soviético; segundo ele, a imprensa alemã “tentava
passar a impressão de uma mudança no curso de nossa política (renúncia da segurança coletiva etc), favorável
a eles [os alemães]”.17 Um dia
antes, a 5 de maio, o chefe do departamento para política econômica da seção da
Europa Oriental do Ministério do Exterior, K. J. Schnurre, convidou o
procurador soviético S. F. Merekalow, que viajou no mesmo dia para Moscou, para
lhe informar que o contrato da antiga missão comercial em Praga na Fábrica
Skoda, segundo a visão do governo alemão, “deveria
ser cumprido”. “À fábrica da Skoda
foram passadas certas diretrizes por parte da liderança militar”, continuou
Schnurre, e assegurou: “Não há qualquer
impedimento aparentemente para que a fábrica cumpra suas obrigações”.18 Isso foi um gesto claro do lado
alemão, pois já a 17 de abril, os representantes soviéticos em Berlim tinham
protestado contra a “intromissão da
liderança militar alemã” na atividade comercial ordinária da missão
comercial.19
W.
M. Molotow demorou para demonstrar reação à sinalização alemã. Através dos
representantes diplomáticos da Grã-Bretanha e França, ele manteve ativas
negociações com estes dois países. A 8 de maio, o Ministro do Exterior recebia
o embaixador inglês W. Seeds, que trouxe por parte de seu governo a resposta à
proposta da URSS para selar um acordo de ajuda mútua. A resposta foi
desencorajadora. A liderança britânica recomendou ao governo soviético publicar
uma explicação, onde ele se comprometia, “no
caso em que Grã-Bretanha e França se envolvam em questões bélicas, em
cumprimento às obrigações seladas, ele garanta o apoio militar imediato, caso
isso seja desejado”.20 Desta
forma, os ingleses se esquivam a uma clara resposta sobre o pacto, e almejam ao
invés disso a manifestação pública de uma nova declaração.
No
mesmo dia, o Ministério do Exterior soviético informa seu embaixador na França,
J. S. Suriz, sobre a proposta inglesa e lhe solicita uma posição sobre a
questão.21 A 10 de maio, Suriz
caracteriza a proposta mencionada em um telegrama ao Ministério do Exterior da
seguinte forma: “Nos leva automaticamente
a uma guerra com a Alemanha”. Este é o caso, pois a Inglaterra e a França “abordaram obrigações [a respeito da
Polônia e outros países] conosco sem
pacto e concordância.”22
Apoiado nesta consideração e outras semelhantes, o Ministro do Exterior
formulou sua posição.
A
14 de maio de 1939, W. M. Molotow chamou o embaixador britânico W. Seeds e lhe
entregou uma nota que continha uma resposta à proposta inglesa. Ali dizia: “As propostas inglesas em relação à URSS não
se apoiam ao princípio da reciprocidade e colocam-nas em uma posição diferente.
O governo soviético é da posição que o seguinte seja necessário para que os
países amantes da paz construam uma barreira contra uma nova onda de agressão
na Europa: um pacto efetivo sobre ajuda mútua contra uma agressão; uma garantia
das três potências para os países da Europa Central e Oriental ameaçados de
agressão, incluindo os países bálticos e a Finlândia; o fechamento de um
tratado concreto entre Inglaterra, França e URSS sobre a forma assim como o
montante da ajuda”.23
A
14 de maio, o embaixador soviético em Londres, I. M. Maiski, fez as seguintes
observações sobre as proposições soviéticas; elas colocaram “o governo britânico em uma posição
extraordinariamente difícil. Nossas propostas são claras, simples, razoáveis e
apelam para a consciência das pessoas simples”.24 Por outro lado, o embaixador
continuou, “as garantias que a
Grã-Bretanha concedeu à Polônia, Romênia e Grécia, torna irrecusável o acordo
com a União Soviética, pois a Grã-Bretanha e a França nada podem fazer na
prática para a Polônia ou Romênia. Até que um bloqueio britânico contra a
Alemanha seja uma séria ameaça, a Polônia ou Romênia não existirão mais.”25
Somente
a 25 de julho os governos ingleses – e um dia depois o francês – receberam a
proposta soviética para iniciar negociações sobre o acordo de uma convenção
militar, e anunciaram sua predisposição em enviar um representante para a
Moscou.26 O início das negociações aconteceu a
12 de agosto.
O
decorrer destas infrutíferas negociações é bem conhecido, sendo que nós não
precisamos discorrer longamente sobre isso. Importante notar somente os
objetivos reais, que ambos os lados perseguiam. Por exemplo, as instruções para
a delegação britânica enviada a Moscou previam “conduzir as negociações de forma extremamente lenta”27 e evitar entrar em obrigações
concretas: “O governo britânico não
deseja detalhar obrigações, que poderiam atar nossas mãos em determinadas
circunstâncias. Em relação à questão sobre um acordo militar, deseja-se
formulações possivelmente generalistas”.28
A
liderança soviética tomou outra posição. O chefe da delegação francesa, General
J. Doumenc, que informava o Ministério da Guerra sobre todas as negociações,
constatou a 17 de agosto de 1939 em um telegrama: “Não há dúvidas que a URSS deseja selar um pacto militar, e não quer que nós apresentemos um documento
qualquer que não tenha um significado concreto.”29
A
principal pedra no sapato foi a questão da transposição do território da
Polônia e Romênia pelas tropas soviéticas. Naquela época a União Soviética não
possuía uma fronteira comum com a Alemanha. Sob estas circunstâncias não estava
claro como tropas soviéticas poderiam atacar o exército alemão. Por este
motivo, (o Ministro da Defesa soviético) K. E. Woroschilow colocou a seguinte
questão durante a reunião da delegação militar a 14 de agosto: “No geral está tudo entendido, somente a
posição das tropas armadas da União Soviética não está totalmente clara. Não se
entende muito bem, através de quais territórios elas devam estacionar e como
elas deverão participar fisicamente de uma batalha”.30 Para que o Exército Vermelho possa
participar da luta já nos primeiros dias de guerra, as tropas soviéticas devem
atravessar regiões polonesas. Aqui devem estar bem delimitadas as zonas que
elas avançariam: a região de Wilnus (o conhecido “corredor de Wilnus”) assim
como Galícia.31 Em um telegrama ao
Ministério da Guerra em Paris, o chefe da delegação francesa, General J.
Doumenc, a 15 de agosto de 1939, faz a seguinte observação: “Eu chamo a atenção que o seguinte fato é
muito importante para amenizar os temores poloneses: os russos delimitam zonas
que se orientam exclusivamente sob aspectos militares”.32
Naturalmente
os poloneses não queriam ouvir nada sobre isso. Ao entardecer de 19 de agosto,
o Marechal Rydz-Smigly explicou: “Sem
consideração às consequências não será permitido às tropas russas a ocupação de
nem uma polegada de território polonês”.33
E o Ministro do Exterior polonês, J. Beck, comunicou ao embaixador francês em
Varsóvia, L. Noël : “Nós não permitiremos
que seja ao menos discutido a utilização de parte de nosso território por
tropas estrangeiras, seja a forma que for”.34
Em
um relatório (sobre atividades de reconhecimento) do segundo departamento do
Quartel General do exército polonês, datado de dezembro de 1938, foi
determinado: A política polonesa no leste baseia-se na fragmentação da Rússia…
Por isso nossa possível posição seguirá a seguinte fórmula: quem participará da
divisão? A Polônia não deverá assumir uma posição passiva nesta perspectiva
histórica. Nossa tarefa é nos preparar física e espiritualmente… O objetivo
principal é o enfraquecimento e a derrota da Rússia.”35
Em
suas negociações de caráter militar com a Grã-Bretanha e França, a União
Soviética pode se convencer mais uma vez, como tinha razão um diplomata
lituano, ao qual G. A. Astachow fez menção em seu diário, com a seguinte frase:
“Em caso de guerra, a URSS apresentará o
maior número de vítimas, enquanto a Inglaterra e a França se entrincheirarão e
se contentarão com troca de tiros e disparos de canhões. Ações decisivas não
acontecerão na frente ocidental.”36
Como
a URSS não conseguiu nada palpável com os ingleses e franceses, ela selou um
pacto de não-agressão com a Alemanha.
O
que diz respeito ao aspecto moral, salienta-se que os representantes das
democracias ocidentais não tinham razão em condenar o pacto da URSS com a
Alemanha. Acertadamente, o jornalista norte-americano observou: “Se Chamberlain se comportou de forma honesta
e nobre, quando veio de encontro a Hitler em 1938 e cedeu a ele em 1938 a
Tchecoslováquia [correto: a região dos Sudetos – Nota do Tradutor], por que Stalin seria desonesto e baixo
quando ele veio de encontro a Hitler um ano depois, e lhe cedeu a Polônia, que
rejeitou qualquer ajuda soviética?”37
O
mesmo pode se dizer daqueles que julgam os acontecimentos sob a ótica das
chamadas normas da política externa de Lênin, onde a União Soviética
supostamente se contradisse com o pacto com a Alemanha. A União Soviética selou
um pacto de não-agressão com a Alemanha e como resultado, Alemanha, Inglaterra
e França se atracaram, ao invés de forjarem uma aliança contra a URSS. Esta
última teve então a possibilidade, após outras potências entrarem na guerra, em
se reservar certa liberdade para escolher ao lado de quem ela iria lutar.
A
liderança soviética analisou o desenvolvimento do início da Segunda Guerra
Mundial e chegou à conclusão, a qual J. W. Stalin formulou a 7 de setembro na
ocasião de uma reunião da liderança do Komintern: “A guerra se desenvolve entre dois grupos de países capitalistas… para a
reformulação do mundo, para o domínio mundial! Nós não somos contra que um caia
pesadamente sobre o outro e se enfraqueçam mutuamente… Nós podemos manobrar,
incitar um lado contra o outro, para que eles possivelmente se dilacerem por
completo.”38
Temos
que considerar o fato de que as tropas soviéticas travaram no verão de 1939,
junto ao rio Chalchin-Gol, uma luta sangrenta contra os japoneses. Como o Japão
estava aliado à Alemanha através do pacto Anti-Komintern, o acordo
teuto-soviético foi considerado em Tóquio como traição. Sob este pretexto, o
procurador temporário da URSS no Japão, N. I. Generalow, anunciou em um
telegrama a 24 de agosto: “A notícia do
Pacto de Não-Agressão entre a URSS e a Alemanha deixou uma miserável impressão
e abalou profundamente o exército assim como os círculos fascistas.”39
As
relações entre o Terceiro Reich e seus aliados do Oriente foram submetidas a um
teste. Em consequência disso, os grupo dominantes no Japão se decidiram por uma
“variante sul”, que previa uma guerra contra a Inglaterra e os EUA. Como é
conhecido, o Japão não entrou em guerra com a União Soviética após o ataque
alemão contra a URSS.
Com
isso, através do acordo comercial teuto-soviético a 19 de agosto de 1939, assim
como a assinatura do chamado Pacto Molotow-Ribbentroop a 23 de agosto, a URSS
pode manter a guerra afastada de suas fronteiras.
Tradução
do russo ao alemão e palavras entre colchetes por Jürgen Graf
Tradução
do alemão ao português por Marcelo Franchi
Palavras
entre chaves por Mykel Alexander
Notas:
1 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: http://www.inosmi.ru/translation/239456.html
.
2 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: http://www.inosmi.ru/translation/239456.html
.
3 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: http://www.inosmi.ru/translation/239456.html
.
4 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: M. I.
Meltjuchow, “Sowjetsko-polskie wojny” [A guerra polaco-soviética], Moskau. 2004,
página 285.
5 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: No ano de
1924, 95% dos 384.000 habitantes de Danzig e regiões próximas eram alemães. “Grosse
Sowjetische Enzyklopädie”, 1ª Edição, Vol. 20, Moscou 1930, página 414.
6 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: “Grosse Sowjetische Enzyklopädie”, 1ª Edição, Vol. 20, Moscou 1930,
pág. 414.
7 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: Veja nota 4, página 285.
8 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: Veja página 4.
9 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: “God
krisisa” [O ano da crise], Dois volumes, Moscou 1990, Vol. 2, página 392.
10 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: “God krisisa” [O ano da crise], Dois volumes, Moscou 1990, vol. 1,
página 351.
11 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: Citado segundo J. F. Fuller, “Wtoraja mirowaja wojna” [A Segunda
Guerra Mundial], Moscou 1956, página 37.
12 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: W. Churchill,
“Wtoraja mirowaja wojna” [A Segunda Guerra Mundial], Três livros, Livro 1, página
173.
13 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: W.
Churchill, “Wtoraja mirowaja wojna” [A Segunda Guerra Mundial], Três livros, nota
9, livro 1, página 6.
14 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: W.
Churchill, “Wtoraja mirowaja wojna” [A Segunda Guerra Mundial], Três livros, livro
1, páginas 386, 387.
15 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: W. Churchill, “Wtoraja mirowaja wojna” [A Segunda Guerra Mundial],
Três livros, livro 2, página 391.
16 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: W. Churchill, “Wtoraja mirowaja wojna” [A Segunda Guerra Mundial],
Três livros, livro 2, página 391.
17 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: “Documento da política externa da URSS: 1939. Vol. XXII”. Em dois
livros, Moscou 1992, Livro 1, página 339.
18 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: “Documento da política externa da URSS: 1939. Vol. XXII”. Em dois
livros, Moscou 1992, Livro 1, página 338.
19 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: “Documento
da política externa da URSS: 1939. Vol. XXII”. Em dois livros, Moscou 1992, veja
nota 9, livro 1, página 389.
20 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: “Documento da política externa da URSS: 1939. Vol. XXII”. Em dois
livros, Moscou 1992, livro 1, páginas 438, 439.
21 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: “Documento da política externa da URSS: 1939. Vol. XXII”. Em dois
livros, Moscou 1992, veja nota 17, Livro 1, página 342.
22 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: “Documento da política externa da URSS: 1939. Vol. XXII”. Em dois
livros, Moscou 1992, Livro 1, página 355.
23 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: “Documento da política externa da URSS: 1939. Vol. XXII”. Em dois
livros, Moscou 1992, Livro 1, página 363.
24 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: “Otscherki istorii Ministerstwa inostrannych del Rossi: 1802-2002”
[Fenda de uma história do Ministério do Exterior: 1802-2002], três volumes,
Moscou 2002, Vol. 2, página 245.
25 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: Arquivo da política externa da Federação Russa, F. 017a, Op. 1, P. 1,
D. 6, L. 130.
26 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: Arquivo da
política externa da Federação Russa, F. 017a, Op. 1, P. 1, D. 6, L. 130. Veja
nota 9, Vol. 2, página 403.
27 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: “Documento e materiais sobre a véspera da Segunda Guerra Mundial.
1937-1939”, dois Volumes, Moskau 1981, página 168.
28 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: “Documento
e materiais sobre a véspera da Segunda Guerra Mundial. 1937-1939”, dois
Volumes, Moskau 1981, veja nota 9, Vol 2, página 192, 193.
29 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: “Documento e materiais sobre a véspera da Segunda Guerra Mundial.
1937-1939”, dois Volumes, Moskau 1981, página 267.
30 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: “Documento e materiais sobre a véspera da Segunda Guerra Mundial.
1937-1939”, dois Volumes, Moskau 1981, página 212.
31 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: “Documento e materiais sobre a véspera da Segunda Guerra Mundial.
1937-1939”, dois Volumes, Moskau 1981, página 216.
32 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: “Documento e materiais sobre a véspera da Segunda Guerra Mundial.
1937-1939”, dois Volumes, Moskau 1981, páginas 228, 229.
33 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: L. Mosley
“Utratschennoje Wremja” [Tempo perdido], Moscou 1972, página. 301.
34 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: L. Mosley “Utratschennoje Wremja” [Tempo perdido], Moscou 1972, veja
nota 9, página 279.
35 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: Z dziejów
stosunków polsko-radzieckich [Da história das relações polaco-soviéticas], Vol.
3, Varsóvia 1968, páginas. 262, 287.
36 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: Z dziejów stosunków polsko-radzieckich [Da história das relações
polaco-soviéticas], Vol. 3, Varsóvia 1968, veja nota 17, Livro 1, página 588.
37 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: Z dziejów stosunków polsko-radzieckich [Da história das relações
polaco-soviéticas], Vol. 3, Varsóvia 1968, veja nota 12, Livro 2, página 212.
38 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: “1941 god”
[O ano 1941], dois livros, Moscou 1998, Livro 2, página 584.
39 Nota de Sergej Nikolajewitsch
Kowaljow: “1941 god” [O ano 1941], dois livros, Moscou 1998, Livro 2, veja nota
9, livro. 2, página 322.
Fonte: Polônia é culpada pela Segunda Guerra Mundial?, por Sergej Nikolajewitsch Kowaljow, 03 de setembro de 2025, Inacreditável.
https://inacreditavel.com.br/wp/polonia-e-culpada-pela-segunda-guerra-mundial/
Sobre o autor: Sergej
Nikolajewitsch Kowaljow foi diretor do departamento de pesquisa científica para
História Militar da região noroeste da Federação Russa, junto ao Instituto para
História Militar do Ministério da Defesa da Federação Russa. Ele é Coronel
assim como Doutor em História, e vive em São Petersburgo.
__________________________________________________________________________________
Relacionado, leia também:
‘Darkest Hour’ {o destino de uma nação}: grande filme, história defeituosa - Por Mark Weber
As origens da Segunda Guerra Mundial - Por Georg Franz-Willing
História alemã a partir de uma nova perspectiva - Revisado por Charles E. Weber
Resenha do livro de Werner Maser sobre os julgamentos de Nuremberg - por David McCalden
Quem ganhou? Quem perdeu? Segunda Guerra Mundial - por Patrick Buchanan
As mentiras sobre a Segunda Guerra Mundial - Paul Craig Roberts
Sionismo e judeus americanos - por Alfred M. Lilienthal
Por trás da Declaração de Balfour A penhora britânica da Grande Guerra ao Lord Rothschild - parte 1 - Por Robert John {as demais 5 partes seguem na sequência}
Raízes do Conflito Mundial Atual – Estratégias sionistas e a duplicidade Ocidental durante a Primeira Guerra Mundial – por Kerry Bolton
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários serão publicados apenas quando se referirem ESPECIFICAMENTE AO CONTEÚDO do artigo.
Comentários anônimos podem não ser publicados ou não serem respondidos.