| Ron Keeva Unz |
John R. Baker e Race
Doze
anos após o lançamento do livro de Coon, a Oxford University Press publicou um
volume igualmente magistral de 300.000 palavras, escrito por um de seus próprios
eminentes cientistas biológicos.
Race
{Raça}, de John R. Baker, buscava apresentar toda a história intelectual e o conjunto
de informações científicas sobre o assunto, abrangendo desde a antropologia
física até a psicometria. Sir Peter Medawar, um dos principais cientistas da
Grã-Bretanha, declarou que nenhum outro livro “tenta abarcar tudo o que é
relevante para a ideia de raça com tanta abrangência, seriedade e honestidade”.
Ao longo dos anos, muitos destacaram o volume de Baker como a obra científica
definitiva sobre o tema.
Diferentemente
de Coon, Baker procurou manter-se afastado de quaisquer controvérsias políticas
em curso e simplesmente relatou os fatos científicos conforme os entendia. Mas,
em 1974, as linhas de batalha ideológicas sobre todas as questões raciais
haviam se cristalizado, e as informações factuais fornecidas pelo professor de
Oxford foram consideradas politicamente prejudiciais demais para receberem
qualquer visibilidade, de modo que seu livro foi totalmente ignorado por quase
todas as publicações tradicionais.
De
acordo com relatos posteriores, a intensa pressão política chegou a forçar a
Oxford University Press a suprimir o livro, minimizando sua distribuição e
visibilidade fora dos estreitos limites da academia. Como consequência, o
impacto público dessa obra monumental ficou quase inteiramente restrito à
comunidade racialista, onde foi fortemente endossada pela revista Mankind Quarterly,28
embora aparentemente tenha recebido alguma cobertura em uma edição da The Libertarian Review.29
| {John R. Baker (1900-1984) foi um biólogo inglês de máxima estatura no século XX cujos trabalhos lidaram com a realidade racial} |
Assim
como o volume de Coon, as centenas de páginas de Baker pareciam exaustivamente
detalhadas, com as informações fornecidas extraídas das quase 1.200 obras
publicadas que ele incluiu em sua bibliografia. Seu texto consistia exatamente
no tipo de apresentação cuidadosa e imparcial do material que representava o
ápice da ciência séria, tão diferente da verborragia ideologicamente motivada
de charlatães populares promovidos pela mídia, como Montagu. Mas foram as
opiniões deste último sobre o mesmo tema que dominaram completamente o debate
público e prevaleceram, tanto na época quanto nas décadas a seguir.
Hans Eysenck e Race, Intelligence and Education
Embora
a questão das diferenças raciais no QI tenha sido levantada no final da década
de 1950 como parte das consequências legais da decisão Brown, o livro publicado pelo Prof. Shuey sobre o assunto recebeu
muito pouca atenção do público. No entanto, essa mesma controvérsia se tornaria
um elemento muito mais central e extremamente visível do debate sobre raça
durante a década de 1960 e nas décadas seguintes. E fui à discussão dessa
importante história.30
O segundo livro de Putnam tinha aparecido em 1967, relatando o fracasso de suas tentativas de reverter a decisão do caso Brown, assim, restabelecer a base legal para a segregação escolar. Nessa época, a resistência popular no Sul havia praticamente desaparecido, resultando em uma fuga maciça de alunos brancos das escolas públicas locais. Enquanto isso, cidades do Norte, como Boston, eram abaladas por controvérsias semelhantes sobre a integração, e a aprovação da Lei dos Direitos Civis de 1964 havia ampliado consideravelmente o campo de batalha político para as questões raciais. Embora a elite liberal tivesse previsto que tal legislação reformista diminuiria significativamente o conflito racial nos Estados Unidos, o país, em vez disso, testemunhou a pior onda de agitação urbana desde pelo menos a Guerra Civil, com violentos tumultos cometidos por negros em Detroit, Watts e diversas outras cidades.
Uma base importante para a decisão do caso Brown foi o argumento de que a dessegregação reduziria substancialmente a grande disparidade no desempenho educacional entre alunos negros e brancos, o que também era um objetivo central de muitos dos novos programas da Grande Sociedade de Lyndon Johnson, como o Head Start. Mas, em fevereiro de 1969, a prestigiada Harvard Educational Review dedicou toda a sua edição a um extenso artigo de 123 páginas31 do Prof. Arthur Jensen, de Berkeley, um dos principais psicometristas, com o título provocativo “How Much Can We Boost IQ and Scholastic Achievement?” {O quanto podemos nós aumentar o QI e o desempenho escolar?}. Jensen argumentava que havia evidências científicas esmagadoras de que os resultados de QI e outras medidas de capacidade escolar eram determinados pela natureza {nature}, e não pela criação {nurture}, e que a grande disparidade de desempenho entre negros e brancos era, em grande parte, de origem biológica. As afirmações científicas de Jensen provocaram uma tempestade de controvérsia nacional, sujeitando-o a uma enorme difamação, incluindo agressões físicas e ameaças gravíssimas contra a vida dele e de sua família.
| {Arthur Robert Jensen (1923-2012) foi um psicólogo judeu que fez trabalhos relacionando a diferença de inteligência dos povos com a herança genética.} |
A despeito desses ataques ferozes, Jensen jamais vacilou em suas posições científicas durante as décadas seguintes e, em 1998, publicou sua obra-prima, The g Factor: The Science of Mental Ability {O Fator g: A Ciência da Habilidade Mental}, reiterando suas descobertas. Em 2005, ele era amplamente considerado o grande mestre da psicometria e publicou um artigo resumindo os trinta anos anteriores de pesquisa sobre diferenças raciais na inteligência, tendo como coautor o Prof. J. Philippe Rushton, um teórico evolucionista que defendia explicitamente crenças nacionalistas brancas.
Jensen parece ter sido em grande parte apolítico e, embora seu artigo original tenha acendido a controvérsia, ele dificilmente desejava os holofotes da mídia resultantes, que logo se dissiparam, permitindo-lhe dedicar as quatro décadas seguintes à sua pesquisa acadêmica antes de sua morte em 2012, aos 89 anos. Em vez disso, um alvo muito mais ávido surgiu na pessoa do físico William Shockley, que anos antes havia ganhado o Prêmio Nobel pela invenção do transistor. Shockley parecia apreciar a atenção pública, que logo atraiu ao endossar integralmente as ideias de Jensen e, em seguida, passar anos promovendo-as na mídia e em diversos fóruns públicos, juntamente com outras propostas políticas carregadas de conotações raciais, como a esterilização paga pelo governo para indivíduos com baixo QI e medidas eugênicas semelhantes. O físico logo se tornou um nome conhecido, atraindo enorme vilificação pública até sua morte em 1989 e mesmo muito tempo depois.
Shockley era natural de Palo Alto e, em 1956, após inventar o transistor, fundou a Shockley Semiconductor na vizinha Mountain View para comercializar seu dispositivo, optando por retornar da Costa Leste para ficar mais perto de sua mãe idosa e doente. Sua personalidade difícil e suas habilidades de gestão deficientes acabaram levando à debandada de seus primeiros funcionários, que posteriormente fundaram muitas das empresas de tecnologia mais importantes da região, tornando Shockley, indiscutivelmente, o pai do Vale do Silício, que de outra forma talvez nunca tivesse existido. Mas, embora ele seja provavelmente o cidadão mais importante de Palo Alto na história, suas controversas visões racistas impediram qualquer reconhecimento apropriado. Por anos, eu tenho passado de carro em frente à sua simples casa de madeira na Avenida Waverley, que não possui nenhuma placa ou designação histórica, e seu nome nunca foi incluído em nenhum prédio, monumento ou prêmio.
Carecendo de quaisquer de tais homenagens públicas e com seu nome agora praticamente esquecido, Shockley não representou um alvo para o recente movimento de protesto Black Lives Matter e foi simplesmente ignorado. Em contraste, uma campanha semelhante, ocorrida há alguns anos, obrigou o nosso distrito escolar local a renomear a Escola de Ensino Fundamental Terman,32 que homenageava o renomado professor de Engenharia Elétrica de Stanford, Frederick Terman. Na década de 1930, Terman incentivou seus alunos William Hewlett e David Packard a fundarem a empresa que leva seu nome, a qual também desempenhou um papel fundamental na criação da poderosa indústria tecnológica americana. O nome de Terman foi retirado da escola porque era o mesmo de seu pai, o professor de Psicologia de Stanford, Lewis Terman, pioneiro nos testes de QI nos Estados Unidos há um século, e hoje considerado uma figura controversa, apesar de quase não ter tido quase nenhum foco sobre raça.
Jensen tinha feito seu próprio doutorado no University College London sob a orientação de Hans Eysenck, um renomado professor de psicologia e especialista em psicometria. Alguns anos após a publicação do controverso artigo de Jensen sobre a base hereditária do QI, Eysenck publicou Race, Intelligence, and Education {Raça, Inteligência e Educação}, um livro curto assumindo muito da mesma posição. Uma vez mais, uma enorme onda de controvérsia e difamação midiática irrompeu, com Eysenck sendo agredido fisicamente e tendo sua vida ameaçada. Embora ele nunca se retratou de suas opiniões, a partir de então ele se concentrou quase que exclusivamente em outros tópicos e, à época de sua morte em 1997, era uma figura de enorme eminência no campo da psicologia, ocupando o primeiro lugar no mundo em número de citações acadêmicas revisadas por pares. Apesar de tais conquistas acadêmicas, ele nunca foi admitido como membro da Sociedade Britânica de Psicologia, aparentemente devido à natureza controversa de seus escritos sobre raça e QI três décadas antes.
No mesmo ano em que Eysenck lançou seu livro controverso, as visões paralelas de um professor de psicologia de Harvard muito mais jovem, chamado Richard Herrnstein, atraíram atenção semelhante em nosso próprio país. Fundada em 1857, a revista The Atlantic Monthly era, há mais de um século, uma das publicações nacionais mais prestigiosas dos Estados Unidos, e o artigo de 20.000 palavras de Herrnstein, publicado em 1971, sobre QI,33 foi um dos mais longos já veiculados pela revista, oferecendo um relato abrangente sobre as origens e a precisão dos testes de QI como medida da inteligência humana, juntamente com as enormes implicações para o futuro de nossa sociedade. Herrnstein endossou fortemente os argumentos de Jensen e outros de que o QI era determinado principalmente por fatores inatos, mas foi bastante cauteloso ao abordar as evidências correlatas de uma grande diferença de inteligência entre grupos raciais.
| {Hans Eysenck (1916-1997) foi um psicólogo judeu que fez trabalhos relacionando a diferença de inteligência dos povos com a herança genética.} |
Dado o contexto em que foi publicado, o extenso artigo de Herrnstein alcançou um grande público nacional, incluindo muitas das elites intelectuais americanas, e logo provocou a onda usual de ataques e críticas hostis, embora sua cautela em relação às questões raciais provavelmente o tenha protegido do nível de virulência que Jensen e Eysenck enfrentaram. Em vez de ser expulso dos respeitáveis círculos da mídia, Herrnstein continuou a publicar importantes artigos sobre questões relacionadas ao QI nas duas décadas seguintes em publicações como The Public Interest, National Review, Commentary e até mesmo na revista socialista Dissent.
| {Richard Herrnstein (1930-1994) foi um psicólogo judeu que fez trabalhos relacionando a diferença de inteligência dos povos com a herança genética.} |
Em 1982, The Atlantic Monthly publicou mais um de seus longos artigos34 descrevendo o consenso esmagador entre pesquisadores acadêmicos sobre questões de QI e as graves distorções dos fatos científicos regularmente promovidas por importantes veículos da grande mídia, como o The New York Times e a CBS News. Assim, embora as posições de Herrnstein e seus aliados fossem amplamente excluídas dos veículos de maior audiência nacional, elas continuavam a alcançar círculos menores, porém mais intelectualmente elitistas. Em 1985, ele foi coautor de Crime and Human Nature com o eminente cientista político James Q. Wilson, um texto influente e bem recebido que argumentava em favor de um forte componente inato no comportamento criminoso, incluindo uma discussão sobre as grandes diferenças nas taxas de criminalidade entre grupos raciais e étnicos.
Tradução
e palavras entre chaves por Mykel Alexander
28 Fonte utilizada por Ron Keeva
Unz:
29 Fonte utilizada por Ron Keeva
Unz:
30 Fonte utilizada por Ron Keeva
Unz: White Racialism in America, Then and Now, por Ron Keeva Unz, 05 de outubro
de 2020, The Unz Review – An Alternative
Media Selection.
31 Fonte utilizada por Ron Keeva
Unz:
32 Fonte utilizada por Ron Keeva
Unz: Jordan, Terman middle schools to be renamed Palo Alto school district
trustees unanimously support finding new names, por Elena Kadvany, 17 de março
de 2017, Palo Alto online.
https://www.paloaltoonline.com/news/2017/03/17/jordan-terman-middle-schools-to-be-renamed
33 Fonte utilizada por Ron Keeva
Unz:
https://cdn.theatlantic.com/assets/media/files/sept_1971_-_herrnstein_-_i.q..pdf
34 Fonte utilizada por Ron Keeva
Unz:
Fonte: American Pravda: Twelve Unknown Books and Their Suppressed Racial Truths, por Ron Keeva Unz, 17 de novembro de 2025, The Unz Review – An Alternative Media Selection.
https://www.unz.com/runz/american-pravda-twelve-unknown-books-and-their-suppressed-racial-truths/
Sobre o autor: Ron Keeva Unz (1961 -), de nacionalidade americana, oriundo de família judaica da Ucrânia, é um escritor e ativista político. Possui graduação de Bachelor of Arts (graduação superior de 4 anos nos EUA) em Física e também em História, pós-graduação em Física Teórica na Universidade de Cambridge e na Universidade de Stanford, e já foi o vencedor do primeiro lugar na Intel / Westinghouse Science Talent Search. Seus escritos sobre questões de imigração, raça, etnia e política social apareceram no The New York Times, no Wall Street Journal, no Commentary, no Nation e em várias outras publicações.
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