| Ron Keeva Unz |
Pat Shipman e The Evolution of Racism
Como uma consequência dessa purga intelectual, tanto o
nome de Coon quanto o conflito ideológico que o apagou da história nos últimos
sessenta anos permaneceram totalmente desconhecidos para mim durante quase toda
a minha vida, e eu só descobri essa história27
fascinante por meio da pesquisa de um autor renomado cujas próprias crenças
ideológicas se alinhavam firmemente ao campo antirracista.
Através desta era, o principal oponente científico de Coon foi um antropólogo social britânico e seguidor de Franz Boas, que originalmente nascera Israel Ehrenberg, mas optou por ocultar suas origens judaicas adotando o nome notavelmente pomposo e aristocrático de “Montague Francis Ashley-Montagu”. Após se mudar para os Estados Unidos, ele acabou abreviando seu novo nome para “Ashley Montagu,” adotando também um sotaque britânico extremamente refinado, apesar de suas raízes na classe trabalhadora.
Embora Montagu pareça ter tido poucas realizações acadêmicas, tenha feito alegações fraudulentas sobre suas credenciais educacionais e tenha sido demitido, após alguns anos, de seu único cargo acadêmico sério, ele passou décadas como um popularizador científico de grande sucesso, conquistando enorme influência pública por meio da mídia e do apoio político que ele recebeu.
Ele era mais conhecido por sua forte oposição ao conceito de raça, que caracterizou como “o mito mais perigoso do homem” em um livro de enorme sucesso com esse título, após ter sido o autor da famosa declaração da UNESCO de 1951 sobre o assunto, que ele muito provavelmente plagiou. Embora os detalhes de suas afirmações biológicas fossem geralmente mais sutis, seus artigos de capa promoveram com sucesso a noção generalizada de que raça era uma ilusão pseudocientífica perigosa.
Uma história muito interessante dos conflitos antropológicos daquela época pode ser encontrada no livro de Pat Shipman, de 1994, The Evolution of Racism {A Evolução do Racismo}. Antes de se dedicar à antropologia, Shipman iniciou sua carreira acadêmica em Religião e ela parece ser uma antirracista muito zelosa, mas, como pesquisadora diligente e franca, seus relatos sobre Coon, Montagu e várias outras figuras importantes podem ter revelado uma imagem diferente daquela que ela havia originalmente antecipado.
Por exemplo, as primeiras tentativas de Montagu de expurgar a noção científica de raça foram alvo de críticas severas por parte de importantes estudiosos da área, e ele se defendeu denunciando seus adversários antropológicos como “racistas” que se opunham a ele por causa de sua herança judaica. Em uma entrevista gravada décadas depois, ele explicou esses conflitos passados declarando que “todos os não-judeus são antissemitas”, uma afirmação tão notável que Shipman a usou como título de um de seus capítulos.
Um dos últimos livros de Montagu, The Natural Superiority of Women {A Superioridade Natural da Mulher}, também se tornou extremamente influente no crescente movimento feminista. Montagu permaneceu uma figura proeminente e midiática, entre cientistas e celebridades, por décadas, falecendo em 1999 aos 94 anos.
Enquanto as afirmações enganosas de Montagu recebiam ampla divulgação na mídia e ele se tornava uma importante celebridade intelectual da televisão, trabalhos acadêmicos muito mais substanciais sobre o mesmo assunto receberam pouca ou nenhuma atenção pública, ou foram até mesmo ativamente boicotados.
| {Vincent Matthew Sarich (1934-2012) foi um antropólogo e bioquímico americano que trouxe novamente o rigor científico para a questão racial}. |
Mais recentemente, o estado atual do nosso conhecimento científico foi útilmente resumido em Race: The Reality of Human Differences {Raça: A Realidade das Diferenças Humanas}, publicado em 2004 pelo eminente antropólogo de Berkeley, Vincent Sarich, e pelo jornalista Frank Miele, obra que recebeu elogios entusiasmados do antropólogo colombiano Ralph Holloway e de vários outros acadêmicos renomados. O livro descreve a história intelectual das questões científicas, abordando as diversas controvérsias políticas e o importante trabalho de Coon, e, por ter apenas algumas centenas de páginas e ser escrito em um estilo acessível, serve como uma excelente introdução a este tema controverso.
Tradução
e palavras entre chaves por Mykel Alexander
Continua...
27 Fonte utilizada por Ron Keeva
Unz: Racialism in America, Then and Now, por Ron Keeva Unz, 05 de outubro de
2020, The Unz Review – An Alternative
Media Selection.
Fonte: American Pravda: Twelve Unknown Books and Their Suppressed Racial Truths, por Ron Keeva Unz, 17 de novembro de 2025, The Unz Review – An Alternative Media Selection.
https://www.unz.com/runz/american-pravda-twelve-unknown-books-and-their-suppressed-racial-truths/
Sobre o autor: Ron Keeva Unz (1961 -), de nacionalidade americana, oriundo de família judaica da Ucrânia, é um escritor e ativista político. Possui graduação de Bachelor of Arts (graduação superior de 4 anos nos EUA) em Física e também em História, pós-graduação em Física Teórica na Universidade de Cambridge e na Universidade de Stanford, e já foi o vencedor do primeiro lugar na Intel / Westinghouse Science Talent Search. Seus escritos sobre questões de imigração, raça, etnia e política social apareceram no The New York Times, no Wall Street Journal, no Commentary, no Nation e em várias outras publicações.
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