Matthew Raphael Johnson |
Muito
antes de o governo de Hitler começar a restringir os direitos dos judeus
alemães, os líderes da comunidade judaica mundial declararam formalmente guerra
à “Nova Alemanha” numa época quando o governo dos Estados Unidos e mesmo os
líderes judeus na Alemanha pediam cautela ao lidar com o novo regime de Hitler.
A
guerra da liderança judaica internacional sobre a Alemanha não apenas provocou
represálias definitivas por parte do governo alemão, mas também preparou o
terreno para uma aliança econômica e política pouco conhecida entre o governo
de Hitler e os líderes do movimento sionista que esperavam que a tensão entre o
Alemães e judeus levariam a uma emigração massiva para a Palestina. Encurtando,
o resultado foi uma aliança tática entre os nazistas e os fundadores do moderno
estado de Israel – um fato que muitos hoje preferem que seja esquecido.
Até
hoje, é geralmente (embora incorretamente) acreditado que, quando Adolf Hitler
foi nomeado chanceler alemão em janeiro de 1933, o governo alemão iniciou
políticas para reprimir os judeus da Alemanha, incluindo prender judeus e
colocá-los em campos de concentração e lançar campanhas de terror e violência
contra a população judaica doméstica.
Enquanto
houvesse erupções esporádicas de violência contra os judeus na Alemanha depois
que Hitler chegou ao poder, isso não foi oficialmente sancionado ou encorajado.
E a verdade é que os sentimentos antijudaicos na Alemanha (ou em qualquer outro
lugar da Europa) não eram nada de novo. Como todos os historiadores judeus
atestam com muito fervor, o erigir de revoltas antissemitas de vários graus
sempre estiveram presentes na história europeia.
Em
qualquer caso, no início de 1933, Hitler não era o líder indiscutível da
Alemanha, nem tinha ele o comando total das forças armadas. Hitler era uma
figura importante em um governo de coalizão, mas estava longe de ser o próprio
governo. Isso foi o resultado de um processo de consolidação que evoluiu mais
tarde.
Até
mesmo a Associação Central Judaica da Alemanha, conhecida como Verein,
contestou a sugestão (feita por alguns líderes judeus fora da Alemanha) de que
o novo governo estava provocando deliberadamente o erigir de revoltas
antijudaicas.
O
Verein emitiu uma declaração de que “as autoridades governamentais
responsáveis [isto é, o regime de Hitler] não estão cientes da situação
ameaçadora”, dizendo: “nós não acreditamos que nossos concidadãos alemães se
deixarão levar a cometer excessos contra os judeus.”
A
despeito disso, os líderes judeus nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha
determinaram por conta própria que era necessário lançar uma guerra contra o
governo de Hitler.
Em
12 de março de 1933, o Congresso Judaico Americano anunciou um protesto maciço
no Madison Square Gardens para 27 de março. Naquela época, o comandante-chefe
dos Jewish War Veterans {Veteranos de Guerra Judaicos} convocou um boicote
americano aos produtos alemães. Nesse ínterim, em 23 de março, 20.000 judeus
protestaram na prefeitura de Nova York enquanto comícios eram realizados fora
das linhas marítimas Lloyd da Alemanha do Norte e Hamburgo-América e boicotes
eram montados contra produtos alemães em lojas e negócios na cidade de Nova
York.
Poucas pessoas conhecem os fatos sobre o evento singular que ajudou a desencadear o que ficou conhecido como Segunda Guerra Mundial – a declaração internacional de guerra judaica à Alemanha logo após Adolf Hitler chegar ao poder e bem antes de quaisquer sanções ou represálias oficiais do governo alemão contra os judeus fossem realizadas. A edição de 24 de março de 1933 do The Daily Express de Londres (mostrado acima) descreveu como os líderes judeus, em combinação com poderosos interesses financeiros internacionais judaicos, tinham lançado um boicote à Alemanha com o propósito expresso de paralisar sua economia já precária na esperança de trazer abaixo o novo regime de Hitler. Foi só então que a Alemanha revidou em resposta. Assim, verdade seja dita, foi a liderança judaica mundial – não o Terceiro Reich – que efetivamente deu o primeiro tiro na Segunda Guerra Mundial. O proeminente advogado de Nova York Samuel Untermyer foi um dos principais agitadores na guerra contra a Alemanha, descrevendo a campanha judaica como nada menos que uma “guerra santa.” {Para baixar esta edição do The Daily Express clicar aqui} |
Segundo
o The Daily Express de Londres de 24 de março de 1933, os judeus já
haviam lançado seu boicote contra a Alemanha e seu governo eleito. A manchete
dizia “Judéia declara guerra à Alemanha – Judeus de todo o mundo Unidos –
Boicote aos produtos alemães – Manifestações em massa.” O artigo descrevia uma
futura “guerra santa” e implorava aos judeus de todos os lugares que
boicotassem os produtos alemães e se engajassem em manifestações de massa
contra os interesses econômicos alemães. De acordo com o Express:
O Israel inteiro em todo o mundo está se unindo para declarar uma guerra econômica e financeira contra a Alemanha. O aparecimento da suástica como o símbolo da nova Alemanha reviveu o antigo símbolo de guerra de Judas para uma nova vida. Quatorze milhões de judeus espalhados por todo o mundo estão unidos uns aos outros como se fossem um só homem, a fim de declarar guerra contra os perseguidores alemães de seus irmãos crentes
O atacadista judeu deixará sua casa, o banqueiro sua bolsa de valores, o comerciante seu negócio e o mendigo sua humilde cabana, a fim de se juntar à guerra santa contra o povo de Hitler.
O
Express disse que a Alemanha estava “agora confrontada com um boicote
internacional ao seu comércio, suas finanças e sua indústria... Em Londres,
Nova York, Paris e Varsóvia, empresários judeus estão unidos para uma cruzada
econômica.”
O
artigo dizia que “preparações mundiais estão sendo feitas para organizar
manifestações de protesto” e reportou que “a velha e reunificada nação de
Israel entra em formação com armas novas e modernas para travar sua antiga
batalha contra seus perseguidores.”
Isso realmente poderia ser descrito como “o primeiro tiro
disparado na Segunda Guerra Mundial.”
Na
mesma linha, o jornal judeu Natscha Retsch escreveu:
A guerra contra a Alemanha será travada por todas as comunidades, conferências, congressos judaicos... por cada judeu individualmente. Assim, a guerra contra a Alemanha estimulará e promoverá ideologicamente nossos interesses, que exigem que a Alemanha seja inteiramente destruída.
O perigo para nós judeus reside em todo o povo alemão, na Alemanha como um todo, bem como individualmente. Deve ser tornada inofensiva por todo o tempo... Nesta guerra, nós judeus temos que participar, e isso com toda a força e poder que nós temos à nossa disposição.
Contudo,
observe bem que a Associação Sionista da Alemanha emitiu um telegrama em 26 de
março rejeitando muitas das acusações feitas contra os nacional-socialistas
como “propaganda”, “mendacidade” e “sensacional.”
De
fato, a facção sionista tinha toda razão para assegurar a permanência da
ideologia nacional-socialista na Alemanha. Klaus Polkehn, escrevendo no Journal
of Palestine Studies (“The Secret Contacts: Zionism and Nazi Germany,
1933-1941”; JPS volume 3/4, primavera/verão de 1976), afirma que a
atitude moderada dos sionistas foi devida a seu interesse pessoal em ver a
vitória financeira do nacional-socialismo para forçar a imigração para a
Palestina. Esse fator pouco conhecido acabaria por desempenhar um papel
fundamental no relacionamento entre a Alemanha nazista e os judeus.
Nesse ínterim, porém, o ministro das Relações Exteriores
da Alemanha, Konstantin von Neurath, reclamou da “campanha de vilificação” e
disse:
No que concerne aos judeus, eu posso somente dizer que seus propagandistas no exterior não estão prestando nenhum serviço a seus correligionários na Alemanha, dando ao público alemão, por meio de suas notícias distorcidas e falsas sobre perseguição e tortura de judeus, a impressão de que eles realmente não hesitam em nada, nem mesmo em mentiras e calúnias, para lutar contra o atual governo alemão.
O
governo de Hitler em seus voos iniciais estava claramente tentando conter a
crescente tensão – tanto dentro quanto fora da Alemanha. Nos Estados Unidos,
até o secretário de Estado dos EUA, Cordell Hull, telegrafou ao rabino Stephen
Wise, do Congresso Judaico Americano, instando cautela:
Considerando que houve por um curto período de tempo consideráveis maus-tratos físicos aos judeus, esta fase pode ser considerada virtualmente terminada... Uma estabilização parece ter sido alcançada no campo dos maus-tratos pessoais... essa preocupação generalizada em todo o país logo irá reverter ao normal.
A
despeito de tudo isso, os líderes da comunidade judaica se recusaram a enternecer.
Em 27 de março, houve comícios de protesto simultâneos no Madison Square
Garden, em Chicago, Boston, Filadélfia, Baltimore, Cleveland e 70 outros
locais. O comício de Nova York foi transmitido para todo o mundo. O ponto
principal é que “a Nova Alemanha” foi declarada inimiga dos interesses judaicos
e, consequentemente, precisava ser economicamente estrangulada. Isso foi antes
de Hitler decidir boicotar os produtos judaicos.
Foi
em resposta direta a isso que o governo alemão anunciou um boicote de um dia às
empresas judaicas na Alemanha em 1º de abril. O Ministro da Propaganda da
Alemanha, Dr. Joseph Goebbels, anunciou que se, após o boicote de um dia, não
houvesse mais ataques à Alemanha, o boicote seria interrompido. O próprio
Hitler respondeu ao boicote judaico e às ameaças em um discurso em 28 de março –
quatro dias após a declaração original de guerra judaica – dizendo:
Agora que os inimigos domésticos da nação têm sido eliminados pelo próprio Volk, o que há muito esperamos não acontecerá.
Os criminosos comunistas e marxistas e seus instigadores intelectuais judeus, que, tendo fugido com seus estoques de capital através da fronteira em cima da hora, estão agora desdobrando uma campanha inescrupulosa e traiçoeira de agitação contra o Volk alemão como um todo a partir de lá. ...
Mentiras e calúnias de perversidade positivamente arrepiante estão sendo lançadas sobre a Alemanha. Histórias de horror de cadáveres de judeus desmembrados, olhos arrancados e mãos decepadas estão circulando com o propósito de difamar o Volk alemão no mundo pela segunda vez, assim como eles conseguiram fazer uma vez antes em 1914.
Assim,
o fato – convenientemente deixado de fora de quase toda a história sobre o
assunto – é que a ordem de boicote de Hitler em 28 de março de 1933 foi uma
resposta direta à declaração de guerra à Alemanha pela liderança judaica
mundial apenas quatro dias antes. Hoje, a ordem de boicote de Hitler é descrita
como um ato nu de agressão, mas as circunstâncias completas que levaram à sua
ordem raramente são descritas, mesmo nas histórias mais pesadas e detalhadas do
“Holocausto.”
Nem
mesmo Saul Friedlander, em sua compreensiva visão geral da política alemã, em Nazi
Germany and the Jews, menciona o fato de que a declaração judaica de guerra
e boicote precedeu o discurso de Hitler em 28 de março de 1933. Leitores com
discernimento seriam sábios em perguntar por que Friedlander sentiu este item
da história tão irrelevante.
O
simples fato é que foi o judaísmo organizado como uma entidade política – e nem
mesmo a comunidade judaica alemã per se – que realmente iniciou o
primeiro tiro na guerra com a Alemanha.
A
resposta da Alemanha foi uma defensiva – não ofensiva – medida. Se esse fato
fosse amplamente conhecido hoje, lançaria nova luz sobre os eventos
subsequentes que em última instância levaram à conflagração mundial que se
seguiu.
Para
entender a reação de Hitler à declaração de guerra judaica, é vital entender o
estado crítico da economia alemã na época. Em 1933, a economia alemã estava em abalada
e se despedaçando. Cerca de 3 milhões de alemães recebiam assistência pública,
com um total de 6 milhões de desempregados. A hiperinflação havia destruído a
vitalidade econômica da nação alemã. Além disso, a propaganda antialemã que saindo
em torrentes da imprensa global fortaleceu a determinação dos inimigos da
Alemanha, especialmente os poloneses e seu alto comando militar de falcões.
{Samuel Untermyer (1858-1940) advogado e um dos articuladores judeus da política interna e principalmente externa dos EUA, e proeminente agitador contra a Alemanha}. |
O
boicote, de fato, foi bastante incapacitante para a Alemanha. Estudiosos judeus
como Edwin Black têm reportado que, em resposta ao boicote, as exportações
alemãs foram cortadas em 10% e que muitos exigiam a apreensão de ativos alemães
em países estrangeiros (Edwin Black, The Transfer Agreement - The Untold
Story of the Secret Pact between the Third Reich and Jewish Palestine, Nova
York, 1984).
Os
ataques à Alemanha não cessaram. A liderança judaica mundial tornou-se cada vez
mais beligerante e trabalhou ela mesmo dentro de um frenesi. Uma Conferência
Internacional de Boicote Judaico foi realizada em Amsterdã para coordenar a
campanha de boicote em andamento. Foi realizada sob os auspícios da
autointitulada Federação Econômica Judaica Mundial, da qual o famoso advogado
da cidade de Nova York e antigo corretor de poder político, Samuel Untermyer,
foi eleito presidente.
Ao
retornar aos Estados Unidos após a conferência, Untermyer fez um discurso na
WABC Radio (Nova York), cuja transcrição foi impressa no The New York Times
em 7 de agosto de 1933.
A
oratória inflamatória de Untermyer pedia uma “guerra sagrada” contra a
Alemanha, fazendo a alegação direta e plana de que a Alemanha estava engajada
em um plano para “exterminar os judeus”. Ele disse (em parte):
...A Alemanha [tem] sido convertida de uma nação de cultura em um sem exagero verdadeiro inferno de bestas cruéis e selvagens.
Nós devemos isso não somente aos nossos irmãos perseguidos, mas ao mundo inteiro agora desferindo em autodefesa um golpe que livrará a humanidade da repetição desse incrível ultraje...
Agora ou nunca todas as nações da terra devem fazer causa comum contra a... matança, fome extrema e aniquilação... tortura requintadamente diabólica, crueldade e perseguição que estão sendo infligidas dia após dia a esses homens, mulheres e crianças....
Quando a história for contada... o mundo se deparará com uma imagem tão terrível em sua crueldade bárbara que o inferno da guerra e as alegadas atrocidades belgas se tornam insignificantes em comparação com esta campanha diabólica, deliberada e friamente planejada e já parcialmente executada para o extermínio de um povo orgulhoso, gentil, leal e cumpridor da lei...
Os judeus são os aristocratas do mundo. Desde tempos imemoriais eles têm sido perseguidos e têm visto seus perseguidores irem e virem. Só eles sobreviveram. E assim a história se repetirá, mas isso não fornece nenhuma razão para permitirmos a reversão de uma outrora grande nação à Idade das Trevas ou deixarmos de resgatar essas 600.000 almas humanas das torturas do inferno...
... O que estamos propondo e já avançamos bastante, é processar um boicote econômico puramente defensivo que minará o regime de Hitler e trará o povo alemão à razão destruindo seu comércio de exportação do qual sua própria existência depende.
... Nós propomos e estamos organizando a opinião mundial para se expressar da única maneira que a Alemanha pode ser entendida....
Untermyer
então forneceu seus ouvintes com uma história inteiramente fraudulenta das
circunstâncias do boicote alemão e como ele se originou. Ele também proclamou
que os alemães estavam inclinados num plano para “exterminar os judeus”:
O regime de Hitler se originou e persegue cruel e diabolicamente seu boicote ao extermínio dos judeus, colocando cartazes em lojas judaicas, alertando os alemães contra o comércio com eles, aprisionando lojistas judeus e fazendo-os desfilar pelas ruas às centenas sob guarda das tropas nazistas pelo único crime de serem Judeus, expulsando-os das profissões eruditas nas quais muitos deles tinham obtido eminência, excluindo seus filhos das escolas, seus homens dos sindicatos, fechando contra eles todos os meios de subsistência, trancando-os em campos de concentração vis e os levando a extrema fome e torturando-os sem causa e recorrendo a todas as outras formas concebíveis de tortura, desumanas além da concepção, até que o suicídio se torne seu único meio de fuga, e tudo apenas porque eles são ou seus ancestrais remotos eram judeus, e todos com o objetivo declarado abertamente de exterminá-los .
Untermyer
concluiu seu discurso largamente fantástico e histérico declarando que, com o
apoio dos “Amigos cristãos... nós cravaremos o último prego no caixão da
intolerância e do fanatismo...”
Que
suas alegações contra a Alemanha foram feitas muito antes mesmo dos
historiadores judeus hoje afirmarem que havia câmaras de gás ou mesmo um plano
para “exterminar” os judeus mostra a natureza da campanha de propaganda
confrontando a Alemanha.
Contudo,
durante esse mesmo período, ocorreram alguns desenvolvimentos não usuais: a
primavera de 1933 também testemunhou o início de um período de cooperação
privada entre o governo alemão e o movimento sionista na Alemanha e na
Palestina (e, na verdade, em todo o mundo) para aumentar o fluxo capital e de imigrantes
judeus-alemães para a Palestina.
Os
apoiadores modernos do Israel sionista e muitos historiadores conseguiram
manter esse pacto nazista-sionista em segredo para o público em geral por
décadas e, embora a maioria dos americanos não tenha noção da possibilidade de
que poderia ter havido colaboração direta entre a liderança nazista e os
fundadores do que se tornou o estado de Israel, a verdade tem começado a
emergir.
O
livro Sionism In the Age of the Dictators, do escritor judeu dissidente
Lenni Brennar, publicado por uma pequena imprensa e sem receber a publicidade
que merece pela chamada mídia “convencional” (a qual, de outra forma, é
obcecada pela era do Holocausto), foi talvez o primeiro grande esforço neste
reino.
Em
resposta a Brennar e outros, a reação sionista tem usualmente consistido em
declarações de que sua colaboração com a Alemanha nazista foi empreendida somente
para salvar as vidas dos judeus. Mas a colaboração foi ainda mais notável porque
ocorreu em uma época em que muitos judeus e organizações judaicas exigiam um
boicote à Alemanha.
Para
os líderes sionistas, a ascensão de Hitler ao poder mantinha a possibilidade de
um fluxo de imigrantes para a Palestina. Anteriormente, a maioria dos judeus
alemães, que se identificavam como alemães, tinha pouca simpatia pela causa
sionista de promover o recolhimento do judaísmo mundial à Palestina. Mas os
sionistas viram que apenas o antissemita Hitler poderia empurrar os
antissionistas judeus alemães para os braços do sionismo.
Para
todos os dolorosos e raivosos lamentos modernos de apoiadores de Israel em todo
o mundo (para não mencionar os próprios israelenses) sobre o “Holocausto”, eles
negligenciam mencionar que tornar a situação na Alemanha o mais desconfortável
possível para os judeus – em cooperação com o nacional-socialismo alemão – era
parte do plano
Esta
foi a gênese do chamado Acordo de Transferência {documento aqui*1}o acordo entre os judeus sionistas e o
governo nacional-socialista para transferir os judeus alemães para a Palestina.
De
acordo com o historiador judeu Walter Laqueur e muitos outros, os judeus
alemães estavam longe de estarem convencidos de que a imigração para a
Palestina era a resposta. Além disso, embora a maioria dos judeus alemães se
recusasse a considerar os sionistas como seus líderes políticos, é claro que
Hitler os protegeu e cooperou com os propósitos de implementar a solução final:
a transferência em massa de judeus para o Oriente Médio.
Edwin
Black, em seu enorme volume The Transfer Agreement (Macmillan, 1984),
afirmou que, embora a maioria dos judeus não quisesse fugir para a Palestina,
devido à influência do movimento sionista na Alemanha nazista, a melhor chance
de um judeu sair da Alemanha era emigrando para a Palestina. Em outras
palavras, o próprio Acordo de Transferência determinou que o capital judeu
poderia somente ir para a Palestina.
Assim, de acordo com os sionistas, um judeu somente poderia deixar a Alemanha se ele fosse para o Levante.
A
principal dificuldade com o Acordo de Transferência (ou mesmo com a ideia de
tal acordo) era que os ingleses exigiam, como condição de imigração, que cada
imigrante pagasse 1.000 libras esterlinas na chegada a Haifa ou outro lugar
mais. A dificuldade era que tal moeda forte era quase impossível de conseguir
em uma Alemanha radicalmente inflacionária e sem dinheiro. Esta foi a ideia
principal por trás do Acordo de Transferência final. Laqueur escreve:
Um grande banco alemão congelaria os fundos pagos por imigrantes em contas bloqueadas para exportadores alemães, enquanto um banco na Palestina controlaria a venda de mercadorias alemãs para a Palestina, fornecendo assim aos imigrantes a moeda estrangeira necessária no local. Sam Cohen, co-proprietário da Hanoaiah Ltd. e iniciador dos esforços de transferência, foi, no entanto, sujeito a objeções duradouras de seu próprio povo e finalmente teve que conceder que tal acordo de transferência só poderia ser concluído em um nível muito mais alto com um banco próprio e não de uma companhia privada. O renomado Anglo-Palestine Bank em Londres seria incluído neste acordo de transferência e criaria uma companhia fiduciária para [este] propósito.
Claro,
isso é de grande importância histórica ao lidar com a relação entre sionismo e
nacional-socialismo na Alemanha na década de 1930. O relacionamento não era
meramente de interesse mútuo e favoritismo político por parte de Hitler, mas
também um relacionamento financeiro próximo com famílias de banqueiros alemães bem
como de instituições financeiras. Black escreve:
Isso foi uma coisa para os sionistas subverterem o boicote antinazista. O sionismo precisava transferir a capital dos judeus alemães, e a mercadoria era o único meio disponível. Mas logo os líderes sionistas entenderam que o sucesso da futura economia judaica palestina estaria inextricavelmente ligada à sobrevivência da economia nazista. Assim, a liderança sionista foi compelida a ir mais longe. A economia alemã teria de ser salvaguardada, estabilizada e, se necessário, reforçada. Assim, o partido nazista e os organizadores sionistas compartilhavam um interesse comum na recuperação da Alemanha.
Assim,
vê-se uma fissura radical no judaísmo mundial ao redor de 1933 e além. Havia,
primeiro, os judeus não-sionistas (especificamente o Congresso Judaico Mundial
fundado em 1933), que, por um lado, exigiam o boicote e eventual destruição da
Alemanha. Black nota que muitas dessas pessoas não estavam apenas em Nova York
e Amsterdã, mas uma fonte importante para isso também veio propriamente da
Palestina.
Por
outro lado, pode-se ver o uso criterioso de tais sentimentos pelos sionistas em
prol de um eventual reassentamento na Palestina. Em outras palavras, pode-se
dizer (e Black sugere isso) que o sionismo acreditava que, uma vez que os
judeus estariam se mudando para o Levante, a fuga de capitais seria necessária
para que qualquer nova economia funcionasse.
O
resultado foi o entendimento de que o sionismo teria que se aliar ao
nacional-socialismo, para que o governo alemão não impedisse a saída do capital
judeu do país.
Serviu
aos interesses sionistas da época que os judeus denunciassem ruidosamente as
práticas alemãs contra os judeus para assustá-los no Levante, mas, por outro
lado, Laqueur afirma que “os sionistas ficaram motivados a não prejudicar a
economia ou moeda alemã.” Em outras palavras, a liderança sionista da diáspora
judaica era de subterfúgios e dissimulação, com somente o advento da
hostilidade alemã em relação aos judeus convencendo os judeus do mundo de que a
imigração era a única escapatória.
O
fato é que o estabelecimento final do estado de Israel foi baseado em fraude.
Os sionistas não representavam nada mais do que uma pequena minoria de judeus
alemães em 1933.
Por
um lado, os pais sionistas de Israel queriam denúncias ruidosas das “crueldades”
da Alemanha para com os judeus do mundo, ao mesmo tempo em que exigiam
moderação para que o governo nacional-socialista permanecesse estável,
financeira e politicamente. Assim, o sionismo boicotou o boicote.
Para
todos os efeitos, o governo nacional-socialista foi a melhor coisa que
aconteceu ao sionismo em sua história, pois ele “provou” a muitos judeus que os
europeus eram irremediavelmente antijudaicos e que a Palestina era a única
resposta: o sionismo passou a representar a esmagadora maioria dos judeus
apenas por trapaça e cooperação com Adolf Hitler.
Para
os sionistas, tanto as denúncias das políticas alemãs em relação aos judeus
(para manter os judeus assustados), quanto o revigoramento da economia alemã
(em prol do reassentamento final) eram imperativos para o movimento sionista.
Ironicamente, hoje os líderes sionistas de Israel reclamam amargamente do
regime horrível e desumano dos nacional-socialistas. Então a fraude continua.
Tradução
e palavras entre chaves por Mykel Alexander
Nota
*1 Nota de Matthew Raphael Johnson: Nota
para os leitores deste artigo que também sabem ler alemão: um livreto
discutindo a emigração de judeus da Alemanha do Terceiro Reich e o Acordo de
Transferência que facilitou sua emigração pode ser encontrado aqui:
https://www.wintersonnenwende.com/scriptorium/deutsch/archiv/auswanderung/adj3r00.html
Fonte: The Jewish Declaration of War on Nazi Germany -
The Economic Boycott of 1933, por M. Raphael Johnson, The Barnes Review,
Janeiro/fevereiro de 2001, páginas 41-45.
https://www.wintersonnenwende.com/scriptorium/english/archives/articles/jdecwar.html
Sobre o autor: Matthew
Raphael Johnson (-) é um estudioso da história e filosofia ortodoxa russa. Ele
é PhD em Filosofia, com ênfase em história e ciência política, graduado na
Universidade de Nebraska. Desde 1999, ele é o editor (e atualmente é
Pesquisador Sênior) da The Barnes Review. Além disso, ele continua a
traduzir, escrever e dar palestras em defesa da visão social nacionalista e
monarquista ortodoxa russa. Sua agenda de pesquisa gira em torno do
nacionalismo étnico, do eurasianismo e da tradição ortodoxa como formas de
rebelião contra o globalismo. Entre
seus livros estão:
The Third Rome: Holy Russia, Tsarism and Orthodoxy, The Foundation for Economic Liberty, Inc. (2004);
Sobornosti: Essays on the Old Faith; Heavenly Serbia and the Medieval Idea, Hromada
Books (2008);
Orthodoxy, Autocracy, Nationality: Lectures on
Medieval Russia, Hromada
Books (2009);
The Ancient Orthodox Tradition in Russian Literature (2010);
Russian Populist: The Political Thought of Vladimir
Putin, The Barnes
Review (2012);
The Ontology of Death: Patristic Philosophy against
Nominalism, (2022).
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