quinta-feira, 14 de novembro de 2024

Como os britânicos obtiveram as Confissões de Rudolf Höss - parte 1 - por Robert Faurisson

 

Robert Faurisson


                 Rudolf Höss foi o primeiro de três sucessivos comandantes do campo de concentração de Auschwitz. Ele é muitas vezes chamado de “o comandante de Auschwitz”, e o público em geral conhece-o de um livro publicado sob o título de Commandant in Auschwitz. Ele compareceu perante o Tribunal Militar Internacional como testemunha no dia 15 de abril de 1946, onde seu depoimento causou sensação. Para espanto dos réus e na presença de jornalistas de todo o mundo, ele confessou os crimes mais terríveis que a história já conheceu. Ele disse que tinha recebido pessoalmente uma ordem de Himmler de exterminar os judeus. Ele estimou que em Auschwitz 3.000.000 pessoas haviam sido exterminadas, 2,5 milhões deles por meio de câmaras de gás. Suas confissões eram falsas. Elas haviam sido extorquidas de Höss através de tortura, mas demorou até 1983 para se conhecer a identidade dos torturadores e a natureza das torturas infligidas sobre ele.

{O alemão Rudolf Höss (1901-1947), um dos diretores do campo de concentração de Auschwitz, cujo testemunho foi obtido pelos aliados através de ameaças e torturas, somando um contexto extremamente contraditório e levado para procedimentos judiciais, ambiente literário e cinematográfico sem critérios críticos nem legítimos, e difundidos como fatos históricos verídicos.}

            As confissões de Rudolf Höss fornecem a pedra fundamental para a teoria que sustenta que o extermínio sistemático dos judeus, especialmente por meio de câmaras de gás homicidas, seja uma realidade histórica. Estas confissões consistem essencialmente de quatro documentos que, em ordem cronológica, são os seguintes:

1. A deposição escrita assinada em 14 de março (ou 15 de março?) de 1946 às 2:30 da manhã; é um texto datilografado de 8 páginas escrito em alemão; eu não acho que, em circunstâncias normais, um tribunal em qualquer democracia aceitaria levar em consideração essas páginas que faltavam qualquer cabeçalho e qualquer referência administrativa impressa; cheia de várias correções, sejam datilografadas ou manuscritas, não identificadas e sem uma notação no final do número total de palavras corrigidas ou apagadas. Höss assinou pela primeira vez depois de ter escrito: “14.3.46 230.” Ele assinou novamente depois de duas linhas onde se supõe que devam ser escritas à mão, mas as quais foram datilografadas, e as quais dizem:

Eu tenho lido o relato acima e confirmo que ele está correspondendo com a minha própria declaração e que era a pura verdade. [Tradução oficial.]

            Os nomes e as assinaturas de duas testemunhas, sargentos britânicos, seguiam. Um não anotou a data, enquanto o outro indicou 15 de março. A última assinatura é a de um capitão da 92ª Seção de Segurança de Campo, do qual certifica que os dois sargentos estavam presentes em todo o processo, durante o qual o prisioneiro Rudolf Höss fez sua declaração voluntariamente. A data indicada é 14 de março de 1946. Nada indica o lugar!

            Os Aliados numeraram este documento NO-1210.

2. Uma declaração juramentada 22 dias mais tarde, em 05 de abril de 1946. É um texto datilografado, de 2¼ páginas, escrito em Inglês. Isso é surpreendente: por esse meio Höss assinou uma declaração sob juramento, não na sua própria língua, mas na dos seus guardas. Sua assinatura apareceu três vezes: na parte inferior das duas primeiras páginas, em seguida, na terceira e última página, depois de um texto de quatro linhas, ainda em inglês, ainda datilografado, o qual se lê:

Eu entendo Inglês, como está escrito acima. As declarações acima são verdadeiras: esta declaração é feita por mim voluntariamente e não compulsoriamente; depois de ler sobre a declaração, eu assinei e executei o mesmo em Nuremberg, Alemanha, no quinto dia de abril 1946.

           Daí segue-se a assinatura do tenente-coronel Smith W. Brookhart após a declaração: “subscreveu e jurou diante de mim neste dia 5 de abril de 1946, em Nuremberg, Alemanha.”

            Em sua forma, este texto é, se possível, ainda menos aceitável do que a anterior. Em particular, linhas inteiras foram adicionadas em letras maiúsculas no estilo Inglês, enquanto outras foram riscadas contundentemente numa canetada. Não há rubrica na margem próxima a estas correcções, e nenhum resumo no final do documento das palavras inutilizadas. Os Aliados atribuiram a este documento o número PS-3868.

            A fim de esconder o fato de que Höss tinha assinado um depoimento juramentado que foi em inglês, quando deveria ter sido na sua própria língua, e para fazer as palavras riscadas e os acréscimos e correções desaparecerem, o seguinte truque foi utilizado em Nuremberg: o texto original foi reformulado e apresentado como uma “tradução” do alemão para o Inglês! Mas a pessoa responsável por este engano fez o seu trabalho muito rapidamente. Ele pensou que uma adição manuscrita ao parágrafo nº 10 (feito em um estilo de escrita em Inglês) foi uma adição ao final do parágrafo 9. O resultado desse equívoco é que o fim do parágrafo 9 é traduzido totalmente de modo incompreensível. Há, portanto, dois documentos diferentes que levam o mesmo número de ficheiro, PS-3868: o documento assinado por Höss e o “refeito.” É o “refeito” realmente uma falsificação flagrante, que foi usada perante o tribunal de Nuremberg. Uma obra histórica que pretendia reproduzir o documento PS-3868 por Höss, de fato, reproduziu o “refeito”, mas omitindo (sem dizê-lo) o final do parágrafo 9, bem como todo o parágrafo 10 (veja Henri Monneray, La Persécution des Juifs dans les pays de l'Est présentee à Nuremberg, Paris, Centro de Documentação Judaica Contemporânea, 1949, pp.159 -162).

3. A deposição oral espetacular, a qual eu tenho já mencionado, feita perante o IMT {Tribunal Militar Internacional} em 15 de abril de 1946, dez dias após a escrita do documento PS-3868. Paradoxalmente, foi um advogado para a defesa, Kurt Kauffmann, advogado de Ernst Kaltenbrunner, que tinha pedido a presença de Höss. Sua intenção óbvia era mostrar que a pessoa responsável pelo extermínio presumido era Himmler e não Kaltenbrunner. Quando chegou a hora para o representante do Ministério Público (nesse ponto o assistente promotor americano, Cor. Harlan Amen) para questionar Höss, ele parecia estar lendo a partir da declaração juramentada assinada por este último, mas, na verdade, ele estava lendo o excerto da “refeita.” O Cel. Amen deu uma desculpa para não ler o parágrafo 9 (e, ao mesmo tempo, parágrafo 8). Parando depois de ler cada trecho, ele perguntou a Höss se foi de fato o que ele tinha dito. Ele recebeu as seguintes respostas: “Jawohl”, “Jawohl”, “Jawohl” “Ja, es stimmt” {“Sim, de fato”, “Sim, de fato”, “Sim, de fato”, “Sim, é verdade”.}, uma resposta de duas sentenças (contendo um erro óbvio sobre os judeus húngaros supostamente terem sido mortos em Auschwitz tão cedo quanto 1943, embora o primeiro comboio deles não chegára a Auschwitz, até 02 de maio de 1944), “Jawohl”, “Jawohl”, “Jawohl” uma resposta de uma frase, “Jawohl”, e “Jawohl”. [IMT {Tribunal Militar Internacional}, XI, páginas 457-461].*

            Em um caso normal de homicídio teria havido uma centena de perguntas a fazer sobre o extermínio e as câmaras de gás (ou seja, cerca de um crime e um instrumento do crime que eram sem precedentes na história), mas ninguém fez essas perguntas. Em particular, o coronel Amen não pediu nenhum detalhe, nem para qualquer informação adicional sobre o texto assustador que ele tinha lido na presença de jornalistas cujas estórias iria fazer as manchetes em jornais de todo o mundo no dia seguinte.

4. Os textos geralmente recolhidos sob o título Commandant in Auschwitz. É alegado que Höss tenha escrito estes textos a lápis sob o olhar atento de seus carcereiros comunistas poloneses, enquanto aguardando seu julgamento numa prisão na Cracóvia. Ele foi condenado à morte em 2 de abril de 1947 e enforcado no campo de concentração de Auschwitz quatorze dias depois. O mundo teve que esperar 11 anos, até 1958, pela publicação em alemão das suas alegadas memórias. Elas foram editadas pelo historiador alemão Martin Broszat sem levar em conta algum método acadêmico. Broszat foi tão longe quanto suprimir vários fragmentos que teriam feito muito claramente pareçer que Höss (ou seus carcereiros poloneses) tinham oferecido declarações ultrajantes que teriam posto em questão a confiabilidade dos seus escritos in toto {num total}.

            Os quatro documentos que eu tenho acabado de enumerar estão intimamente conectados em sua origem. Olhando para eles mais de perto, existem contradições entre os seus respectivos conteúdos, mas, na maior parte, eles são internamente consistentes. As oito páginas de NO-1210 estão, em certo sentido, resumidas nas 2¼ páginas do PS-3868; este último documento serviu de documento central no testemunho oral perante o IMT {Tribunal Militar Internacional}; e, finalmente, as memórias escritas em Cracóvia coroam o conjunto. A base e a matriz são, portanto, o documento NO-1210. Foi nas memórias de Cracóvia, escrito sob a supervisão do juiz de examinação polonês Jan Sehn, que Höss iria dar indicações sobre como os britânicos tinham obtido a própria primeira confissão.

Tradução e palavras entre chaves por Mykel Alexander

Continua ... 

Notas

* Nota de Robert Faurisson: Höss é citado de acordo com o texto da edição em língua alemã da série IMT {Tribunal Militar Internacional}.

 

 


Fonte: How the British Obtained the Confessions of Rudolf Höss, por Robert Faurisson, The Journal for Historical Review, vol. 7, nº 4, inverno 1986-1987.

http://www.ihr.org/jhr/v07/v07p389_Faurisson.html

Sobre o autor: Robert Faurisson (1929-2018), teve por anos sido o líder revisionista sobre o tema do alegado Holocausto.

            Formou-se em Sorbonne, Paris, em Letras Clássicas (Latim e Grego) obtendo o seu doutorado em 1972, e serviu como professor associado na Universidade de Lyon na França de 1974 até 1990. Ele é reconhecido como especialista de análise de textos e documentos. Depois de anos de pesquisa privada e estudo, o Dr. Faurisson fez pública suas visões céticas sobre a história de exterminação no Holocausto em artigos publicados em 1978 no diário francês Le Monde. Seus escritos sobre a questão do Holocausto têm aparecido em vários livros e numerosos artigos acadêmicos e foi um frequente contribuidor do The Journal of Historical Review. Por suas pesquisas sofreu muitas perseguições pela patrulha judaico-sionista ou pelas patrulhas àquelas vinculadas, além de um atentado contra sua vida no qual lhe deixou hospitalizado, porém manteve sempre em primeiro lugar seu compromisso para com a busca pela verdade durante toda sua vida, mantendo-se em plena atividade investigativa até a data de seu falecimento. Além de muitos numerosos e devastadores artigos escreveu:

Mémoire en défense (contre ceux qui m'accusent de falsifier l'Histoire: la question des chambres à gaz), Editora La vieille taupe , 1980.

Réponse à Pierre Vidal-Naquet. Paris: La Vieille Taupe, 1982.

Réponse à Jean Claude Pressac Sur Le Problème Des Chambres à Gaz, Editora R.H.R., 1994.

Quem escreveu o diário de Anne Frank (em português impresso pela Editora Revisão).

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