| Ron Keeva Unz |
Carleton Coon e The Origin of Races
Tanto
naquela época quanto nos dias presentes, tem havido uma tendência infeliz de
nossa mídia tradicional, ideologicamente enviesada, para distorcer e deturpar
muitos dos fatos científicos básicos considerando questões raciais, notadamente
promovendo a noção bizarra e totalmente ridícula de que “raça não existe”.
E
embora essa cobertura midiática tenda a ser transitória, ela frequentemente se
cristaliza no conteúdo de nossos livros introdutórios básicos, que, portanto,
são igualmente distorcidos, mas muito mais permanentes.
Eu
segui a discutir23 essa situação
lamentável:
Embora nem Putnam nem Weyl tivessem ocupado cargos acadêmicos, esses escritores racialistas e outros se basearam bastante nas obras daqueles que o fizeram, a maioria dos quais eram acadêmicos de corrente principal. Pouquíssimos desses últimos indivíduos se enquadravam no campo ideológico do racismo branco e, de fato, a maioria parece ter sido composta por liberais típicos ou totalmente apolíticos, sendo meramente pesquisadores que seguiam os dados científicos aonde quer que eles os levassem.
A realidade científica objetiva existe, mas, a menos que tenhamos tempo e conhecimento para investigar os estudos de pesquisa por nós mesmos, nossa percepção dessa realidade depende do filtro da mídia, e essa representação pode ser seriamente distorcida. Há o notório exemplo histórico da ascensão de Trofim K. Lysenko e suas teorias anti-hereditariedade à condição de dogma oficial por Stalin, enquanto os cientistas que continuavam a acreditar na genética eram condenados ao gulag – uma política que aleijou a biologia soviética por décadas…
Embora nosso país ainda não tenha chegado à condição soviética de aprisionar pesquisadores cujas descobertas científicas divergem da ideologia dominante, há décadas sanções informais severas são impostas aos acadêmicos que chegam a conclusões indesejáveis, especialmente se forem percebidos como apoiadores de forças racistas e seus projetos políticos. Em alguns casos, descobertas controversas desencadearam uma torrente de difamação na mídia, com os acadêmicos sendo atacados como “fascistas” ou “neonazistas”, apesar de todas as evidências em contrário, e até mesmo sujeitos a ameaças pessoais e exigências de que eles sejam censurados. Ocasionalmente, denúncias tão asperamente duras e injustas têm movido as vítimas para o campo do racialismo, tornando-se profecias autorrealizáveis. No entanto, mais tipicamente, os acadêmicos continuaram suas pesquisas discretamente até que a atenção da mídia se voltasse para outro assunto. Enquanto isso, acadêmicos rivais que apresentavam posições contrárias eram frequentemente promovidos pela mídia como fontes totalmente confiáveis, apesar de, por vezes, possuírem credenciais acadêmicas muito mais fracas.
Um exemplo inicial desse processo no pós-guerra surgiu no caso do Prof. Carleton Coon, um dos mais renomados antropólogos físicos do mundo, que passou duas décadas em Harvard e posteriormente atuou como presidente da Associação Americana de Antropólogos Físicos. A especialidade de Coon era raça, e ele escreveu diversos textos acadêmicos de referência sobre o assunto. Sua pesquisa também gerou controvérsia quando publicou The Origin of Races {A Origem das Raças} em 1962, propondo a hipótese de que as diferentes raças da humanidade, na verdade, antecederam o surgimento do Homo sapiens. Essas raças teriam surgido anteriormente nas populações geograficamente separadas de nossos ancestrais Homo erectus, e então, independentemente, alcançaram a plena sapiência em diferentes momentos.
Tanto a obra de Coon, considerada convencional, quanto suas teorias mais especulativas foram amplamente citadas por Putnam e outros em seus escritos políticos sobre segregação, e, de acordo com a pesquisa de Tucker, Coon demonstrava simpatia discreta por esses esforços. Durante seu mandato como presidente, uma sessão minoritária de sua associação profissional votou pela condenação do livro de Putnam, e quando Coon descobriu que praticamente nenhum daqueles membros hostis o havia lido, ele ameaçou renunciar em protesto.
Este
último incidente provavelmente teve grandes consequências científicas.
Recentemente,
eu mesmo li o livro de Coon de 1962 e fiquei extremamente impressionado com a
amplitude e o alcance da notável erudição que ele demonstrou ao longo de suas
mais de 750 páginas, que incluíam milhares de referências, dezenas de diagramas
e ilustrações e uma bibliografia de vinte e cinco páginas. Décadas de pesquisa
e investigação científica culminaram neste texto magistral.
No
início de sua Introdução, ele admitiu plenamente a natureza heterodoxa e até
revolucionária da hipótese multirregional da evolução humana que estava
propondo, tão contrária ao dogma aceito de sua disciplina. Mas ele acreditava
que as evidências justificavam essa conclusão e, por fim, argumentou com base nas
centenas de páginas de descobertas antropológicas que apresentou
posteriormente. Não possuo a expertise necessária para avaliar adequadamente
essas afirmações, mas, como leigo, eu achei que ele apresentou argumentos
razoavelmente sólidos para suas conclusões.
Ao
ler esta obra muito longa, certos elementos menores de sua apresentação me
impressionaram profundamente. Quinze anos atrás, todos os principais
noticiários nacionais estavam repletos da chocante descoberta de que humanos
modernos haviam se cruzado com neandertais23
e que as consequências genéticas poderiam ter desempenhado um papel
significativo na formação da nossa própria espécie. Mas Coon mencionou essa
mesma ideia casualmente, como um fato científico estabelecido e bem conhecido,
enfatizando que alguns dos genes adquiridos pelos caucasianos europeus
provavelmente os ajudaram a sobreviver nas difíceis condições locais às quais
os neandertais estavam especialmente bem adaptados.
Portanto,
embora esse cruzamento entre humanos e outra espécie de hominídeo fosse
considerado uma noção absolutamente revolucionária em 2010, Coon e seu círculo
aparentemente já o aceitavam como realidade há meio século.
A
razão para esse notável caso de amnésia científica foi que, logo após a
publicação do livro de Coon, tanto o autor quanto sua obra-prima foram
relegados ao esquecimento por razões ideológicas, com seu nome e o conjunto de
sua pesquisa sendo tão vilipendiados que logo foram expurgados do corpo da
ciência moderna aceita.
Curiosamente,
eu descobri que essa não havia sido a reação inicial ao extenso volume de Coon
em 1962. Ao contrário, o livro foi publicado por uma das editoras mais
prestigiosas dos Estados Unidos, recebeu elogios entusiasmados24 nas páginas do New York Times e atraiu discussões25
igualmente favoráveis em nossas principais revistas de opinião liberal, como The Nation e The New Republic. A conservadora National Review o saudou, assim como duas resenhas distintas na Mankind Quarterly, mas Margaret Mead era
então a rainha liberal da antropologia cultural e adotou uma posição muito
semelhante na influente Saturday Review.
Se
esse veredicto inicial sobre o extenso estudo de pesquisa de Coon tivesse
permanecido, sua obra teria permanecido por décadas ocupando um lugar de honra
em todas as nossas listas de leitura acadêmica. Mas a aparente simpatia de Coon
pelo breve livro pró-segregação de Putnam logo gerou uma feroz reação política
que só se intensificou à medida que as batalhas sobre raça, dessegregação e
direitos civis dos negros começaram a dominar a política da década de 1960.
Embora sua pesquisa antropológica quase não tivesse ligação com essas questões
ideológicas, sofreu uma culpa fatal por associação e foi desacreditada
juntamente com seu autor.
Um
longo e interessante artigo de 196926
descreveu esses desdobramentos subsequentes, explicando que tanto Coon quanto
seu livro foram publicamente denunciados como “racistas” pelo presidente da
Associação Americana de Antropologia, com consequências dramáticas:
Hoje, é quase impossível encontrar o nome de Coon em qualquer livro didático de antropologia. Ele simplesmente se tornou uma “não-pessoa” em sua profissão.
Tradução
e palavras entre chaves por Mykel Alexander
23 Fonte utilizada por Ron Keeva
Unz: Fonte utilizada por Ron Keeva Unz: White Racialism in America, Then and
Now, por Ron Keeva Unz, 05 de outubro de 2020, The Unz Review – An Alternative Media Selection.
23 Fonte utilizada por Ron Keeva
Unz: Signs of Neanderthals Mating With Humans, por Nicholas Wade
06 de maio de 2010, The New York Times.
https://www.nytimes.com/2010/05/07/science/07neanderthal.html
24 Fonte utilizada por Ron Keeva
Unz: Our Family Tree, William W. Howells, 09 de dezembro de 1962, The New York Times.
https://www.nytimes.com/1962/12/09/archives/our-family-tree.html
25 Fonte utilizada por Ron Keeva
Unz:
26 Fonte utilizada por Ron Keeva
Unz:
Fonte: American Pravda: Twelve Unknown Books and Their Suppressed Racial Truths, por Ron Keeva Unz, 17 de novembro de 2025, The Unz Review – An Alternative Media Selection.
https://www.unz.com/runz/american-pravda-twelve-unknown-books-and-their-suppressed-racial-truths/
Sobre o autor: Ron Keeva Unz (1961 -), de nacionalidade americana, oriundo de família judaica da Ucrânia, é um escritor e ativista político. Possui graduação de Bachelor of Arts (graduação superior de 4 anos nos EUA) em Física e também em História, pós-graduação em Física Teórica na Universidade de Cambridge e na Universidade de Stanford, e já foi o vencedor do primeiro lugar na Intel / Westinghouse Science Talent Search. Seus escritos sobre questões de imigração, raça, etnia e política social apareceram no The New York Times, no Wall Street Journal, no Commentary, no Nation e em várias outras publicações.
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