Laurent Guyénot |
“O mais fino truque do diabo é persuadir você de que ele
não existe”, escreveu Charles Baudelaire (Paris Spleen). Ele
estava errado: o mais fino truque do diabo é persuadir você de que ele é Deus.
Eu
acredito na existência do diabo? Depende da definição. Acredito que os humanos
estão sob a influência das ideias que engendraram coletivamente ao longo dos
tempos, pois as ideias são forças espirituais. E desse ponto de vista,
considero a personificação de Jeová do Divino Criador como o engano mais
devastador já jogado na raça humana, um crime contra a divindade {inclusive
misturando o perfil de Deus do Antigo Testamento com o perfil de Deus do
Novo Testamento}#1
Eu
sou um gnóstico? Não no sentido estrito. Se só estamos a acreditar em seus
detratores, os primeiros gnósticos ensinavam que o Deus do Antigo Testamento
era o demiurgo maligno que criou o mundo do qual Cristo veio para nos libertar.
Eu não levo Jeová tão seriamente. Pelo contrário, lamento que ele tenha sido
levado a sério por bilhões de pessoas, judeus, cristãos e muçulmanos. Jeová é
um personagem de ficção, mas que tem exercido grande influência sobre uma
grande parcela da humanidade, direta ou indiretamente.
O
eu que desejo demonstrar aqui é que Jeová tem o caráter do diabo como a maioria
das pessoas o imagina. Isso ajuda muito a explicar a qualidade satânica do
poder judaico que está se tornando cada vez mais aparente a cada dia – uma
qualidade que Alain Soral está expondo em seus vídeos mais recentes (agora disponíveis
com legendas em inglês no novo canal da ERTV International no YouTube)*1. Se eu fosse cristão, citaria João
8:44. Mas não estou argumentando do ponto de vista cristão, pois embora aceite
o princípio de que a história do Evangelho foi concebida como uma cura para a
escravidão mental dos judeus pela Torá, também considero que, a menos que
vomitasse o Antigo Testamento, o cristianismo permanecerá para sempre
infectado pelo vírus que pretendia combater.
A aliança mosaica como
pacto faustiano
O
núcleo da Bíblia hebraica é a aliança mosaica. O acordo é simples: em troca de
adoração exclusiva e obediência às suas leis, enfatizando a estrita separação
de outros povos, Jeová fará com que os israelitas governem sobre a humanidade: “e
que tu andarias em seus caminhos, observando seus estatutos, seus mandamentos e
suas normas, e obedecendo à sua voz”, e Jeová “te faria superior em honra, fama
e glória a todas as nações que ele fez”; “e emprestarás a muitas nações, porém
nada tomará emprestado.” (Deuteronômio 26:17-19 e 28:12).
Os
cristãos nunca vieram a imaginar que a aliança mosaica nada mais é do que um
programa da nação judaica para dominar o mundo. Isso porque está escrito bem
debaixo do nariz deles, em um livro cuja malícia eles não conseguem reconhecer
porque lhes foi dito que é a Palavra de Deus. É preciso um livre-pensador como
H. G. Wells para ver a ideia bíblica do Povo Escolhido pelo que ela é: “uma
conspiração contra o resto do mundo”. Nos livros da Bíblia, “você tem a
conspiração plana e clara, [...] uma conspiração agressiva e vingativa. […] Não
é tolerância, mas estupidez fechar os olhos à qualidade dela.”[1]
Os
cristãos têm sempre falhado em ver o total desprezo do deus bíblico por suas
próprias nações, embora seja repetido várias vezes: “Todas as nações são como
nada diante dele, não passam de coisa vã e nada” (Isaías 40:17). “Portanto, devorará todos os povos que Jeová
teu Deus te entregar. Que teu olho não tenha piedade deles” (Deuteronômio
7:16). A vulnerabilidade das nações cristãs à sociopatia coletiva de Israel
está diretamente relacionada à cegueira autoinfligida. Para seu próprio
infortúnio, os cristãos adoram uma divindade que os odeia (conforme um
comentarista de um artigo anterior colocou).
Os exegetas cristãos parecem nunca ter notado também que
a aliança de Jeová – dominação sobre as nações em troca de adoração exclusiva –
é basicamente idêntica ao pacto para o qual o diabo tentou atrair Jesus:
“Tomou o diabo a leva-lo, agora para um monte muito alto e mostrou-lhe todos os reinos do mundo com o seu esplendor e disse-lhe: ‘tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares.’ Aí Jesus lhe disse: ‘Vai-te, Satanás!’” (Mateus 4: 8-10).
Como
matéria de fato, Satanás dificilmente é distinguido de Jeová no Tanakh.
Ele é chamado de “anjo de Jeová” em Números 22 e 32. Em 2 Samuel
24, Jeová incita Davi a fazer o mal, enquanto o papel é dado a Satanás no mesmo
episódio contado em 1 Crônicas 21, onde Jeová, “o anjo de Jeová” e
Satanás são usados de modo intercambiável. Também não há vestígios no Tanakh de
uma luta cósmica entre o Bem e o Mal, como no monoteísmo persa. Felicidade e
infortúnio, paz e guerra, saúde e doença, abundância e fome, fertilidade e
infertilidade, todos têm sua fonte única e direta na caprichosa vontade de Jeová.
Em suas próprias palavras: “Eu formo a luz e crio as trevas, asseguro o
bem-estar e crio a desgraça, sim eu, Jeová, faço tudo isso.” (Isaías
45:7).
O
ensinamento de Cristo de “acumular tesouros no céu” (Mateus 6:20) é
estranho a Jeová. Ele é o Ganancioso, que quer “os tesouros de todas as nações”
acumulados em sua residência em Jerusalém: “Minha é a prata, meu é o ouro!” (Ageu
2:8). “A riqueza de todas as nações vizinhas será amontoada junta: ouro, prata,
roupas, em vasta quantidade” (Zacarias 14:14). Interessantemente, de
acordo com 1 Reis 10:14, a quantidade de ouro acumulada a cada ano no
templo de Salomão era de “666 talentos de ouro” – o “número da Besta” em Apocalipse
13:18! Faça dele o que você quiser. Ou peça a Jared Kushner para explicar.
A
aliança mosaica funciona como um pacto clássico com o diabo: Israel obterá
riqueza e poder em troca de se tornar a “posse pessoal” de Jeová (Êxodo
19:5). A noção de um pacto com o diabo é especialmente relevante, pois Jeová
nega a seus adoradores uma alma individual imortal, o que equivale a
reivindicar suas almas para ele próprio. Conforme Voltaire certa vez observou, Jeová
proibiu os judeus de trepar com suas cabras (Êxodo 22:18), instruiu-os
sobre como defecar em um buraco (Deuteronômio 23:14), mas não lhes deu
“aquele credo mais útil em uma vida futura.”2
Isso ocorre porque a Torá é essencialmente uma ferramenta de programação
mental destinada a prender os judeus em uma alma coletiva estanque (veja meu
artigo “Israel as One Man”)*2.
O
materialismo metafísico é o aspecto mais fundamental da antropologia bíblica e,
embora ele tenha sido superficialmente corrigido em desenvolvimentos judaicos
posteriores, sua seiva corre profundamente no judaísmo. De acordo com a Jewish
Virtual Library {Biblioteca Virtual Judaica}*3,
a vida após a morte “raramente é discutida na vida judaica, seja entre judeus
reformistas, conservadores ou ortodoxos, [...] em contraste marcante com as
tradições religiosas das pessoas entre as quais os têm vivido. […] A Torá,
o texto judaico mais importante, não tem, afinal, nenhuma referência clara à
vida após a morte.”
O
relacionamento entre Jeová e seu povo não é moral, mas estritamente contratual
e legalista. De acordo com o estudioso judeu Yeshayahu Leibowitz, “A Torá não
reconhece os imperativos morais decorrentes do conhecimento da realidade
natural ou da consciência do dever do homem para com o próximo. Tudo o que ele
reconhece são Mitzvot, imperativos divinos.”3
As centenas de mitzvot (“mandamentos”) são fins em si mesmas, não
caminhos para uma consciência moral superior. Tal legalismo judaico sufoca a
consciência moral, como apontou Gilad Atzmon.*4
Naturalmente,
existem preceitos morais aqui e ali na Bíblia. Mas, no geral, é um mal-entendido
acreditar que Jeová espera de seu povo uma superioridade moral. O único
critério de aprovação de Jeová é a obediência às suas leis arbitrárias e aos
seus comandos antissociais ou genocidas. Matar traiçoeiramente centenas de
profetas de Baal é bom, porque é a vontade de Jeová (1 Reis 18). Mostrar
misericórdia ao rei dos amalequitas é ruim, porque quando Jeová diz: “mate
todos”, ele quer dizer “todos” (1 Samuel 15). Como nós podemos esperar
de um povo cuja mentalidade tem sido moldada por essas narrativas e suas
camadas de comentários talmúdicos, que eles compartilhem o senso de bem e mal
que a maioria dos outros povos considera inerente à humanidade? É totalmente
consistente que um futuro primeiro-ministro israelense como Yitzhak Shamir
(1986-1992) declare (em 1943):
“Nem a ética judaica nem a tradição judaica podem desqualificar o terrorismo como meio de combate. Nós estamos muito longe de ter qualquer sensação de enjoo moral no que diz respeito à nossa guerra nacional. Nós temos diante de nós o mandamento da Torá, cuja moralidade supera a de qualquer outro corpo de leis no mundo: ‘Vocês os apagarão até o último homem.’”4
O deus ciumento e
assassino
Jeová
é “o Zeloso” (Êxodo 34:14). Embora ele é suposto ser o pai de todos os
deuses nacionais (Deuteronômio 32:8-9), ele sente por eles um ódio
assassino, manifestado neste comando:
“Devereis destruir todos os lugares em que as nações que conquistar tinham servido aos seus deuses, sobre os altos montes, sobre as colinas e sob toda árvore verdejante. Demolireis seus altares, despedaçareis suas estelas, queimareis seus postes sagrados e esmagareis os ídolos dos seus deuses, fazendo com que o nome deles desapareça de tal lugar.” (Deuteronômio 12:2-3).
O
ciúme de Jeová alcançou proporções patológicas durante sua luta com Assur, o
deus nacional da Assíria. Nos estratos mais antigos do livro de Isaías,
composto logo após a destruição de Israel pela Assíria, Jeová parece incapaz de
lidar com a frustração e a humilhação, consumido pelo desejo de vingança:
“Jeová dos Exércitos jurou:
‘Desmantelarei a Assíria na minha terra,
Pisá-la-ei nos meus montes.
Seu jugo será removido do meu povo,
Seu fardo será removido dos seus ombros.
Este é o projeto que ele decidiu contra a terra inteira,
e esta é a mão estendida contra todas as nações.
Com efeito, Jeová dos Exércitos tomou uma decisão, quem a anulará?
Sua mão está estendida, quem a fará recuar?’” (Isaías 14:24-27)
Ouça Jeová fumegante após sua derrota, e você ouvirá um perigoso narcisista megalomaníaco:
“Eu juro por mim mesmo, o que sai da minha boca é a verdade, uma palavra que não voltará atrás: Com efeito, diante de mim se dobrará todo o joelho, toda a língua jurará por mim,” (Isaías 45:23).
A
luta de Jeová com Baal é ainda mais reveladora. Na antiga Síria, Baal (termo
que significa simplesmente “Senhor”, como o hebraico Adonai), também
conhecido como Baal Shamem (“o Senhor do Céu”), era entendido como o Deus
Supremo, abrangendo todas as manifestações do divino.5 E assim é irônico que Jeová, um deus
tribal, deva competir com o grande Baal pelo status de Deus Supremo. O culto de
Baal recebeu apoio real no poderoso reino de Israel sob a dinastia Omri (século
IX a.C.). Aprendemos no Ciclo de Elias (de 1 Reis 17 a 2 Reis 13)
que o profeta javista Elias desafiou 450 profetas de Baal a conjurar raios
sobre um touro sacrificial: “Invocareis depois o nome de vosso deus, e eu invocarei
o nome de Jeová; o deus que responder enviando fogo, é ele o Deus”— uma
situação implausível, já que Baal, sendo o Deus de uma sociedade agrária, nunca
requiriu holocaustos. Elias vence o concurso, e as pessoas caem de cara no chão
e gritam “É Jeová que é Deus! É Jeová que é Deus!” Então eles capturam todos os
profetas de Baal, e Elias os abate (1 Reis 18). Mais tarde, após um
golpe contra os omridas, o general judeu Jeú convocou todos os sacerdotes de
Baal para “uma assembleia santa para Baal”, que acabou sendo o próprio abate
deles. “Assim Jeú fez Ball desaparecer de Israel” (2 Reis 10:18-28). Esta
é a ilustração perfeita de como Jeová se tornou o Deus em vez de Baal: pela
eliminação física dos sacerdotes de Baal. O processo reflete a maneira como Jeú
se tornou rei de Israel, exterminando a família do rei legítimo, bem como “todos
os notáveis, os parentes e os sacerdotes; não deixou escapar nenhum” (2 Reis
10:11).
Para
os egípcios, escreveu o egiptólogo alemão Jan Assmann, “os deuses são seres
sociais, vivendo e agindo em ‘constelações’”.6
A cooperação pacífica dos deuses garante o funcionamento harmonioso do universo.
Isso porque os deuses formam o corpo orgânico do mundo. Tal concepção, que
Assmann chama de “cosmoteísmo”, fomenta uma forma de monoteísmo inclusivo ou
convergente: todos os deuses são um, assim como o cosmos é um. Em contraste, o
monoteísmo exclusivo da Bíblia é a expressão da sociopatia narcísica de Jeová.
É por isso que alguns egípcios, segundo Plutarco (Ísis e Osíris, 31),
acreditavam que o deus dos judeus era Seth, o deus cabeça de burro do deserto,
da fome, da desordem e da guerra, expulso do conselho dos deuses por ter
assassinado seu irmão mais velho, Osíris, por ciúme. Identificar o deus judeu
com Seth era sua maneira de explicar a exclusividade agressiva da religião
judaica.
Desde
que os politeísmos de todas as grandes civilizações eram cosmoteísmos, eles
eram traduzíveis uns nos outros. Isso era de importância prática porque,
escreve Assmann, “os contratos com outros estados tinham de ser selados por
juramento, e os deuses a quem esse juramento era feito tinham de ser
compatíveis. Tabelas de equivalências divinas foram assim elaboradas que
eventualmente correlacionaram até seis panteões diferentes.” E assim, a partir
do terceiro milênio a.C., a traduzibilidade de vários panteões foi crucial para
a diplomacia internacional, bem como para o comércio. Mas Jeová não pode ser
igualado a nenhum outro deus; o jeovismo {ou javismo} “bloqueou a
traduzibilidade intercultural”.7 E
quando Jeová instruiu seu povo: “Não farás aliança nenhuma com eles, nem com
seus deuses.” (Êxodo 23:32), ou “não fareis memória do nome dos seus deuses,
não os invocareis nos vossos juramentos, não os servireis e não vos prosternareis
diante deles.” (Josué 23:7), ele estava de fato impedindo qualquer
relação de confiança com os povos vizinhos. Os judeus devem depositar toda a
sua confiança em Jeová somente. As leis dietéticas destinam-se a impedir
qualquer socialização fora da tribo: “Eu vos separarei de todos os povos, para serdes
meus.” (Levítico 20:26).
O
que aos israelitas é pedido, na verdade, é que reproduzam em relação a outras
nações a sociopatia assassina de Jeová em relação a outros deuses. O código de
guerra de Deuteronômio 20 ordena o extermínio de “qualquer coisa viva”
nas cidades conquistadas de Canaã. Na prática, a regra se estende a todas as
pessoas que resistem aos israelitas em sua conquista. Foi aplicado por Moisés
aos midianitas, exceto suas 32.000 jovens virgens, das quais 32 foram queimadas
como holocaustos a Jeová (Números 31). Foi aplicado por Josué à cidade
cananeia de Jericó, onde os israelitas “Então consagraram como anátema {equivalente
a autorização para aniquilação total} tudo que havia na cidade: homens e
mulheres, crianças e velhos, assim como os bois, ovelhas e jumentos,
passando-os ao fio da espada.” (Josué 6:21). Na cidade de Hai, os
habitantes foram todos massacrados, doze mil deles, “de modo tal que não restou
nenhum sobrevivente nem fugitivo. [...] Depois que Israel acabou de matar todos
os habitantes de Hai, no campo e no deserto, onde os havia perseguido, e que
todos, até ao último caíram ao fio da espada, todo Israel voltou a Hai e passou
a população ao fio da espada”. As mulheres não foram poupadas. “E Israel tomou
por presa senão o gado e os despojos daquela cidade,” (Josué 8:22-27). Então
vieram as cidades de Makkedah, Libnah, Lachish, Eglon, Hebron, Debir e Hazor.
Em toda a terra, Josué “não deixou nenhum sobrevivente e voltou todo ser vivo
ao anátema {equivalente a autorização para aniquilação total}, conforme havia
ordenado Jeová, o Deus de Israel.” (10:40). Um fim mais cruel foi reservado
pelo rei Davi para os amonitas, que foram colocados sob a “serra, às picaretas
e os machados de ferro” e “{nos fornos} de tijolos” (2 Samuel 12:31 e 1
Crônicas 20:3).8
O
código de guerra genocida de Jeová foi aplicado pelo rei Saul aos amalequitas. Jeová
ordenou que Saul os matasse todos, “homem e mulher, bebê e criança de peito,
boi e ovelha, camelo e burro”, e Saul foi punido por poupar seu rei Agague, a
quem Samuel ele próprio teve que massacrar (1 Samuel 15). Na mente
judaica, essas estórias não são apenas contos meio esquecidos do passado. A
história bíblica contém as chaves para o presente e para o futuro. Os exegetas
rabínicos têm constantemente se referido aos percebidos inimigos de Israel em
termos bíblicos. Amalec, em particular, passou a ser associado a Roma e, a
partir do século IV, aos cristãos, ou aos armênios em particular. Amalec também
está associado ao Irã, porque o vilão do livro de Ester, Haman, é dito
ser descendente do rei amalequita Agag. O enforcamento de Haman e seus dez
filhos e o massacre de 75.000 persas são frequentemente confundidos na tradição
judaica com o extermínio dos amalequitas e a execução brutal de seu rei. A
leitura da Torá na manhã de Purim é retirada do relato da batalha contra os amalequitas,
que termina com a conclusão de que “Jeová estará em guerra com Amalec de geração em geração” (Êxodo 17:16).9 “A tradição afirma que os amalequitas
são inimigos eternos dos judeus”, explica Jeffrey Goldberg em um artigo do New
York Times chamado “Israel's Fears, Amalec's Arsenal”*5, acrescentando: “Recentemente, pedi a
um de seus conselheiros para avaliar para mim a profundidade da ansiedade do
Sr. Netanyahu sobre o Irã. Sua resposta: ‘Pense em Amalec.’”10
Esta
é apenas mais uma ilustração da mentalidade emoldurada bíblica da liderança
israelense. O Israel moderno é filho de Jeová e atua no cenário internacional
de maneira bíblica, isto é, com a mesma indiferença e crueldade para com as
nações não-judaicas conforme Jeová exigia de seu povo na Bíblia.
Tradução
e palavras entre chaves por Mykel Alexander
Continua em O truque do diabo: desmascarando o Deus de Israel - Por Laurent Guyénot - parte 2
#1 Nota de Mykel Alexander: Uma das principais manipulações bíblicas do projeto de domínio do judaísmo internacional é através da narrativa de que a divindade adorada pelos judeus, Jeová, é o Deus universal, supremo, portanto, não só o deus dos judeus, mas também de todos os povos. Esse artifício do judaísmo internacional é abordado por Laurent Guyénot no presente artigo e em outros trabalhos dele. As vertentes cristãs, especialmente dissidentes do catolicismo, tais como a sucessão de igrejas anglicanas, protestantes e pentecostais promovem ou se valem de traduções em que a divindade judaica denominada de Jeová, comumente escrita em linguagens ocidentais como Jehovah ou Yahweh ou YHWH seja traduzida como Senhor. Todavia, mesmo sendo o cristianismo uma derivação do judaísmo, na tradição cristã as características da divindade descritas pelos apóstolos cristãos, isto é, as que constam no Novo Testamento, escrito sob a influência dos ensinamentos atribuídos a Jesus, diferem das características da divindade descritas no Antigo Testamento, antecedem os ensinamentos atribuídos a Jesus. Dado tal contexto, houve na tradição cristã em seus primeiros séculos o cuidado de discernir na Bíblia o termo para se referir a divindade do Antigo Testamento como Jehovah ou Yahweh ou YHWH, e para se referir a divindade do Novo Testamento o termo Senhor. Os judeus, na época do surgimento do cristianismo, possuíam uma visão de divindade com muitas divergências da visão de divindade que os apóstolos cristãos possuíam, e outras vertentes ligadas ao judaísmo e ao cristianismo possuíam ainda mais divergências de como compreendiam a divindade, inclusive algumas vertentes conhecidas como gnósticas viam a divindade judaica do Antigo Testamento justamente como o mal. Desta maneira para as passagens bíblicas deste artigo será usada a versão traduzida publicada como Bíblia de Jerusalém (1ª edição, 2002, 12ª reimpressão, 2017, Paulus, São Paulo), da École biblique de Jérusalem (Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém), a qual é vertida diretamente do hebraico, do aramaico e do grego para o português, de modo que nos textos do Antigo Testamento a divindade judaica é traduzida como Yahweh, mas, por fins didáticos, usarei a forma simplificada de Jeová. É preciso registrar que, ao menos a edição em português, a tradução da Bíblia de Jerusalém atenua muito através da escrita o impacto da violência, crueldade e agressividade o teor das passagens bíblicas, especialmente as do Antigo Testamento.
*1 Fonte utilizada por Laurent
Guyénot:
[1] Nota de Laurent Guyénot: Herbert George Wells, The Fate of Homo Sapiens (1939), página 128, em archive.org.
2 Nota de Laurent Guyénot: Leia em Félix Niesche, Voltaire antisémite, KontreKulture, 2019.
*2
Fonte utilizada por Laurent Guyénot: Israel as One Man: A Theory of Jewish
Power, por Laurent Guyénot, 10 de junho de 2019, The Unz Review – An
alternative media selection.
*3
Fonte utilizada por Laurent Guyénot: Jewish Virtual Library – a projct of
aice. Vocábulo Afterlife in Judaism.
3 Nota de Laurent Guyénot: Yeshayahu Leibowitz, Judaism, Human Values and the Jewish State, Harvard University Press, 1995, página 18.
*4
Fonte utilizada por Laurent Guyénot: On IDF's Failure And Jewish Ethics, por
Gilad Atzmon, 06 de Agosto de 2014, Gilad.
https://gilad.online/writings/on-idfs-failure-and-jewish-ethics.html
4 Nota de Laurent Guyénot: “Document: Shamir on Terrorism (1943),” Middle East Report 152 (May/June 1988), on https://merip.org/1988/05/shamir-on-terrorism-1943/
5 Nota de Laurent Guyénot: Norman Habel, Yahweh Versus Baal: A Conflict of Religious Cultures, Bookman Associates, 1964, página 41.
6 Nota de Laurent Guyénot: Jan Assmann, Of God and Gods: Egypt,
Israel, and the Rise of Monotheism, University of Wisconsin Press, 2008,
página 47.
7 Nota de Laurent Guyénot: Jan Assmann, Moses the Egyptian: The Memory of Egypt in Western Monotheism, Harvard University Press, 1998, página 3.
8 Nota de Laurent Guyénot: Eu tenho juntado os dois relatos quase idênticos do mesmo episódio em 2 Samuel 12:31 e 1 Crônicas 20:3.
9 Nota de Laurent Guyénot: Elliott Horowitz, Reckless Rites: Purim and the Legacy of Jewish Violence, Princeton University Press, 2006, páginas 122–125, 4.
*5 Fonte utilizada por Laurent
Guyénot: Israel’s Fears, Amalec’s Arsenal, por Jeffrey Goldberg, 16 de maio de
2009, The New York Times.
https://www.nytimes.com/2009/05/17/opinion/17goldberg.html?_r=1&pagewanted=print
10 Nota de Laurent Guyénot:
Jeffrey Goldberg, “Israel’s Fears, Amalec’s Arsenal,” New York Times, 16
de maio de 2009.
The Devil's Trick: Unmasking the God of Israel, por Laurent
Guyénot, 17 de maio de 2020, The Unz Review – An alternative media selection.
https://www.unz.com/article/the-devils-trick-unmasking-the-god-of-israel/
Sobre o autor: Laurent
Guyénot (1960-) possuí mestrado em Estudos Bíblicos e trabalho em antropologia
e história das religiões, tendo ainda o título de medievalista (PhD em Estudos
Medievais em Paris IV-Sorbonne, 2009) e de engenheiro (Escola Nacional de
Tecnologia Avançada, 1982).
Entre seus livros estão:
LE ROI SANS PROPHETE.
L'enquête historique sur la relation entre Jésus et Jean-Baptiste,
Exergue, 1996.
Jésus et Jean Baptiste :
Enquête historique sur une rencontre légendaire,
Imago Exergue, 1998.
Le livre noir de l'industrie
rose – de la pornographie à la criminalité sexuelle,
IMAGO, 2000.
Les avatars de la
réincarnation: une histoire de la transmigration, des croyances primitives au
paradigme moderne, Exergue, 2000.
Lumieres nouvelles sur la
reincarnation, Exergue, 2003.
La Lance qui saigne:
Métatextes et hypertextes du Conte du Graal de Chrétien de Troyes,
Honoré Champion, 2010.
La mort féerique:
Anthropologie du merveilleux (XIIᵉ-XVᵉ siècle), Gallimard,
2011.
JFK 11 Septembre: 50 ans
de manipulations, Blanche, 2014.
Du Yahvisme au sionisme.
Dieu jaloux, peuple élu, terre promise: 2500 ans de manipulations, Kontre
Kulture, Kontre Kulture, 2016. Tem edição em inglês: From Yahweh to Zion:
Jealous God, Chosen People, Promised Land...Clash of Civilizations, Sifting
and Winnowing Books, 2018.
Petit livre de - 150
idées pour se débarrasser des cons, Le petit livre, 2019.
“Our God is Your God Too, But He Has Chosen Us”:
Essays on Jewish Power,
AFNIL, 2020.
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Relacionado: sobre a questão judaica, sionismo e seus interesses globais ver:
Sionismo, Cripto-Judaísmo e a farsa bíblica - parte 1 - por Laurent Guyénot (parte 2 na sequência do próprio artigo)
Conversa direta sobre o sionismo - o que o nacionalismo judaico significa - Por Mark Weber
Judeus: Uma comunidade religiosa, um povo ou uma raça? por Mark Weber
Controvérsia de Sião - por Knud Bjeld Eriksen
Sionismo e judeus americanos - por Alfred M. Lilienthal
Por trás da Declaração de Balfour A penhora britânica da Grande Guerra ao Lord Rothschild - parte 1 - Por Robert John {as demais 5 partes seguem na sequência}
Raízes do Conflito Mundial Atual – Estratégias sionistas e a duplicidade Ocidental durante a Primeira Guerra Mundial – por Kerry Bolton
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Congresso Mundial Judaico: Bilionários, Oligarcas, e influenciadores - Por Alison Weir
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