Laurent Guyénot |
Num
discurso em hebraico, em 28 de outubro*1,
Netanyahu justificou o massacre israelense de civis em Gaza com uma referência
bíblica a Amalec.
Você deve se lembrar do que Amalec fez com você, diz nossa Bíblia Sagrada. E nós nos lembramos. E nós lutamos. As nossas corajosas tropas e combatentes que estão agora em Gaza e em todas as outras regiões de Israel, estão juntando-se à cadeia de heróis judeus, uma cadeia que começou há 3.000 anos, desde Joshua ben Nun, até aos heróis de 1948, a Guerra dos Seis Dias, a Guerra de Outubro de 73 e todas as outras guerras neste país. Nossas tropas heroicas têm um objetivo principal supremo: derrotar completamente o inimigo assassino e garantir nossa existência neste país.
Na
Bíblia Sagrada de Netanyahu, Deus dá a Palestina ao seu povo escolhido, e o
mesmo Deus ordena-lhes que exterminem os Amalecitas, um povo árabe que se
coloca no seu caminho. Jeová pede a Moisés não apenas para exterminar os Amalecitas,
mas para “apagar a memória de Amalec de sob o céu” (Deuteronômio 25:19).#1
Coube
a Saul acabar com eles: “Aprisionou vivo Agag, rei dos amaçecotas. E passou
todo o povo ao fio da espada, para cumprir o anátema {matança}.”, Jeová o
instrui (1 Samuel 15:9). Como Saul poupou o rei amalecita Agag, Jeová
retirou-lhe o reinado e o enlouqueceu: “Arrependo-me de haver dado a realeza a
Saul, porque ele se afastou de mim e não executou minhas ordens” (15:11). O
santo profeta Samuel, que tinha uma linha direta de comunicação com Jeová, teve
que massacrar o próprio Agag (“cortou Agag em pedaços”, na Versão Padrão
Revisada). Jeová então deu o reinado a Davi, que provou ser um exterminador
mais obediente, por exemplo, quando colocou o povo de Rabá “Quanto à sua
população, fê-la sair e a colocou a manejar a serra, as picaretas e os machados
de ferro, e a pôs no trabalho dos tijolos. Agiu da mesma forma com todas as
cidades dos amonitas” (2 Samuel 12:31).
A
despeito do seu genocídio completo na Bíblia, os Amalecitas permanecem o eterno
pesadelo de Israel. Amalec passou a ser associado, tal como o seu avô Esaú, a
Roma e ao cristianismo, mas também ao Irã, porque o vilão do Livro de Ester,
Hamã, é referido como um agagita, ou seja, um descendente do rei Amalecita
Agag. É por isso que o enforcamento de Hamã com os seus dez filhos e o massacre
de 75.000 persas são frequentemente confundidos na tradição judaica com o
extermínio dos Amalecitas e a execução brutal do seu rei. A leitura da Torá na
manhã de Purim é retirada do relato da batalha contra os Amalecitas, que
termina com a conclusão de que “Jeová está em guerra contra Amalec de geração
em geração” (Êxodo 17:16).1
Num
artigo de 2009 do New York Times chamado “Israel’s Fears, Amalek’s
Arsenal” {“Os Medos de Israel, o Arsenal de Amalek”}, Jeffrey Goldberg relata
que, quando pediu a um dos conselheiros de Netanyahu “para avaliar para mim a
profundidade da ansiedade do Sr. Netanyahu,” a resposta que ele recebeu foi:
“Pense em Amalec.”2 Agora Netanyahu apela
aos israelitas para que se lembrem de Amalec enquanto o seu exército bombardeia
Gaza, incluindo homens, mulheres, crianças, bebés e gado.
Netanyahu
não tem ido ao insano, como eu expliquei anteriormente.*2
Ele está simplesmente possuído pela Bíblia, porque Israel e a Bíblia são um. A
insanidade de Netanyahu está enraizada na Bíblia. A sua obsessão por Amalec é coletiva,
partilhada por judeus religiosos sionistas em todo o mundo. Ouçamos, por
exemplo, esta palestra do Rabino Eliyahu Kin, proferida em 2009, sobre a
questão: “Por que os judeus devem destruir Amalec?” Deixe-me resumir para você.
Os Amalecitas mereceram o seu destino porque se opuseram à vontade de Deus. A
vontade de Deus é boa, e opor-se à vontade de Deus é mau. Portanto, exterminar Amalec
é bom, mas salvar apenas um Amalecita, como fez Saul, é mau. Na verdade, como
Deus é bom, exterminar Amalec é a expressão da sua bondade. E como “a melhor
maneira de amar o que Hashem (Deus) ama é odiar o que Hashem odeia”, odiar Amalec
é amar a Deus. A razão pela qual os Amalecitas odeiam os judeus não é porque os
judeus querem exterminá-los. “O que incomoda Amalec é que o judeu acredita em
musar, na moralidade, na ética, em ser bom, em ser gentil.” Os Amalecitas
também são maus porque se opõem à Torá – na qual Deus ordena que sejam
exterminados. Em última análise, resume o Rabino Kin, “somos cruéis com Amalec
porque precisamos ser. Porque é exatamente isso que eles fariam conosco se eles
tivessem a chance.” Por que? Porque Amalec “é uma concentração de ódio”. E os
Judeus devem odiar o ódio – exceto o ódio de Deus por Amalec, que devem amar
como uma expressão do amor de Deus. Como você lida com essa loucura coletiva?
Mais
especificamente: o que há de errado em Netanyahu citar a Bíblia? É a Bíblia
Sagrada, não é? A palavra de Deus! Nós, povos cristianizados, também aprendemos
que nos tempos antigos Deus escolheu os judeus, deu-lhes a Palestina e
ordenou-lhes que exterminassem os Amalecitas (e os midianitas, e muitos outros
povos, sete nações ao todo). O que os cristãos podem objetar ao rabino? Que
Deus era de sangue quente naquela época, mas agora esfriou? Que os Amalecitas
já não existem ou têm agora o direito de se opor ao projeto bíblico? (Porque,
você sabe, agora nós somos Israel). Chega de toda essa angústia! Afinal, Deus,
o criador do universo, ordena, em nossa Bíblia cristã, exterminar Amalec,
homens, mulheres, crianças e bebês (e gado, pois Jeová não faz diferença). É
inegável, indiscutível, irrefutável.
Sejamos
realistas: o Deus do Antigo Testamento é um diabo sanguinário. Algumas pessoas
já sabem disso há muito tempo e tentaram nos alertar. Bakunin, por exemplo, que
viu o judaísmo no marxismo, afirmou em Deus e o Estado*3 que de todos os deuses adorados pelos
homens, Jeová “era certamente o mais ciumento, o mais vaidoso, o mais feroz, o
mais injusto, o mais sanguinário, o mais despótico e o mais hostil à dignidade
humana e à liberdade”. Para citar John Kaminski:*4
“Jeová deu aos judeus o direito de roubar as terras de outros (Deuteronômio
6:10-13, 6:18-19, 7:1-2). Jeová deu aos israelitas o direito de cometer
genocídio, de aniquilar totalmente os povos cujas terras eles tinham o direito
dado por Deus de tomar como suas (Deuteronômio 7:16). Jeová deu aos
israelitas o direito de “destruí-los (outros povos) com uma destruição poderosa
até que sejam destruídos” (Deuteronômio 7:23). Jeová deu aos israelitas
o direito de assassinar e saquear outras raças de suas propriedades (Êxodo
3:20-22). Jeová fez dos israelitas um povo ‘santo’, uma raça superior entre
outras raças (Deuteronômio 7:6).”
Bakunin
estava entre aqueles intelectuais perspicazes que, no século XIX, acordaram
para a compreensão de que Israel tinha sido a criação da divindade mais maligna
desde o início. Mas a maioria das pessoas não os ouviu, porque Israel era, para
os cristãos, uma abstração, uma história, uma lenda sagrada dos tempos
mitológicos. Mas hoje, Israel é real, e o seu carácter infernal é claramente
manifestado para que todos possam ver. Nunca antes a compreensão da alma
maligna de Israel foi tão acessível. Estamos vivendo um tempo de revelação e é
melhor nós não perdê-la.
“Os
palestinos tem involuntariamente se sacrificado com o propósito de esclarecer
toda a civilização planetária sobre a profunda natureza maligna e satânica do
Estado Sionista de Israel”, escreveu o Profeta Armchair.3
Uma declaração profunda. Gaza é Cristo e Israel é Israel.4
Mas Gaza também é Amalec. Amalec era Cristo desde o princípio, mas não vimos
isso, porque nos foi dito que Cristo era filho de Jeová e um com ele. Agora
podemos começar a ver nosso erro trágico. Este é o nosso chamado para
despertar. Encaremos a verdade sobre Jeová e o povo escolhido que ele criou à
sua imagem (ou vice-versa).
Por
que os cristãos nunca notaram que, quando ele prometeu a Israel o domínio sobre
as nações sob a condição de adoração exclusiva, Jeová era o mesmo demônio que
mais tarde apareceu a Jesus e “E mostrou-me todos os reinos do mundo com o seu
esplendor e disse-lhe: ‘tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares’” (Mateus
4:8-10). Afinal, Satanás é apenas um “anjo de Jeová” na Bíblia Hebraica (Números
22 e 32), indistinguível do próprio Jeová em 1 Crônicas 21.
Netanyahu
está abrindo nossos olhos e aguardo ansiosamente sua próxima lição bíblica.
Depois de mencionar Amalec, ele se referiu ao Josué bíblico como um “herói
judeu”. Por favor, leia o Livro de Josué para entender o que ele quer
dizer e o que significam todos os israelenses que o aplaudem. Josué cometeu
genocídio após genocídio por ordem de Jeová, matando “homens e mulheres, crianças
e velhos” (6:21). Em toda a terra, ele “Não deixou nenhum sobrevivente e votou
todo ser vivo ao anátema, conforme havia ordenado Jeová, o Deus de Israel”
(10:40).
Três
dias antes desse discurso, Netanyahu declarou ao seu povo: “Realizaremos a
profecia de Isaías”.*5 Você
deve se lembrar de sua escola dominical que Isaías profetizou um tempo em que
todas as nações “quebrarão as suas espadas, transformando-as em relhas, e suas
lanças, a fim de fazerem podadeiras” (Isaías 2:4). Mas volte à sua
Bíblia e leia a profecia completa para entender o que Netanyahu quer dizer.
Isaías fala de um tempo em que “a Lei sairá de Sião” e Israel “Ele julgará as
nações, corrigirá muitos povos.” (2:3-4). Aqui está mais de Isaías: “Com
efeito, a nação e o reino que não te servirem perecerão, sim, essas nações
serão reduzidas à ruína.” (60:12); “Sugarás o leite das nações, amamentar-te-ás
das riquezas dos reis.” (60:16); “Estrangeiros estarão aí para apascentar
vossos rebanhos; imigrantes serão vossos lavradores e vossos vinhaeteiros”
(61:5-6). “A espada de Jeová está empanturrada de sangue, está engordurada”,
diz Isaías por ocasião de “uma grande matança na terra de Edom [avô de Amalec]”
(34:6).
Um
homem, no século II d.C., viu claramente que Jesus não poderia ser filho de Jeová,
mas sim seu arquiinimigo. Seu nome era Marcião. Os estudiosos o chamam de
gnóstico, porque ele ensinou que Jeová era um demiurgo maligno e que Cristo, o
deus bom, desceu do céu para nos salvar de Jeová. A maioria dos textos que nós chamamos
de gnósticos promoveu esta visão, de uma forma ou de outra. No Apócrifo de
João, também do século II, Jeová (ou Yaltabaoth) é o primeiro de uma série
de entidades demoníacas chamadas arcontes, que usurpam a posição de Deus ao
proclamar: “Eu sou um deus zeloso, não há outro senão eu.” Yaltabaoth e os
outros arcontes tentam aprisionar Adão no Jardim do Éden, um falso paraíso. Mas
Cristo, que é o primeiro aeon, envia Eva a Adão para liberar a luz presa nele e
levá-lo a comer o fruto libertador da Árvore do Conhecimento.
Os
estudos modernos têm estabelecido que o gnosticismo surgiu dentro do judaísmo,
provavelmente na Samaria. Na conceituada opinião de Gilles Quispel, o
gnosticismo era uma heresia judaica antes de ser uma heresia cristã. Durante os
primeiros três séculos existiram gnósticos cristãos e gnósticos anticristãos,
mas todos são judeus.5 Como
uma heresia judaica, o gnosticismo pode ser visto como uma rejeição pelos
judeus espirituais da natureza materialista e sádica de Jeová. Os gnósticos, no
entanto, ainda levavam a sua Torá demasiado a sério e aceitavam a premissa de
que, antes de se tornar o deus de Israel, Jeová tinha sido “Deus”, o criador do
mundo. Nesse sentido, eles ainda estavam sob uma ilusão bíblica.
Na
infância judaica do cristianismo, houve uma luta entre cristãos gnósticos e
cristãos antignósticos. Marcião escreveu o primeiro evangelium e
estabeleceu a primeira ekklesia organizada. Ainda era muito forte no
início do século III, segundo Tertuliano, que também nos conta que o mestre
gnóstico Valentino quase se tornou bispo de Roma (Contra Marcião). Os
gnósticos, confiando nos ensinamentos de Paulo, acreditavam que a nova aliança
de Jesus os libertava da aliança de Moisés, mas os seus inimigos insistiam na
continuidade e afirmavam que a Nova Aliança (ou Testamento) cumpria, em vez de
contradizer, a Antiga. Os antignósticos finalmente prevaleceram, e o Tanakh
judaico#2 tornou-se parte do cânone cristão.
Essa poderia ter sido uma medida política sábia, desde que o objetivo fosse
converter os judeus. Mas à medida que o Cristianismo se tornou uma religião
gentia, resultou na adoração de Jeová junto com Cristo.
O
Cristianismo deu-nos a poderosa história de Cristo, o homem que quis libertar
os judeus do seu deus maligno e etnocêntrico, e foi martirizado por isso. Mas o
Cristianismo também se tornou o Cavalo de Tróia de Jeová na civilização Gentia.#3 O espírito e o ensino de Cristo vieram
até nós misturados com o espírito e o ensino de Jeová. O espírito de Jeová é o
espírito de assassinato em massa: “Então o espírito de Jeová caiu sobre ele e
se apossou dele (Sansão), e ele desceu a Ascalon, matou trinta homens {...}” (Juízes
14:19). O espírito de Jeová está em todo Israel, agora, mais forte do que
nunca, alimentado por um século de banhos de sangue orquestrados por sionistas.
Num
livro escrito sob o pseudônimo de Seymour Light, The Marcion Thesis,
Revisited, o qual eu recomendo, Nick Kollerstrom (também autor do memorável
Terror on the Tube) ressalta que, se tivéssemos que desenhar o retrato
de Jeová, ele teria ser um dragão: ele “cavalga pelo céu” (Deuteronômio
33:26) com suas asas (Salmos 17:8, 36:8, 91:4), enquanto “fumo se eleva
de suas narinas e da sua boca um fogo devorador” (Salmos 18:9 e Samuel
22:9). Jeová também compartilha com os dragões malignos da tradição sua luxúria
pelo ouro que ele acumula em sua morada: “A mim pertence a prata! A mim
pertence o ouro!” (Ageu 2:8). (De acordo com 1 Reis 10:14, a
quantidade de ouro acumulada a cada ano no templo de Salomão era de “seiscentos
e sessenta e seis talentos de ouro”). Como os dragões, Jeová também consome
jovens virgens: trinta e duas delas foram oferecidas a ele após a matança dos
midianitas, presumivelmente queimadas como holocaustos junto com os bois,
burros e ovelhas que também faziam parte da quota de Jeová (Números 31).
No
episódio da disputa de Elias com os profetas de Baal, o fogo devorador de Jeová
é dado como a prova definitiva de que ele é Deus: “Invocarás o nome do teu
deus, e eu invocarei o nome de Jeová; o deus que responde com fogo é
verdadeiramente Deus” (1 Reis 18:24). Quão espiritual! É o fogo
devorador de Jeová que agora é desencadeado em Gaza.
É
melhor você perceber agora: Jeová, o deus de Israel, é Satanás.
Para
obter mais evidências, leia meus outros artigos da Unz Review {em português
no World Traditional Front}:
Sionismo, Cripto-Judaísmo e a farsa bíblica
O Gancho Sagrado - O Cavalo de Tróia de Jeová na Cidade
dos Gentios {os não-judeus}
O truque do diabo: desmascarando o Deus de Israel
Tradução
e palavras entre chaves por Mykel Alexander
Notas
*1 Fonte utilizada por Laurent
Guyénot:
https://twitter.com/MiddleEastMnt/status/1718616882092093644
#1 Nota de Mykel Alexander: Uma das principais manipulações bíblicas do projeto de domínio do judaísmo internacional é através da narrativa de que a divindade adorada pelos judeus, Jeová, é o Deus universal, supremo, portanto, não só o deus dos judeus, mas também de todos os povos. Esse artifício do judaísmo internacional é abordado por Laurent Guyénot no presente artigo e em outros trabalhos dele. As vertentes cristãs, especialmente dissidentes do catolicismo, tais como a sucessão de igrejas anglicanas, protestantes pentecostais e outras vertentes mais recentes promovem ou se valem de traduções em que a divindade judaica denominada de Jeová, comumente escrita em linguagens ocidentais como Jehovah ou Yahweh ou YHWH seja traduzida como Senhor. Todavia, mesmo sendo o cristianismo uma derivação do judaísmo, na tradição cristã as características da divindade descritas pelos apóstolos cristãos, isto é, as que constam no Novo Testamento, escrito sob a influência dos ensinamentos atribuídos a Jesus, diferem das características da divindade descritas no Antigo Testamento, antecedem os ensinamentos atribuídos a Jesus. Dado tal contexto, houve na tradição cristã em seus primeiros séculos o cuidado de discernir na Bíblia o termo para se referir a divindade do Antigo Testamento como Jehovah ou Yahweh ou YHWH, e para se referir a divindade do Novo Testamento o termo Senhor. Os judeus, na época do surgimento do cristianismo, possuíam uma visão de divindade com muitas divergências da visão de divindade que os apóstolos cristãos possuíam, e outras vertentes ligadas ao judaísmo e ao cristianismo possuíam ainda mais divergências de como compreendiam a divindade, inclusive algumas vertentes conhecidas como gnósticas viam a divindade judaica do Antigo Testamento justamente como o mal. Portanto, da mesma maneira que Laurent Guyénot usou a versão da Bíblia de Jerusalém da École biblique de Jérusalem (Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém) vertida no idioma original do artigo dele, conforme explicado na nota 4, para as passagens bíblicas deste artigo será usada a versão traduzida publicada como Bíblia de Jerusalém (1ª edição, 2002, 12ª reimpressão, 2017, Paulus, São Paulo), da École biblique de Jérusalem (Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém), a qual é vertida diretamente ao português a partir do hebraico, do aramaico e do grego, de modo que nos textos do Antigo Testamento a divindade judaica é traduzida como Yahweh, mas, por fins didáticos, usarei a forma simplificada de Jeová. É preciso registrar que, ao menos a edição em português, a tradução da Bíblia de Jerusalém atenua muito através da escrita o impacto da violência, crueldade e agressividade o teor das passagens bíblicas, especialmente as do Antigo Testamento.
1 Nota de Laurent Guyénot: Elliott Horowitz, Reckless Rites: Purim and the Legacy of Jewish Violence, Princeton University Press, 2006, páginas 122-125, 4.
2 Nota de Laurent Guyénot: Jeffrey Goldberg, “Israel’s Fears, Amalek’s Arsenal,” New York Times, 16 de maio de 2009, em www.nytimes.com
*2 Fonte utilizada por Laurent
Guyénot: A Psicopatia Bíblica de Israel, por Laurent Guyénot, 03 de março de
2024, World Traditional Front.
https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2024/03/a-psicopatia-biblica-de-israel-por.html
*3 Fonte utilizada por Laurent
Guyénot:
https://www.marxists.org/reference/archive/bakunin/works/godstate/ch01.htm
*4 Fonte utilizada por Laurent
Guyénot:
https://johnkaminski.info/pages/whats_that_ticking_sound/the_crimes_of_karl_marx.html
3 Nota de Laurent Guyénot: The Armchair Prophet, “What’s happening in Gaza right now is beyond biblical…beyond apocalyptic,” State of the Nation, 2 de novembro de 2023, em https://stateofthenation.co/?p=193985
4 Nota de Laurent Guyénot: Observe o
documentário de Abby Martin, de 2019, Gaza Fights for Freedom.
*5 Fonte utilizada por Laurent Guyénot: https://twitter.com/disclosetv/status/1717232829766009086
5 Nota de Laurent Guyénot: Gilles Quispel, Gnostica, Judaica, Catholica. Collected Essays of Gilles Quispel, editado por Johannes Van Oort, Brill, 2008. Também Attilio Mastrocinque, From Jewish Magic to Gnosticism, Mohr Siebeck, 2005.
#2 Nota de Mykel Alexander: A coleção
de Escrituras canônicas do judaísmo é nomeada Tanak, acrônimo formado pelas
primeiras letras das três partes da Bíblia judaica:
- Tōrāh ou Torá (Lei, instrução) – são os cinco
primeiros livros (Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio)
da bíblia judaica e do Antigo Testamento da bíblia cristã;
- Năḇīʾīm ou Nevi'im (Profetas);
- Kăṯūḇīm ou ketuvim (Escritos).
Nestas três partes estão distribuídos vinte e quatro livros de origens
manuscritas.
O cânon da Bíblia judaica o qual foi fixado pelos judeus da Palestina no início
da era cristã só admite os livros hebraicos, e foi acolhido também pelas
vertentes cristãs evangélicas, excluindo complementos gregos adicionados
em Ester e Daniel (algumas partes em
grego; Susana; Bel e o Dragão), bem como demais livros
não oriundos do hebraico (Judite; Tobias; Macabeus I
e II mais III e IV apócrifos; Eclesiástico; Livro da
Sabedoria ou Sabedoria de Salomão; Baruc; Carta
de Jeremias.) originalmente incorporados no cânon católico.
Ver:
- Bíblia de Jerusalém, 1ª edição, 2002,
12ª reimpressão, 2017, Paulus, São Paulo. Ver na parte introdutória a listas
dos livro da Bíblia Hebraica e lista de livros da Bíblia Grega.
- Brian Kibuuka, A Torá comentada, Fonte Editorial, São Paulo, 2020. Ver prefácio do Dr. Waldecir Gonzaga e apresentação de Brian Kibuuka (páginas 21-24).
#3 Nota de Mykel Alexander: Para uma
apuração de como o jeovismo/javismo foi inserido nas tradições da Antiguidade
culminando no cristianismo ver:
- Êxodo recorrente: Identidade judaica e Formação da
História, por Andrew Joyce, Ph.D., {academic auctor pseudonym}, 25 de novembro
de 2018, World Traditional Front.
https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2018/11/exodo-recorrente-identidade-judaica-e.html
- O Gancho Sagrado - O Cavalo de Tróia de Jeová na
Cidade dos Gentios {os não-judeus} - parte 1, por Laurent Guyénot, 22 de abril
de 2023, World Traditional Front. (demais partes na continuação do
próprio artigo).
https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2023/04/o-santo-gancho-o-cavalo-de-troia-de.html
- Como Jeová Conquistou Roma - Cristianismo e a Grande
Mentira - parte 1 - Jeová como uma mentira, por Laurent Guyénot, 06 de maio de
2023, World Traditional Front. (demais partes na continuação do
próprio artigo).
https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2023/05/como-jeova-conquistou-roma-cristianismo.html
Fonte: The Gospel of Gaza - What we must learn from Netanyahu’s
Bible lessons, por Laurent Guyénot, 06 de novembro de 2023, The Unz Review –
An Alternative Media Selection.
https://www.unz.com/article/the-gospel-of-gaza/
Sobre o autor: Laurent
Guyénot (1960-) possuí mestrado em Estudos Bíblicos e trabalho em antropologia
e história das religiões, tendo ainda o título de medievalista (PhD em Estudos
Medievais em Paris IV-Sorbonne, 2009) e de engenheiro (Escola Nacional de
Tecnologia Avançada, 1982).
Entre seus livros estão:
LE ROI SANS PROPHETE.
L'enquête historique sur la relation entre Jésus et Jean-Baptiste,
Exergue, 1996.
Jésus et Jean Baptiste:
Enquête historique sur une rencontre légendaire,
Imago Exergue, 1998.
Le livre noir de
l'industrie rose – de la pornographie à la criminalité sexuelle,
IMAGO, 2000.
Les avatars de la
réincarnation: une histoire de la transmigration, des croyances primitives au
paradigme moderne, Exergue, 2000.
Lumieres nouvelles sur la
reincarnation, Exergue, 2003.
La Lance qui saigne:
Métatextes et hypertextes du Conte du Graal de Chrétien de Troyes,
Honoré Champion, 2010.
La mort féerique:
Anthropologie du merveilleux (XIIᵉ-XVᵉ siècle), Gallimard,
2011.
JFK 11 Septembre: 50 ans
de manipulations, Blanche, 2014.
Du Yahvisme au sionisme.
Dieu jaloux, peuple élu, terre promise: 2500 ans de manipulations, Kontre
Kulture, Kontre Kulture, 2016. Tem edição em inglês: From Yahweh to Zion:
Jealous God, Chosen People, Promised Land...Clash of Civilizations, Sifting
and Winnowing Books, 2018.
Petit livre de - 150
idées pour se débarrasser des cons, Le petit livre, 2019.
“Our God is Your God Too, But He Has Chosen Us”:
Essays on Jewish Power,
AFNIL, 2020.
Anno Domini: A Short History of the First Millennium
AD, 2023.
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Relacionado, leia também sobre a questão judaica, sionismo e seus interesses globais ver:
A Psicopatia Bíblica de Israel - por Laurent Guyénot
Israel como Um Homem: Uma Teoria do Poder Judaico - parte 1 - por Laurent Guyénot (Demais partes na sequência do próprio artigo)
O peso da tradição: por que o judaísmo não é como outras religiões - por Mark Weber
Sionismo, Cripto-Judaísmo e a farsa bíblica - parte 1 - por Laurent Guyénot (as demais partes na sequência do próprio artigo)
O truque do diabo: desmascarando o Deus de Israel - Por Laurent Guyénot - parte 1 (Parte 2 na sequência do próprio artigo)
Conversa direta sobre o sionismo - o que o nacionalismo judaico significa - Por Mark Weber
Judeus: Uma comunidade religiosa, um povo ou uma raça? por Mark Weber
Controvérsia de Sião - por Knud Bjeld Eriksen
Sionismo e judeus americanos - por Alfred M. Lilienthal
Antissemitismo: Por que ele existe? E por que ele persiste? - Por Mark Weber
Congresso Mundial Judaico: Bilionários, Oligarcas, e influenciadores - Por Alison Weir
Historiadores israelenses expõem o mito do nascimento de Israel - por Rachelle Marshall
Sionismo e o Terceiro Reich - por Mark Weber
O que é ‘Negação do Holocausto’? - Por Barbara Kulaszka
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