domingo, 23 de janeiro de 2022

Confissões de homens da SS que estiveram em Auschwitz - por Robert Faurisson - parte 6 - final

 Continuação de Confissões de homens da SS que estiveram em Auschwitz - por Robert Faurisson - parte 5


Robert Faurisson


10. CONFISSÕES FORÇADAS

Nós todos sabemos que confissões forçadas são moeda corrente, especialmente em tempo de guerra. Os soldados americanos na Coréia, como no Vietnã, não deixaram de confessar “espontaneamente” os piores absurdos. As pessoas muitas vezes acreditam que “confissões espontâneas” são uma especialidade do mundo comunista. Isso ignora o fato de que franceses, britânicos e americanos fizeram grande uso da tortura para, por exemplo, os conquistados da última guerra. Observando com atenção o que os franceses fizeram, eu tenho feito uma investigação de precisão quase cirúrgica sobre as execuções sumárias em toda uma pequena região da França na época da Libertação em 1944. É absolutamente impossível publicar meu manuscrito, dada a escândalo que causaria e que teria repercussões, posso dizer, até a Presidência da República, que se opõe (imagine!) à exumação de pessoas executadas por unidades dos Maquis {grupos da resistência francesa contra os alemães em guerrilhas pelos bosques}. Essas pessoas às vezes eram torturadas. Mas a experiência também tem me ensinado que é preciso desconfiar de algumas histórias de tortura física. Existem algumas pessoas pervertidas que têm um verdadeiro prazer em inventar todos os tipos de histórias desse tipo. Em The Hoax of the Twentieth Century, nas páginas 188-192, o Dr. Butz apresenta uma análise profunda e sugestiva de confissões forçadas e tortura. A sua inteligência brilhante, para não dizer o seu génio, dita-lhe por vezes, como bem você sabe, observações de tão grande pertinência que nos espantamos e nos envergonhamos de não as ter feito nós próprios. Aqui está um exemplo disso, tratando de tortura física; não está isso carecendo de humor:

Finalmente, nós devemos observar que quase nenhum de nós, certamente não este autor, já experimentou tortura nas mãos de profissionais empenhados em um objetivo específico e, consequentemente, nós podemos suspeitar, para colocá-lo muito diretamente, que nós simplesmente não sabemos o que nós estamos falando quando nós discutimos as possibilidades de tortura. (página 192)

É fácil, eu penso, obter confissões forçadas de um homem que se mantém à sua mercê. A tortura física não é absolutamente necessária. Eu quero dizer que não é absolutamente necessário bater na vítima. Algumas vezes é suficiente gritar e ameaçar. Uma reclusão e um isolamento prolongado, como foi o caso de Aldo Moro, podem criar uma sensação de pânico e levar a um tipo de loucura. A pessoa estará preparada para assinar qualquer tipo de declaração afim de sair de lá. Se um oficial recusa uma confissão, ele pode ser ameaçado de perder seus homens e vice-versa. Eles vão ameaçá-lo com a perda de sua esposa e seus filhos. Eu estou certo de que toda resistência física ou mental pode ser eliminada por meios muito simples. Por exemplo, oferecerão a um prisioneiro condições de hospedagem dignas de um hotel decente e lhe darão o quanto ele quiser comer, mas... não lhe darão nada para beber. Ou, na verdade, ele terá o suficiente para comer e beber, mas eles acenderão sua cela dia e noite com tanta força (veja o exemplo de Nuremberg) que ele não poderá mais dormir. Muito rapidamente ele se tornará um trapo humano preparado para de modo contrariado murmurar qualquer tipo de confissão.

Um efeito temível da tortura é aproximar a vítima de seu torturador. A vítima ofegante separa-se em pensamento daqueles a quem deve amar para se unir àquele a quem deve temer e odiar. Ele não quer mais ter nada em comum com aqueles cujas ideias compartilha: ele vem a odiar aquelas ideias e aquelas pessoas porque essas ideias, finalmente, lhe custaram muito sofrimento e aquelas pessoas – seus amigos – lhes parecem como uma exprobração de viver. Ao contrário, há tudo a se esperar do torturador. Ele está na posse do poder, o qual sempre, apesar de tudo, goza de certo prestígio. Os deuses estão do lado dele. É ele quem possui a solução para todos os seus sofrimentos. O torturador vai lhe propor esta solução quando, se ele desejasse, ele poderia matá-lo ali mesmo ou torturá-lo sem suspensão temporária. Aquele torturador, que propõe que você assine uma simples folha de papel onde estão escritas algumas palavras, é bom. Como você pode resistir a ele quando se sente tão fraco e tão sozinho? Aquele torturador torna-se irresistível quando, em vez de exigir de você uma confissão precisa e totalmente contrária à verdade, ele lhe propõe uma espécie de compromisso: uma confissão vaga baseada em uma verdade parcial. Em 1963-1965, no julgamento de Frankfurt, o juiz do tribunal tinha como primeira preocupação não a verdade, pois achava que a verdade já havia sido completamente encontrada, mas a medida do GRAU DE ARREPENDIMENTO de cada um dos acusados! Na página 512 do livro de Hermann Langbein, citado acima, vemos o juiz mostrar sua preocupação em discernir até que ponto o acusado Pery Broad tinha um sentimento do Mal: ele ​​declarou em toda candidez: desempenha um papel importante neste processo. “Você vê, uma consciência de fazer errado desempenha uma grande parte neste processo.” Quantas vezes os réus alemães devem ter ouvido essa observação da boca de seus carcereiros, seus magistrados de investigação e, especialmente, de seus advogados! Depois disso, como um homem inteligente e sensato como Pery Broad se recusaria a contar a história estúpida sobre um homem da SS anônimo que ele é suposto ter noticiado um dia, à distância, no processo de liberar um líquido misterioso pela abertura do teto da... a “câmara de gás” de Auschwitz (o campo original)? Pery Broad provavelmente sabia que ninguém viria perguntar a ele, entre outras questões:

Mas como você poderia saber que aquele era o teto de uma “câmara de gás” e não de um necrotério? Você entrou no local? Se você fez, você pode nos dizer como isso foi organizado? Não é loucura da parte dos alemães terem colocado uma “câmara de gás” logo abaixo das janelas daquele hospital SS e sob as janelas do prédio administrativo onde você mesmo se encontrava naquele dia? A evacuação do vapor do gás cianídrico teria, portanto, sido dirigida aos SS do hospital ou aos SS da administração? Não é assim?

Tais são as questões que o tribunal não fez a Pery Broad.

Seria desumano reprovar novamente Pery Broad, Dr. Kremer, Rudolf Höss e alguns homens da SS por suas absurdas confissões forçadas. É de se surpreender grandemente o número risível dessas confissões quando se pensa nas centenas de SS dos campos de concentração que foram presos pelos Aliados. Entre todos aqueles que foram enforcados ou fuzilados ou que cometeram suicídio, quantos muitos deixaram confissões? Um punhado considerando o assunto das alegadas “câmaras de gás.” Em relação a outros assuntos, talvez haja confissões mais numerosas. Eu sou levado a acreditar que os poloneses e os soviéticos devem ter obtido uma multidão de confissões; os homens da SS tinham que atacar uns aos outros, como todos os homens da mesma causa perdida eram mais ou menos obrigados a fazer. Se houve muito poucas confissões dos SS concernindo as “câmaras de gás,” não foi graças à coragem dos homens SS – pois, mais uma vez, parece-me que ninguém pode resistir verdadeiramente a um torturador que é algo de um psicólogo –, mas simplesmente porque, sobre esse assunto, seus torturadores não sabiam muito bem o que fazê-los afirmar precisamente. Não tendo nenhuma realidade material sobre a qual construir suas mentiras sobre as “câmaras de gás” – aqueles matadouros os quais de fato nunca existiram – os torturadores foram reduzidos a inventar algumas pobres coisas e alguns estereótipos eles que atribuíram a pessoas como Rudolf Höss, Pery Broad e Johann Paul Kremer.

 

11. UMA CONCLUSÃO PRÁTICA

Em conclusão, se, em sua presença, um Exterminacionista {aquele que afirma que o alegado Holocausto realmente ocorreu} deve basear sua tese sobre a realidade das “câmaras de gás” de Auschwitz ou de qualquer outro campo no argumento de algumas confissões, aqui, na minha opinião, é a conduta a seguir:

1 – Pergunte se ele vai primeiro enumerar essas confissões uma a uma;

2 – Peça-lhe que pontue a confissão que, em sua opinião, é a mais convincente;

3 – Concorde em ler essa confissão no idioma (acessível para você) e na forma que, novamente, seu questionador irá escolher livremente;

4 – Compare o texto supostamente original dessa confissão com o texto que o seu interlocutor lhe terá fornecido;

5 – Decifre esse texto linha por linha e palavra por palavra, sem fazê-lo dizer mais ou menos que isso diz; anote cuidadosamente o que o autor da confissão alega ter visto, ouvido ou feito pessoalmente; um truque tradicional dos tribunais alemães consistiu, como foi o caso do julgamento de Johann Paul Kremer em Münster em 1960, em escorregar uma confissão fraca que o acusado fez em uma apresentação muito longa sobre “gaseamento” de tal forma que o leitor acredita que todo o relato vem do acusado; o leitor imagina que o acusado fez um relato detalhado dos acontecimentos; não é nada desse tipo; é necessário “limpar profundamente” do texto todas as contribuições do juiz a fim de fazer o julgamento, que o testemunho é aproximadamente tão inconsistente quanto ele é breve e vago.

6 – Veja se a confissão se sustenta, se é coerente, se não infringe nenhuma lei da física ou da química elementar; seja muito materialista, como se tivesse que estudar um milagre de Lourdes; tente ver os lugares onde se diz que a ação tem ocorrido; veja o que permanece dele; algumas ruínas podem ser muito instrutivas; procurar as plantas dos lugares ou dos edifícios;

7 – Veja, possivelmente, se o texto da confissão está na caligrafia do homem que confessou; veja se este texto está em sua língua materna ou em outro idioma; os Aliados costumavam obrigar os alemães a assinarem textos redigidos em francês (Josef Kramer) ou em inglês (Rudolf Höss) e acrescentaram com toda a tranquilidade que garantiam que este texto tinha sido traduzido ao acusado na sua própria língua, com muita fidelidade (e que além disso na ausência de qualquer advogado);

8 – Procure saber quem obteve essa confissão, quando e como; pergunte a si mesmo: de quem o homem que confessou dependia para beber, comer e para dormir?

Eu acho que eu não preciso adicionar outras recomendações (por exemplo, quanto à autenticidade material ou documental do texto a ser estudado). Você entendeu que estou estabelecendo um método de investigação que é elementar e em tudo nada original. É um método de rotina que se aplicaria automaticamente se se tratasse de matérias criminais ordinárias as quais são excepcionais por sua suposta natureza, muito longe de redobrar a prudência e fazer apelo para um método comprovado, elas mostram uma incrível leveza. O bom método consiste sempre quando é uma questão de um inquérito, de uma análise ou de qualquer trabalho, de “começar pelo começo.” De fato, a experiência tem me ensinado que muitas vezes nada é mais difícil e menos espontâneo do que “começar do começo.” Foi somente depois de alguns anos de pesquisa sobre as “câmaras de gás” e depois de ter pronunciado as palavras “câmaras de gás” talvez milhares de vezes que um belo dia eu acordei com a seguinte questão: “Mas, de fato, o que de verdade aquelas palavras podem significar? A que realidade material elas podem realmente se relacionar?” Fazer essas questões era encontrar muito rapidamente nelas uma resposta. Essa resposta você sabe: é que as “câmaras de gás” homicidas dos alemães somente nasceram em mentes doentes. É hora de o mundo inteiro acordar e perceber isso. A Alemanha, em particular, deveria acordar desse pesadelo assustador. É hora de que uma história verídica da Segunda Guerra Mundial seja escrita.

 

NOTAS

Eu reproduzo aqui o texto do verbete de 2 de setembro de 1942 (Diário de Johann Paul Kremer) após a fotocópia do original tal como se encontra nos Arquivos Nacionais de Washington (Doc. #NO-3408). Algumas obras Exterminacionistas {aqueles que afirmam que o alegado Holocausto realmente ocorreu} reproduzem a fotografia deste registro entre outros registros do diário. Mas o leitor tem poucas chances de decifrar cada palavra da caligrafia alemã do Dr. Kremer. Ele estará inclinado a ter confiança na reprodução impressa que lhe proporão, por exemplo, na margem; que é o caso de KL Auschwitz, Arbeit Macht Frei, editado pelo Comitê Internacional de Auschwitz, 96 páginas (sem data). Na página 48 aparece uma fotografia de uma página manuscrita do diário na qual se encontram três entradas no diário relativas a cinco datas (1 a 5 de setembro de 1942). Na margem, você descobre a alegada reprodução impressa da entrada única do diário de 2 de setembro. Essa reprodução aparece em francês, inglês e alemão. Em francês e inglês, o texto é ultrajadoramente distorcido. Em alemão, era muito difícil distorcer o texto de maneira semelhante, já que a fotocópia do manuscrito fica à disposição do leitor. Mas devemos ter confiança ilimitada de que os Exterminacionistas {aqueles que afirmam que o alegado Holocausto realmente ocorreu} falsificarão textos que os embaraçam. O Comitê Internacional de Auschwitz encontrou uma solução graças a um truque tipográfico. Após a palavra Sonderaktion, os autores do livro imprimiram no mesmo tipo de letra o seguinte parêntese, como se fosse do Dr. Kremer: “So wurde die Selektion und das Vergasen genannt” (“Assim eles se referiam à seleção e gaseamento”). Ou o leitor, como é altamente provável, não notará a diferença entre o texto manuscrito e o texto impresso e então acreditará que é uma confissão transmitida pelo Dr. Kremer, o o qual lhe parecerá tanto mais normal quanto, de acordo com um mito exterminacionista {o que afirma que o alegado Holocausto realmente ocorreu}, os nazistas gastaram seu tempo inventando uma linguagem codificada para encobrir seus crimes; ou então o leitor verá a diferença entre os textos e então os autores pleitearão um simples e inocente erro tipográfico.

Serge Klarsfeld, como eu disse acima, usou esta página falaciosa em seu Memorial of the Deportation of the Jews from France {Memorial da Deportação dos Judeus da França}. É assim que os truques históricos se espalham e se perpetuam. Aqui está o texto do manuscrito original em sua forma autêntica:

Zum 1. Male draussen um 3 Uhr früh bei einer Sonderaktion zugegen. Im Vergleich hierzu erscheint mir das Dante’ sche Inferno fast wie eine Komödie. Umsonst wird Auschwitz nicht das Lager der Vernichtung genannt!

            Finalmente, aqui está o texto da passagem da carta de 21 de outubro de 1942 endereçada à senhorita Gla[ser]:

[...] Definitiven Bescheid habe ich allerdings noch nicht erwarte jedoch, dass ich vor dem 1. Dezember wieder in Münster sein kann and so endgultig dieser Hölle Auschwitz den Rükken gekehrt habe, wo ausser Fleck usw. sich nunmehr auch der Typhus mächtig bemerkbar macht...

Eu reproduzo o texto com seus erros de pontuação e soletração.

Tradução e palavras entre chaves por Mykel Alexander



Fonte: Confessions of SS men who were at Auschwitz, por Robert Faurisson, The Journal for Historical Review, verão de 1981, volume 2, nº 2, página 103.

http://www.ihr.org/jhr/v02/v02p103_Faurisson.html

Sobre o autor: Robert Faurisson (1929-2018), teve por anos sido o líder revisionista sobre o tema do alegado Holocausto.

            Formou-se em Sorbonne, Paris, em Letras Clássicas (Latim e Grego) obtendo o seu doutorado em 1972, e serviu como professor associado na Universidade de Lyon na França de 1974 até 1990. Ele é reconhecido como especialista de análise de textos e documentos. Depois de anos de pesquisa privada e estudo, o Dr. Faurisson fez pública suas visões céticas sobre a história de exterminação no Holocausto em artigos publicados em 1978 no diário francês Le Monde. Seus escritos sobre a questão do Holocausto têm aparecido em vários livros e numerosos artigos acadêmicos e foi um frequente contribuidor do The Journal of Historical Review. Por suas pesquisas sofreu muitas perseguições pela patrulha judaico-sionista ou pelas patrulhas àquelas vinculadas, além de um atentado contra sua vida no qual lhe deixou hospitalizado, porém manteve sempre em primeiro lugar seu compromisso para com a busca pela verdade durante toda sua vida, mantendo-se em plena atividade investigativa até a data de seu falecimento.

Mémoire en défense (contre ceux qui m'accusent de falsifier l'Histoire: la question des chambres à gaz), Editora La vieille taupe , 1980.

Réponse à Pierre Vidal-Naquet. Paris: La Vieille Taupe, 1982.

Réponse à Jean Claude Pressac Sur Le Problème Des Chambres à Gaz, Editora R.H.R., 1994.

Quem escreveu o diário de Anne Frank (em português impresso pela Editora Revisão).

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Relacionado, leia também:

As câmaras de gás: verdade ou mentira? - parte 1 - por Robert Faurisson (primeira de seis partes, as quais são dispostas na sequência).

A Mecânica do gaseamento - Por Robert Faurisson

O “problema das câmaras de gás” - Por Robert Faurisson

As câmaras de gás de Auschwitz parecem ser fisicamente inconcebíveis - Por Robert Faurisson

A mentira a serviço de “um bem maior” - Por Antônio Caleari

Os Julgamentos de Nuremberg - Os julgamentos dos “crimes de guerra” provam extermínio? - Por Mark Weber

O valor do testemunho e das confissões no holocausto - parte 1 - Por Germar Rudolf (primeira de três partes, as quais são dispostas na sequência).


sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

Confissões de homens da SS que estiveram em Auschwitz - por Robert Faurisson - parte 5

 Continuação de Confissões de homens da SS que estiveram em Auschwitz - por Robert Faurisson - parte 4

Robert Faurisson

 

8. CONFIRMAÇÃO TEXTUAL DO CORRETISMO DA INTERPRETAÇÃO REVISIONISTA DO DIÁRIO DO DR. KREMER

Na página 42 de Justiz und NS-Verbrechen, nós aprendemos que no julgamento de Münster, em 1960, o Dr. Kremer fez com que alguém fosse testemunha para sua defesa. Essa testemunha era uma mulher cujo nome começava com G1a. (A lei alemã autoriza que, em um documento público, certos nomes possam ser revelados somente de forma abreviada.) Esse nome era muito provavelmente o de Miss Glaser, filha da governanta do Dr. Kremer; aquela sobre quem ele fala em várias ocasiões em seu diário. A testemunha trouxe ao tribunal alguns cartões postais e algumas cartas que o médico havia enviado a ela no momento de sua estada em Auschwitz. A testemunha disse que o médico não estava de acordo com o que aconteceu em Auschwitz” e que ele tinha se apressado em deixar o campo. A senhorita Gla[ser] então colocou em evidência uma carta de 21 de outubro de 1942 que o Dr. Kremer havia enviado a ela. O conteúdo do mesmo é de extrema importância, o qual aparentemente escapou ao tribunal. Isso prova que, quando o Dr. Kremer falou do campo de Auschwitz como um inferno, foi de fato como eu disse, por causa do tifo e de outras epidemias. Aqui estão as próprias palavras usadas pelo médico em sua carta:

Eu não sei ao certo, mas espero, contudo, que eu seja capaz de estar em Münster antes de 1 de dezembro e, assim, finalmente dar as costas a este inferno de Auschwitz onde, em adição da febre tifóide {causado pela bactéria Salmonella typhi}, e assim em diante, a tifo {causado pela bactéria Rickettsia prowasekii, contida nos piolhos e transmitidas para os homens} tem mais uma vez irrompido fortemente...

Aqui está, portanto, aquele “Inferno de Dante” da entrada no diário de 2 de setembro de 1942! O professor de medicina Johann Paul Kremer tinha visto os horrores de uma formidável epidemia em Auschwitz exterminando internos e guardas; ele não tinha visto monstruosas operações de “gaseamento,” exterminando multidões de seres humanos.

 

9. O CARÁTER HUMANO DO DR. KREMER

Ao considerar sua vida e ler seu diário, percebemos que o Dr. Kremer não era absolutamente um bruto, ou um fanático ou um ser humano cínico. Ele era humano, humano demais; era um espírito livre, mas talvez sem grande coragem. Ele rapidamente se tornou uma espécie de “velho menino” ligado acima de tudo à sua profissão. Nas primeiras páginas do Volume XVII de Justiz und NS-Verbrechen sua biografia é esboçada. Johann Paul Kremer nasceu em 1883 perto de Colônia de um pai que, depois de ter sido moleiro, tornou-se camponês. Ele fez seus estudos avançados nas Universidades de Heidelberg, Estrasburgo e Berlim. Ele obteve um doutorado em filosofia e doutorado em medicina. Trabalhou sucessivamente no Hospital Charité de Berlim, no hospital de Berlin-Neukoln, na clínica cirúrgica da Universidade de Bonn, no instituto de anatomia da mesma universidade; finalmente, tornou-se professor adjunto da Universidade de Münster; lá deu cursos até 1945 (quando ele tinha 62 anos). Aqueles cursos tratavam da doutrina da hereditariedade, medicina esportiva, raios X e especialmente anatomia. Em 1932, aos 48 anos, ingressou no Partido Nacional-Socialista. Em 1936, aos 52 anos, foi feito SS-Sturmmann (soldado da primeira classe). Em 1941, aos 57 anos, foi promovido a Untersturmführer (segundo tenente) na Waffen-SS. Ele serviu na ativa. Ele estava no serviço apenas na época das férias da universidade. Em 1942 passou dois meses em Dachau como médico ligado ao hospital SS; ele não teve contato com o campo de internados. Em 1941, aos 57 anos, publicou um artigo sobre a hereditariedade que parece lhe trazer algumas preocupações em relação às autoridades oficiais. Em agosto de 1942, ele estava servindo no hospital SS em Praga quando, de repente, recebeu uma missão para Auschwitz para substituir um médico que tinha caído doente lá. Ele ficou em Auschwitz de 30 de agosto a 18 de novembro de 1942, e depois retomou sua atividade no instituto de anatomia da cidade de Münster. Ele tinha 58 anos. Ele serviu como presidente da Comissão Disciplinar da Vestfália do Norte da União dos Médicos Nacional-Socialistas. Em 1943, ele foi nomeado tenente nas reservas da Waffen-SS. Aqui está como ele foi julgado:

Personalidade calma, correta; seguro de si, enérgico; acima da média na cultura geral; excelente compreensão de sua especialidade. Longa formação como cirurgião e anatomista; desde 1936, professor adjunto da Universidade de Münster.

Em 12 de agosto de 1945, ele foi preso em sua casa em Münster pelas forças de ocupação britânicas (a “prisão automática” de ex-SS). Eles apreenderam seu diário em sua casa. Ele foi internado em Neuengamme, então entregue aos poloneses. Ele foi preso em Stettin, então sucessão em catorze prisões polonesas e, finalmente, na prisão de Cracóvia. A investigação preliminar do caso foi realizada pelo famoso juiz Jan Sehn, o mesmo a quem nós devemos os interrogatórios de Rudolf Höss e a confissão, sem dúvida “espontânea,” de Rudolf Höss. Em 1947, com quase 64 anos, ele foi libertado por boa conduta, devido à idade avançada e por estar doente. Ele voltou para sua casa, em Münster. Ele foi preso por ordem do tribunal alemão, e então libertado sob fiança. Na altura recebia uma pensão de 70 marcos alemães por semana. Ele havia se casado em 1920, aos 37 anos, mas se separou da esposa ao fim de dois meses, pois ela sofria de esquizofrenia. Ele não tinha conseguido obter o divórcio até vinte anos depois, em 1942. O Dr. Kremer não teve filhos. Uma governanta cuidou dele. A menos que eu esteja enganado, ele nunca esteve na frente nem disparou um tiro, exceto, sem dúvida, em treinamento. Ele manteve seu diário começando na idade de 15 ½. Eu não li a parte de seu diário antes da Segunda Guerra Mundial. Em 29 de novembro de 1960, o Dr. Kremer, 76 anos, foi condenado a dez anos de prisão, mas esses dez anos foram considerados expurgados. Em consideração à sua idade avançada, seus direitos civis foram cancelados apenas por cinco anos. Ele foi condenado a pagar as custas judiciais, ele foi destituído de sua responsabilidade de adido de curso, privado de seu título de professor e privado, creio, de seus dois doutorados. Em 4 de junho de 1964, ele foi ao banco das testemunhas no “Julgamento de Frankfurt” para testemunhar contra os “guardas de Auschwitz.” Eu duvido que esse velho de 80 anos tenha vindo espontaneamente assim para fazer acusações contra seus compatriotas na atmosfera histérica desse famoso julgamento de bruxas. Suas “confissões espontâneas” aos comunistas poloneses foram assim, até o fim de sua existência, apegar-se à sua pele como a túnica de Nesso {uma túnica venenosa na mitologia grega}. Foi assim que começando em 1945 a existência desse professor tinha se tornado um drama. Aqui, portanto, está, um homem que dedicou sua vida a aliviar os sofrimentos de seus companheiros homens: o drama de uma guerra perdida e então ele foi oficialmente feito uma espécie de monstro que, ao que parecia, subitamente devotou dois meses e meio de sua vida a gigantescos massacres de seres humanos de acordo com um método industrial verdadeiramente satânico.

{Johann Paul Kremer (1883-1965) no julgamento de Auschwitz em Cracóvia, 1947.
Fonte: Wikipedia em português, domínio público.}

O diário do Dr. Kremer é monótono em estilo (pelo menos a parte que li), mas quando se considera qual foi o destino daquele diário e de seu autor, não se pode impedir de pensar nele como uma obra a qual, muito, mas muito mais do que alguns testemunhos históricos ou literários altamente valorizados, é profundamente contundente de modo preocupante. Eu penso muitas vezes naquele velho homem. Às vezes eu penso também em seus algozes. Não sei o que aconteceu com o Dr. Kremer. Se ele ainda estivesse vivo hoje, ele estaria com 97 anos. Espero que um dia um estudante escreva uma biografia deste homem e que para isso visite a cidade de Münster (Vestfália) onde certamente ainda existem cinco pessoas que o conheceram – permita-me devolver-lhe seus títulos – Professor Doutor Johann Paul Kremer.

O Dr. Kremer certamente não tinha convicções nacional-socialistas. Em 13 de janeiro de 1943, ele escreveu em seu diário: “Não existe ciência ariana, negróide, mongolóide ou judaica, apenas uma verdadeira ou uma falsa.” Na mesma data, ele ainda escreveu o seguinte:

[...] Eu nunca tinha mesmo sonhado que existia algo como “uma ciência amordaçada.” Por tais manobras, a ciência recebeu um golpe mortal e tem sido banida do país! A situação na Alemanha hoje não é melhor do que nos tempos em que Galileu foi forçado a se retratar e quando a ciência foi ameaçada por torturas e a estaca. Aonde, pelo amor de Deus, essa situação vai nos levar no século XX!!! Eu quase podia me sentir envergonhado de ser alemão. E assim terei que terminar meus dias como vítima da ciência e fanático da verdade.

Na realidade, ele foi terminar seus dias como vítima da mentira política e como um pobre homem obrigado a mentir.

Na data de 1 de março de 1943, nós lemos em seu diário:

Fui hoje ao sapateiro Grevsmühl para ser registrado e vi lá um folheto enviado de Kattowitz pelo Partido Socialista {parte da esquerda atuante na Alemanha} da Alemanha. O folheto informava que já havíamos liquidado 2 milhões de judeus, por fuzilamento ou gás.

Os historiadores exterminacionistas {aqueles que afirmam que o alegado Holocausto realmente ocorreu} não usam o argumento que esta passagem do diário parece fornecê-los. Pensando bem, isso é compreensível. Todos sabem bem que mil rumores de atrocidades alemãs circularam durante a guerra. A oposição socialista {que era parte da esquerda da Alemanha} fez uso deles, assim como todos os oponentes de Hitler. Neste tipo de trato se diz qualquer coisa e todas as coisas. Essa é a regra para esse tipo de trabalho. O Dr. Kremer não fez nenhum comentário sobre aquele panfleto. Talvez ele acreditasse no que o autor do folheto afirmou. É até provável, já que ele se deu ao trabalho de notá-lo. Isso é precisamente o que é interessante sobre este incidente. O Dr. Kremer certamente não deve ter sido um nazista muito bom, caso contrário seu sapateiro não correria o risco de fazê-lo ler um panfleto secreto, especialmente um panfleto “que tinha sido endereçado a ele”. Este último detalhe realmente prova que o Dr. Kremer não teve medo de confiar em seu diário informações muito delicadas.

Em 26 de julho de 1945, ou cerca de dois meses e meio após a rendição alemã, o Dr. Kremer testemunhou a extrema dor e aflição de seus compatriotas. Essa extrema dor e aflição arrancou dele quase as mesmas palavras que os horrores de Auschwitz. Eu apresento em itálico essas palavras na citação que segue:

O tempo ainda está muito quente e seco. O milho amadurece antes do tempo, os mosquitos nos importunam insistentemente cada vez mais e mais, os estrangeiros* estão ainda preocupando grandemente os habitantes famintos, necessitados e sem-teto. As pessoas estão amontoadas em trens de carga como gado empurrado para cá e para lá, enquanto à noite eles tentam encontrar abrigo no fedor de bunkers sujos e verminosos. Indescritível bastante é o destino desses pobres refugiados, levados à incerteza pela morte, fome e desespero.

* (As autoridades polonesas aqui alteraram o texto original em alemão, que não falava de “estrangeiros”, mas de “russos, poloneses e italianos.”)

O fato de que imediatamente após esta passagem o Dr. Kremer falou sobre a colheita de bagas não significa que ele era insensível ao sofrimento de seus compatriotas. Qualquer um que mantém um diário passa assim, sem transição, do sério para o frivolamente trivial. Após a morte de uma pessoa querida, Goethe anotou alguma coisa no sentido: “Morte de Christiane! Eu dormi bem. Sinto-me melhor.” E esse “melhor” refere-se à saúde – sua própria saúde – que até então lhe dava alguma preocupação. Quanto a Kafka, eu creio que me lembro que dia de tal modo ele tinha ido à piscina. Não tenho afirmações verificáveis e eu me proponho a verificá-las um dia. 

Tradução e palavras entre chaves por Mykel Alexander

 

 Continua Confissões de homens da SS que estiveram em Auschwitz - por Robert Faurisson - parte 6 - final



Fonte: Confessions of SS men who were at Auschwitz, por Robert Faurisson, The Journal for Historical Review, verão de 1981, volume 2, nº 2, página 103.

http://www.ihr.org/jhr/v02/v02p103_Faurisson.html

Sobre o autor: Robert Faurisson (1929-2018), teve por anos sido o líder revisionista sobre o tema do alegado Holocausto.

            Formou-se em Sorbonne, Paris, em Letras Clássicas (Latim e Grego) obtendo o seu doutorado em 1972, e serviu como professor associado na Universidade de Lyon na França de 1974 até 1990. Ele é reconhecido como especialista de análise de textos e documentos. Depois de anos de pesquisa privada e estudo, o Dr. Faurisson fez pública suas visões céticas sobre a história de exterminação no Holocausto em artigos publicados em 1978 no diário francês Le Monde. Seus escritos sobre a questão do Holocausto têm aparecido em vários livros e numerosos artigos acadêmicos e foi um frequente contribuidor do The Journal of Historical Review. Por suas pesquisas sofreu muitas perseguições pela patrulha judaico-sionista ou pelas patrulhas àquelas vinculadas, além de um atentado contra sua vida no qual lhe deixou hospitalizado, porém manteve sempre em primeiro lugar seu compromisso para com a busca pela verdade durante toda sua vida, mantendo-se em plena atividade investigativa até a data de seu falecimento.

Mémoire en défense (contre ceux qui m'accusent de falsifier l'Histoire: la question des chambres à gaz), Editora La vieille taupe , 1980.

Réponse à Pierre Vidal-Naquet. Paris: La Vieille Taupe, 1982.

Réponse à Jean Claude Pressac Sur Le Problème Des Chambres à Gaz, Editora R.H.R., 1994.

Quem escreveu o diário de Anne Frank (em português impresso pela Editora Revisão).

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As câmaras de gás: verdade ou mentira? - parte 1 - por Robert Faurisson (primeira de seis partes, as quais são dispostas na sequência).

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quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Confissões de homens da SS que estiveram em Auschwitz - por Robert Faurisson - parte 4

 Continuação de Confissões de homens da SS que estiveram em Auschwitz - por Robert Faurisson - parte 3

Robert Faurisson


6. A VERDADE DOS TEXTOS: AUSCHWITZ COMO VÍDEO DE EPIDEMIA DURANTE O VERÃO DE 1942.

É suficiente ler o diário com um mínimo de boa-fé para ver a evidência. Aqui estão as informações complementares que este diário nos dá. Eu vou sumarizá-la. Dr. Kremer veio a Auschwitz para substituir um médico doente lá. O tifo devastou não apenas o campo, mas também a cidade germano-polonesa de Auschwitz. Não só os internos atingidos, mas também as tropas alemãs. Havia tifo, malária, disenteria, calor tropical, inúmeras moscas e poeira. A água era perigosa para beber. Diarreia, vômitos, dores de estômago faziam a atmosfera feder. A cena de pessoas reduzidas a nada pelo tifo era desmoralizante. Nesse inferno, o próprio Dr. Kremer contraiu o que chamou de “a doença de Auschwitz.” No entanto, ele foi submetido a várias vacinas, primeiro contra o tifo exantemático, depois contra o tifo abdominal (um nome que, por si só, explicaria muito bem o termo ânus mundi). O principal portador de tifo é o piolho. Em 1º de setembro de 1942, ele escreveu: “À tarde estava presente no gaseamento de um bloco com Zyklon B contra piolhos.” Zyklon B é ácido cianídrico estabilizado. Esse produto ainda é usado hoje em todo o mundo. Muitos documentos comprovam-nos que aquela operação de desinfecção foi delicada e poderia exigir a presença de um médico para socorrer, caso surgisse a ocasião, o pessoal credenciado encarregado de realizar o gaseamento de uma caserna e, 21 horas após o início da aeração de tal caserna, testando o desaparecimento do ácido cianídrico antes de permitir que as pessoas para retornar a viver em suas casernas. Em 10 de outubro de 1942, a situação era tão grave que, para todos, havia uma quarentena do campo. A esposa do Obersturmführer ou Sturmbannführer Cäsar morreu de tifo. Toda a cidade de Auschwitz estava de cama, etc. É suficiente referir-se ao texto do diário. Para mais detalhes dessa epidemia do ano de 1942, pode-se consultar também o calendário da Hefte von Auschwitz (ano de 1942). Na Antologia do Comitê Internacional de Auschwitz {Anthology of the International Auschwitz Committee}, Volume I, segunda parte, página 196 (na edição francesa), lemos que o médico da SS Dr. Popiersch, médico-chefe da guarnição e do campo, tinha morrido de tifo em 24 Abril de 1942 (quatro meses antes da chegada do Dr. Kremer). No Volume II, primeira parte, publicado também em 1969, nós lemos na página 129 e na nota 14 na página 209 que o médico polonês Dr. Marian Ciepielowski de Varsóvia também morreu de tifo enquanto cuidava dos prisioneiros de guerra soviéticos.

O trabalho do Dr. Kremer em Auschwitz parece ter sido principalmente devotar-se à pesquisa laboratorial, às dissecações, aos estudos anatômicos. Mas também era necessário que ele estivesse presente em alguns castigos corporais e algumas execuções. Ele não estava presente na chegada dos comboios, mas, uma vez que a divisão entre aqueles aptos para o trabalho e aqueles não aptos para o trabalho tinha sido feita, ele chegava, em um carro com motorista, de seu quarto de hotel em Auschwitz (quarto # 26 no Hotel Estação Ferroviária). O que acontecia no lugar então? Ele levava as pessoas a algumas “câmaras de gás” ou à desinfecção? Vejamos abaixo o que eles afirmam que ele disse pela primeira vez em 1947 aos comunistas poloneses; em segundo lugar, em 1960, à corte de Münster; e em terceiro lugar, em 1964, ao tribunal de Frankfurt.

 

7. A VERDADE DOS TEXTOS: SEM “GASEAMENTO.”

Recordamos que, em seu diário, na data de 12 de outubro de 1942, o Dr. Kremer escreveu:

[...] Estava presente à noite em outra ação especial com uma seleção vinda da Holanda (1600 pessoas). Cena horrível em frente ao último bunker! Esta foi a 10ª ação especial.

            Na mesma maneira, em 18 de outubro, ele escreveu:

Em clima úmido e frio estive nesta manhã de domingo presente na 11ª ação especial (da Holanda). Cenas terríveis quando 3 mulheres imploraram humildemente para que suas vidas, tão expostas, fossem poupadas.

Esses dois textos são fáceis de interpretar. O “último bunker” só poderia ser o bunker do quartel #11; ele estava localizado no final do campo de Auschwitz (o campo original) e não em Birkenau ou perto de Birkenau, o qual fica a 3 km de distância. As execuções aconteceram no que eles chamaram de pátio do bloco 11. É lá que está localizado o “muro preto.” Acontecia usualmente que pessoas condenadas à morte eram transportadas para um campo de concentração para serem executadas ali. Tal foi provavelmente o caso das três mulheres que vieram da Holanda. Suponho que seria fácil encontrar seus nomes e os motivos de sua condenação nos arquivos de Auschwitz ou nos do Instituto Histórico de Amsterdã. Em ambos os casos, essas três mulheres foram baleadas.

Os poloneses tinham estado terrivelmente constrangidos com essa referência ao “último bunker.” Por um truque de mão, eles tinham convertido este bunker que está no singular em ... fazendas camponesas supostamente transformadas em “câmaras de gás” e localizadas perto de Birkenau. E aí os absurdos se empilham. O que o médico supostamente deveria ter feito? NADA. Ele permaneceu sentado em seu carro, à distância. E o que ele viu de um “gaseamento” de seres humanos? NADA. O que ele pode nos dizer sobre o que aconteceu após o suposto “gaseamento”? NADA, já que ele saiu de carro com seu motorista (e o médico ordenado?). Ele não pode falar nem da instalação, nem do processamento da execução, nem do pessoal empregado nessa execução, nem das precauções tomadas para entrar em um local incrivelmente perigoso. Não é o Dr. Kremer que nos dirá como alguns homens poderiam entrar neste lugar terrível “UM CURTO MOMENTO” depois que as supostas vítimas terminaram de gritar. Não é ele que seria capaz nos informar por que meios secretos conseguiram retirar alguns milhares de corpos saturados de cianeto que jaziam em meio a vapores de ácido hidrociânico, e tudo isso feito com as próprias mãos (embora esse ácido envenene por contato com a pele), sem máscaras de gás (embora este gás seja avassalador), enquanto come e fuma (embora este gás seja inflamável e explosivo). É Rudolf Höss, em suas confissões espontâneas à mesma corte polonesa, que contou todas essas coisas surpreendentes. Vamos ser decentes sobre isso. Suponhamos que os membros do Sonderkommando (Destacamento Especial) possuíssem, no entanto, algumas máscaras de gás, providas de um filtro particularmente forte, o filtro J, contra o ácido cianídrico. Eu receio que estejamos não mais além à frente. Eu tenho, de fato, aqui, na minha frente, um texto de um manual técnico do exército americano, traduzido do texto de um manual americano datado de 1943 (The Gas Mask, manual técnico Nº. 3-205, War Department, Washington, 9 de outubro de 1941, um manual preparado sob a direção do Chefe do Serviço de Guerra Química, US Printing Office, 1941, 144 páginas.) Aqui está o que está escrito na página 55 (eu escrevo as palavras mais importantes em MAIÚSCULAS):

Deve também ser lembrado que um homem pode ser sobrepujado pela absorção de gás cianídrico através da pele; uma concentração de 2 por cento de gás ácido cianídrico sendo suficiente para sobrepujar um homem em cerca de 10 minutos. Portanto, MESMO QUE SE USE MÁSCARA DE GÁS, a exposição a concentrações de gás cianídrico de 1 por cento em volume ou mais deve ser feita apenas em caso de necessidade e, em seguida, POR UM PERÍODO NÃO SUPERIOR A 1 MINUTO NO PERÍODO. Em geral, os locais que contêm esse gás devem ser bem ventilados com ar fresco antes da entrada do usuário da máscara, reduzindo assim reduzindo a concentração de gás cianídrico a baixas porcentagens fracionárias.

As confissões espontâneas do Dr. Kremer com esses fechos “dotados de uma porta de correr para um fechamento seguro” nos fazem rir. A estanqueidade total exigida por uma câmara de gás homicida usando ácido cianídrico seria impossível de alcançar com uma porta deslizante. Mas como poderia o Dr. Kremer, que nunca havia saído do carro, descrever aquela porta como se a tivesse visto? E o homem da SS que soltou o gás – como ele fez isso? Ele liberou “o conteúdo de uma caixa de Zyklon por uma abertura na parede” (versão da confissão de 1947)? Ou “por alguns fustes (Einwurfschächte)” (versão de 1960)? Ou mesmo através de uma “janela lucarna” que ele alcançou “por cima” enquanto subia “por uma escada” (versão de 1964)? Tudo nestas confissões é vazio e vago. Pode-se simplesmente deduzir deles com certeza duas coisas as quais são bastante prováveis:

1 - O Dr. Kremer transportou algumas pessoas que foram levadas a algumas casernas para se despir (e sem dúvida eles foram em seguida para a desinfecção ou para os chuveiros);

2 - Dr. Kremer esteve presente em alguns gaseamentos de edifícios ou de quartéis para sua desinfecção por Zyklon B.

Isso foi enquanto ajudando-se pela combinação dessas duas experiências reais que ele construiu para seus acusadores ou seus acusadores construíram para ele o relato pobre e absurdo das “câmaras de gás.” Um ponto muito característico dos falsos testemunhos sobre os “gaseamentos” homicidas é o seguinte: o acusado diz que estava a certa distância do local do crime; o máximo que se pode encontrar é um réu que disse ter sido forçado a liberar o Zyklon por um buraco no teto da “câmara de gás” ou mesmo alguém que “tinha ajudado empurrar” as vítimas para a “câmara de gás.” Isso deve nos lembrar dos infelizes que na Idade Média foram acusados ​​de ter encontrado o diabo em tal dia, em tal hora, em tal e tal lugar. Eles teriam sido capazes de negá-lo ferozmente. Eles poderiam ir tão longe a ponto de dizer: “Você sabe muito bem que eu não poderia ter encontrado o diabo por uma excelente razão, a qual é que o diabo não existe.” Os infelizes teriam se condenado por tais respostas. Eles tinham somente uma saída: jogar o jogo de seus acusadores, admitir que o diabo estava lá sem dúvida, mas ... no alto da colina, enquanto eles mesmos, localizados abaixo, ouviam o barulho horrível (soluços, gemidos, choros, ruídos desagradáveis) feitos pelas vítimas do diabo. É vergonhoso que em meados do século XX se encontrem tantos juízes e também tantos advogados que admitam como prova as desconcertantes confissões de tantos acusados ​​sem nunca terem tido a menor curiosidade de lhes perguntar o que realmente eles realmente tinham visto, visto com os próprios olhos, sem lhes colocar algumas questões técnicas, sem passar a algumas comparações entre as explicações mais obviamente contraditórias. Infelizmente eu devo dizer em sua defesa que mesmo alguns técnicos inteligentes e até mesmo alguns químicos bem informados imaginam que quase qualquer lugar pequeno pode ser facilmente transformado em uma “câmara de gás” homicida. Nenhuma dessas pessoas teve a chance de visitar uma câmara de gás americana. Eles entenderiam a enormidade de seu erro. Os primeiros americanos que pensaram em executar um condenado a gás também imaginaram que seria fácil. Foi quando tentaram de fato fazê-lo que entenderam que corriam o risco de gasear não só o condenado, mas também o governador e os funcionários da penitenciária. Eles precisaram de muitos anos para aperfeiçoar uma câmara de gás aproximadamente confiável.

Quanto às “ações especiais” do Dr. Kremer, elas são fáceis de entender. É simplesmente uma questão do que, no vocabulário do exército francês, é chamado pelo pomposo nome de “missões extraordinárias.” Eu acredito que o equivalente americano seja “designação especial.” Uma “designação especial” não implica necessariamente que haja uma mudança da pessoa. Trata-se de uma designação repentina que vem romper com o desenrolar habitual de seus deveres. O Dr. Kremer, por exemplo, trabalhava especialmente no laboratório, mas, de vez em quando, era necessário fazer um trabalho extra: recepção de um comboio para ser levado à desinfecção, triagem dos contagiosos ou doentes no hospital, etc. é assim que, como bom militar e como homem ordenado, ele anotou em seu diário cada uma daquelas tarefas que, provavelmente, cada vez lhe valiam um subsídio suplementar, conforme os voluntários da SS que limpavam os vagões à chegada do cada comboio. Em todo caso, se Auschwitz lhe parecia um inferno, não era por causa de crimes assustadores como as execuções de multidões de seres humanos nos recintos alegadamente transformados em “câmaras de gás,” mas por causa do tifo, malária, disenteria, o calor infernal, as moscas, os piolhos, a poeira. Pode-se determinar isso por uma leitura ligeiramente atenta do próprio texto de seu diário. Foi o que eu, de minha parte, fiz primeiro. E então, um dia, me deparei por acaso com a prova, a prova material, de que essa era de fato a interpretação correta. 

Tradução e palavras entre chaves por Mykel Alexander


 Continua em Confissões de homens da SS que estiveram em Auschwitz - por Robert Faurisson - parte 5



Fonte: Confessions of SS men who were at Auschwitz, por Robert Faurisson, The Journal for Historical Review, verão de 1981, volume 2, nº 2, página 103.

http://www.ihr.org/jhr/v02/v02p103_Faurisson.html

Sobre o autor: Robert Faurisson (1929-2018), teve por anos sido o líder revisionista sobre o tema do alegado Holocausto.

            Formou-se em Sorbonne, Paris, em Letras Clássicas (Latim e Grego) obtendo o seu doutorado em 1972, e serviu como professor associado na Universidade de Lyon na França de 1974 até 1990. Ele é reconhecido como especialista de análise de textos e documentos. Depois de anos de pesquisa privada e estudo, o Dr. Faurisson fez pública suas visões céticas sobre a história de exterminação no Holocausto em artigos publicados em 1978 no diário francês Le Monde. Seus escritos sobre a questão do Holocausto têm aparecido em vários livros e numerosos artigos acadêmicos e foi um frequente contribuidor do The Journal of Historical Review. Por suas pesquisas sofreu muitas perseguições pela patrulha judaico-sionista ou pelas patrulhas àquelas vinculadas, além de um atentado contra sua vida no qual lhe deixou hospitalizado, porém manteve sempre em primeiro lugar seu compromisso para com a busca pela verdade durante toda sua vida, mantendo-se em plena atividade investigativa até a data de seu falecimento.

Mémoire en défense (contre ceux qui m'accusent de falsifier l'Histoire: la question des chambres à gaz), Editora La vieille taupe , 1980.

Réponse à Pierre Vidal-Naquet. Paris: La Vieille Taupe, 1982.

Réponse à Jean Claude Pressac Sur Le Problème Des Chambres à Gaz, Editora R.H.R., 1994.

Quem escreveu o diário de Anne Frank (em português impresso pela Editora Revisão).

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Relacionado, leia também:

As câmaras de gás: verdade ou mentira? - parte 1 - por Robert Faurisson (primeira de seis partes, as quais são dispostas na sequência).

A Mecânica do gaseamento - Por Robert Faurisson

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As câmaras de gás de Auschwitz parecem ser fisicamente inconcebíveis - Por Robert Faurisson

A mentira a serviço de “um bem maior” - Por Antônio Caleari

Os Julgamentos de Nuremberg - Os julgamentos dos “crimes de guerra” provam extermínio? - Por Mark Weber

O valor do testemunho e das confissões no holocausto - parte 1 - Por Germar Rudolf (primeira de três partes, as quais são dispostas na sequência).


sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

Confissões de homens da SS que estiveram em Auschwitz - por Robert Faurisson - parte 3

  Continuação de Confissões de homens da SS que estiveram em Auschwitz - por Robert Faurisson - parte 2

Robert Faurisson


5. EXTRATOS DO DIÁRIO: MINHAS EXPLICAÇÕES E MEUS COMENTÁRIOS

Eu noto primeiro que esses extratos não contêm nem a palavra “gaseamento” nem a expressão “câmara de gás.”

O diário do Dr. Kremer era um diário privado. O médico se expressou livremente ali. Ele expressou francamente seu horror ao campo. Ele não mede palavras. Ele compara o que vê a uma visão de Dante. Pode-se, portanto, pensar que, se ele tivesse visto aqueles virtuais matadouros humanos que teriam sido as “câmaras de gás,” ele teria mencionado aquele horror absoluto. O Dr. Kremer, como cientista, não teria ao menos notado alguns detalhes físicos precisos sobre esses matadouros os quais, na história da ciência, teriam sido uma invenção surpreendentemente extraordinária?

Mas vamos começar pelo início. O Dr. Kremer de fato escreveu o que dizem que ele escreveu? A resposta para essa questão é não, absolutamente não. Seu texto tem sido gravemente distorcido.

Este é mesmo o trabalho de um falsificador. Como exemplo eu vou reproduzir o texto na versão dada por Georges Wellers mas eu vou inserir nele, em maiúsculas em itálico, o que ele omitiu e vou inserir no lugar de Sonderaktion e de extermínio, que são interpretações errôneas, as duas palavras que se encaixam; Também vou colocá-los em letras maiúsculas. Portanto, aqui está o texto traduzido do original alemão (ver documento NO-3408 no Arquivo Nacional):

2 de setembro de 1942: Esta manhã, às 3 horas, eu estive presente FORA pela primeira vez em uma AÇÃO ESPECIAL. Comparado a isso, O Inferno de Dante PARECE PARA MIM QUASE uma comédia. Não é sem razão que Auschwitz é chamado O campo da ANIQUILAÇÃO!

Todo texto deve ser escrupulosamente respeitado, especialmente quando o texto é suposto servir de base para uma demonstração chocante e para uma acusação terrível. A ocultação da palavra FORA é muito séria. Por que, depois de nos ter dado a indicação da hora, a indicação do lugar tem sido ocultada? O texto alemão diz: DRAUSSEN {LADO DE FORA, em alemão}. O Dr. Kremer não estava em um lugar fechado como uma câmara de gás teria sido. Ele estava “fora,” “do lado de fora.” Sem dúvida, esse detalhe não é muito claro, e talvez significasse “fora do próprio campo,” mas não se deve esconder essa possibilidade.

{O judeu-francês George Wellers (1905-1991) graduado em medicina na França,
todavia, detém também status de historiador, mesmo sem graduação em História,
 e sob  tal  situação foi nomeado autoridade em História em várias organizações 
que lidam com   História, especialmente do alegado Holocausto 
 (nominalmente a Commission historique du Mémorial du martyr juif inconnu)
 e sua descrição na Wikipedia em francês também é a de que é historiador.
Fonte da imagem: Philosophie de la Shoah.}

Para a Sonderaktion, Wellers tinha mantido a palavra alemã; na aparência, isso é evidência de escrúpulo e cuidado; na realidade, é um truque inteligente. Aliás, essa palavra, pelo menos para um leitor francês, tem um som perturbador, germânico, bárbaro, e só pode esconder coisas horríveis. Mas há ainda mais: pouco antes de citar essa entrada {do diário} do Dr. Kremer, Wellers, em seu artigo no Le Monde, escreveu: “[Kremer] tinha participado da seleção para as câmaras de gás (Sonderaktion).” Em outras palavras, Wellers impõe ao seu leitor a seguinte mentira: em seu diário, o Dr. Kremer disse em tantas palavras: “esta manhã, às 3 horas, eu estive presente a uma seleção para as câmaras de gás.”

Nós vemos muito bem agora que não era nada disso. O Dr. Kremer se contentou em falar de uma “ação especial.” O que ´e que se deve entender por essa expressão? Para algumas pessoas que, como eu, duvidam da existência das “câmaras de gás” homicidas, é absurdo responder, como faz Wellers, postulando sua existência uma vez como um fato aceito. Suponha que alguém não acredite na existência de discos voadores. A tal pessoa não se poderia fazer um retorto que esses discos existem, pois, em tal e tal relatório da polícia, está escrito: “Uma testemunha declara que ele viu alguma coisa especial no céu” – “Algumas testemunhas notaram no céu alguns fenômenos não usuais.” Portanto, por enquanto, a única tradução honesta – se não muito clara – de Sonderaktion só poderia ser “ação especial.” Eu voltarei mais tarde ao significado provável desta palavra sobre a qual, por enquanto, nós não temos o direito de especular.

O Dr. Kremer não escreveu em seguida: “Comparado a isso, o Inferno de Dante parecia ser uma comédia,” mas: “Comparado a isso, o Inferno de Dante parecia PARA MIM QUASE uma comédia.” Aqui, a ocultação de três palavras por Wellers talvez não seja muito importante, mas contribui, à sua maneira modesta, para violentar o sentido do texto, sempre com vistas a produzir o mesmo efeito. Há uma certa diferença entre “parecia para mim”, em que se sente um amaciamento, e “parecia ser” o qual é mais afirmativo. O Dr. Kremer não transformou uma impressão a qual lhe era pessoal em uma impressão comum a todo um grupo humano. Em certo sentido, ele não afirmou: “Inferno de Dante apareceu aqui para todos ao meu redor como uma comédia”; se o tivesse afirmado, poder-se-ia supor que assistiu a uma cena inquestionavelmente dantesca. Na realidade, ele contentou-se com uma confiança de tipo pessoal e, com efeito, ele escreveu: “Aqui o Inferno de Dante apareceu A MIM, que acabava de chegar (essa impressão é pessoal para mim, mas outros talvez possam compartilhá-la) QUASE COMO uma comédia.” Em outras palavras, a cena é certamente horrível para este médico que acaba de chegar pela primeira vez em sua vida em um campo de concentração, mas não ao ponto de decretar que o Inferno de Dante é obviamente uma comédia para todos em comparação com esta cena.

Mas há algo muito mais sério que Georges Wellers tem feito o texto de Kremer passar de modo assujeitado. Kremer não disse que Auschwitz era “chamado de campo de extermínio,” o que, no original alemão, teria sido: “genannt Vernichtungslager.”

Na realidade, nós lemos no original alemão:

genannt DAS Lager DER Vernichtung” (“chamado O campo Da aniquilação”).

Se Wellers tivesse respeitado a presença dos dois artigos e tivesse ele dado a “Vernichtung” o sentido de “extermínio” o qual é indispensável à sua tese exterminacionista {tese daqueles que afirmam que o alegado Holocausto realmente ocorreu}., ele teria obtido a seguinte frase: “Não é sem razão que Auschwitz é chamado o campo de extermínio.” Assim construída, a frase soa bizarra tanto em alemão e em francês. Isso tem de ser para nós o sinal de que uma palavra do texto indubitavelmente tem sido mal traduzida. Essa palavra, como veremos mais adiante, é “Vernichtung.” O contexto nos revelará que essa palavra não deve ser traduzida como “extermínio” (um significado que pode muito bem ter em outros contextos), mas por “aniquilação.” Não há aqui extermínio, crime de morte premeditado, assassinato, matança, nem massacre; não há os resultados de um ato, uma ação ou uma vontade; não há aqui nada de “campo onde eles exterminam,” não há aqui “campo de extermínio” (expressão inventada pelos vencedores, alguns anos depois de 1942, para designar campos alegadamente dotados de “câmaras de gás”). O que há aqui na realidade é uma aniquilação; homens e mulheres são reduzidos a definhar; eles são aniquilados, reduzidos a nada pelas epidemias e principalmente por aquela doença cujo nome “tifo” (em grego tũpos) significa precisamente: torpor, estupor, uma espécie de letargia, uma rápida destruição das faculdades, às vezes até o ponto de morte. Auschwitz não é “um campo de extermínio” (uma expressão anacrônica, e sabemos que o anacronismo é um dos sinais mais confiáveis da presença de uma falsidade), mas o campo, sim, de fato, o campo por excelência da aniquilação geral. Sem dúvida, no momento de assumir seu posto em Auschwitz, este recém-chegado, Dr. Kremer, tinha ouvido seus colegas dizerem: “Você sabe, este campo, eles chamam de campo de aniquilação. Olhe ao redor a tifo! Você mesmo também corre o risco de contraí-la e morrer disso.”

E, no final de sua entrada no diário de 2 de setembro de 1942, o Dr. Kremer coloca um ponto de exclamação. Esse ponto indica a emoção do médico. Se o ocultarmos, como faz Wellers, a frase assume outro tom: talvez se acredite que o médico seja cruel e cínico. Alguém poderia acreditar que o Dr. Kremer pensou friamente: “O campo de Auschwitz é chamado de ‘campo de extermínio’.” Assim é. É de fato. Vamos aceitar as coisas como elas são. Na realidade, ele está sobrecarregado.

Por falta de tempo, eu não posso me dedicar à crítica dos textos dados por Léon Poliakov, por Serge Klarsfeld, pelas autoridades do Museu Estatal de Oświecim, da tradução oficial do documento NO-3408, etc. gostaria de apontar um fato especialmente grave. Diz respeito aos tribunais alemães. O tribunal de Münster que, em 1960, julgou o Dr. Kremer, simplesmente pulou a palavra Draussen {lado de fora, em alemão} quando reproduziu o verbete da entrada do diário de 2 de setembro de 1942. Empilhou-se outras desonestidades graves. Aqui está um exemplo deles: para dominar o Dr. Kremer, o tribunal apelou para o “Calendário de Eventos em Auschwitz” conforme ele foi elaborado pelas autoridades comunistas na Polônia. Já é estranho que um tribunal no mundo ocidental mostre confiança em um documento elaborado por stalinistas. Mas há mais. Os tribunais têm estabelecido que, para a maioria dos comboios que chegaram ao campo, os poloneses em seu “Calendário” indicaram com extraordinária precisão o número de pessoas “gaseadas.” Desde que nós sabemos que, de acordo com a literatura padrão exterminacionista {aqueles que afirmam que o alegado Holocausto realmente ocorreu}, as pessoas “gaseadas” não eram objeto de qualquer contabilidade, de qualquer contagem, um homem honesto poderia somente se espantar grandemente ao ler neste “Calendário” que, desde o tempo em que o Dr. Kremer estava em Auschwitz, eles tinham, em tal e tal dia, “gaseado” 981 pessoas e, em outro dia, 1.594 outras pessoas. Também, o tribunal de Münster usou cinicamente um subterfúgio. Reproduziu em seu texto inúmeras citações do “Calendário” e enquanto fazendo claro que se tratava deste “Calendário,” mas... cada vez que o “Calendário” usa a palavra “vergast” (“gaseado”), o próprio tribunal substituiu essa palavra desajeitada pela palavra “umgebracht” (“morto”). Assim, o leitor do julgamento de Münster está enganado. Quem quer que possa achar suspeito que possam falar sobre “981 gaseados” ou sobre “1594 gaseados,” facilmente deixa que falem sobre “981 mortos” ou sobre “1594 mortos.”

Finalmente, duas observações sobre as entradas que não a de 2 de setembro: (1) A expressão anus mundi não seria apropriada, me parece, para cenas de “gaseamento,” mas sim para uma cena repugnante e nauseante de grupos de pessoas caídas vítima de doenças repugnantes, de disenteria, etc. (2) Quando o Dr. Kremer diz que ele esteve presente em uma ação especial em tempo chuvoso, frio ou em tempo cinzento e chuvoso de outono, é provável que essas ações tenham ocorrido fora no ao ar livre, e não em uma câmara de gás.

Tradução e palavras entre chaves por Mykel Alexander

 

 Continua em Confissões de homens da SS que estiveram em Auschwitz - por Robert Faurisson - parte 4



Fonte: Confessions of SS men who were at Auschwitz, por Robert Faurisson, The Journal for Historical Review, verão de 1981, volume 2, nº 2, página 103.

http://www.ihr.org/jhr/v02/v02p103_Faurisson.html

Sobre o autor: Robert Faurisson (1929-2018), teve por anos sido o líder revisionista sobre o tema do alegado Holocausto.

            Formou-se em Sorbonne, Paris, em Letras Clássicas (Latim e Grego) obtendo o seu doutorado em 1972, e serviu como professor associado na Universidade de Lyon na França de 1974 até 1990. Ele é reconhecido como especialista de análise de textos e documentos. Depois de anos de pesquisa privada e estudo, o Dr. Faurisson fez pública suas visões céticas sobre a história de exterminação no Holocausto em artigos publicados em 1978 no diário francês Le Monde. Seus escritos sobre a questão do Holocausto têm aparecido em vários livros e numerosos artigos acadêmicos e foi um frequente contribuidor do The Journal of Historical Review. Por suas pesquisas sofreu muitas perseguições pela patrulha judaico-sionista ou pelas patrulhas àquelas vinculadas, além de um atentado contra sua vida no qual lhe deixou hospitalizado, porém manteve sempre em primeiro lugar seu compromisso para com a busca pela verdade durante toda sua vida, mantendo-se em plena atividade investigativa até a data de seu falecimento.

Mémoire en défense (contre ceux qui m'accusent de falsifier l'Histoire: la question des chambres à gaz), Editora La vieille taupe , 1980.

Réponse à Pierre Vidal-Naquet. Paris: La Vieille Taupe, 1982.

Réponse à Jean Claude Pressac Sur Le Problème Des Chambres à Gaz, Editora R.H.R., 1994.

Quem escreveu o diário de Anne Frank (em português impresso pela Editora Revisão).

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