quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Gaza, poder judaico e o Holocausto - parte 4 - por Ron Keeva Unz

 Continuação de Gaza, poder judaico e o Holocausto - parte 3 - por Ron Keeva Unz

Ron Keeva Unz

 

Uma revolução copernicana sobre o Holocausto?

Como eu tenho repetidamente enfatizado, a única e breve exceção ao padrão generalizado de minimizar ou ignorar o Holocausto durante e após a Segunda Guerra Mundial ocorreu no período imediatamente após a guerra, especialmente em torno dos Tribunais de Nuremberg de 1946, nos quais os principais líderes nazistas foram julgados e executados por esses crimes.#4 Mas, na década de 1950, um número cada vez maior de americanos proeminentes passou a considerar esses procedimentos legais de alto nível como profundamente vergonhosos, uma farsa judicial cujos veredictos preestabelecidos se basearam em confissões extraídas por meio de tortura, documentos falsos e perjúrio.#5

Essa foi certamente a posição adotada pelo Prof. John Beaty,#20 que ocupou um cargo crucial em nossa Inteligência Militar durante a guerra e, em 1951, publicou The Iron Curtain Over America, o qual se tornou um grande best-seller entre os conservadores:

Além disso, ele foi mordaz em relação aos Julgamentos de Nuremberg, que descreveu como      uma “grande mancha indelével” nos Estados Unidos e “uma farsa da justiça.” Segundo ele, os procedimentos foram dominados por judeus alemães vingativos, muitos dos quais se envolveram em falsificação de testemunhos ou até mesmo tinham antecedentes criminais. Como resultado, esse “fiasco imundo” apenas ensinou aos alemães que “nosso governo não tinha senso de justiça”. O senador Robert Taft, líder republicano do imediato pós-guerra, adotou uma posição muito semelhante, que mais tarde lhe valeu o elogio de John F. Kennedy em Profiles in Courage. O fato de o promotor-chefe soviético em Nuremberg ter desempenhado o mesmo papel durante os notórios e apelativamente espetaculares julgamentos stalinistas do final da década de 1930, durante os quais vários antigos bolcheviques confessaram todos os tipos de coisas absurdas e ridículas, dificilmente aumentou a credibilidade dos procedimentos para muitos observadores externos.

Em suas memórias de 1981, o Prof. Revilo Oliver, outra importante figura da Inteligência Militar em tempos de guerra, assumiu a mesma posição#21, e os dez anos de pesquisa de arquivos do Prof. Joseph Bendersky#22 indicaram que essa também era a opinião de muitos ou da maioria de nossos principais generais e oficiais da Inteligência Militar.

Em 1962, o historiador e filósofo americano Thomas Kuhn publicou seu influente estudo The Structure of Scientific Revolutions [A estrutura das revoluções científicas]. Ele introduziu a noção de “mudança de paradigma” na qual o acúmulo gradual de fatos anômalos ou inexplicáveis acaba fazendo com que uma estrutura de entendimento estabelecida seja subitamente derrubada e substituída por outra radicalmente diferente, um processo exemplificado pela Revolução Copernicana.

Eu acho que todos os leitores atenciosos que digeriram cuidadosamente os trabalhos dos principais estudiosos do Holocausto, como Novick, Lipstadt, Dawidowicz e Bendersky, complementados por um pouco de material adicional, certamente estariam preparados para passar por essa transformação intelectual sobre esse assunto, quer estejam dispostos a reconhecê-la ou não.

Considere que quase nenhum dos nossos principais jornalistas ou historiadores reconheceu a realidade do Holocausto durante ou após a Segunda Guerra Mundial, enquanto os Tribunais de Nuremberg de 1946, que supostamente estabeleceram esses fatos, foram altamente fraudulentos. Portanto, parece o cúmulo da arrogância presumir que todos esses observadores contemporâneos muito bem informados estavam errados e que, em vez disso, deveríamos confiar em autores que publicaram muitos anos, às vezes muitas décadas, depois desses eventos.

Ao invés, nós devemos considerar a possibilidade muito real de que o Holocausto seja apenas uma farsa, um resíduo meio esquecido de propaganda desonesta da época da guerra que eventualmente ressuscitou por pesquisadores crédulos ou tendenciosos décadas mais tarde e, posteriormente então, transformado em um ícone cultural gigantesco por produtores e roteiristas ignorantes de Hollywood. De fato, em seu livro de 1951 o Prof. Beaty havia casualmente ridicularizado a história do Holocausto exatamente nesses termos e, embora ele veio a estar sob ferozes ataques pela ADL e outros grupos por todos os outros motivos, nenhum deles jamais desafiou sua explicita “negação do Holocausto.”

Para seu considerável crédito, perto do final de seu excelente livro, Novick observou a existência de “negadores do Holocausto”, mas tratou o assunto de forma desdenhosa e muito apressadamente superficial, dando-lhe apenas algumas páginas em seu longo livro. Ele casualmente os difamou como “caprichosamente excêntricos {cranks}, caras malucos {kooks} e desajustados {misfits},” “com parafusos soltos {screwballs}”, “desajustados à realidade {fruitcakes}” e “loucamente desequilibrados {nuts}”, sem dar nenhuma indicação de que tenha se dado ao trabalho de ler, muito menos de considerar seriamente, qualquer material que esse movimento tenha produzido. Com toda a justiça, várias das pessoas que ele nomeou se enquadram exatamente nessa categoria de má reputação, o que não é surpreendente, já que movimentos ideológicos marginais e severamente anatematizados tendem naturalmente a atrair mais do que seu quinhão de tais indivíduos loucos ou antissociais. Mas a validade de qualquer doutrina deve, obviamente, ser julgada pelo trabalho de seus proponentes mais confiáveis, e não pelos mais fracos.

{A acadêmica e política judia Debora  Lipstadt (1947), celebrada na mídia ocidental, ao lidar com o tema do alegado Holocausto evitou qualquer apuração crítica, e se limitou a considerar como não confiáveis em discernimento os que questionam o alegado holocausto conforme a narrativa deste, porém sem mostrar porquê tal narrativa em rigor e em evidência seria consistente.}

Ao discutir essa questão, Novick mencionou brevemente o livro de 1993 de Lipstadt, Denying the Holocaust (Negação), que foi inteiramente dedicado a esse tópico. Eu achei essa última autora quase hilária em sua cegueira ideológica de raciocínio estúpido e autodestrutiva. Como descrevi o conteúdo em meu artigo de 2018:23

A leitura do livro foi certamente uma tremenda revelação para mim. Lipstadt é professora de Estudos sobre o Holocausto no Departamento de Teologia da Universidade de Emory e, assim que li o parágrafo inicial do primeiro capítulo, eu decidi que sua especialidade acadêmica certamente poderia ser descrita como “Teologia do Holocausto”...

O horror absoluto de Lipstadt ao ver alguém contestar os princípios de sua doutrina acadêmica não poderia ter sido mais evidente. Certamente, nenhum teólogo zeloso da Idade das Trevas europeia teria reagido de forma diferente.

O segundo capítulo de seu livro suporta essa impressão. Como muitos dos indivíduos que ela castiga como negadores do Holocausto também apoiaram a perspectiva revisionista das causas subjacentes da Primeira e da Segunda Guerras Mundiais, ela atacou áspera e duramente essas escolas, mas de forma bastante estranha. Nos últimos anos, o blogueiro Steve Sailer e outros ridicularizaram o que eles descrevem como o estilo de debate “point-and-sputter {apontar e pulverizar}”, no qual uma narrativa “politicamente incorreta” é meramente descrita e, em seguida, automaticamente tratada como evidentemente falsa, sem qualquer necessidade de refutação real. Essa parece ter sido a abordagem adotada por Lipstadt em seu livro bastante curto.

Por exemplo, ela forneceu uma longa lista de importantes estudiosos acadêmicos, figuras políticas proeminentes e jornalistas influentes que defenderam a história revisionista, observou que seus pontos de vista discordavam da perspectiva mais convencional que ela presumivelmente havia absorvido de seus livros didáticos de História e, portanto, considerou-os totalmente desmascarados. Certamente, um pregador cristão que tentasse refutar as teorias evolucionistas de E. O. Wilson, de Harvard, citando uma passagem de versículo bíblico, poderia adotar a mesma abordagem. Mas poucos ativistas evangélicos seriam tão insensatos a ponto de fornecer uma longa lista de cientistas eminentes que adotaram a mesma posição darwinista e, em seguida, tentar deixá-los de lado citando um único versículo de Gênesis. Lipstadt parece abordar a história como um defensor da Bíblia, mas um particularmente estúpido. Além disso, muitos dos autores que ela atacou já eram familiares para mim após uma década de trabalho de arquivamento de conteúdo, e eu achava seus inúmeros livros bastante acadêmicos e persuasivos.

Essa última passagem veio de meu longo artigo de 2018 sobre esse assunto e, no mês passado, revisitei o mesmo tópico em um novo artigo.#24

Tradução e palavras entre colchetes por Davi Ciampa Heras

Revisão e palavras entre chaves por Mykel Alexander

 Continua em 

Notas

#4 Nota de Mykel Alexander: Ver especialmente:

- Resenha do livro de Werner Maser sobre os julgamentos de Nuremberg, por David McCalden, 26 de maio de 2021, World Traditional Front.

http://worldtraditionalfront.blogspot.com/2021/05/resenha-do-livro-de-werner-maser-sobre.html

- Os Julgamentos de Nuremberg - Os julgamentos dos “crimes de guerra” provam extermínio?, por Mark Weber, 20 de novembro de 2020, World Traditional Front.

https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2020/11/os-julgamentos-de-nuremberg-os.html

#5 Nota de Mykel Alexander: Ver especialmente:

- Resenha do livro de Werner Maser sobre os julgamentos de Nuremberg, por David McCalden, 26 de maio de 2021, World Traditional Front.

http://worldtraditionalfront.blogspot.com/2021/05/resenha-do-livro-de-werner-maser-sobre.html

- Os Julgamentos de Nuremberg - Os julgamentos dos “crimes de guerra” provam extermínio?, por Mark Weber, 20 de novembro de 2020, World Traditional Front.

https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2020/11/os-julgamentos-de-nuremberg-os.html

- O valor do testemunho e das confissões no holocausto - parte 1, por Germar Rudolf, 21 de março de 2021, World Traditional Front. (Na sequência do artigo as demais partes 2 e 3)

https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2021/03/o-valor-do-testemunho-e-das-confissoes.html 

#20 Fonte utilizada por Ron Keeva Unz: American Pravda: Holocaust Denial - Analyzing the History of a Controversial Movement, por Ron Keeva Unz, 27 de agosto de 2018, The Unz Review – An Alternative Media Selection.

https://www.unz.com/runz/american-pravda-holocaust-denial/#explicit-and-implicit-holocaust-denial-after-world-war-ii

#21 Fonte utilizada por Ron Keeva Unz: American Pravda: Secrets of Military Intelligence - The Hidden Information in Our Government Archives, por Ron Keeva Unz, 10 de junho de 2019, The Unz Review – An Alternative Media Selection.

https://www.unz.com/runz/american-pravda-secrets-of-military-intelligence/#revilo-p-oliver-and-world-war-ii

#22 Fonte utilizada por Ron Keeva Unz: American Pravda: Secrets of Military Intelligence - The Hidden Information in Our Government Archives, por Ron Keeva Unz, 10 de junho de 2019, The Unz Review – An Alternative Media Selection.

https://www.unz.com/runz/american-pravda-secrets-of-military-intelligence/#the-jewish-threat-of-american-military-intelligence

23 Fonte utilizada por Ron Keeva Unz: American Pravda: Holocaust Denial - Analyzing the History of a Controversial Movement, por Ron Keeva Unz, 27 de agosto de 2018, The Unz Review – An Alternative Media Selection.

https://www.unz.com/runz/american-pravda-holocaust-denial/#deborah-lipstadt-and-holocaust-denial

#24 Fonte utilizada por Ron Keeva Unz: American Pravda: Holocaust Denial - Analyzing the History of a Controversial Movement, por Ron Keeva Unz, 27 de agosto de 2018, The Unz Review – An Alternative Media Selection.

https://www.unz.com/runz/american-pravda-holocaust-denial/

- American Pravda: Israel and the Holocaust Hoax, por Ron Keeva Unz, 08 de janeiro de 2024, The Unz Review – An Alternative Media Selection.

https://www.unz.com/runz/american-pravda-israel-and-the-holocaust-hoax/

Fonte: American Pravda: Gaza, Jewish Power, and the Holocaust, 19 de fevereiro de 2024, The Unz Review – An Alternative Media Selection.

https://www.unz.com/runz/american-pravda-gaza-jewish-power-and-the-holocaust/ 

Sobre o autor: Ron Keeva Unz (1961 -), de nacionalidade americana, oriundo de família judaica da Ucrânia, é um escritor e ativista político. Possui graduação de Bachelor of Arts (graduação superior de 4 anos nos EUA) em Física e também em História, pós-graduação em Física Teórica na Universidade de Cambridge e na Universidade de Stanford, e já foi o vencedor do primeiro lugar na Intel / Westinghouse Science Talent Search. Seus escritos sobre questões de imigração, raça, etnia e política social apareceram no The New York Times, no Wall Street Journal, no Commentary, no Nation e em várias outras publicações.

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Relacionado, leia também sobre a questão judaica, sionismo e seus interesses globais ver: 

Resenha de: A Legacy of Hate: Anti-Semitism in America {Um legado de ódio: antissemitismo na América}, de Ernest Volkman - por Louis Andrew Rollins

Resenha de The Fateful Triangle: The United States, Israel & The Palestinians {O Triângulo Fatídico: Os Estados Unidos, Israel e os Palestinos} de Noam Chomsky por Louis Andrew Rollins

Resenha de THE DECADENCE OF JUDAISM IN OUR TIME {A DECADÊNCIA DO JUDAÍSMO EM NOSSO TEMPO}, de Moshe Menuhin, por David McCalden (escrito sob o pseudônimo Lewis Brandon)

Resenha de GENOCIDE IN THE HOLY LAND {GENOCÍDIO NA TERRA SANTA}, Rabbi Moshe Schonfeld, Neturei Karta dos EUA - por Bezalel Chaim

 Genocídio em Gaza - por John J. Mearsheimer

{Retrospectiva 2023 - Genocídio em Gaza} - Morte e destruição em Gaza - por John J. Mearsheimer

O Legado violento do sionismo - por Donald Neff

{Retrospectiva 1946 – terrorismo judaico-sionista} - O Ataque ao Hotel Rei David em Jerusalém - por W. R. Silberstein

Quem são os Palestinos? - por Sami Hadawi

Palestina: Liberdade e Justiça - por Samuel Edward Konkin III

Memorando para o presidente {Ronald Reagan, tratando da questão Palestina-Israel} - quem são os palestinos? - por Issah Nakheleh

Crimes de Guerra e Atrocidades-embustes no Conflito Israel/Gaza - por Ron Keeva Unz

A cultura do engano de Israel - por Christopher Hedges

Será que Israel acabou de experimentar uma “falha de inteligência” ao estilo do 11 de Setembro? Provavelmente não. Aqui está o porquê - por Kevin Barrett

Residentes da faixa de Gaza fogem do maior campo de concentração do mundo - A não-violência não funcionou, então eles tiveram que atirar para escapar - por Kevin Barrett

Por Favor, Alguma Conversa Direta do Movimento pela Paz - Grupos sionistas condenam “extremistas” a menos que sejam judeus - por Philip Giraldi

“Grande Israel”: O Plano Sionista para o Oriente Médio O infame "Plano Oded Yinon". - Por Israel Shahak - parte 1 - apresentação por Michel Chossudovsky (demais partes na sequência do próprio artigo)

Raízes do Conflito Mundial Atual – Estratégias sionistas e a duplicidade Ocidental durante a Primeira Guerra Mundial – por Kerry Bolton

Conversa direta sobre o sionismo - o que o nacionalismo judaico significa - Por Mark Weber

Judeus: Uma comunidade religiosa, um povo ou uma raça? por Mark Weber

Controvérsia de Sião - por Knud Bjeld Eriksen

Sionismo e judeus americanos - por Alfred M. Lilienthal

Por trás da Declaração de Balfour A penhora britânica da Grande Guerra ao Lord Rothschild - parte 1 - Por Robert John {as demais 5 partes seguem na sequência}

Um olhar direto sobre o lobby judaico - por Mark Weber


Ex-rabino-chefe de Israel diz que todos nós, não judeus, somos burros, criados para servir judeus - como a aprovação dele prova o supremacismo judaico - por David Duke

Grande rabino diz que não-judeus são burros {de carga}, criados para servir judeus - por Khalid Amayreh

Por que querem destruir a Síria? - por Dr. Ghassan Nseir

O ódio ao Irã inventado pelo Ocidente serve ao sonho sionista de uma Grande Israel dominando o Oriente Médio - por Stuart Littlewood

Petróleo ou 'o Lobby' {judaico-sionista} um debate sobre a Guerra do Iraque

Iraque: Uma guerra para Israel - Por Mark Weber

Libertando a América de Israel - por Paul Findley

Deus, os judeus e nós – Um Contrato Civilizacional Enganoso - por Laurent Guyénot

O Evangelho de Gaza - O que devemos aprender com as lições bíblicas de Netanyahu - por Laurent Guyénot

A Psicopatia Bíblica de Israel - por Laurent Guyénot

Israel como Um Homem: Uma Teoria do Poder Judaico - parte 1 - por Laurent Guyénot (Demais partes na sequência do próprio artigo)

 O peso da tradição: por que o judaísmo não é como outras religiões - por Mark Weber

Sionismo, Cripto-Judaísmo e a farsa bíblica - parte 1 - por Laurent Guyénot (as demais partes na sequência do próprio artigo)

O truque do diabo: desmascarando o Deus de Israel - Por Laurent Guyénot - parte 1 (Parte 2 na sequência do próprio artigo)

Historiadores israelenses expõem o mito do nascimento de Israel - por Rachelle Marshall

Sionismo e o Terceiro Reich - por Mark Weber 

O Mito do extermínio dos judeus – Parte 1.1 {nenhum documento sequer visando o alegado extermínio dos judeus foi jamais encontrado} - por Carlo Mattogno

 O que é ‘Negação do Holocausto’? - Por Barbara Kulaszka


domingo, 27 de outubro de 2024

As fornalhas de cremação de Auschwitz - parte 4 - por Carlo Mattogno e Franco Deana

 Continuação de As fornalhas de cremação de Auschwitz - parte 3 - por Carlo Mattogno e Franco Deana

Carlo Mattogno


3.5. Consumo de coque de uma fornalha de cremação com gerador a coque

O consumo de combustível de uma fornalha de cremação depende consideravelmente do design da fornalha, do processo de cremação, da frequência das cremações, da composição dos corpos e da operação da fornalha. Por essa razão, não faz sentido falar do consumo de combustível de uma fornalha sem considerar pelo menos os três fatores a seguir: o design da fornalha, a maneira de cremação (direta ou indireta) e a frequência com que as cremações são realizadas.

O procedimento durante as cremações indiretas é muito mais intensivo em combustível do que o das cremações diretas, uma vez que a primeira requer que toda a massa à prova de fogo do recuperador seja aquecida a 1000°C (cerca de 1830°F). A frequência das cremações tem um efeito muito significativo no consumo de combustível, uma vez que a argila refratária da fornalha absorve a maior parte do calor gerado durante as primeiras cremações. Por esse motivo, o consumo de combustível é menor quando a fornalha está em equilíbrio térmico na temperatura operacional.

O equilíbrio de calor de uma fornalha crematória com gerador a coque é um problema muito difícil de resolver em teoria, pois na prática o desempenho é afetado por variáveis ​​que não podem ser previstas em teoria e às quais a maneira como a fornalha é operada deve ser ajust51ada caso a caso.

Na década de 1920, este problema foi discutido por cientistas como Fichtl e Tilly,52 mas a contribuição mais importante para a sua resolução foi o artigo de Wilhelm Heepke de 1933 sobre este assunto.53

Os cálculos de Heepke mostraram que o consumo de coque por cremação de uma fornalha de tamanho médio em equilíbrio térmico equivale a 30 kg (66 lbs.) de coque (mais o caixão de madeira pesando 40 kg, ou 88 lbs.). Contudo, as descobertas de Heepke são prejudicadas por erros tanto na abordagem quanto na aritmética, e suas conclusões são, consequentemente, questionáveis. Se levarmos seus erros em conta, chegaremos a uma necessidade de coque de apenas 20,5 kg (45,1 lbs.). Este resultado é consistente com aqueles de origem experimental. O experimento conduzido por R. Kessler com combustível de coque em 5 de janeiro de 1927 resultou no seguinte consumo de combustível:

– consumo total:

436,0 kg (960 lbs.) coque

– pré-aquecimento do forno:

200,0 kg (440 lbs.) coque

– oito cremações sucessivas:

236,0 kg (520 lbs.) coque

– consumo para uma cremação, incluindo pré-aquecimento:

54,5 kg (120 lbs.) coque

– consumo para uma cremação, sem pré-aquecimento:

29,5 kg (65 lbs.) coque

 

O consumo de combustível relacionado às oito cremações sem pré-aquecimento da fornalha ainda inclui o consumo que produz o calor que é absorvido pelo tijolo refratário da fornalha até o ponto em que o equilíbrio térmico é atingido. Um cálculo que leva em consideração a perda de calor causada por radiação e condução mostra que o consumo de coque para uma cremação em uma fornalha em equilíbrio térmico é de cerca de 20 kg (44 lbs.).

Isso confirma o proceder correto desse método de cálculo, que também pode ser usado para determinar o equilíbrio térmico das fornalhas de cremação em Auschwitz e Birkenau.

 

3.6. Duração do Processo de Cremação com um Gerador a Coque

A cremação é um processo físico e químico requerendo um certo tempo mínimo que não pode ser reduzido além de um certo ponto.54 Esse tempo mínimo depende principalmente da composição química do corpo a ser cremado. Experimentos especiais conduzidos na Inglaterra na década de 1970 mostraram que a estrutura proteica do corpo é de grande importância. Devido ao seu teor relativamente alto de nitrogênio, sua alta temperatura de ignição e as transformações químicas que as proteínas sofrem em altas temperaturas, há um grau considerável de resistência à combustão, que é amplificado ainda mais pelo fato de que a substância proteica está submersa, por assim dizer, no fluido corporal e não pode inflamar antes que esse fluido tenha evaporado. Em outras palavras: uma cremação realizada em condições ótimas não pode levar menos tempo do que o tempo necessário pela natureza para que esse processo ocorra. Por outro lado, a duração do ciclo de cremação aumenta quanto mais as condições reais são removidas do ótimo, independentemente de essa discrepância ser devido à operação descuidada da fornalha ou a um projeto de forno abaixo do ideal.

Antes de levantar a questão da duração do processo de cremação ou do ciclo de cremação, nós precisamos esclarecer exatamente o que queremos dizer com isso. Em termos muito gerais, podemos dizer que uma cremação é completamente finalizada quando as cinzas restantes do corpo são removidas da fornalha. Para uma fornalha não equipada com uma grelha de pós-combustão, o tempo de cremação pode ser definido como o tempo entre a introdução do caixão na mufla e a transferência das cinzas incandescentes da rampa de cinzas para o recipiente de cinzas, no qual elas gradualmente colapsam completamente. Em uma fornalha equipada com uma grelha de pós-combustão, como as fornalhas geradoras de Beck e Topf e as fornalhas a gás Volckmann-Ludwig da década de 1930, o fim do processo de cremação é definido como o tempo em que as cinzas incandescentes são removidas da rampa de cinzas ou transferidas do fundo da mufla para a grelha de pós-combustão.

Embora violasse as normas éticas estabelecidas por R. Kessler em 1932, era prática comum em alguns crematórios introduzir o próximo corpo na mufla enquanto os restos do anterior ainda estavam queimando na rampa de cinzas, de modo que uma mufla continha dois corpos ao mesmo tempo, embora em estágios diferentes do ciclo de cremação. Esse processo era usado em fornos como o tipo Volckmann-Ludwig em Stuttgart, que eram equipados com um obturador na câmara de decantação de cinzas.

Como nós temos já mencionado, experimentos científicos foram realizados na Inglaterra na década de 1970 para determinar quais fatores influenciam o processo de cremação. Os resultados foram anunciados em julho de 1975 na conferência anual da Cremation Society of Great Britain. Os experimentos foram agrupados em duas séries: uma série introdutória no Crematório Breakspear de Ruislip e a série principal no Crematório Chanterlands de Hull. O primeiro grupo de líderes de projeto selecionou os fatores que, em sua opinião, afetariam a duração do processo de cremação. A influência dos fatores técnicos foi equalizada usando o mesmo forno a gás (Dowson & Mason Twin Reflux Cremator) e o mesmo foguista para todos os experimentos.55

Sobre a base desses experimentos, descobriu-se que os fatores verdadeiramente decisivos em relação ao tempo requerido para uma cremação são a temperatura máxima da fornalha e o sexo do falecido. Os estatísticos resumiram graficamente os resultados dos experimentos. Um dos analistas, Dr. E. W. Jones, comentou o seguinte:55

“A partir de seu gráfico, ele foi capaz de nos dizer (achamos isso bastante interessante) que há um ponto máximo, ou melhor, um ponto mínimo, de tempo de incineração abaixo do qual é impossível ir, e nosso estatístico definiu isso como uma barreira térmica que, devido à marca, à natureza dos tecidos humanos, você não pode incinerá-los a uma taxa que seja abaixo de cerca de 63 minutos. Agora, algumas pessoas chegarão a leituras de 60, 59, 58, elas são as extremidades inferiores dessa dispersão de leituras, e que a temperatura ótima dessa barreira térmica é em torno de 800-900 °C.”

O gráfico mostra que o tempo que mais se aproxima da barreira térmica é de 60 minutos, dada uma temperatura de 800°C (1470°F). Se a temperatura for aumentada para 1000°C (1830°F), o tempo necessário para a cremação na verdade aumenta para 67 minutos, e a 1100°C (2010°F) cai novamente para 65 minutos. Em temperaturas mais altas, as quais não foram investigadas, o tempo presumivelmente diminuiria ainda mais, e em temperaturas extremamente altas provavelmente cairia abaixo da barreira térmica. O Dr. Jones afirmou que, se alguém quisesse diminuir o tempo de cremação dessa forma para 20 ou mesmo para 15 minutos, seria necessário construir uma fornalha capaz de trabalhar a 2000°C (3630°F).55

Na realidade, o processo de cremação deve ocorrer entre limites térmicos bastante precisos. Em temperaturas de mais de 1100 a 1200°C (2010 a 2190°F), ocorre o fenômeno da sinterização, onde os ossos do cadáver e o refratário da fornalha começam a amolecer e a se fundir, e em temperaturas abaixo de 700 a 600°C (1290 a 1110°F), o corpo meramente carboniza.56 O Dr. E. W. Jones então relata uma observação de particular interesse para nós:55

“Nosso colega estatístico fez algum trabalho, ele olhou para os registros de crematórios na Alemanha durante a última guerra, e parece que as autoridades de lá foram apresentadas a um problema semelhante – que eles se depararam com uma barreira térmica. Eles não conseguiram projetar uma fornalha que reduzisse o tempo médio de incineração a um nível muito prático e efetivo. Então começamos a olhar por que existe essa barreira térmica com tecidos humanos.”

Foi descoberto que a causa desse fator era que as proteínas no corpo humano – quando aquecidas a 800 a 900°C (1470 a 1650°F) – passam por uma transformação química. Elas se dissociam e formam compostos “que somente podem ser descritos como uma crosta dura”.55

Naturalmente, o processo de cremação levou mais tempo em fornalhas operando com um gerador de gás a coque. Em relação ao tempo necessário para o ciclo de cremação, os dados encontrados na literatura contemporânea não são confiáveis, em primeiro lugar e acima de tudo porque o que se entende por “tempo necessário” raramente é claramente definido e, em segundo lugar, porque é de se esperar que os dados tenham sido distorcidos por razões de competição ou propaganda.

Este é o porquê nós tomaremos os dados fornecidos pelos instrumentos técnicos de medição nas próprias fornalhas como nosso ponto de partida objetivo e incontestável. Dessa perspectiva, o diagrama que resume as cremações realizadas por R. Kessler com combustível de coque em 5 de janeiro de 1927 é especialmente significativo. Este foi um caso em que se está completamente justificado em dizer que as cremações foram realizadas sob as condições ideais para um forno com um gerador de gás a coque, porque:

– o design da fornalha era excelente;

– Kessler havia tomado todas as medidas necessárias para preparar a fornalha em termos de engenharia térmica;

– os instrumentos técnicos apropriados foram usados ​​para observar o ciclo de cremação em cada fase;

– a operação da fornalha era particularmente impecável devido à supervisão habilidosa de um engenheiro especialista.

Durante esses experimentos, o tempo médio de cremação foi de 1 hora e 26 minutos, enquanto a cremação mais curta levou 1 hora. A temperatura média na mufla foi de cerca de 870 °C (1600 °F). Nós voltaremos a esse ponto mais tarde. Nesse contexto, é importante enfatizar que o engenheiro Kessler estava usando o método de cremação direta. Para comparação, nos referimos a uma série diferente de oito cremações que Kessler realizou no mesmo forno, usando briquetes em vez de combustível de coque. Naquela época, a cremação média levou 1 hora e 22 minutos. Duas semanas depois, o mesmo experimento, usando aquecimento a gás para a fornalha, retornou um tempo médio de cremação de 1 hora e 12 minutos para cada uma das oito cremações.57

Tradução e palavras entre chaves por Mykel Alexander

Continua...

Notas

51 Nota de Carlo Mattogno: Engineer Fichtl, “Rationelle Wärmewirtschaft in den Krematorien,” Die Wärme, Zeitschrift für Dampfkessel und Maschinenbetrieb, 17(34) (1924), páginas 394-397.

52 Nota de Carlo Mattogno: H. Tilly, “Luftüberschuß und Brennstoffverbrauch bei der Einäscherung menschlicher Leichen,” Die Wärmewirtschaft, 3(2) (1926), páginas 190 e seguinte; H. Tilly, “Versuch einer rechnungsmäßigen Erfassung der Vorgänge der Einäscherung menschlicher Leichen,” Die Wärmewirtschaft, 3(8) (1926), páginas 134 e seguintes.; “Über die Wirtschaftlichkeit von Anlagen zur Einäscherung menschlicher Leichen,” Die Wärmewirtschaft, nº 9, 1926, páginas 143 e seguinte; H. Tilly, “Über die Einäscherung menschlicher Leichen,” Die Wärmewirtschaft, 4(2) (1927), páginas 19-25.

53 Nota de Carlo Mattogno: “Die neuzeitlichen Leicheneinäscherungsöfen mit Koksfeuerung, deren Wärmebilanz und Brennstoffverbrauch,”Feuerungstechnik, 31(8) (1933), páginas 109 e seguintes, e 31(9) (1933), páginas 123-128. Esta é uma versão consolidada do estudo sobre equilíbrio térmico que o engenheiro Heepke apresentou em seu livro supracitado, Wilhelm Heepke, Die Leichenverbrennungsanstalten (die Krematorien), Verlag von Carl Marhold, Halle a.S. 1905, páginas 60-63.

54 Nota de Carlo Mattogno: Conferir Hans Kraupner, Franz Puls, Die chemischen Vorgänge bei einer Einäscherung, separata especial de Städtehygiene, Ülzen 8/1970.

55 Nota de Carlo Mattogno: E.W. Jones, R.G. Williamson, “Factors Which Affect the Process of Cremation. Third Session.” Verbatim Report of the 1975 Annual Conference Organised by the Cremation Society of Great Britain, Cremation Society of Great Britain, Maidstone 1975, páginas 77-87, aqui Germar Rudolf (editor) Dissecting the Holocaust - The Growing Critique of ‘Truth’ and ‘Memory’, página 81.

55 Nota de Carlo Mattogno: E.W. Jones, R.G. Williamson, “Factors Which Affect the Process of Cremation. Third Session.” Verbatim Report of the 1975 Annual Conference Organised by the Cremation Society of Great Britain, Cremation Society of Great Britain, Maidstone 1975, páginas 77-87, aqui Germar Rudolf (editor) Dissecting the Holocaust - The Growing Critique of ‘Truth’ and ‘Memory’, página 81.

55 Nota de Carlo Mattogno: E.W. Jones, R.G. Williamson, “Factors Which Affect the Process of Cremation. Third Session.” Verbatim Report of the 1975 Annual Conference Organised by the Cremation Society of Great Britain, Cremation Society of Great Britain, Maidstone 1975, páginas 77-87, aqui Germar Rudolf (editor) Dissecting the Holocaust - The Growing Critique of ‘Truth’ and ‘Memory’, página 81.

56 Nota de Carlo Mattogno: Richard Kessler, “Rationelle Wärmewirtschaft in den Krematorien nach Maßgabe der Versuche im Dessauer Krematorium,” Die Wärmewirtschaft, nº 8, página 140; P. Schläpfer, “Betrachtungen über den Betrieb von Einäscherungsöfen,” Schweizerischer Verein von Gas- und Wasserfachmännern, Monatsbulletin, Zürich, 18(7) (julho de 1938), página 151.

55 Nota de Carlo Mattogno: E.W. Jones, R.G. Williamson, “Factors Which Affect the Process of Cremation. Third Session.” Verbatim Report of the 1975 Annual Conference Organised by the Cremation Society of Great Britain, Cremation Society of Great Britain, Maidstone 1975, páginas 77-87, aqui Germar Rudolf (editor) Dissecting the Holocaust - The Growing Critique of ‘Truth’ and ‘Memory’, página 81.

55 Nota de Carlo Mattogno: E.W. Jones, R.G. Williamson, “Factors Which Affect the Process of Cremation. Third Session.” Verbatim Report of the 1975 Annual Conference Organised by the Cremation Society of Great Britain, Cremation Society of Great Britain, Maidstone 1975, páginas 77-87, aqui Germar Rudolf (editor) Dissecting the Holocaust - The Growing Critique of ‘Truth’ and ‘Memory’, página 81.

57 Nota de Carlo Mattogno: Richard Kessler, “Rationelle Wärmewirtschaft in den Krematorien nach Maßgabe der Versuche im Dessauer Krematorium,” Die Wärmewirtschaft, nº9, páginas 150 e seguinte e 156 e seguinte.

Fonte: Carlo Mattogno e Franco Deana, em Germar Rudolf (editor) Dissecting the Holocaust - The Growing Critique of ‘Truth’ and ‘Memory’, Castle Hill Publishers, P.O. Box 243, Uckfield, TN22 9AW, UK; novembro, 2019. Capítulo The Cremation Furnaces of Auschwitz.

Acesse o livro gratuitamente no site oficial:

https://holocausthandbooks.com/index.php?main_page=1&page_id=1  

Sobre os autores: Franco Deana foi um engenheiro italiano. Carlo Mattogno nasceu em 1951 em Orvietto, Itália. Pesquisador revisionista, ele empreendeu estudos em filosofia (incluindo estudos linguísticos em grego, latim e hebraico bem como estudos orientais e religiosos)  e em estudos militares (estudou em três escolas militares). Desde 1979 dedica-se aos estudos revisionistas, tendo estado associado com o jornal francês Annales d’Histoire Revisionniste bem como com o The Journal of Historical Review.

Dentre seus mais de 20 livros sobre a temática do alegado holocausto estão: 

The Real Auschwitz Chronicle: The History of the Auschwitz Camps, 2 volumes, Castle Hill Publishers (Bargoed, Wales, UK), 2023.

Auschwitz: the first gassing – rumor and reality; Castle Hill, 4ª edição, corrigida, 2022.

Curated Lies – The Auschwitz Museum’s Misrepresentations, Distortions and Deceptions; Castle Hill, 2ª edição revisada e expandida, 2020.

Auschwitz Lies – Legends, Lies, and Prejudices on the Holocaust; Castle Hill, 4ª edição, revisada, 2017. (Junto de Germar Rudolf).   

Debunking the Bunkers of Auschwitz – Black Propaganda versus History; Castle Hill, 2ª edição revisada, 2016.

Inside the Gas Chambers: The Extermination of Mainstream Holocaust Historiography, 2ª edição corrigida, 2016.

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Recomendado, leia também:

O que é o Holocausto? - lições sobre holocausto - por Germar Rudolf

O que é ‘Negação do Holocausto’? - Por Barbara Kulaszka

O Primeiro Holocausto - por Germar Rudolf

O Primeiro Holocausto – e a Crucificação dos judeus deve parar - parte 1 - Por Olaf Rose (Parte 2 na sequência do próprio artigo)

O Holocausto de Seis Milhões de Judeus — na Primeira Guerra Mundial - por Thomas Dalton, Ph.D. {academic auctor pseudonym}

O Mito do extermínio dos judeus – Parte 1.1 {nenhum documento sequer visando o alegado extermínio dos judeus foi jamais encontrado} - por Carlo Mattogno (demais partes na sequência do próprio artigo)


Sobre o revisionismo em geral e o revisionismo do alegado Holocausto ver:

Uma breve introdução ao revisionismo do Holocausto - por Arthur R. Butz

{Retrospectiva Revisionismo em ação na História} – Definindo evidência - por Germar Rudolf

{Retrospectiva Revisionismo em ação na História} – Tipos e hierarquia de evidências - por Germar Rudolf

Por que o revisionismo do Holocausto? - por Theodore J. O'Keefe

Revisionismo e Promoção da Paz - parte 1 - por Harry Elmer Barnes

Revisionismo e Promoção da Paz - parte 2 - por Harry Elmer Barnes

O “Holocausto” colocado em perspectiva - por Austin Joseph App

A controvérsia internacional do “holocausto” - Arthur Robert Butz

Contexto e perspectiva na controvérsia do ‘Holocausto’ - parte 1 - por Arthur R. Butz

Contexto e perspectiva na controvérsia do ‘Holocausto’ - parte 2 - por Arthur R. Butz

O Relatório Leuchter: O Como e o Porquê - por Fred A. Leuchter

Sobre a importância do revisionismo para nosso tempo - por Murray N. Rothbard


Sobre as alegadas câmaras de gás nazistas homicidas ver:

As câmaras de gás: verdade ou mentira? - parte 1 - por Robert Faurisson (primeira de seis partes, as quais são dispostas na sequência).

A Mecânica do gaseamento - Por Robert Faurisson

O “problema das câmaras de gás” - Por Robert Faurisson

As câmaras de gás de Auschwitz parecem ser fisicamente inconcebíveis - Por Robert Faurisson

O Relatório Leuchter: O Como e o Porquê - por Fred A. Leuchter

A técnica e a química das ‘câmaras de gás’ de Auschwitz - por Germar Rudolf - Parte 1 - Introdução (demais partes na sequência do próprio artigo)


quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Gaza, poder judaico e o Holocausto - parte 3 - por Ron Keeva Unz

 Continuação de Gaza, poder judaico e o Holocausto - parte 2 - por Ron Keeva Unz

Ron Keeva Unz


Outras perspectivas na historiografia do Holocausto.

A importante análise historiográfica de Novick foi elogiada por muitos dos principais estudiosos judeus, mas outros pesquisadores a contestaram agudamente, por então eu li recentemente uma das principais refutações acadêmicas para conhecer o outro lado da história. After the Holocaust acabou sendo uma coleção bastante curta de ensaios de 2012 editada por David Cesarani e Eric J. Sundquist, com o subtítulo descritivo “Challenging the Myth of Silence” (Desafiando o mito do silêncio).

Eu não fiquei grandemente impressionado com o conteúdo e senti que o livro, na verdade, parecia reforçar o argumento de Novick. Os colaboradores incluíam mais de uma dúzia de historiadores que haviam vasculhado cuidadosamente a mídia e a literatura do período em busca de evidências que refutassem a tese de Novick, mas eles pareciam vir à tona quase totalmente vazios. Eles descreveram algumas denúncias agudas de antissemitismo, seja na Alemanha de Hitler ou nos Estados Unidos de Truman, mas, exceto por um pequeno pico na época dos Tribunais de Nuremberg, não havia quase nenhuma indicação na mídia de que algum Holocausto tivesse jamais ocorrido. Ocasionalmente, havia referências superficiais ao fato de os nazistas terem matado judeus, mas, em quase todos esses casos, o número de mortos implícito poderia muito bem ter sido seiscentos ou seis milhões e, na verdade, na amarga luta pós-guerra pela Palestina, alguns dos sionistas furiosos e seus aliados polemistas americanos às vezes denunciavam os britânicos por terem sido quase tão cruéis com os judeus quanto os nazistas alemães tinham sido.

A única grande exceção a esse clima de silêncio quase total foi encontrada no recém-criado Estado de Israel, que apresentou uma literatura muito difundida e popular sobre o Holocausto durante todo esse período. Mas a maior parte desse material consistia em relatos bizarros de perversão sexual sadomasoquista nos campos de extermínio nazistas e, com o passar dos anos, foi gradualmente reconhecida como mera ficção pornográfica.

Enquanto isso, outros acadêmicos de perspectivas ideológicas muito diferentes parecem chegar a conclusões muito semelhantes às de Novick. A longa resenha de Norman Finkelstein*18 sobre o trabalho de Novick logo foi publicada na London Review of Books e acabou levando-o a estender a análise do último autor e publicar The Holocaust Industry {A Indústria do Holocausto} em 2000, que se tornou um best-seller internacional. Embora os dois acadêmicos tenham divergido em sua ênfase e suas diferenças ideológicas acentuadas tenham provocado algumas trocas hostis – Novick era um sionista liberal dominante e Finkelstein um antissionista fervoroso – eu acho que suas descrições eram bastante complementares.

A área de especialização histórica de Finkelstein é o Oriente Médio e sua breve incursão no tema do Holocausto provavelmente foi inspirada pelo que ele considerava seu impacto político muito pernicioso sobre o conflito Israel/Palestina. Porém, na mesma época em que li o livro de Novick, eu também li os livros das especialistas em Holocausto Deborah Lipstadt e Lucy Dawidowicz, e descobri que elas confirmaram e ampliaram totalmente as conclusões de Novick, embora tenham apresentado suas descobertas em um tom e uma maneira muito diferentes.

O livro de Lipstadt de 1986, Beyond Belief [Além da Crença], demonstrou que, apesar dos altos clamores de ativistas judeus agitados, durante os anos de guerra, nem a grande mídia americana nem o público americano pareciam acreditar que o Holocausto estava realmente ocorrendo. Ela relatou que, ainda em 1944:

Escrevendo na segunda-feira no New York Times Magazine, {Arthur} Koestler citou pesquisas de opinião pública nos Estados Unidos, nas quais nove entre dez americanos médios rejeitaram as acusações contra os nazistas como mentiras de propaganda e declararam categoricamente que não acreditavam em uma palavra sequer.

Uns poucos anos antes, em 1981, a Harvard University Press tinha publicado The Holocaust and the Historians {O Holocausto e os Historiadores}, de Dawidowicz, no qual a autora criticou quase todos os nossos historiadores tradicionais do pós-guerra por ignorarem quase totalmente o Holocausto, escrevendo suas histórias como se ele nunca tivesse ocorrido.

Sua condenação severa se estendeu até mesmo ao britânico Alan Bullock, embora ele pareça ter sido o único historiador convencionalmente consolidado a mencionar o Holocausto durante essa época. Em 1952, quando ainda estava na casa dos 30 anos, ele publicou Hitler: A Study in Tyranny {Hitler: Um estudo em Tirania}, a primeira biografia abrangente do ditador alemão e dificilmente lisonjeira, como indica o título, e seu tratamento continuou sendo o trabalho padrão durante as décadas seguintes, influenciando muito os que vieram depois. No entanto, embora o Holocausto supostamente tenha sido responsável por cerca de 10% de todas as mortes ocorridas durante a guerra e seu livro tenha quase 800 páginas, ele aparentemente dedicou apenas três frases a esse tópico, limitando-se a citar as alegações de acusação feitas nos Tribunais de Nuremberg, cujas transcrições de julgamento foram a base principal de todo o seu texto. Na época de sua edição revisada de 1962, essas três frases haviam se transformado em vários parágrafos entre as 850 páginas, e ele agora citava o testemunho do recente julgamento de Eichmann em Israel, bem como o livro publicado por Gerald Reitlinger, um historiador de arte judeu.

Tanto Lipstadt quanto Dawidowicz se mostraram sionistas ferrenhos, que provavelmente desprezavam Novick por suas opiniões muito mais moderadas, sem falar no antissionismo estridente de Finkelstein, de modo que esses estudiosos apresentaram suas conclusões de forma muito diferente, mas todos eles apresentaram essencialmente a mesma visão da realidade histórica subjacente.

Para aqueles que gostariam de rever algumas dessas descobertas de forma conveniente e on-line, recomendo enfaticamente um trabalho de pesquisa de graduação de 2004 produzido para uma aula de Estudos sobre o Holocausto ministrada pelo Prof. Harold Marcuse na UCSB. Aparentemente Marcuse considerou o trabalho tão bom que decidiu colocá-lo on-line em seu próprio site.*19

Um livro adicional que eu li tinha um foco muito mais restrito, explorando cuidadosamente a cobertura do Holocausto em tempos de guerra – ou melhor, a falta dela – feita pelo jornal New York Times, de proprietários judeus, o jornal mais influente dos Estados Unidos. Buried by the Times foi publicado em 2005 por Laurel Leff, que passou 18 anos como repórter do Wall Street Journal e de outros veículos tradicionais antes de se tornar professora de Jornalismo na Northeastern University, e seu estudo exaustivo e acadêmico foi lançado pela Cambridge University Press. Como o título deixa subentendido, ela criticou o jornal de registro nacional dos Estados Unidos por subestimar e minimizar por completo os relatórios recebidos em tempo de guerra sobre uma campanha de extermínio de judeus em andamento, sendo que muitos dos principais editores aparentemente os descartaram como fabricações ridículas. Ela analisou detalhadamente o funcionamento interno do Times em relação a esse assunto e suas conclusões gerais pareciam em geral consistentes com as dos demais autores.

Finalmente, como outros exemplos desse estranho padrão de silêncio, eu devo mencionar o fato curioso de que as memórias e histórias do pós-guerra de 1948-1959 dos três grandes líderes aliados, Churchill, Eisenhower e De Gaulle, totalizaram mais de 7.000 páginas, mas não continham nenhuma menção ao Holocausto ou a qualquer um de seus principais elementos. O mesmo ocorreu com os volumosos diários publicados postumamente do general George Patton e de James Forrestal, nosso primeiro secretário de Defesa.

Tradução e palavras entre colchetes por Davi Ciampa Heras

Revisão e palavras entre chaves por Mykel Alexander


Notas

*18 Fonte utilizada por Ron Keeva Unz: How the Arab-Israeli War of 1967 gave birth to a memorial industry, por Norman Finkelstein, The London Review of Books, vol. 22 nº 1, 6 de janeiro de 2000.

*19 Fonte utilizada por Ron Keeva Unz: College Textbooks and the Holocaust, 1952-1968, Carlos Magaña, UCSB History, 133páginas, junho de 2004, 7.700 palavras.

https://marcuse.faculty.history.ucsb.edu/classes/133p/133p04papers/CMaganaTextbooks046.htm

Fonte: American Pravda: Gaza, Jewish Power, and the Holocaust, 19 de fevereiro de 2024, The Unz Review – An Alternative Media Selection.

https://www.unz.com/runz/american-pravda-gaza-jewish-power-and-the-holocaust/ 

Sobre o autor: Ron Keeva Unz (1961 -), de nacionalidade americana, oriundo de família judaica da Ucrânia, é um escritor e ativista político. Possui graduação de Bachelor of Arts (graduação superior de 4 anos nos EUA) em Física e também em História, pós-graduação em Física Teórica na Universidade de Cambridge e na Universidade de Stanford, e já foi o vencedor do primeiro lugar na Intel / Westinghouse Science Talent Search. Seus escritos sobre questões de imigração, raça, etnia e política social apareceram no The New York Times, no Wall Street Journal, no Commentary, no Nation e em várias outras publicações.

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Relacionado, leia também sobre a questão judaica, sionismo e seus interesses globais ver: 

Resenha de: A Legacy of Hate: Anti-Semitism in America {Um legado de ódio: antissemitismo na América}, de Ernest Volkman - por Louis Andrew Rollins

Resenha de The Fateful Triangle: The United States, Israel & The Palestinians {O Triângulo Fatídico: Os Estados Unidos, Israel e os Palestinos} de Noam Chomsky por Louis Andrew Rollins

Resenha de THE DECADENCE OF JUDAISM IN OUR TIME {A DECADÊNCIA DO JUDAÍSMO EM NOSSO TEMPO}, de Moshe Menuhin, por David McCalden (escrito sob o pseudônimo Lewis Brandon)

Resenha de GENOCIDE IN THE HOLY LAND {GENOCÍDIO NA TERRA SANTA}, Rabbi Moshe Schonfeld, Neturei Karta dos EUA - por Bezalel Chaim

 Genocídio em Gaza - por John J. Mearsheimer

{Retrospectiva 2023 - Genocídio em Gaza} - Morte e destruição em Gaza - por John J. Mearsheimer

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{Retrospectiva 1946 – terrorismo judaico-sionista} - O Ataque ao Hotel Rei David em Jerusalém - por W. R. Silberstein

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Memorando para o presidente {Ronald Reagan, tratando da questão Palestina-Israel} - quem são os palestinos? - por Issah Nakheleh

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A cultura do engano de Israel - por Christopher Hedges

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“Grande Israel”: O Plano Sionista para o Oriente Médio O infame "Plano Oded Yinon". - Por Israel Shahak - parte 1 - apresentação por Michel Chossudovsky (demais partes na sequência do próprio artigo)

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Conversa direta sobre o sionismo - o que o nacionalismo judaico significa - Por Mark Weber

Judeus: Uma comunidade religiosa, um povo ou uma raça? por Mark Weber

Controvérsia de Sião - por Knud Bjeld Eriksen

Sionismo e judeus americanos - por Alfred M. Lilienthal

Por trás da Declaração de Balfour A penhora britânica da Grande Guerra ao Lord Rothschild - parte 1 - Por Robert John {as demais 5 partes seguem na sequência}

Um olhar direto sobre o lobby judaico - por Mark Weber


Ex-rabino-chefe de Israel diz que todos nós, não judeus, somos burros, criados para servir judeus - como a aprovação dele prova o supremacismo judaico - por David Duke

Grande rabino diz que não-judeus são burros {de carga}, criados para servir judeus - por Khalid Amayreh

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O ódio ao Irã inventado pelo Ocidente serve ao sonho sionista de uma Grande Israel dominando o Oriente Médio - por Stuart Littlewood

Petróleo ou 'o Lobby' {judaico-sionista} um debate sobre a Guerra do Iraque

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O truque do diabo: desmascarando o Deus de Israel - Por Laurent Guyénot - parte 1 (Parte 2 na sequência do próprio artigo)

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Sionismo e o Terceiro Reich - por Mark Weber 

O Mito do extermínio dos judeus – Parte 1.1 {nenhum documento sequer visando o alegado extermínio dos judeus foi jamais encontrado} - por Carlo Mattogno

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