Mark Weber |
No início de 1935, um navio passageiro com destino para
Haifa na Palestina deixou o porto alemão de Brenerhaven. Sua popa trazia as
letras hebraicas por seu nome, “Tel Aviv”, enquanto uma bandeira suástica
vibrou no mastro. E embora o navio era de proprietário sionista, seu capitão
era um membro do Partido Nacional Socialista. Muitos anos depois, um viajante a
bordo do navio lembrou esta simbólica combinação como um “absurdo metafísico”1. Absurdo ou não, isto é apenas uma
vinheta de um capítulo pouco conhecido da história: A colaboração ampla entre o
sionismo e o Terceiro Reich de Hitler.
Objetivos comuns
Ao longo dos anos, as pessoas em muitos diferentes países
têm se atracado em luta com a “questão judaica”: ou seja, qual é o papel apropriado
dos judeus em uma sociedade não-judaica? Durante os anos da década de 1930,
judeus sionistas e alemães nacional socialistas compartilhavam similares visões
de como lidar com esta questão que causa perplexidade. Eles concordaram que
judeus e alemães eram distintamente nacionalidades diferentes, e que os judeus
não pertenciam à Alemanha. Judeus vivendo no Reich eram, portanto, para ser
considerados não como “Alemães com a fé judaica”, mas sim como membros de uma
comunidade nacional separada. Sionismo (nacionalismo judaico) também implicava
em uma obrigação pelos judeus sionistas para reassentarem-se na Palestina, a
“pátria judaica”. Eles dificilmente poderiam ver eles mesmos como sinceros
sionistas e simultaneamente reivindicar direitos iguais na Alemanha ou em
qualquer outro país “estrangeiro”.
Theodor Herzl (1860-1904), o fundador do moderno
sionismo, sustentou que o antissemitismo não é uma aberração, mas uma resposta
natural e completamente compreensível dos não-judeus ao comportamento e atitude
alienígena judaico. A única solução, ele argumentou, é os judeus reconhecerem a
realidade e viverem em um estado separado para eles próprios. “A questão
judaica existe onde quer que os judeus vivam em números noticiáveis,” ele
escreveu em seu mais influente trabalho, O Estado Judeu. “Onde ele {o
antissemitismo} não existir, ele é trazido pelo chegar de judeus... Eu acredito
que eu compreendo o antissemitismo, o qual é um fenômeno muito complexo. Eu
considero este desenvolvimento como um judeu, sem ódio ou medo.” A questão
judaica, sustentou, não é social ou religiosa. “É uma questão nacional. Para
resolvê-la nós devemos, acima de tudo, fazê-la uma questão de política
internacional...” Indiferente da cidadania deles, Herzl insistiu, os judeus
constituem não meramente uma comunidade religiosa, mas uma nacionalidade, um
povo, um Volk.2 O sionismo,
escreveu Herzl, oferece ao mundo uma bem vinda “solução final da questão
judaica”.3
Seis meses após Hitler chegar ao poder, a Federação
Sionista da Alemanha (de longe o maior grupo sionista no país) apresentou um
detalhado memorando para o novo governo que reviu as relações
germânica-judaicas e formalmente ofereceu o apoio sionista em “resolver” a vexatória
“questão judaica.” O primeiro passo, é sugerido, tinha de ser um franco
reconhecimento das fundamentais diferenças nacionais:4
O sionismo não tem ilusões sobre a dificuldade da condição judaica, a qual consiste, sobretudo, em um anormal padrão ocupacional e na falta de uma postura intelectual e moral não enraizada em nossa própria tradição. O sionismo reconheceu décadas atrás que como resultado de uma tendência assimiladora, sintomas de deterioração estavam em vias de aparecer...
O sionismo acredita que o renascimento da vida nacional de um povo, o qual está agora ocorrendo na Alemanha através da ênfase em seu caráter cristão e nacional, deve também chegar sobre o grupo nacional judaico. Para o povo judaico, também, origem nacional, religiosa, destino comum e um sentido de sua singularidade deve ser de decisiva importância na formação de sua existência. Isto significa que o individualismo egoísta da era liberal dever ser superado e substituído com um sentido de comunidade e responsabilidade coletiva...
Nós acreditamos que é precisamente a nova Alemanha [nacional-socialista] que pode, através de valorosa firmeza em lidar com a questão judaica, tomar o passo a decisivo frente a superação de um problema o qual, na verdade, irá ter que ser tratado pela maioria dos povos europeus...
Nosso reconhecimento da nacionalidade judaica é um aporte para um claro e sincero relacionamento para com o povo alemão e suas realidades raciais e nacionais. Precisamente porquê nós não desejamos falsificar estes fundamentos, porquê nós, também, somos contra o casamento misto e posicionamo-nos pelo mantimento da pureza do grupo judaico e rejeitamos quaisquer transgressões no domínio cultural, nós – tendo sido educados na linguagem germânica e na cultura germânica – podemos mostrar um interesse nos trabalhos e valores da cultura alemã com admiração e simpatia interna...
Para seus objetivos práticos, o sionismo espera estar apto a ganhar a colaboração de mesmo um governo hostil aos judeus, porque ao lidar com a questão judaica não coloca sentimentalismos envolvidos, mas sim coloca um real problema cuja solução interessa todas pessoas e no presente momento especialmente o povo germânico...
Propaganda de boicote – tal como está atualmente ocorrendo contra a Alemanha de muitas formas – é em essência não-sionista, porquê o sionismo não quer fazer uma batalha, mas sim convencer e construir...
Nós não somos cegos para o fato de que uma questão judaica existe e irá continuar a existir. A partir de uma anormal situação dos judeus severas desvantagens resultam delas, mas também condições escassamente toleráveis para outros povos.
O documento da federação, o Jüdische Rundschau (“Resenha
Judaica”), proclamou a mesma mensagem: “O sionismo reconhece a existência
de um problema judaico e deseja uma solução construtiva de longo alcance. Para
este propósito o sionismo deseja obter a assistência de todos os povos, sejam
pró ou antijudaicos, porque, em sua visão, nós estamos lidando mais com um
concreto do que com um sentimental problema, a solução da qual todos os povos
estão interessados.”5 Um jovem
rabino berlinense, Joachin Prinz, que posteriormente se estabeleceu nos Estados
Unidos e tornou-se líder do Congresso Judaico Americano, escreveu em seu livro
de 1934, Wir Juden (“Nós Judeus”), que a revolução nacional
socialista na Alemanha significava
“judiaria para os judeus”. Ele explicou: “Nenhum subterfúgio pode
salvar-nos agora. Em lugar de assimilação nós desejamos um novo conceito:
reconhecimento da nação judaica e da raça judaica.”6
Colaboração ativa
Sobre estas bases de suas ideologias similares sobre
etnia e nacionalidade, os nacional-socialistas e sionistas trabalharam juntos
para o que cada grupo acreditava que era seus próprios interesses nacionais.
Como resultado, o governo de Hitler apoiou vigorosamente o sionismo e a
emigração para a Palestina de 1933 até 1940-1941, quando a Segunda Guerra
Mundial impediu extensiva colaboração.
Mesmo conforme o Terceiro Reich tornou-se mais
estabelecido de modo entrincheirado, muitos judeus alemães, provavelmente uma
maioria, continuaram a considerar eles mesmos, frequentemente com considerável
orgulho, como alemães primeiramente. Poucos estavam entusiasmados em largar as
raízes para começar uma nova vida na distante Palestina. No entanto, mais e
mais judeus alemães rumaram para o sionismo durante este período. Até o final
de 1938, o movimento sionista floresceu na Alemanha de Hitler. A circulação do
periódico quinzenário da Federação Sionista, o Jüdische Rundschau,
cresceu enormemente. Numerosos livros sionistas foram publicados. “O trabalho
sionista estava em pleno andamento” na Alemanha durante aqueles anos, nota a Encyclopaedia
Judaica. Uma convenção sionista mantida em Berlim em 1936 refletiu “em sua
composição a vigorosa vida partidária dos sionistas alemães.”7
A SS estava
particularmente entusiasmada em seu suporte para o Sionismo. Um documento
interno de junho de 1934 urgiu suporte ativo e de amplo alcance para o sionismo
pelo governo e pelo Partido como o melhor meio para encorajar a emigração de
judeus alemães para a Palestina. Isto iria requerer aumento da própria
consciência judaica dos judeus. Escolas judaicas, ligas esportivas judaicas,
organizações culturais judaicas – em suma, tudo que poderia encorajar esta nova
consciência e autoconsciência – deveriam ser promovidas, recomendou o
documento.”8
O
oficial SS Leopold von Mildenstein e o oficial da Federação Sionista Kurt
Tuchler excursionaram juntos na Palestina por seis meses para avaliar o
desenvolvimento sionista lá. Baseado em suas observações de primeira mão, von
Mildenstein escreveu uma série de doze artigos ilustrados para o importante
diário berlinense Der Angriff que apareceu no fim de 1934 sobre o título
“Um nazi viaja para Palestina”. A série expressou grande admiração para o
espírito de pioneirismo e de realizações dos colonos judeus. O autodesenvolvimento
sionista, escreveu von Mildenstein, tinha produzido um novo tipo de judeu. Ele
elogiou o sionismo como um grande benefício para ambos o povo judeu e para o
mundo inteiro. Uma pátria judaica na Palestina, ele escreveu em seu artigo de
conclusão, “apontou o caminho para curar um ferimento de séculos no corpo do
mundo: a questão judaica.” Der Angriff emitiu uma medalha especial, com
a Suástica em um lado e a Estrela de David no outro lado, para comemorar a
visita conjunta SS-Sionista. Uns poucos meses depois dos artigos serem
publicados, Von Mildenstein foi promovido para a chefia do departamento de
assuntos judaicos do serviço de segurança da SS afim de apoiar a migração
sionista mais efetivamente.9
"Der Angriff emitiu uma medalha especial, com a Suástica em um lado e a Estrela de David no outro lado, para comemorar a visita conjunta SS-Sionista." {Crédito da foto: Ynetnews, ‘A Nazi travels to Palestine’: A swastika and Star of David on one coin, por Itay Ilnai, 21 de janeiro de 2018.} |
O jornal oficial da SS, Das Schwarze Korps,
proclamou seu apoio para o sionismo em maio de 1935 na primeira página do
jornal: “O tempo pode não estar muito longe quando a Palestina irá novamente
estar apta para receber seus filhos que têm estado perdido por mais que mil
anos. Nossos bons desejos, junto com a oficial boa vontade, para eles.”10 Quatro meses depois, um artigo similar
apareceu em um jornal da SS:11
O reconhecimento da judiaria como comunidade racial baseada no sangue e não na religião levou o governo alemão garantir sem reservas a separação racial nesta comunidade. O governo encontra-se ele mesmo em completo acordo com o grande movimento espiritual dentro da judiaria, o então chamado sionismo, com seu reconhecimento de solidariedade da judiaria ao redor do mundo e sua rejeição de todas noções de assimilação. Nestas bases, a Alemanha assumirá medidas que irão desempenhar certamente um significante papel no futuro no tratamento do problema judaico ao redor do mundo.
Uma linha principal de navegação alemã começou o serviço
de passageiros de Hamburgo para Haifa, Palestina, em outubro de 1933 oferecendo
“comida estritamente koscher em seus navios, sob a supervisão do rabinato de
Hamburgo.”12
Com a retaguarda oficial, os sionistas trabalharam incansavelmente para “reeducar” os judeus alemães. Conforme o historiador americano Francis Nicosia colocou em sua pesquisa de 1985, The Third Reich and the Palestine Question: “Os sionistas foram encorajados a levar a mensagem deles para a comunidade judaica, para coletar dinheiro, mostrar filmes sobre a Palestina e, de modo geral, para educar os judeus alemães sobre a Palestina. Havia considerável pressão para ensinar os judeus na Alemanha para cessarem de identificarem-se eles mesmos como alemães e para despertarem uma nova identidade judaica nacional neles mesmos.”13
Em
uma entrevista após a Guerra, o ex-líder da Federação Sionista da Alemanha, Dr.
Hans Friedenthal, resumiu a situação: “A Gestapo fez tudo naqueles dias para promover
a emigração, particularmente para a Palestina. Nós frequentemente recebemos a
ajuda deles quando nós requisitamos qualquer coisa de outras autoridades considerando
os preparativos para emigração.”14
No
Congresso do Partido Nacional Socialista de setembro de 1935, o Reichstag
adotou as chamadas “leis de Nuremberg” que proibiam casamentos e relações
sexuais entre judeus e alemães e, de fato, proclamavam os judeus uma
nacionalidade de minoria estrangeira. Alguns dias depois, o sionista Jüdische
Rundschau saudou editorialmente as novas medidas:15
A Alemanha ... está atendendo às demandas do Congresso Sionista Mundial quando declara que os judeus agora vivendo na Alemanha são uma minoria nacional. Uma vez que os judeus tenham sido marcados como uma minoria nacional, é novamente possível estabelecer relações normais entre a nação alemã e os judeus. As novas leis dão à minoria judaica na Alemanha sua própria vida cultural, sua própria vida nacional. No futuro poderá dar forma às suas próprias escolas, ao seu próprio teatro e às suas próprias associações desportivas. Em suma, pode criar seu próprio futuro em todos os aspectos da vida nacional...
A Alemanha deu à minoria judaica a oportunidade de viver por si mesma e está oferecendo proteção estatal para esta vida separada da minoria judaica: o processo de crescimento do judaísmo em uma nação será assim encorajado e uma contribuição será feita para o estabelecimento de mais toleráveis relações entre as duas nações.
Georg
Kareski, o chefe da Organização Estatal Sionista “Revisionista” e da Liga
Cultural Judaica, e ex-chefe da Comunidade Judaica de Berlim, declarou em uma
entrevista ao diário berlinense Der Angriff no final de 1935:16
Por muitos anos eu tenho considerado uma separação completa dos assuntos culturais dos dois povos [judeus e alemães] como uma pré-condição para viver juntos sem conflito... Há muito eu tenho apoiado uma tal separação, desde que provida no respeito à nacionalidade alienígena. As Leis de Nuremberg... parecem-me, independentemente das suas disposições legais, conformar-se inteiramente com este desejo de uma vida separada baseada no respeito mútuo... Esta interrupção do processo de dissolução em muitas comunidades judaicas, que tinha sido promovido através casamentos mistos é, portanto, do ponto de vista judaico, inteiramente bem-vinda.
Líderes
sionistas em outros países ecoaram essas opiniões. Stephen S. Wise, presidente
do Congresso Judaico Americano e do Congresso Judaico Mundial, disse em um
comício em Nova York em junho de 1938: “Não sou um cidadão americano de fé
judaica, sou judeu... Hitler estava certo em uma coisa. Ele chama o povo judeu
de uma raça e nós somos uma raça.”17
O
especialista em assuntos judaicos do Ministério do Interior, Dr. Bernhard
Lösener, expressou apoio ao sionismo em um artigo que apareceu em uma edição de
novembro de 1935 do Reichsverwaltungsblatt oficial:18
Se os judeus já tivessem seu próprio estado no qual a maioria deles estava estabelecida, então a questão judaica poderia ser considerada completamente resolvida hoje, também para os próprios judeus. A menor oposição às ideias subjacentes às Leis de Nuremberg tem sido mostrada pelos sionistas, porque eles perceberam de uma vez que essas leis representam a única solução correta também para o povo judeu. Pois cada nação deve ter seu próprio estado como expressão externa de sua nacionalidade particular.
Em
cooperação com as autoridades alemãs, grupos sionistas organizaram uma rede de
cerca de quarenta acampamentos e centros agrícolas em toda a Alemanha, onde os
colonos em potencial eram treinados para suas novas vidas na Palestina. Embora
as Leis de Nuremberg proíbam os judeus de exibir a bandeira alemã, os judeus
tiveram especificamente garantido o direito de exibir a bandeira nacional
judaica azul e branca. A bandeira que um dia seria adotada por Israel foi
hasteada nos campos e centros sionistas na Alemanha de Hitler.19
O
serviço de segurança de Himmler cooperou com o Haganah, a organização militar
clandestina sionista na Palestina. A agência SS pagou Feivel Polkes, oficial da
Haganah, por informações sobre a situação na Palestina e pela ajuda em
direcionar a emigração judaica para aquele país. Enquanto isso, o Haganah foi
mantido bem informado sobre os planos alemães por um espião que conseguiu
plantar no quartel-general da SS em Berlim.20
A colaboração Haganah-SS incluiu até entregas secretas de armas alemãs a
colonos judeus para uso em confrontos com árabes palestinos.21
Após
a explosão de violência e destruição da “Kristallnacht” em novembro de 1938, a
SS rapidamente ajudou a organização sionista a se levantar e continuar seu
trabalho na Alemanha, embora agora sob supervisão mais restrita.22
Reservas Oficiais
O
apoio alemão ao sionismo não era ilimitado. Os funcionários do governo e do
partido estavam muito atentos à campanha contínua das poderosas comunidades
judaicas nos Estados Unidos, Grã-Bretanha e outros países para mobilizar “seus”
governos e concidadãos contra a Alemanha. Enquanto o judaísmo mundial
permanecesse implacavelmente hostil à Alemanha nacional-socialista, e enquanto
a grande maioria dos judeus ao redor do mundo mostrasse pouca vontade de se
reassentar na “terra prometida” sionista, um estado judeu soberano na Palestina
não “resolveria” realmente a questão judaica internacional. Ao invés,
raciocinaram as autoridades alemãs, isso fortaleceria imensuravelmente essa
perigosa campanha antialemã. O apoio alemão ao sionismo foi, portanto, limitado
ao apoio a uma pátria judaica na Palestina sob controle britânico, não a um
estado judeu soberano.23
Um
estado judeu na Palestina, informou o ministro das Relações Exteriores aos
diplomatas em junho de 1937, não seria do interesse da Alemanha porque não
seria capaz de absorver todos os judeus do mundo, mas serviria apenas como uma
base de poder adicional para os judeus internacionais, em muito da mesma forma
que Moscou serviu de base para o comunismo internacional.24 Refletindo uma espécie de mudança na
política oficial, a imprensa alemã expressou muito mais simpatia em 1937 pela
resistência árabe palestina às ambições sionistas, numa época em que a tensão e
o conflito entre judeus e árabes na Palestina estava crescendo agudamente.25
Um boletim circular do Ministério das Relações Exteriores
de 22 de junho de 1937 alertou que, apesar do apoio ao assentamento judaico na
Palestina, “seria um erro supor que a Alemanha apoia a formação de uma
estrutura estatal na Palestina sob alguma forma de controle judaico. Tendo em
vista a agitação antigermânica do judaísmo internacional, a Alemanha não pode
concordar que a formação de um estado judeu na Palestina ajudaria no
desenvolvimento pacífico das nações do mundo.”26
“A proclamação de um estado judeu ou de uma Palestina administrada por judeus”,
alertou um memorando interno da seção de assuntos judaicos da SS, “criaria para
a Alemanha um novo inimigo, que teria uma profunda influência nos
desenvolvimentos no Oriente Próximo.” Outra agência da SS previu que um estado
judeu “trabalharia para trazer proteção especial para minorias judaicas em
todos os países, dando assim proteção legal à atividade de exploração do
judaísmo mundial.”27 Em
janeiro de 1939, o novo ministro das Relações Exteriores de Hitler, Joachim von
Ribbentrop, também advertiu em outro boletim circular que “a Alemanha deve
considerar a formação de um estado judeu como perigosa” porque “traria um
aumento internacional de poder para a judiaria mundial.”28
O próprio Hitler revisou pessoalmente toda essa questão
no início de 1938 e, apesar de seu antigo ceticismo em relação às ambições
sionistas e dúvidas de que suas políticas pudessem contribuir para a formação
de um estado judeu, decidiu apoiar a migração judaica para a Palestina ainda
mais vigorosamente. A perspectiva de livrar a Alemanha de seus judeus, concluiu
ele, pesava mais que os possíveis perigos.29
Enquanto
isso, o governo britânico impôs restrições cada vez mais drásticas à imigração
judaica na Palestina em 1937, 1938 e 1939. Em resposta, o serviço de segurança
da SS concluiu uma aliança secreta com a agência clandestina sionista Mossad
le-Aliya Bet para contrabandear judeus ilegalmente para a Palestina. Como um esultado
dessa intensa colaboração, vários comboios de navios conseguiram chegar à
Palestina passando pelas canhoneiras britânicas. A migração judaica, legal e
ilegal, da Alemanha (incluindo a Áustria) para a Palestina aumentou
dramaticamente em 1938 e 1939. Outros 10.000 judeus estavam programados para
partir em outubro de 1939, mas a eclosão da guerra em setembro pôs fim ao
esforço. Assim, contudo, as autoridades
alemãs continuaram a promover a emigração judaica indireta para a Palestina
durante 1940 e 1941.30 Mesmo tão
tarde quanto março de 1942, pelo menos um campo de treinamento sionista “kibutz”
oficialmente autorizado para emigrantes em potencial continuou a operar na
Alemanha de Hitler.31
O Acordo de Transferência
A
peça central da cooperação germano-sionista durante a era de Hitler foi o
Acordo de Transferência, um pacto que permitiu que dezenas de milhares de
judeus alemães migrassem para a Palestina com suas riquezas. O Acordo, também
conhecido como Haavara (hebraico para “transferência”), foi concluído em agosto
de 1933 após conversas entre autoridades alemãs e Chaim Arlosoroff, secretário
político da Agência Judaica, o centro palestino da Organização Sionista
Mundial.32
Através
desse arranjo incomum, cada judeu com destino à Palestina depositava dinheiro
em uma conta especial na Alemanha. O dinheiro foi usado para comprar
ferramentas agrícolas de fabricação alemã, materiais de construção, equipamentos
de bombeamento, fertilizantes e assim por diante, que foram exportados para a
Palestina e vendidos lá pela companhia judaica Haavara em Tel-Aviv. O dinheiro
das vendas foi dado ao emigrante judeu na sua chegada à Palestina em valor
correspondente ao seu depósito na Alemanha. Mercadorias alemãs chegavam à
Palestina através do Haavara, que foi complementado pouco tempo depois com um
acordo de escambo pelo qual laranjas palestinas eram trocadas por madeira
alemã, automóveis, maquinário agrícola e outros bens. O Acordo, portanto,
serviu ao objetivo sionista de trazer colonos judeus e capital de
desenvolvimento para a Palestina, ao mesmo tempo em que serviu ao objetivo
alemão de libertar o país de um grupo alienígena indesejado.
Os delegados do Congresso Sionista de 1933 em Praga
debateram vigorosamente os méritos do Acordo. Alguns temiam que o pacto minasse
o boicote econômico internacional dos judeus contra a Alemanha. Mas as
autoridades sionistas tranquilizaram o Congresso. Sam Cohen, uma figura-chave
por trás do acordo Haavara, enfatizou que o acordo não era economicamente
vantajoso para a Alemanha. Arthur Ruppin, especialista em emigração da
Organização Sionista que ajudou a negociar o pacto, pontuou que “o Acordo de
Transferência não interferiu de forma alguma no movimento de boicote, desde que
nenhuma nova moeda fluirá para a Alemanha como um resultado do acordo...”33 O Congresso Sionista de 1935, reunido
na Suíça, endossou o pacto de forma esmagadora. Em 1936, a Agência Judaica (o
sionista “governo nas sombras” na Palestina) assumiu o controle direto do
Ha'avara, o qual permaneceu efetivo até que a Segunda Guerra Mundial forçou seu
abandono.
Alguns oficiais alemães se opuseram ao acordo. O Cônsul
Geral da Alemanha em Jerusalém, Hans Döhle, por exemplo, criticou duramente o
Acordo em várias ocasiões durante o ano de 1937. Ele ressaltou que custou à
Alemanha as divisas que os produtos exportados para a Palestina por meio do
pacto trariam se fossem vendidos em outro lugar. A venda do monopólio Haavara
de mercadorias alemãs para a Palestina por meio de uma agência judaica
naturalmente irritou os empresários alemães e os árabes de lá. O apoio oficial
alemão ao sionismo pode levar à perda de mercados alemães em todo o mundo
árabe. O governo britânico também se ressentiu do acordo.34 Um boletim interno do Ministério das
Relações Exteriores da Alemanha de junho de 1937 referia-se aos “sacrifícios
cambiais” resultantes do Haavara.35
Um memorando interno de dezembro de 1937 do Ministério do
Interior alemão revisou o impacto do Acordo de Transferência: “Não há dúvida de
que o acordo de Haavara contribuiu significativamente para o rápido
desenvolvimento da Palestina desde 1933. O Acordo forneceu não somente a maior
fonte de dinheiro (da Alemanha!), mas também o grupo mais inteligente de
imigrantes e, finalmente, trouxe para o país as máquinas e produtos industriais
essenciais para o desenvolvimento.” A principal vantagem do pacto, relatava o
memorando, era a emigração de um grande número de judeus para a Palestina, o
país-alvo mais desejável tanto quanto estava concernido a Alemanha. Mas o
jornal também notou as importantes desvantagens apontadas pelo cônsul Döhle e
outros. O Ministro do Interior, continuou, havia concluído que as desvantagens
do acordo agora superavam as vantagens e que, portanto, ele deveria ser terminado.36
Somente
um homem poderia resolver a controvérsia. Hitler revisou pessoalmente a
política em julho e setembro de 1937, e novamente em janeiro de 1938, e todas
as vezes decidiu manter o arranjo de Haavara. O objetivo de remover os judeus
da Alemanha, concluiu ele, justificava os rebotes inconvenientes.37
O Ministério da Economia do Reich ajudou a organizar
outra empresa de transferência, a Agência Internacional de Comércio e
Investimentos, ou Intria, através da da qual os judeus em países estrangeiros
poderiam ajudar os judeus alemães a emigrar para a Palestina. Quase $ 900.000
foram finalmente canalizados através do Intria para judeus alemães na
Palestina.38 Outros países europeus
ansiosos para encorajar a emigração judaica concluíram acordos com os sionistas
modelados após o Ha'avara. Em 1937, a Polônia autorizou a companhia de
transferência Halifin (hebraico para “troca”). Pelo final do verão de 1939,
Tchecoslováquia, Romênia, Hungria e Itália haviam assinado acordos semelhantes.
A eclosão da guerra em setembro de 1939, no entanto, impediu a implementação em
larga escala desses acordos.39
Conquistas de Haavara
Entre
1933 e 1941, cerca de 60.000 judeus alemães emigraram para a Palestina através
do Ha'avara e outros acordos sionistas alemães, ou cerca de dez por cento da
população judaica da Alemanha em 1933. (Esses judeus alemães representavam
cerca de 15% da população judaica da Palestina em 1939.) Alguns emigrantes
Ha'avara transferiram considerável riqueza pessoal da Alemanha para a
Palestina. Conforme observou o historiador judeu Edwin Black: “Muitas dessas pessoas,
especialmente no final da década de 1930, foram autorizadas a transferir
réplicas reais de suas casas e fábricas – na verdade, réplicas toscas de sua
própria existência.”40
A quantia total transferida da Alemanha para a Palestina
através do Ha'avara entre agosto de 1933 e o final de 1939 foi de 8,1 milhões
de libras ou 139,57 milhões de marcos alemães (então equivalente a mais de $ 40
milhões). Essa monta incluiu 33,9 milhões de marcos alemães (US$ 13,8 milhões)
fornecidos pelo Reichsbank em conexão com o Acordo.41
O historiador Black tem estimado que US$ 70 milhões
adicionais podem ter entrado na Palestina por meio de acordos comerciais
alemães e transações bancárias internacionais especiais. Os fundos alemães
tiveram um grande impacto em um país tão subdesenvolvido quanto a Palestina na
década de 1930, ele destacou. Vários grandes empreendimentos industriais foram
construídos com o capital da Alemanha, incluindo o sistema hidráulico Mekoroth
e a firma têxtil Lodzia. O influxo de bens e capital Ha'avara, concluiu Black, “produziu
uma explosão econômica na Palestina judaica” e foi “um fator indispensável na
criação do Estado de Israel.”42
O acordo de Ha'avara contribuiu grandemente para o
desenvolvimento judaico na Palestina e assim, indiretamente, para a fundação do
estado de Israel. Um boletim circular do Ministério das Relações Exteriores da
Alemanha de janeiro de 1939 reportou, com alguma apreensão, que “a
transferência de propriedade judaica para fora da Alemanha [através do acordo
de Ha'avara] contribuiu em grande parte para a construção de um estado judeu na
Palestina.” 43
Ex-funcionários
da empresa Ha'avara na Palestina confirmaram essa visão em um estudo detalhado
do Acordo de Transferência publicado em 1972: “A atividade econômica
possibilitada pelo influxo de capital alemão e as transferências de Haavara
para os setores público e privado foram de grande importância para o
desenvolvimento do país. Muitas novas indústrias e empresas comerciais foram
estabelecidas na Palestina judaica, e inúmeras empresas que são extremamente
importantes até hoje na economia do Estado de Israel devem sua existência ao
Haavara.”44 O Dr. Ludwig Pinner,
funcionário da empresa Ha'avara em Tel Aviv durante a década de 1930, comentou mais
tarde que os imigrantes Ha'avara excepcionalmente competentes “contribuíram
decisivamente” para o desenvolvimento econômico, social, cultural e educacional
da comunidade judaica da Palestina.45
O Acordo de Transferência foi o exemplo mais abrangente
de cooperação entre a Alemanha de Hitler e o sionismo internacional. Através
desse pacto, o Terceiro Reich de Hitler fez mais do que qualquer outro governo
durante a década de 1930 para apoiar o desenvolvimento judaico na Palestina.
Sionistas oferecem
aliança militar com Hitler
No
início de janeiro de 1941, uma pequena, mas importante organização sionista
apresentou uma proposta formal aos diplomatas alemães em Beirute para uma
aliança político-militar com a Alemanha durante o tempo de guerra. A oferta foi
feita pelos radicais clandestinos “Lutadores pela Liberdade de Israel,” mais
conhecidos como Lehi ou Stern Gang. Seu líder, Avraham Stern, havia
recentemente rompido com a “Organização Militar Nacional” radical nacionalista (Irgun
Zvai Leumi) por causa da atitude do grupo em relação à Grã-Bretanha, que havia
efetivamente banido novos assentamentos judaicos na Palestina. Stern
considerava a Grã-Bretanha como o principal inimigo do sionismo.
Esta
destacável proposta sionista “para a solução da questão judaica na Europa e a
participação ativa do NMO {National Military Organization/Organização Militar
Nacional} [Lehi] na guerra ao lado da Alemanha” vale a pena citar em alguma
extensão:46
Em seus discursos e declarações, os principais estadistas da Alemanha nacional-socialista frequentemente enfatizam que uma Nova Ordem na Europa exige como pré-requisito uma solução radical da questão judaica por meio da evacuação. (“Europa livre de judeus”).
A evacuação das massas judaicas da Europa é uma pré-condição para resolver a questão judaica. No entanto, a única maneira de isso ser totalmente alcançado é por meio do estabelecimento dessas massas na pátria do povo judeu, a Palestina, e pelo estabelecimento de um estado judeu em suas fronteiras históricas.
O objetivo da atividade política e dos anos de luta do Movimento pela Liberdade de Israel, a Organização Militar Nacional na Palestina (Irgun Zvai Leumi), é resolver o problema judaico dessa forma e assim libertar completamente o povo judeu para sempre.
O NMO {National Military Organization/Organização Militar Nacional}, que está muito familiarizado com a boa vontade do governo do Reich alemão e seus funcionários em relação às atividades sionistas na Alemanha e ao programa de emigração sionista, assume esta visão que:
1. Interesses comuns podem existir entre uma Nova Ordem Europeia baseada no conceito alemão e as verdadeiras aspirações nacionais do povo judeu conforme incorporadas pela NMO {National Military Organization/Organização Militar Nacional}.
2. A cooperação é possível entre a Nova Alemanha e um judaísmo nacional folclórico renovado [Hebräertum].
3. O estabelecimento do estado judeu histórico em uma base nacional e totalitária, e vinculado por tratado com o Reich alemão, seria do interesse de manter e fortalecer a futura posição alemã de poder no Oriente Próximo.
Com base nessas considerações e na condição de que o governo do Reich alemão reconheça as aspirações nacionais do Movimento pela Liberdade de Israel mencionadas acima, a NMO {National Military Organization/Organização Militar Nacional} na Palestina se oferece para participar ativamente da guerra ao lado da Alemanha.
Esta oferta da NMO {National Military Organization/Organização Militar Nacional} poderia incluir atividades militares, políticas e informativas dentro da Palestina e, após certas medidas organizacionais, também fora dela. Junto com isso, os homens judeus da Europa seriam treinados militarmente e organizados em unidades militares sob a liderança e comando da NMO {National Military Organization/Organização Militar Nacional}. Eles participariam de operações de combate com o objetivo de conquistar a Palestina, caso tal frente fosse formada.
A participação indireta do Movimento pela Liberdade de Israel na Nova Ordem da Europa, já em fase preparatória, combinada com uma solução radical positiva do problema judaico europeu com base nas aspirações nacionais do povo judeu mencionadas acima, fortaleceria muito o fundamento moral da Nova Ordem aos olhos de toda a humanidade.
A cooperação do Movimento de Liberdade de Israel também seria consistente com um discurso recente do chanceler do Reich alemão, no qual Hitler enfatizou que utilizaria qualquer combinação e coalizão para isolar e derrotar a Inglaterra.
Não
há registro de qualquer resposta alemã. De qualquer forma, a aceitação era
muito improvável porque nessa época a política alemã era decididamente
pró-árabe.47 Destacadamente, o grupo
de Stern procurou concluir um pacto com o Terceiro Reich em uma época em que as
histórias de que Hitler estava empenhado em exterminar os judeus já estavam em
ampla circulação. Stern aparentemente não acreditou nas histórias ou estava disposto
a colaborar com o inimigo mortal de seu povo para ajudar a criar um estado
judeu.48
Um membro importante do Lehi na época em que o grupo fez
essa oferta foi Yitzhak Shamir, que mais tarde serviu como ministro das
Relações Exteriores de Israel e depois, durante grande parte da década de 1980
e até junho de 1992, como primeiro-ministro. Como chefe de operações de Lehi
após a morte de Stern em 1942, Shamir organizou vários atos de terror,
incluindo o assassinato em novembro de 1944 do ministro britânico do Oriente
Médio, Lord Moyne, e o assassinato em setembro de 1948 do mediador sueco das
Nações Unidas, conde Bernadotte. Anos depois, quando Shamir foi questionado
sobre a oferta de 1941, ele confirmou que estava ciente da proposta de aliança
de sua organização com a Alemanha durante o tempo de guerra.49
Conclusão
A
despeito da hostilidade básica entre o regime de Hitler e os judeus
internacionais, durante vários anos os interesses do sionismo judeu e do
nacional-socialismo alemão coincidiram. Ao colaborar com os sionistas para uma
solução mutuamente desejável e humana para um problema complexo, o Terceiro
Reich estava disposto a fazer sacrifícios cambiais, prejudicar as relações com
a Grã-Bretanha e enraivecer os árabes. De fato, durante a década de 1930,
nenhuma nação fez mais para promover substancialmente os objetivos
judaico-sionistas do que a Alemanha de Hitler.
Tradução
e palavras entre chaves por Mykel Alexander
1 Nota de Mark Weber: W. Martini, “Hebräisch unterm Hakenkreuz,” Die Welt (Hamburg), 10 de janeiro de 1975. Citado em: Klaus Polken, “The Secret Contacts: Zionism and Nazi Germany, 1933-1941,” Journal of Palestine Studies, primavera-verão de 1976, página 65.
2 Nota de Mark Weber: Citado em: Ingrid Weckert, Feuerzeichen: Die "Reichskristallnacht" (Tübingen: Grabert, 1981), página 212. Ver também Th. Herzl, The Jewish State (New York: Herzl Press, 1970), página 33, 35, 36, e, Edwin Black, The Transfer Agreement (New York: Macmillan, 1984), p. 73.
3 Nota de Mark Weber: Th. Herzl, “Der Kongress,” Welt, June 4, 1897. Reimpresso em: Theodor Herzls zionistische Schriften (Leon Kellner, ed.), erster Teil, Berlin: Jüdischer Verlag, 1920, página 190 (e página 139).
4 Nota de Mark Weber: Memorando de
21 de junho de 1933, em: L. Dawidowicz, A Holocaust Reader (New
York: Behrman, 1976), páginas 150-155, e (em parte) em: Francis R.
Nicosia, The Third Reich and the Palestine Question (Austin:
Univ. of Texas, 1985), página 42; Sobre o sionismo na Alemanha antes da
ascensão de Hitler ao poder, ver: Donald L. Niewyk, The Jews in Weimar
Germany (Baton Rouge: 1980), páginas 94-95, 126-131, 140-143; F.
Nicosia, Third Reich (Austin: 1985), página 1-15.
5 Nota de Mark Weber: Jüdische Rundschau (Berlin), 13 de junho de 1933. Citado em: Heinz Höhne, The Order of the Death's Head (New York: Ballantine, pb., 1971, 1984), páginas 376-377.
6 Nota de Mark Weber: Heinz Höhne, The Order of the Death's Head (Ballantine, 1971, 1984), páginas 376.
7 Nota de Mark Weber: “Berlin,” Encyclopaedia Judaica (New York and Jerusalem: 1971), Vol. 5, página 648. Para dar uma olhada em um aspecto dessa “vida vigorosa”, veja: J.-C. Horak, “Zionist Film Propaganda in Nazi Germany,” Historical Journal of Film, Radio and Television, Vol. 4, nº 1, 1984, páginas 49-58.
8 Nota de Mark Weber: Francis R. Nicosia, The Third Reich and the Palestine Question (1985), páginas 54-55.; Karl A. Schleunes, The Twisted Road to Auschwitz (Urbana: Univ. of Illinois, 1970, 1990), páginas 178-181.
9 Nota de Mark Weber: Jacob Boas, “A Nazi Travels to Palestine,” History Today (Londres), January 1980, página 33-38.
10 Nota de Mark Weber: Reimpressão fac-símile da primeira página do Das Schwarze Korps, 15 de maio de 1935, em: Janusz Piekalkiewicz, Israels Langer Arm (Frankfurt: Goverts, 1975), páginas 66-67. Também citado em: Heinz Höhne, The Order of the Death's Head (Ballantine, 1971, 1984), página 377. Ver também: Erich Kern, ed., Verheimlichte Dokumente (Munich: FZ-Verlag, 1988), página 184.
11 Nota de Mark Weber: Das Schwarze Korps, 26 de setembro de 1935. Citado em: F. Nicosia, The Third Reich and the Palestine Question (1985), página 56-57.
12 Nota de Mark Weber: Lenni Brenner, Zionism in the Age of the Dictators (1983), página 83.
13 Nota de Mark Weber: F. Nicosia, The Third Reich and the Palestine Question (1985), página 60. Ver também: F. Nicosia, “The Yishuv and the Holocaust,” The Journal of Modern History (Chicago), Vol. 64, nº 3, setembro de 1992, páginas 533-540.
14 Nota de Mark Weber: F. Nicosia, The Third Reich and the Palestine Question (1985), página 57.
15 Nota de Mark Weber: Jüdische Rundschau, 17 de setembro de 1935. Citaod em Yitzhak Arad, com Y. Gutman e A. Margaliot, eds., Documents on the Holocaust (Jerusalem: Yad Vashem, 1981), páginas 82-83.
16 Nota de Mark Weber: Der Angriff, 23 de dezembro de1935, em E. Kern, ed., Verheimlichte Dokumente (Munich: 1988), página 148; F. Nicosia, Third Reich (1985), página 56.; L. Brenner, Zionism in the Age of the Dictators (1983), página 138; A. Margaliot, “The Reaction...,” ad Vashem Studies (Jerusalem), vol. 12, 1977, páginas 90-91; Sobre a notável carreira de Kareski, ver: H. Levine, “A Jewish Collaborator in Nazi Germany,” Central European History (Atlanta), setembro de 1975, páginas 251-281.
17 Nota de Mark Weber: “Dr. Wise Urges Jews to Declare Selves as Such,” New York Herald Tribune, 13 de junho de 1938, página 12.
18 Nota de Mark Weber: F. Nicosia, The Third Reich (1985), página 53.
19 Nota de Mark Weber: Lucy Dawidowicz, The War Against the Jews, 1933-1945 (New York: Bantam, pb., 1976), páginas 253-254; Max Nussbaum, “Zionism Under Hitler,” Congress Weekly (New York: American Jewish Congress), 11 de setembro de 1942; F. Nicosia, The Third Reich (1985), páginas 58-60, 217; Edwin Black, The Transfer Agreement (1984), página 175.
20 Nota de Mark Weber: H. Höhne, The Order of the Death's Head (Ballantine, pb., 1984), páginas 380-382; K. Schleunes, Twisted Road (1970, 1990), página 226. Relatório secreto da inteligência interna da SS sobre F. Polkes, 17 de junho de 1937, em: John Mendelsohn, ed., The Holocaust (New York: Garland, 1982), vol. 5, páginas 62-64.
21 Nota de Mark Weber: F. Nicosia, Third Reich (1985), páginas 63-64, 105, 219-220.
22 Nota de Mark Weber: F. Nicosia, Third Reich (1985), página 160.
23 Nota de Mark Weber: Essa distinção também está implícita na “Declaração de Balfour” de novembro de 1917, na qual o governo britânico expressou apoio a “um lar nacional para o povo judeu” na Palestina, evitando cuidadosamente qualquer menção a um estado judeu. Referindo-se à maioria da população árabe lá, a Declaração continuou a advertir, “... sendo claramente entendido que nada deve ser feito que possa prejudicar os direitos civis e religiosos das comunidades não-judaicas existentes na Palestina.” O texto completo da Declaração é reproduzido em fac-símile em: Robert John, Behind the Balfour Declaration (IHR, 1988), p. 32.
{Também a tradução do artigo de
Robert John sobre o contexto da Declaração de Balfour segue abaixo:
- Por trás da Declaração de Balfour A penhora
britânica da Grande Guerra ao Lord Rothschild, parte 1 - por Robert John, 11 de
julho de 2020, World Traditional Front. (as demais 5 partes seguem na
sequência).
https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2020/07/por-tras-da-declaracao-de-balfour.html }
24 Nota de Mark Weber: F. Nicosia, Third Reich (1985), página 121.
25 Nota de Mark Weber: F. Nicosia, Third Reich (1985), página 124.
26 Nota de Mark Weber: David Yisraeli, The Palestine Problem in German Politics 1889-1945 (Bar-Ilan University, Israel, 1974), página 300; Também em: Documents on German Foreign Policy, Series D, Vol. 5. Doc. Nº 564 ou 567.
27 Nota de Mark Weber: K. Schleunes, The Twisted Road (1970, 1990), página 209.
28 Nota de Mark Weber: Circular de 25 de janeiro de 1939. Nuremberg document 3358-PS. International Military Tribunal, Trial of the Major War Criminals Before the International Military Tribunal (Nuremberg: 1947-1949), vol. 32, páginas. 242-243. Nazi Conspiracy and Aggression (Washington, DC: 1946-1948), vol. 6, páginas 92-93.
29 Nota de Mark Weber: F. Nicosia, Third Reich (1985), páginas 141-144; Sobre a visão crítica de Hitler sobre o sionismo em Mein Kampf, ver especialmente Vol. 1, capítulo 11. Citado em: Robert Wistrich, Hitler's Apocalypse (London: 1985), página 155; Ver também: F. Nicosia, Third Reich (1985), páginas 26-28. Hitler disse a seu ajudante do exército em 1939 e novamente em 1941 que havia perguntado aos britânicos em 1937 sobre a transferência de todos os judeus da Alemanha para a Palestina ou o Egito. Os britânicos rejeitaram a proposta, disse ele, porque causaria mais desordem. Ver: H. v. Kotze, ed., Heeresadjutant bei Hitler (Stuttgart: 1974), páginas 65, 95.
30 Nota de Mark Weber: F. Nicosia, Third Reich (1985), páginas 156, 160-164, 166-167; H. Höhne, The Order of the Death's Head (Ballantine, pb., 1984), páginas 392-394; Jon e David Kimche, The Secret Roads (London: Secker and Warburg, 1955), páginas 39-43. Ver também David Yisraeli, “The Third Reich and Palestine,” Middle Eastern Studies, October 1971, página 347.; Bernard Wasserstein, Britain and the Jews of Europe, 1939-1945 (1979), página 43, 49, 52, 60; T. Kelly, “Man who fooled Nazis,” Washington Times, 28 de abril de 1987, páginas 1B, 4B. Baseado na entrevista com Willy Perl, autor de The Holocaust Conspiracy.
31 Nota de Mark Weber: Y. Arad, et al., eds., Documents On the Holocaust (1981), página 155. (O kibutz de treinamento ficava em Neuendorf e pode ter funcionado mesmo depois de março de 1942.)
32 Nota de Mark Weber: Sobre o Acordo em geral, ver: Werner Feilchenfeld, et al., Haavara-Transfer nach Palaestina (Tübingen: Mohr/Siebeck, 1972); David Yisraeli, “The Third Reich and the Transfer Agreement,” Journal of Contemporary History (London), nº 2, 1971, páginas 129-148; “Haavara,” Encyclopaedia Judaica (1971), vol. 7, páginas 1012-1013; F. Nicosia, The Third Reich and the Palestine Question (Austin: 1985), páginas 44-49; Raul Hilberg, The Destruction of the European Jews (New York: Holmes and Meier, 1985), páginas 140-141; The Transfer Agreement, por Edwin Black, é detalhado e útil. No entanto, contém inúmeras imprecisões e conclusões extremamente errôneas. Veja, por exemplo, a crítica de Richard S. Levy em Commentary, setembro de 1984, páginas 68-71.
33 Nota de Mark Weber: E. Black, The Transfer Agreement (1984), páginas 328, 337.
34 Nota de Mark Weber: Sobre a oposição ao Haavara nos círculos oficiais alemães, ver W. Feilchenfeld, et al., Haavara-Transfer nach Palaestina (1972), páginas 31-33; D. Yisraeli, “The Third Reich,” Journal of Contemporary History, 1971, páginas 136-139; F. Nicosia, The Third Reich and the Palestine Question, páginas 126-139.; I. Weckert, Feuerzeichen (1981), páginas 226-227; Rolf Vogel, Ein Stempel hat gefehlt (Munich: Droemer Knaur, 1977), páginas 110 e seguintes.
35 Nota de Mark Weber: W. Feilchenfeld, et al., Haavara-Transfer (1972), página 31. Entire text in: David Yisraeli, The Palestine Problem in German Politics 1889-1945 (Israel: 1974), páginas 298-300.
36 Nota de Mark Weber: Memorando interno do Ministério do Interior (assinado pelo Secretário de Estado W. Stuckart), 17 de dezembro de 1937, em: Helmut Eschwege, ed., Kennzeichen J (Berlim: 1966), páginas 132-136.
37 Nota de Mark Weber: W. Feilchenfeld, et al, Haavara-Transfer (1972), página 32.
38 Nota de Mark Weber: E. Black, Transfer Agreement, páginas 376-377.
39 Nota de Mark Weber: E. Black, Transfer Agreement (1984), páginas 376, 378.; F. Nicosia, Third Reich (1985), páginas 238-239 (nota 91).
40 Nota de Mark Weber: E. Black, Transfer Agreement, página 379; F. Nicosia, Third Reich, páginas 212, 255 (nota 66).
41 Nota de Mark Weber: W. Feilchenfeld, et al., Haavara-Transfer, página 75.; “Haavara,” Encyclopaedia Judaica, (1971), Vol. 7, página 1013.
42 Nota de Mark Weber: E. Black, Transfer Agreement, páginas 379, 373, 382.
43 Nota de Mark Weber: Circular de 25 de janeiro de 1939. Nuremberg document 3358-PS. International Military Tribunal, Trial of the Major War Criminals Before the International Military Tribunal (Nuremberg: 1947-1949), Vol. 32, páginas 242-243.
44 Nota de Mark Weber: Werner Feilchenfeld, et al., Haavara-Transfer nach Palaestina (Tübingen: Mohr/Siebeck, 1972). Citado em: Ingrid Weckert, Feuerzeichen (Tübingen: Grabert, 1981), páginas 222-223.
45 Nota de Mark Weber: W. Feilchenfeld, et al., Haavara-Transfer nach Palaestina(1972). Citado em: I. Weckert, euerzeichen (1981), página 224.
46 Nota de Mark Weber: Documento original em alemão Auswärtiges Amt Archiv, Bestand 47-59, E 224152 e E 234155-58. (Fotocópia em posse do autor); Texto original alemão completo publicado em: David Yisraeli, The Palestine Problem in German Politics 1889-1945 (Israel: 1974), páginas 315-317. Veja também: Klaus Polkhen, “The Secret Contacts,” Journal of Palestine Studies, primavera-verão de 1976, páginas 78-80.; (Na época em que esta oferta foi feita, o grupo Lehi de Stern ainda se considerava o verdadeiro Irgun/NMO {National Military Organization/Organização Militar Nacional}.)
47 Nota de Mark Weber: Os nacionalistas árabes se opuseram à Grã-Bretanha, que então dominava grande parte do mundo árabe, incluindo Egito, Iraque e Palestina. Como a Grã-Bretanha e a Alemanha estavam em guerra, a Alemanha cultivou o apoio árabe. O líder dos árabes da Palestina, o Grande Mufti de Jerusalém, Haj Amin el-Husseini, trabalhou em estreita colaboração com a Alemanha durante os anos de guerra. Depois de escapar da Palestina, ele falou com o mundo árabe pelo rádio alemão e ajudou a recrutar muçulmanos na Bósnia para as Waffen SS.
48 Nota de Mark Weber: Israel Shahak, “Yitzhak Shamir, Then and Now,” Middle East Policy (Washington, DC), Vol. 1, nº 1, (inteiro nº 39), 1992, páginas 27-38; Yehoshafat Harkabi, Israel's Fateful Hour (New York: Harper and Row, 1988), páginas 213-214. Citado em: Andrew J. Hurley, Israel and the New World Order (Santa Barbara, Calif.: 1991), páginas 93, 208-209; Avishai Margalit, “The Violent Life of Yitzhak Shamir,” New York Review of Books, 14 de maio de 1992, páginas 18-24.; Lenni Brenner, Zionism in the Age of the Dictators (1983), páginas 266-269; L. Brenner, Jews in America Today (1986), páginas 175-177; L. Brenner, “Yitzhak Shamir: On Hitler's Side,” Arab Perspectives (League of Arab States), March 1984, páginas 11-13.
49 Nota de Mark Weber: Avishai
Margalit, “The Violent Life of Yitzhak Shamir,” New York Review of
Books, 14 de maio de 1992, páginas 18-24; Lenni Brenner, Zionism in
the Age of the Dictators (1983), páginas 266-269; L. Brenner, Jews
in America Today (1986), páginas 175-177; L. Brenner, “Skeletons in
Shamir's Cupboard,” Middle East International, 30 de setembro de
1983, ppáginas 15-16; Sol Stern, L. Rapoport, “Israel's Man of the Shadows,” Village
Voice (New York), 3 de julho de 1984, páginas 13 e seguintes.
Fonte: The Journal of
Historical Review, julho-agosto, 1993 (Vol. 13, nº 4), páginas 29-37.
https://www.ihr.org/jhr/v13/v13n4p29_Weber.html
Sobre o autor: Mark weber é um historiador americano, escritor, palestrante e analista de questões atuais. Ele estudou história na Universidade de Illinois (Chicago), na Universidade de Munique (Alemanha), e na Portland State University. Ele possui um mestrado em História Europeia da Universidade de Indiana. Desde 1995 ele tem sido diretor do Institute for Historical Review, um centro independente de publicações, educação e pesquisas de interesse público, no sul da Califórnia, que trabalha para promover a paz, compreensão e justiça através de uma maior consciência pública para com o passado. Foi por anos editor do The Journal for Historical Review. Em março de 1988, ele testemunhou por cinco dias no Tribunal Distrital de Toronto como uma testemunha especialista reconhecida na política judaica da Alemanha durante a guerra e na questão do Holocausto.
Sobre a questão judaica, sionismo e seus interesses no Oriente Médio ver:
Por trás da Declaração de Balfour A penhora britânica da Grande Guerra ao Lord Rothschild - parte 1 - Por Robert John {as demais 5 partes seguem na sequência}
Raízes do Conflito Mundial Atual – Estratégias sionistas e a duplicidade Ocidental durante a Primeira Guerra Mundial – por Kerry Bolton
Iraque: Uma guerra para Israel - Por Mark Weber
Petróleo ou 'o Lobby' {judaico-sionista} um debate sobre a Guerra do Iraque
Líbia: trata-se do petróleo ou do Banco Central? - Por Ellen Brown
Expondo a agenda Líbia: uma olhada mais de perto nos e-mails de Hillary - por Ellen Brown
Por que querem destruir a Síria? - por Dr. Ghassan Nseir
Os judeus da América estão dirigindo as guerras da América - Por Philip Girald
Sobre a questão judaica, sionismo e seus interesses globais ver:
Conversa direta sobre o sionismo - o que o nacionalismo judaico significa - Por Mark Weber
Judeus: Uma comunidade religiosa, um povo ou uma raça? por Mark Weber
Controvérsia de Sião - por Knud Bjeld Eriksen
Sionismo e judeus americanos - por Alfred M. Lilienthal
Antissemitismo: Por que ele existe? E por que ele persiste? - Por Mark Weber
Congresso Mundial Judaico: Bilionários, Oligarcas, e influenciadores - Por Alison Weir
Os extremistas do judaísmo internacional não queriam territórios para eles fora da Palestina, mas para os palestinos eles querem um lugar fora da Palestina:
ResponderExcluirhttps://www.globalresearch.ca/israel-in-discussions-with-congo-to-resettle-palestinians-from-gaza/5845207