quarta-feira, 9 de outubro de 2024

As fornalhas de cremação de Auschwitz - parte 3 - por Carlo Mattogno e Franco Deana

 Continuação de As fornalhas de cremação de Auschwitz - parte 2 - por Carlo Mattogno e Franco Deana

Carlo Mattogno


3.3. J. A. Topf & Söhne, Erfurt

Em relação as fornalhas de cremação, a empresa J.A. Topf & Sons de Erfurt iniciou suas operações de fabricação no início da Primeira Guerra Mundial39 e obteve sucesso notável no início da década de 1920. Seus primeiros modelos foram pioneiros em várias inovações, particularmente um sistema de aquecimento externo de mufla.40 Isso impedia que os produtos da combustão entrassem na mufla, permitindo assim um processo de cremação totalmente indireto.

Esta fornanlha de cremação consistia em um gerador de gás alimentado por coque; uma câmara de cremação independente (mufla); um sistema de canais abaixo (recuperador), o qual servia para pré-aquecer o ar necessário para a cremação; e o desvio dos gases de monóxido de carbono ao redor da mufla.41 As fornalhas Topf construídas durante a década de 1920 necessitavam de 60 a 75 minutos por cremação e consumiam cerca de 160 a 260 kg (350 a 570 libras) de coque por cremação.42

Durante a década de 1920, a J. A. Topf & Sons se tornou a principal fabricante de fornalhas de cremação comerciais da Alemanha. Entre 1922 e 1927, nada menos que 18 das 24 fornalhas instaladas em crematórios alemães foram construídas pela Topf.43 No início da década de 1930, a supremacia comercial da Topf foi consolidada.44 Naquela então, a Topf & Sons havia alcançado um nível tecnológico muito avançado. Eles merecem o crédito por projetar a primeira fornalha de cremação aquecida a gás totalmente funcional da Alemanha (1927, em Dresden), bem como a primeira fornalha de cremação elétrica do país, que entrou em serviço em Erfurt em 1933. A empresa também foi pioneira em melhorias na tecnologia de cremação, como a grelha de pós-combustão e a grelha rotativa.

Embora as fornalhas elétricas Topf não tivessem concorrência na Alemanha, a supremacia da empresa no campo de fabricação de fornalhas foi seriamente ameaçada naqueles anos pelo forno a gás recém-desenvolvido do tipo Volckmann-Ludwig.45 Em aspectos tecnológicos, a Topf Company respondeu à concorrência representada pela nova fornalha posando uma fornalha a gás Modelo 1934.46 Em termos propagandísticos, eles responderam com polêmicas bastante duras na forma de um artigo muito agressivo do engenheiro Kurt Prüfer,47 o homem que projetaria as fornalhas de três e oito muflas de Birkenau; a crítica apresentada naquele artigo, no entanto, foi refutada por Richard Kessler.48

 

3.4. Estrutura e operação de fornos de cremação a coque da década de 1930

Este tipo de fornalha consistia em um gerador de gás, uma câmara de incineração ou mufla, uma câmara de pós-combustão abaixo dela e um recuperador depois. O gerador de gás, revestido com material refratário, tinha a grade usual para o coque e aberturas para regular a entrada de ar e remover cinzas e escória. Um canal vertical ou oblíquo conduzia os gases de combustão para dentro da mufla. Como resultado da falta de oxigênio, o coque queimava apenas parcialmente no gerador de gás, produzindo gases ricos em monóxido de carbono, que eram levados para a mufla, onde queimavam com ar pré-aquecido adicional vindo do recuperador.

A mufla era uma câmara de combustão horizontal revestida com material refratário. As “Normas para a construção e operação de fornalhas para cremação de cadáveres humanos” alemãs promulgadas em 1937 prescreviam as seguintes dimensões mínimas para tal mufla: largura: 900 milímetros; altura: 900 milímetros; comprimento: 2500 milímetros.49

Na frente, a mufla era fechada com uma veneziana tipo guilhotina feita de argila refratária. Na frente dessa veneziana havia uma porta externa de aço. O fundo da mufla consistia em uma grade feita de argila refratária, na qual o caixão era colocado. Os restos do corpo caíam pela grade refratária na câmara de pós-combustão com paredes inclinadas estreitando-se para uma pequena cavidade na qual o recipiente para as cinzas era colocado.

Aberturas na câmara de pós-combustão levavam os gases de combustão para o recuperador, que era um trocador de calor consistindo de canais entrelaçados de entrada de ar fresco e saída de gases de exaustão em contracorrente. Como resultado dessa troca de calor, o recuperador tinha temperaturas entre 400 e 600 °C. A fornalha era uma estrutura de dois níveis: o gerador de gás e o recuperador estavam em um nível mais baixo, enquanto a câmara de incineração estava em um nível mais alto.

A operação deste sistema era como segue: Primeiro, o obturador da conduta de fumaça era aberto. Então, o fogo de coque no gerador era aceso com a ajuda de um pouco de madeira. Assim que os gases de combustão queimando na mufla aumentavam a temperatura da mufla para um nível operacional, o obturador de introdução era aberto e o caixão era introduzido na mufla. Por causa da alta temperatura da mufla, o caixão pegou fogo já durante a introdução. Queimou rapidamente, deixando o cadáver na grelha. Primeiro, o cadáver desidratava, então as partes combustíveis eram incineradas. Os produtos sólidos da incineração do cadáver caíam na câmara de pós-combustão e, finalmente, no recipiente de cinzas, enquanto os produtos gasosos se moviam para as condutas laterais do recuperador e desciam através delas para a conduta de gás residual, de onde subiam pela conduta exaustor. Após o desenvolvimento da chama ter parado, as cinzas incandescentes eram raspadas para o recipiente de cinzas. O forno era operado com a ajuda de vários controles (suprimento de combustível, recuperador e entrada de ar do gerador, obturador de exaustão).50

Tradução e palavras entre chaves por Mykel Alexander

Continua em As fornalhas de cremação de Auschwitz - parte 4 - por Carlo Mattogno e Franco Deana

Notas:

39 Nota de Carlo Mattogno: Topf, “Das Krematorium zu Hirschberg in Preussisch-Schlesien,” em: Phoenix. Blätter für wahlfreie Feuerbestattung und verwandte Gebiete, Vienna, XXVIII(10) (1915), páginas 296-298; Topf, “Die Hirschberger Feuerhalle”, Phoenix. Blätter für wahlfreie Feuerbestattung und verwandte Gebiete, Vienna, XXIX(4) (1916), páginas 97-104.

40 Nota de Carlo Mattogno: Kaiserliches Patentamt (Imperial Patent Office), Patent nº. 218581. Class 24d. publicado em 08 de fevereiro, 1910. Max J. Kergel in Beuthen, O.-S. Leichenverbrennungsofen mit Rekuperator. Patenteado no Império Alemão em 04 de outubro de 1908.

41 Nota de Carlo Mattogno: Balduin Reichenwallner, Tod und Bestattung, Katakomben-Verlag/Balduin Reichenwallner, Munich, 1926, páginas 28 e seguinte.

42 Nota de Carlo Mattogno: Öfen für Krematorien System Topf. J. A. Topf & Söhne Erfurt. Maschinenfabrik und feuerungstechnisches Baugeschäft, brochura promocional de 1926.

43 Nota de Carlo Mattogno: Jahrbuch des Verbandes der Feuerbestattungs-Vereine Deutscher Sprache 1928, Vol. IV, Königsberg, 1928, página 84.

44 Nota de Carlo Mattogno: Friedrich Hellwig, “Vom Bau und Betrieb der Krematorien,” Gesundheits-Ingenieur, 54(24) (1931), página 370.

45 Nota de Carlo Mattogno: Sobre o forno elétrico Topf, veja Konrad Weiss, “Der erste deutsche elektrisch beheizte Einäscherungsofen im Krematorium Erfurt,” Gesundheits-Ingenieur, 57(37) (15 de setembro de, 1934), páginas 453-457; Topf, “Elektrisch betriebener Topf-Einäscherungsofen D.R.P. angem.,” Zentralblatt für Feuerbestattung, 7(6) (1935), páginas 88 e seguintes.; Konrad Weiss, “Die Entwicklung des elektrisch beheizten Einäscherungsofens im Krematorium Erfurt,” Gesundheits-Ingenieur, 60(11) (1937), páginas 159-162; Fritz Schumacher, Die Feuerbestattung, J. M. Gebhardts Verlag, Leipzig, 1939, páginas 28 e seguintes.; Rudolf Jakobskötter, “Die Entwicklung der elektrischen Einäscherung bis zu dem neuen elektrisch beheizten Heißlufteinäscherungsofen in Erfurt,” Gesundheits-Ingenieur, 64(43) (1941), páginas 579-587. O primeiro forno crematório europeu com aquecimento elétrico entrou em serviço em Biel, Suíça, em 31 de agosto de 1933; conferir Hans Keller, “Der elektrische Einäscherungsofen im Krematorium Biel,” em: Bieler Feuerbestattungs-Genossenschaft in Biel (ed.), Jahresbericht pro 1933, Biel 1934; Hans Keller, Der elektrische Ofen im Krematorium Biel, Graphische Anstalt Schühler A.G., Biel 1935. Este forno experimental foi gradualmente aperfeiçoado pela empresa BBC Brown Boveri, que não tinha um grande mercado na Alemanha; conferir G. Keller, Die Elektrizität im Dienste der Feuerbestattung, Aktiengesellschaft Brown, Boveri & Cie, special reprint from the Brown Boveri Mitteilungen, No. 6/7, Baden (Switzerland) 1942. Considerando a fornalha Volckmann-Ludwig, conferir Hans Volckmann, “Ein neues Einäscherungsverfahren,”Zentralblatt für Feuerbestattung, 3(4) (1931); Hans Volckmann, “Der neue Einäscherungsofen System Volckmann-Ludwig,” Zentralblatt für Feuerbestattung, 3(4) (1931); Hans Volckmann, “Das Volckmann-Ludwig-Verfahren und die Kesslerschen Richtlinien,” Zentralblatt für Feuerbestattung, 6(8) (1934); H. Wolfer, “Der neue ‘Volckmann-Ludwig’-Einäscherungsofen im Stuttgarter Krematorium,” Gesundheits-Ingenieur, 55(13) (1932).

46 Nota de Carlo Mattogno: Hugo Etzbach, Der technische Vorgang bei einer Feuerbestattung, Druck Johannes Friese, Cologne 1935, páginas 3-5. Considerando a fornalha a gás Topf, conferir também Fritz Schumacher, Die Feuerbestattung, J. M. Gebhardts Verlag, Leipzig, 1939, páginas 25 e seguintes.

47 Nota de Carlo Mattogno: Kurt Prüfer, “‘Ein neues Einäscherungsverfahren.’ Eine Entgegnung,” Die Flamme, 40 (1931), páginas 5 e seguinte; para as polêmicas na correspondência da empresa, conferir também Weimar State Archives, 2/555a.

48 Nota de Carlo Mattogno: R. Kessler, “Der neue Einäscherungsofen System Volckmann-Ludwig,” Zentralblatt für Feuerbestattung, 3(3) (1931).

49 Nota de Carlo Mattogno: Richtlinien für den Bau von Öfen zur Einäscherung menschlicher Leichen aufgestellt vom Großdeutschen Verbande der Feuerbestattungsvereine, in: Zentralblatt für Feuerbestattung, 5(6) (1933), página 4.

50 Nota de Carlo Mattogno: Ver em particular E. Beutinger, Handbuch der Feuerbestattung. Carl Scholze Verlag, Leipzig 1911, páginas 94-127.

 

Fonte: Carlo Mattogno e Franco Deana, em Germar Rudolf (editor) Dissecting the Holocaust - The Growing Critique of ‘Truth’ and ‘Memory’, Castle Hill Publishers, P.O. Box 243, Uckfield, TN22 9AW, UK; novembro, 2019. Capítulo The Cremation Furnaces of Auschwitz.

Acesse o livro gratuitamente no site oficial:

https://holocausthandbooks.com/index.php?main_page=1&page_id=1  

Sobre os autores: Franco Deana foi um engenheiro italiano. Carlo Mattogno nasceu em 1951 em Orvietto, Itália. Pesquisador revisionista, ele empreendeu estudos em filosofia (incluindo estudos linguísticos em grego, latim e hebraico bem como estudos orientais e religiosos)  e em estudos militares (estudou em três escolas militares). Desde 1979 dedica-se aos estudos revisionistas, tendo estado associado com o jornal francês Annales d’Histoire Revisionniste bem como com o The Journal of Historical Review.

Dentre seus mais de 20 livros sobre a temática do alegado holocausto estão: 

The Real Auschwitz Chronicle: The History of the Auschwitz Camps, 2 volumes, Castle Hill Publishers (Bargoed, Wales, UK), 2023.

Auschwitz: the first gassing – rumor and reality; Castle Hill, 4ª edição, corrigida, 2022.

Curated Lies – The Auschwitz Museum’s Misrepresentations, Distortions and Deceptions; Castle Hill, 2ª edição revisada e expandida, 2020.

Auschwitz Lies – Legends, Lies, and Prejudices on the Holocaust; Castle Hill, 4ª edição, revisada, 2017. (Junto de Germar Rudolf).   

Debunking the Bunkers of Auschwitz – Black Propaganda versus History; Castle Hill, 2ª edição revisada, 2016.

Inside the Gas Chambers: The Extermination of Mainstream Holocaust Historiography, 2ª edição corrigida, 2016.

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Recomendado, leia também:

O que é o Holocausto? - lições sobre holocausto - por Germar Rudolf

O que é ‘Negação do Holocausto’? - Por Barbara Kulaszka

O Primeiro Holocausto - por Germar Rudolf

O Primeiro Holocausto – e a Crucificação dos judeus deve parar - parte 1 - Por Olaf Rose (Parte 2 na sequência do próprio artigo)

O Holocausto de Seis Milhões de Judeus — na Primeira Guerra Mundial - por Thomas Dalton, Ph.D. {academic auctor pseudonym}

O Mito do extermínio dos judeus – Parte 1.1 {nenhum documento sequer visando o alegado extermínio dos judeus foi jamais encontrado} - por Carlo Mattogno (demais partes na sequência do próprio artigo)


Sobre o revisionismo em geral e o revisionismo do alegado Holocausto ver:

Uma breve introdução ao revisionismo do Holocausto - por Arthur R. Butz

{Retrospectiva Revisionismo em ação na História} – Definindo evidência - por Germar Rudolf

{Retrospectiva Revisionismo em ação na História} – Tipos e hierarquia de evidências - por Germar Rudolf

Por que o revisionismo do Holocausto? - por Theodore J. O'Keefe

Revisionismo e Promoção da Paz - parte 1 - por Harry Elmer Barnes

Revisionismo e Promoção da Paz - parte 2 - por Harry Elmer Barnes

O “Holocausto” colocado em perspectiva - por Austin Joseph App

A controvérsia internacional do “holocausto” - Arthur Robert Butz

Contexto e perspectiva na controvérsia do ‘Holocausto’ - parte 1 - por Arthur R. Butz

Contexto e perspectiva na controvérsia do ‘Holocausto’ - parte 2 - por Arthur R. Butz

O Relatório Leuchter: O Como e o Porquê - por Fred A. Leuchter

Sobre a importância do revisionismo para nosso tempo - por Murray N. Rothbard


Sobre as alegadas câmaras de gás nazistas homicidas ver:

As câmaras de gás: verdade ou mentira? - parte 1 - por Robert Faurisson (primeira de seis partes, as quais são dispostas na sequência).

A Mecânica do gaseamento - Por Robert Faurisson

O “problema das câmaras de gás” - Por Robert Faurisson

As câmaras de gás de Auschwitz parecem ser fisicamente inconcebíveis - Por Robert Faurisson

O Relatório Leuchter: O Como e o Porquê - por Fred A. Leuchter

A técnica e a química das ‘câmaras de gás’ de Auschwitz - por Germar Rudolf - Parte 1 - Introdução (demais partes na sequência do próprio artigo)


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