Continuação de Gaza, poder judaico e o Holocausto - parte 3 - por Ron Keeva Unz
Ron Keeva Unz |
Uma revolução copernicana
sobre o Holocausto?
Como
eu tenho repetidamente enfatizado, a única e breve exceção ao padrão
generalizado de minimizar ou ignorar o Holocausto durante e após a Segunda
Guerra Mundial ocorreu no período imediatamente após a guerra, especialmente em
torno dos Tribunais de Nuremberg de 1946, nos quais os principais líderes
nazistas foram julgados e executados por esses crimes.#4
Mas, na década de 1950, um número cada vez maior de americanos proeminentes
passou a considerar esses procedimentos legais de alto nível como profundamente
vergonhosos, uma farsa judicial cujos veredictos preestabelecidos se basearam
em confissões extraídas por meio de tortura, documentos falsos e perjúrio.#5
Essa
foi certamente a posição adotada pelo Prof. John Beaty,#20
que ocupou um cargo crucial em nossa Inteligência Militar durante a guerra e,
em 1951, publicou The Iron Curtain Over America, o qual se tornou um
grande best-seller entre os conservadores:
Além disso, ele foi mordaz em relação aos Julgamentos de Nuremberg, que descreveu como uma “grande mancha indelével” nos Estados Unidos e “uma farsa da justiça.” Segundo ele, os procedimentos foram dominados por judeus alemães vingativos, muitos dos quais se envolveram em falsificação de testemunhos ou até mesmo tinham antecedentes criminais. Como resultado, esse “fiasco imundo” apenas ensinou aos alemães que “nosso governo não tinha senso de justiça”. O senador Robert Taft, líder republicano do imediato pós-guerra, adotou uma posição muito semelhante, que mais tarde lhe valeu o elogio de John F. Kennedy em Profiles in Courage. O fato de o promotor-chefe soviético em Nuremberg ter desempenhado o mesmo papel durante os notórios e apelativamente espetaculares julgamentos stalinistas do final da década de 1930, durante os quais vários antigos bolcheviques confessaram todos os tipos de coisas absurdas e ridículas, dificilmente aumentou a credibilidade dos procedimentos para muitos observadores externos.
Em
suas memórias de 1981, o Prof. Revilo Oliver, outra importante figura da
Inteligência Militar em tempos de guerra, assumiu a mesma posição#21, e os dez anos de pesquisa de
arquivos do Prof. Joseph Bendersky#22
indicaram que essa também era a opinião de muitos ou da maioria de nossos
principais generais e oficiais da Inteligência Militar.
Em
1962, o historiador e filósofo americano Thomas Kuhn publicou seu influente
estudo The Structure of Scientific Revolutions [A estrutura das
revoluções científicas]. Ele introduziu a noção de “mudança de paradigma”
na qual o acúmulo gradual de fatos anômalos ou inexplicáveis acaba fazendo com
que uma estrutura de entendimento estabelecida seja subitamente derrubada e
substituída por outra radicalmente diferente, um processo exemplificado pela
Revolução Copernicana.
Eu
acho que todos os leitores atenciosos que digeriram cuidadosamente os trabalhos
dos principais estudiosos do Holocausto, como Novick, Lipstadt, Dawidowicz e
Bendersky, complementados por um pouco de material adicional, certamente
estariam preparados para passar por essa transformação intelectual sobre esse
assunto, quer estejam dispostos a reconhecê-la ou não.
Considere
que quase nenhum dos nossos principais jornalistas ou historiadores reconheceu
a realidade do Holocausto durante ou após a Segunda Guerra Mundial, enquanto os
Tribunais de Nuremberg de 1946, que supostamente estabeleceram esses fatos,
foram altamente fraudulentos. Portanto, parece o cúmulo da arrogância presumir
que todos esses observadores contemporâneos muito bem informados estavam
errados e que, em vez disso, deveríamos confiar em autores que publicaram
muitos anos, às vezes muitas décadas, depois desses eventos.
Ao
invés, nós devemos considerar a possibilidade muito real de que o Holocausto
seja apenas uma farsa, um resíduo meio esquecido de propaganda desonesta da
época da guerra que eventualmente ressuscitou por pesquisadores crédulos ou
tendenciosos décadas mais tarde e, posteriormente então, transformado em um
ícone cultural gigantesco por produtores e roteiristas ignorantes de Hollywood.
De fato, em seu livro de 1951 o Prof. Beaty havia casualmente ridicularizado a
história do Holocausto exatamente nesses termos e, embora ele veio a estar sob
ferozes ataques pela ADL e outros grupos por todos os outros motivos, nenhum
deles jamais desafiou sua explicita “negação do Holocausto.”
Para
seu considerável crédito, perto do final de seu excelente livro, Novick
observou a existência de “negadores do Holocausto”, mas tratou o assunto de
forma desdenhosa e muito apressadamente superficial, dando-lhe apenas algumas
páginas em seu longo livro. Ele casualmente os difamou como “caprichosamente excêntricos
{cranks}, caras malucos {kooks} e desajustados {misfits},” “com parafusos
soltos {screwballs}”, “desajustados à realidade {fruitcakes}” e “loucamente desequilibrados
{nuts}”, sem dar nenhuma indicação de que tenha se dado ao trabalho de ler,
muito menos de considerar seriamente, qualquer material que esse movimento
tenha produzido. Com toda a justiça, várias das pessoas que ele nomeou se
enquadram exatamente nessa categoria de má reputação, o que não é
surpreendente, já que movimentos ideológicos marginais e severamente
anatematizados tendem naturalmente a atrair mais do que seu quinhão de tais
indivíduos loucos ou antissociais. Mas a validade de qualquer doutrina deve,
obviamente, ser julgada pelo trabalho de seus proponentes mais confiáveis, e
não pelos mais fracos.
Ao
discutir essa questão, Novick mencionou brevemente o livro de 1993 de Lipstadt,
Denying the Holocaust (Negação), que foi inteiramente dedicado a
esse tópico. Eu achei essa última autora quase hilária em sua cegueira
ideológica de raciocínio estúpido e autodestrutiva. Como descrevi o conteúdo em
meu artigo de 2018:23
A leitura do livro foi certamente uma tremenda revelação para mim. Lipstadt é professora de Estudos sobre o Holocausto no Departamento de Teologia da Universidade de Emory e, assim que li o parágrafo inicial do primeiro capítulo, eu decidi que sua especialidade acadêmica certamente poderia ser descrita como “Teologia do Holocausto”...
O horror absoluto de Lipstadt ao ver alguém contestar os princípios de sua doutrina acadêmica não poderia ter sido mais evidente. Certamente, nenhum teólogo zeloso da Idade das Trevas europeia teria reagido de forma diferente.
O segundo capítulo de seu livro suporta essa impressão. Como muitos dos indivíduos que ela castiga como negadores do Holocausto também apoiaram a perspectiva revisionista das causas subjacentes da Primeira e da Segunda Guerras Mundiais, ela atacou áspera e duramente essas escolas, mas de forma bastante estranha. Nos últimos anos, o blogueiro Steve Sailer e outros ridicularizaram o que eles descrevem como o estilo de debate “point-and-sputter {apontar e pulverizar}”, no qual uma narrativa “politicamente incorreta” é meramente descrita e, em seguida, automaticamente tratada como evidentemente falsa, sem qualquer necessidade de refutação real. Essa parece ter sido a abordagem adotada por Lipstadt em seu livro bastante curto.
Por exemplo, ela forneceu uma longa lista de importantes estudiosos acadêmicos, figuras políticas proeminentes e jornalistas influentes que defenderam a história revisionista, observou que seus pontos de vista discordavam da perspectiva mais convencional que ela presumivelmente havia absorvido de seus livros didáticos de História e, portanto, considerou-os totalmente desmascarados. Certamente, um pregador cristão que tentasse refutar as teorias evolucionistas de E. O. Wilson, de Harvard, citando uma passagem de versículo bíblico, poderia adotar a mesma abordagem. Mas poucos ativistas evangélicos seriam tão insensatos a ponto de fornecer uma longa lista de cientistas eminentes que adotaram a mesma posição darwinista e, em seguida, tentar deixá-los de lado citando um único versículo de Gênesis. Lipstadt parece abordar a história como um defensor da Bíblia, mas um particularmente estúpido. Além disso, muitos dos autores que ela atacou já eram familiares para mim após uma década de trabalho de arquivamento de conteúdo, e eu achava seus inúmeros livros bastante acadêmicos e persuasivos.
Essa
última passagem veio de meu longo artigo de 2018 sobre esse assunto e, no mês
passado, revisitei o mesmo tópico em um novo artigo.#24
Tradução
e palavras entre colchetes por Davi Ciampa Heras
Revisão
e palavras entre chaves por Mykel Alexander
Continua em
#4 Nota de Mykel Alexander: Ver
especialmente:
- Resenha do livro de Werner Maser sobre os
julgamentos de Nuremberg, por David McCalden, 26 de maio de 2021, World
Traditional Front.
http://worldtraditionalfront.blogspot.com/2021/05/resenha-do-livro-de-werner-maser-sobre.html
- Os Julgamentos de Nuremberg - Os julgamentos dos
“crimes de guerra” provam extermínio?, por Mark Weber, 20 de novembro de
2020, World Traditional Front.
https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2020/11/os-julgamentos-de-nuremberg-os.html
#5 Nota de Mykel Alexander: Ver
especialmente:
- Resenha do livro de Werner Maser sobre os
julgamentos de Nuremberg, por David McCalden, 26 de maio de 2021, World
Traditional Front.
http://worldtraditionalfront.blogspot.com/2021/05/resenha-do-livro-de-werner-maser-sobre.html
- Os Julgamentos de Nuremberg - Os julgamentos dos
“crimes de guerra” provam extermínio?, por Mark Weber, 20 de novembro de
2020, World Traditional Front.
https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2020/11/os-julgamentos-de-nuremberg-os.html
- O valor do testemunho e das confissões no holocausto
- parte 1, por Germar Rudolf, 21 de março de 2021, World Traditional
Front. (Na sequência do artigo as demais partes 2 e 3)
https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2021/03/o-valor-do-testemunho-e-das-confissoes.html
#20 Fonte utilizada por Ron Keeva Unz:
American Pravda: Holocaust Denial - Analyzing the History of a Controversial
Movement, por Ron Keeva Unz, 27 de agosto de 2018, The Unz Review – An
Alternative Media Selection.
#21
Fonte utilizada por Ron Keeva Unz: American Pravda: Secrets of Military
Intelligence - The Hidden Information in Our Government Archives, por Ron Keeva
Unz, 10 de junho de 2019, The Unz Review – An Alternative Media Selection.
#22
Fonte utilizada por Ron Keeva Unz: American Pravda: Secrets of Military
Intelligence - The Hidden Information in Our Government Archives, por Ron Keeva
Unz, 10 de junho de 2019, The Unz Review – An Alternative Media Selection.
23 Fonte utilizada por Ron Keeva Unz:
American Pravda: Holocaust Denial - Analyzing the History of a Controversial
Movement, por Ron Keeva Unz, 27 de agosto de 2018, The Unz Review – An
Alternative Media Selection.
https://www.unz.com/runz/american-pravda-holocaust-denial/#deborah-lipstadt-and-holocaust-denial
#24 Fonte utilizada por Ron Keeva Unz:
American Pravda: Holocaust Denial - Analyzing the History of a Controversial
Movement, por Ron Keeva Unz, 27 de agosto de 2018, The Unz Review – An
Alternative Media Selection.
https://www.unz.com/runz/american-pravda-holocaust-denial/
- American Pravda: Israel and the Holocaust Hoax, por Ron
Keeva Unz, 08 de janeiro de 2024, The Unz Review – An Alternative Media
Selection.
https://www.unz.com/runz/american-pravda-israel-and-the-holocaust-hoax/
Fonte: American Pravda: Gaza, Jewish Power, and the Holocaust, 19 de fevereiro de 2024, The Unz Review – An Alternative Media Selection.
https://www.unz.com/runz/american-pravda-gaza-jewish-power-and-the-holocaust/
Sobre o autor: Ron Keeva Unz (1961 -), de nacionalidade americana, oriundo de família judaica da Ucrânia, é um escritor e ativista político. Possui graduação de Bachelor of Arts (graduação superior de 4 anos nos EUA) em Física e também em História, pós-graduação em Física Teórica na Universidade de Cambridge e na Universidade de Stanford, e já foi o vencedor do primeiro lugar na Intel / Westinghouse Science Talent Search. Seus escritos sobre questões de imigração, raça, etnia e política social apareceram no The New York Times, no Wall Street Journal, no Commentary, no Nation e em várias outras publicações.
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Relacionado, leia também sobre a questão judaica, sionismo e seus interesses globais ver:
Genocídio em Gaza - por John J. Mearsheimer
{Retrospectiva 2023 - Genocídio em Gaza} - Morte e destruição em Gaza - por John J. Mearsheimer
O Legado violento do sionismo - por Donald Neff
Quem são os Palestinos? - por Sami Hadawi
Palestina: Liberdade e Justiça - por Samuel Edward Konkin III
Crimes de Guerra e Atrocidades-embustes no Conflito Israel/Gaza - por Ron Keeva Unz
A cultura do engano de Israel - por Christopher Hedges
“Grande Israel”: O Plano Sionista para o Oriente Médio O infame "Plano Oded Yinon". - Por Israel Shahak - parte 1 - apresentação por Michel Chossudovsky (demais partes na sequência do próprio artigo)
Conversa direta sobre o sionismo - o que o nacionalismo judaico significa - Por Mark Weber
Judeus: Uma comunidade religiosa, um povo ou uma raça? por Mark Weber
Controvérsia de Sião - por Knud Bjeld Eriksen
Sionismo e judeus americanos - por Alfred M. Lilienthal
Por trás da Declaração de Balfour A penhora britânica da Grande Guerra ao Lord Rothschild - parte 1 - Por Robert John {as demais 5 partes seguem na sequência}
Um olhar direto sobre o lobby judaico - por Mark Weber
Por que querem destruir a Síria? - por Dr. Ghassan Nseir
Petróleo ou 'o Lobby' {judaico-sionista} um debate sobre a Guerra do Iraque
Libertando a América de Israel - por Paul Findley
Deus, os judeus e nós – Um Contrato Civilizacional Enganoso - por Laurent Guyénot
A Psicopatia Bíblica de Israel - por Laurent Guyénot
Israel como Um Homem: Uma Teoria do Poder Judaico - parte 1 - por Laurent Guyénot (Demais partes na sequência do próprio artigo)
O peso da tradição: por que o judaísmo não é como outras religiões - por Mark Weber
Sionismo, Cripto-Judaísmo e a farsa bíblica - parte 1 - por Laurent Guyénot (as demais partes na sequência do próprio artigo)
O truque do diabo: desmascarando o Deus de Israel - Por Laurent Guyénot - parte 1 (Parte 2 na sequência do próprio artigo)
Historiadores israelenses expõem o mito do nascimento de Israel - por Rachelle Marshall
Sionismo e o Terceiro Reich - por Mark Weber
O que é ‘Negação do Holocausto’? - Por Barbara Kulaszka
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