domingo, 31 de julho de 2022

“Grande Israel”: O Plano Sionista para o Oriente Médio - O infame "Plano Oded Yinon". - Por Israel Shahak - parte 4 - comentários sobre o texto do Plano Oded Yinon

 Continuação de “Grande Israel”: O Plano Sionista para o Oriente Médio - O infame "Plano Oded Yinon". - Por Israel Shahak - parte 3 - o texto do Plano Oded Yinon

Israel Shahak


Conclusão

1 Três pontos importantes têm de ser clarificados a fim de se estar capaz de compreender as possibilidades significativas de realização desse plano sionista para o Oriente Médio, e também por que ele teve que ser publicado.

 

2 O antecedente militar do plano

As condições militares deste plano não têm sido mencionadas acima, mas nas muitas ocasiões onde algo muito parecido está sendo “explicado” em reuniões fechadas para membros do estabelecimento consolidado israelense, este ponto é esclarecido. É assumido que as forças militares israelenses, em todos os seus ramos, são insuficientes para o trabalho real de ocupação de territórios tão amplos como discutido acima. De fato, mesmo em tempos de intensa “agitação” palestina na Cisjordânia, as forças do Exército israelense estão esticadas demais. A resposta para isso é o método de governar por meio de “forças de Haddad” ou de “Associações de Aldeias” (também conhecidas como “Ligas de Aldeias”): forças locais sob “líderes” completamente dissociadas da população, não tendo sequer qualquer estrutura feudal ou partidária (como os falangistas têm, por exemplo). Os “estados” propostos por Yinon são “terras Haddad” e “Associações de Aldeias”, e suas forças armadas serão, sem dúvida, bastante semelhantes. Além disso, a superioridade militar israelense em tal situação será muito maior do que é agora, de modo que qualquer movimento de revolta será “punido” por humilhação em massa como na Cisjordânia e Faixa de Gaza, ou por bombardeio e destruição de cidades, como no Líbano agora (junho de 1982), ou por ambos. Para assegurar isso, o plano, conforme explicado oralmente, clama para estabelecimento de guarnições israelenses em pontos focais entre os mini-estados, equipadas com as forças destrutivas móveis necessárias. De fato, nós temos visto algo assim em “terras Haddad” e quase certamente veremos em breve o primeiro exemplo desse sistema funcionando no sul do Líbano ou em todo o Líbano.

 

3 É óbvio que as suposições militares acima, e todo o plano também, dependem também de os árabes continuarem mesmo mais divididos do que estão agora, e da falta de qualquer movimento de massa verdadeiramente progressista entre eles. Pode ser que essas duas condições sejam removidas somente quando o plano estiver bem avançado, com consequências as quais não podem ser previstas.

 

4 Por que é necessário publicar isso em Israel?

O motivo da publicação é a dupla natureza da sociedade israelense-judaica: uma grande medida de liberdade e democracia, especialmente para os judeus, combinada com expansionismo e discriminação racista. Em tal situação, a elite judaico-israelense (pois as massas seguem a TV e os discursos de Begin) tem de ser persuadida. Os primeiros passos no processo de persuasão são orais, como indicado acima, mas chega um momento em que se torna inconveniente. O material escrito deve ser produzido em benefício dos “persuasores” e “explicadores” mais estúpidos (por exemplo, oficiais de nível médio, que são, geralmente, notavelmente estúpidos). Eles então “aprendem”, mais ou menos, e pregam a outros. Deve ser notado que Israel, e mesmo o Yishuv {assentamentos judeus existentes na Palestina e adjacências antes da criação do Estado de Israel} dos anos 20, sempre funcionou dessa maneira. Eu mesmo me lembro bem como (antes de estar “em oposição”) a necessidade da guerra foi explicada a mim e a outros um ano antes da guerra de 1956, e a necessidade de conquistar “o resto da Palestina Ocidental quando tivermos a oportunidade” foi explicado nos anos de 1965-67.

 

5 Por que é assumido que não há risco especial de fora na publicação de tais planos?

Tais riscos podem vir de duas fontes, tão longo quanto a oposição de princípios dentro de Israel seja muito fraca (uma situação que pode mudar como consequência da guerra no Líbano): O mundo árabe, incluindo os palestinos, e os Estados Unidos. O mundo árabe mostrou-se até agora bastante incapaz de uma análise detalhada e racional da sociedade judaico-israelense, e os palestinos não foram, em média, melhores que os demais. Em tal situação, mesmo aqueles que estão gritando sobre os perigos do expansionismo israelense (que são bastante reais) estão fazendo isso não por causa do conhecimento fatual e detalhado, mas por causa da crença no mito. Um bom exemplo é a crença muito persistente na escrita inexistente na parede do Knesset do verso bíblico sobre o Nilo e o Eufrates. Outro exemplo são as declarações persistentes e completamente falsas, feitas por alguns dos mais importantes líderes árabes, de que as duas listras azuis da bandeira israelense simbolizam o Nilo e o Eufrates, quando na verdade são tiradas das listras do Xale de oração judaico (Talit). Os especialistas israelenses supõem que, em geral, os árabes não prestarão atenção às suas sérias discussões sobre o futuro, e a guerra do Líbano provou que eles estavam certos. Então, por que eles não deveriam continuar com seus velhos métodos de persuadir outros israelenses?

 

6 Nos Estados Unidos existe uma situação muito semelhante, pelo menos até agora. Os comentaristas mais ou menos sérios tiram suas informações sobre Israel, e muitas de suas opiniões sobre ele, de duas fontes. A primeira é de artigos da imprensa “liberal” americana, escritos quase totalmente por judeus admiradores de Israel que, mesmo sendo críticos de alguns aspectos do Estado israelense, praticam lealmente o que Stalin costumava chamar de “crítica construtiva”. (Na verdade, aqueles entre eles que afirmam ser também “anti-stalinistas” são na realidade mais stalinistas do que Stalin, com Israel sendo seu deus que ainda não tem falhado). No quadro de tal adoração crítica, deve-se supor que Israel sempre tem “boas intenções” e apenas “comete erros”, e, portanto, tal plano não seria assunto para discussão – exatamente como os genocídios bíblicos cometidos por judeus não são mencionados. A outra fonte de informação, The Jerusalem Post, tem políticas semelhantes. Enquanto existir a situação em que Israel é realmente uma “sociedade fechada” para o resto do mundo, porque o mundo quer fechar os olhos, a publicação e até mesmo o início da realização de tal plano é realista e factível.

Israel Shahak

17 de junho de 1982 Jerusalém

 Tradução e palavras entre chaves por Mykel Alexander

 

Fonte: “Greater Israel”: The Zionist Plan for the Middle East - The Infamous “Oded Yinon Plan”. Introduction by Michel Chossudovsky, por Israel Shahak e Prof Michel Chossudovsky, 03 de março de 2013, e de 10 de junho de 2021, Global Research.

https://www.globalresearch.ca/greater-israel-the-zionist-plan-for-the-middle-east/5324815

Sobre o autor: Israel Shahak (1933-2001) foi um professor de química orgânica na Universidade Hebraica de Jerusalém e presidente da Liga Israelita pelos Direitos Humanos e Civis. Ele publicou The Shahak Papers, coleções de artigos importantes da imprensa hebraica, e é autor de vários artigos e livros, entre eles Non-Jew in the Jewish State. Seu último livro é Israel's Global Role: Weapons for Repression, publicado pela AAUG em 1982.

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Por trás da Declaração de Balfour A penhora britânica da Grande Guerra ao Lord Rothschild - parte 1 - Por Robert John {as demais 5 partes seguem na sequência}

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