quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Gaza, poder judaico e o Holocausto - parte 4 - por Ron Keeva Unz

 Continuação de Gaza, poder judaico e o Holocausto - parte 3 - por Ron Keeva Unz

Ron Keeva Unz

 

Uma revolução copernicana sobre o Holocausto?

Como eu tenho repetidamente enfatizado, a única e breve exceção ao padrão generalizado de minimizar ou ignorar o Holocausto durante e após a Segunda Guerra Mundial ocorreu no período imediatamente após a guerra, especialmente em torno dos Tribunais de Nuremberg de 1946, nos quais os principais líderes nazistas foram julgados e executados por esses crimes.#4 Mas, na década de 1950, um número cada vez maior de americanos proeminentes passou a considerar esses procedimentos legais de alto nível como profundamente vergonhosos, uma farsa judicial cujos veredictos preestabelecidos se basearam em confissões extraídas por meio de tortura, documentos falsos e perjúrio.#5

Essa foi certamente a posição adotada pelo Prof. John Beaty,#20 que ocupou um cargo crucial em nossa Inteligência Militar durante a guerra e, em 1951, publicou The Iron Curtain Over America, o qual se tornou um grande best-seller entre os conservadores:

Além disso, ele foi mordaz em relação aos Julgamentos de Nuremberg, que descreveu como      uma “grande mancha indelével” nos Estados Unidos e “uma farsa da justiça.” Segundo ele, os procedimentos foram dominados por judeus alemães vingativos, muitos dos quais se envolveram em falsificação de testemunhos ou até mesmo tinham antecedentes criminais. Como resultado, esse “fiasco imundo” apenas ensinou aos alemães que “nosso governo não tinha senso de justiça”. O senador Robert Taft, líder republicano do imediato pós-guerra, adotou uma posição muito semelhante, que mais tarde lhe valeu o elogio de John F. Kennedy em Profiles in Courage. O fato de o promotor-chefe soviético em Nuremberg ter desempenhado o mesmo papel durante os notórios e apelativamente espetaculares julgamentos stalinistas do final da década de 1930, durante os quais vários antigos bolcheviques confessaram todos os tipos de coisas absurdas e ridículas, dificilmente aumentou a credibilidade dos procedimentos para muitos observadores externos.

Em suas memórias de 1981, o Prof. Revilo Oliver, outra importante figura da Inteligência Militar em tempos de guerra, assumiu a mesma posição#21, e os dez anos de pesquisa de arquivos do Prof. Joseph Bendersky#22 indicaram que essa também era a opinião de muitos ou da maioria de nossos principais generais e oficiais da Inteligência Militar.

Em 1962, o historiador e filósofo americano Thomas Kuhn publicou seu influente estudo The Structure of Scientific Revolutions [A estrutura das revoluções científicas]. Ele introduziu a noção de “mudança de paradigma” na qual o acúmulo gradual de fatos anômalos ou inexplicáveis acaba fazendo com que uma estrutura de entendimento estabelecida seja subitamente derrubada e substituída por outra radicalmente diferente, um processo exemplificado pela Revolução Copernicana.

Eu acho que todos os leitores atenciosos que digeriram cuidadosamente os trabalhos dos principais estudiosos do Holocausto, como Novick, Lipstadt, Dawidowicz e Bendersky, complementados por um pouco de material adicional, certamente estariam preparados para passar por essa transformação intelectual sobre esse assunto, quer estejam dispostos a reconhecê-la ou não.

Considere que quase nenhum dos nossos principais jornalistas ou historiadores reconheceu a realidade do Holocausto durante ou após a Segunda Guerra Mundial, enquanto os Tribunais de Nuremberg de 1946, que supostamente estabeleceram esses fatos, foram altamente fraudulentos. Portanto, parece o cúmulo da arrogância presumir que todos esses observadores contemporâneos muito bem informados estavam errados e que, em vez disso, deveríamos confiar em autores que publicaram muitos anos, às vezes muitas décadas, depois desses eventos.

Ao invés, nós devemos considerar a possibilidade muito real de que o Holocausto seja apenas uma farsa, um resíduo meio esquecido de propaganda desonesta da época da guerra que eventualmente ressuscitou por pesquisadores crédulos ou tendenciosos décadas mais tarde e, posteriormente então, transformado em um ícone cultural gigantesco por produtores e roteiristas ignorantes de Hollywood. De fato, em seu livro de 1951 o Prof. Beaty havia casualmente ridicularizado a história do Holocausto exatamente nesses termos e, embora ele veio a estar sob ferozes ataques pela ADL e outros grupos por todos os outros motivos, nenhum deles jamais desafiou sua explicita “negação do Holocausto.”

Para seu considerável crédito, perto do final de seu excelente livro, Novick observou a existência de “negadores do Holocausto”, mas tratou o assunto de forma desdenhosa e muito apressadamente superficial, dando-lhe apenas algumas páginas em seu longo livro. Ele casualmente os difamou como “caprichosamente excêntricos {cranks}, caras malucos {kooks} e desajustados {misfits},” “com parafusos soltos {screwballs}”, “desajustados à realidade {fruitcakes}” e “loucamente desequilibrados {nuts}”, sem dar nenhuma indicação de que tenha se dado ao trabalho de ler, muito menos de considerar seriamente, qualquer material que esse movimento tenha produzido. Com toda a justiça, várias das pessoas que ele nomeou se enquadram exatamente nessa categoria de má reputação, o que não é surpreendente, já que movimentos ideológicos marginais e severamente anatematizados tendem naturalmente a atrair mais do que seu quinhão de tais indivíduos loucos ou antissociais. Mas a validade de qualquer doutrina deve, obviamente, ser julgada pelo trabalho de seus proponentes mais confiáveis, e não pelos mais fracos.

{A acadêmica e política judia Debora  Lipstadt (1947), celebrada na mídia ocidental, ao lidar com o tema do alegado Holocausto evitou qualquer apuração crítica, e se limitou a considerar como não confiáveis em discernimento os que questionam o alegado holocausto conforme a narrativa deste, porém sem mostrar porquê tal narrativa em rigor e em evidência seria consistente.}

Ao discutir essa questão, Novick mencionou brevemente o livro de 1993 de Lipstadt, Denying the Holocaust (Negação), que foi inteiramente dedicado a esse tópico. Eu achei essa última autora quase hilária em sua cegueira ideológica de raciocínio estúpido e autodestrutiva. Como descrevi o conteúdo em meu artigo de 2018:23

A leitura do livro foi certamente uma tremenda revelação para mim. Lipstadt é professora de Estudos sobre o Holocausto no Departamento de Teologia da Universidade de Emory e, assim que li o parágrafo inicial do primeiro capítulo, eu decidi que sua especialidade acadêmica certamente poderia ser descrita como “Teologia do Holocausto”...

O horror absoluto de Lipstadt ao ver alguém contestar os princípios de sua doutrina acadêmica não poderia ter sido mais evidente. Certamente, nenhum teólogo zeloso da Idade das Trevas europeia teria reagido de forma diferente.

O segundo capítulo de seu livro suporta essa impressão. Como muitos dos indivíduos que ela castiga como negadores do Holocausto também apoiaram a perspectiva revisionista das causas subjacentes da Primeira e da Segunda Guerras Mundiais, ela atacou áspera e duramente essas escolas, mas de forma bastante estranha. Nos últimos anos, o blogueiro Steve Sailer e outros ridicularizaram o que eles descrevem como o estilo de debate “point-and-sputter {apontar e pulverizar}”, no qual uma narrativa “politicamente incorreta” é meramente descrita e, em seguida, automaticamente tratada como evidentemente falsa, sem qualquer necessidade de refutação real. Essa parece ter sido a abordagem adotada por Lipstadt em seu livro bastante curto.

Por exemplo, ela forneceu uma longa lista de importantes estudiosos acadêmicos, figuras políticas proeminentes e jornalistas influentes que defenderam a história revisionista, observou que seus pontos de vista discordavam da perspectiva mais convencional que ela presumivelmente havia absorvido de seus livros didáticos de História e, portanto, considerou-os totalmente desmascarados. Certamente, um pregador cristão que tentasse refutar as teorias evolucionistas de E. O. Wilson, de Harvard, citando uma passagem de versículo bíblico, poderia adotar a mesma abordagem. Mas poucos ativistas evangélicos seriam tão insensatos a ponto de fornecer uma longa lista de cientistas eminentes que adotaram a mesma posição darwinista e, em seguida, tentar deixá-los de lado citando um único versículo de Gênesis. Lipstadt parece abordar a história como um defensor da Bíblia, mas um particularmente estúpido. Além disso, muitos dos autores que ela atacou já eram familiares para mim após uma década de trabalho de arquivamento de conteúdo, e eu achava seus inúmeros livros bastante acadêmicos e persuasivos.

Essa última passagem veio de meu longo artigo de 2018 sobre esse assunto e, no mês passado, revisitei o mesmo tópico em um novo artigo.#24

Tradução e palavras entre colchetes por Davi Ciampa Heras

Revisão e palavras entre chaves por Mykel Alexander

 Continua em 

Notas

#4 Nota de Mykel Alexander: Ver especialmente:

- Resenha do livro de Werner Maser sobre os julgamentos de Nuremberg, por David McCalden, 26 de maio de 2021, World Traditional Front.

http://worldtraditionalfront.blogspot.com/2021/05/resenha-do-livro-de-werner-maser-sobre.html

- Os Julgamentos de Nuremberg - Os julgamentos dos “crimes de guerra” provam extermínio?, por Mark Weber, 20 de novembro de 2020, World Traditional Front.

https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2020/11/os-julgamentos-de-nuremberg-os.html

#5 Nota de Mykel Alexander: Ver especialmente:

- Resenha do livro de Werner Maser sobre os julgamentos de Nuremberg, por David McCalden, 26 de maio de 2021, World Traditional Front.

http://worldtraditionalfront.blogspot.com/2021/05/resenha-do-livro-de-werner-maser-sobre.html

- Os Julgamentos de Nuremberg - Os julgamentos dos “crimes de guerra” provam extermínio?, por Mark Weber, 20 de novembro de 2020, World Traditional Front.

https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2020/11/os-julgamentos-de-nuremberg-os.html

- O valor do testemunho e das confissões no holocausto - parte 1, por Germar Rudolf, 21 de março de 2021, World Traditional Front. (Na sequência do artigo as demais partes 2 e 3)

https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2021/03/o-valor-do-testemunho-e-das-confissoes.html 

#20 Fonte utilizada por Ron Keeva Unz: American Pravda: Holocaust Denial - Analyzing the History of a Controversial Movement, por Ron Keeva Unz, 27 de agosto de 2018, The Unz Review – An Alternative Media Selection.

https://www.unz.com/runz/american-pravda-holocaust-denial/#explicit-and-implicit-holocaust-denial-after-world-war-ii

#21 Fonte utilizada por Ron Keeva Unz: American Pravda: Secrets of Military Intelligence - The Hidden Information in Our Government Archives, por Ron Keeva Unz, 10 de junho de 2019, The Unz Review – An Alternative Media Selection.

https://www.unz.com/runz/american-pravda-secrets-of-military-intelligence/#revilo-p-oliver-and-world-war-ii

#22 Fonte utilizada por Ron Keeva Unz: American Pravda: Secrets of Military Intelligence - The Hidden Information in Our Government Archives, por Ron Keeva Unz, 10 de junho de 2019, The Unz Review – An Alternative Media Selection.

https://www.unz.com/runz/american-pravda-secrets-of-military-intelligence/#the-jewish-threat-of-american-military-intelligence

23 Fonte utilizada por Ron Keeva Unz: American Pravda: Holocaust Denial - Analyzing the History of a Controversial Movement, por Ron Keeva Unz, 27 de agosto de 2018, The Unz Review – An Alternative Media Selection.

https://www.unz.com/runz/american-pravda-holocaust-denial/#deborah-lipstadt-and-holocaust-denial

#24 Fonte utilizada por Ron Keeva Unz: American Pravda: Holocaust Denial - Analyzing the History of a Controversial Movement, por Ron Keeva Unz, 27 de agosto de 2018, The Unz Review – An Alternative Media Selection.

https://www.unz.com/runz/american-pravda-holocaust-denial/

- American Pravda: Israel and the Holocaust Hoax, por Ron Keeva Unz, 08 de janeiro de 2024, The Unz Review – An Alternative Media Selection.

https://www.unz.com/runz/american-pravda-israel-and-the-holocaust-hoax/

Fonte: American Pravda: Gaza, Jewish Power, and the Holocaust, 19 de fevereiro de 2024, The Unz Review – An Alternative Media Selection.

https://www.unz.com/runz/american-pravda-gaza-jewish-power-and-the-holocaust/ 

Sobre o autor: Ron Keeva Unz (1961 -), de nacionalidade americana, oriundo de família judaica da Ucrânia, é um escritor e ativista político. Possui graduação de Bachelor of Arts (graduação superior de 4 anos nos EUA) em Física e também em História, pós-graduação em Física Teórica na Universidade de Cambridge e na Universidade de Stanford, e já foi o vencedor do primeiro lugar na Intel / Westinghouse Science Talent Search. Seus escritos sobre questões de imigração, raça, etnia e política social apareceram no The New York Times, no Wall Street Journal, no Commentary, no Nation e em várias outras publicações.

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Relacionado, leia também sobre a questão judaica, sionismo e seus interesses globais ver: 

Resenha de: A Legacy of Hate: Anti-Semitism in America {Um legado de ódio: antissemitismo na América}, de Ernest Volkman - por Louis Andrew Rollins

Resenha de The Fateful Triangle: The United States, Israel & The Palestinians {O Triângulo Fatídico: Os Estados Unidos, Israel e os Palestinos} de Noam Chomsky por Louis Andrew Rollins

Resenha de THE DECADENCE OF JUDAISM IN OUR TIME {A DECADÊNCIA DO JUDAÍSMO EM NOSSO TEMPO}, de Moshe Menuhin, por David McCalden (escrito sob o pseudônimo Lewis Brandon)

Resenha de GENOCIDE IN THE HOLY LAND {GENOCÍDIO NA TERRA SANTA}, Rabbi Moshe Schonfeld, Neturei Karta dos EUA - por Bezalel Chaim

 Genocídio em Gaza - por John J. Mearsheimer

{Retrospectiva 2023 - Genocídio em Gaza} - Morte e destruição em Gaza - por John J. Mearsheimer

O Legado violento do sionismo - por Donald Neff

{Retrospectiva 1946 – terrorismo judaico-sionista} - O Ataque ao Hotel Rei David em Jerusalém - por W. R. Silberstein

Quem são os Palestinos? - por Sami Hadawi

Palestina: Liberdade e Justiça - por Samuel Edward Konkin III

Memorando para o presidente {Ronald Reagan, tratando da questão Palestina-Israel} - quem são os palestinos? - por Issah Nakheleh

Crimes de Guerra e Atrocidades-embustes no Conflito Israel/Gaza - por Ron Keeva Unz

A cultura do engano de Israel - por Christopher Hedges

Será que Israel acabou de experimentar uma “falha de inteligência” ao estilo do 11 de Setembro? Provavelmente não. Aqui está o porquê - por Kevin Barrett

Residentes da faixa de Gaza fogem do maior campo de concentração do mundo - A não-violência não funcionou, então eles tiveram que atirar para escapar - por Kevin Barrett

Por Favor, Alguma Conversa Direta do Movimento pela Paz - Grupos sionistas condenam “extremistas” a menos que sejam judeus - por Philip Giraldi

“Grande Israel”: O Plano Sionista para o Oriente Médio O infame "Plano Oded Yinon". - Por Israel Shahak - parte 1 - apresentação por Michel Chossudovsky (demais partes na sequência do próprio artigo)

Raízes do Conflito Mundial Atual – Estratégias sionistas e a duplicidade Ocidental durante a Primeira Guerra Mundial – por Kerry Bolton

Conversa direta sobre o sionismo - o que o nacionalismo judaico significa - Por Mark Weber

Judeus: Uma comunidade religiosa, um povo ou uma raça? por Mark Weber

Controvérsia de Sião - por Knud Bjeld Eriksen

Sionismo e judeus americanos - por Alfred M. Lilienthal

Por trás da Declaração de Balfour A penhora britânica da Grande Guerra ao Lord Rothschild - parte 1 - Por Robert John {as demais 5 partes seguem na sequência}

Um olhar direto sobre o lobby judaico - por Mark Weber


Ex-rabino-chefe de Israel diz que todos nós, não judeus, somos burros, criados para servir judeus - como a aprovação dele prova o supremacismo judaico - por David Duke

Grande rabino diz que não-judeus são burros {de carga}, criados para servir judeus - por Khalid Amayreh

Por que querem destruir a Síria? - por Dr. Ghassan Nseir

O ódio ao Irã inventado pelo Ocidente serve ao sonho sionista de uma Grande Israel dominando o Oriente Médio - por Stuart Littlewood

Petróleo ou 'o Lobby' {judaico-sionista} um debate sobre a Guerra do Iraque

Iraque: Uma guerra para Israel - Por Mark Weber

Libertando a América de Israel - por Paul Findley

Deus, os judeus e nós – Um Contrato Civilizacional Enganoso - por Laurent Guyénot

O Evangelho de Gaza - O que devemos aprender com as lições bíblicas de Netanyahu - por Laurent Guyénot

A Psicopatia Bíblica de Israel - por Laurent Guyénot

Israel como Um Homem: Uma Teoria do Poder Judaico - parte 1 - por Laurent Guyénot (Demais partes na sequência do próprio artigo)

 O peso da tradição: por que o judaísmo não é como outras religiões - por Mark Weber

Sionismo, Cripto-Judaísmo e a farsa bíblica - parte 1 - por Laurent Guyénot (as demais partes na sequência do próprio artigo)

O truque do diabo: desmascarando o Deus de Israel - Por Laurent Guyénot - parte 1 (Parte 2 na sequência do próprio artigo)

Historiadores israelenses expõem o mito do nascimento de Israel - por Rachelle Marshall

Sionismo e o Terceiro Reich - por Mark Weber 

O Mito do extermínio dos judeus – Parte 1.1 {nenhum documento sequer visando o alegado extermínio dos judeus foi jamais encontrado} - por Carlo Mattogno

 O que é ‘Negação do Holocausto’? - Por Barbara Kulaszka


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