John J. Mearsheimer |
A OFENSIVA CONDENADA DA
UCRÂNIA
Essa
breve história da blitzkrieg, juntamente com a compreensão de como essa
estratégia funciona, lança muita luz sobre os prospectos de suceder da
contraofensiva ucraniana. De fato, as evidências mostram que a blitzkrieg de
Kiev não tinha virtualmente nenhuma chance de ser bem-sucedida. Para começar, a
Ucrânia estava envolvida em uma luta justa, o que significava que quase tudo
teria que dar certo para que a estratégia funcionasse como pretendido. O
exército ucraniano, no entanto, não era adequado para lançar uma blitzkrieg e,
para piorar a situação, estava atacando uma formidável defesa em profundidade.
A única esperança da Ucrânia era que o exército russo entrasse em colapso
quando a contraofensiva estivesse em andamento. Mas havia uma abundância de evidências
que indicavam que os russos estavam se tornando melhores combatentes e que
provavelmente ofereceriam uma resistência feroz. Ainda assim, mesmo que os
ucranianos conseguissem realizar um milagre e fazer a blitzkrieg funcionar, a
guerra continuaria, porque a blitzkrieg de Kiev não tinha como objetivo
derrotar decisivamente os russos, que sobreviveriam para lutar outro dia. Em
suma, não havia como a Ucrânia evitar a continuação de sua guerra de atrito com
a Rússia.
Uma luta justa
Para
determinar se a Ucrânia estava envolvida em uma luta justa ou injusta ao entrar
na contraofensiva, é necessário comparar a quantidade e a qualidade das tropas,
bem como o armamento dos exércitos opostos.
Com
relação ao número de soldados que cada lado tinha pronto para a luta, é
impossível obter números precisos. No entanto, as evidências disponíveis
indicam que o tamanho das duas forças que entraram na contraofensiva era a
grosso modo igual. Calculo que cada lado tinha cerca de 250.000 soldados que
estavam preparados para a luta24. É
interessante notar que eu não consigo encontrar evidências de que alguém tenha
afirmado que um dos lados tinha uma vantagem numérica significativa na véspera
da contraofensiva. O verdadeiro problema da Ucrânia era o futuro, não o
presente, pois o equilíbrio dos soldados vai se voltar contra eles com o tempo.
A Rússia tem uma população muito maior para utilizar – uma vantagem de 5:1 – e suas
forças armadas estão crescendo a cada dia. Em adição dos 300.000 reservistas
mobilizados em outubro de 2022, o Ministério da Defesa da Rússia informa que
231.000 pessoas se alistaram nas forças armadas durante os primeiros sete meses
de 202325.
Em
termos da qualidade dessas forças de combate – incluindo sua determinação –
parece que há pouca diferença entre os dois lados. É comum ouvir no Ocidente a
alegação de que os russos estão “sofrendo sérios problemas de moral e outros
problemas sistêmicos” e, portanto, havia uma boa chance de que eles cedessem
diante da contraofensiva.26 Mas
essa não é a opinião que geralmente se ouve dos militares ucranianos (que estão
lutando), onde é amplamente reconhecido que o exército russo se tornou uma
força de combate mais formidável desde o início da guerra e não está prestes a
entrar em colapso em qualquer tempo logo.27
Na verdade, o fato de as forças russas terem conseguido desgastar os
ucranianos, que lutaram com bravura e tenacidade, na batalha ferozmente
disputada por Bakhmut – que aconteceu nos meses anteriores ao início da
contraofensiva – mostra que os ucranianos não tinham uma vantagem qualitativa
significativa no campo de batalha no final da primavera de 2023.
Quanto
ao armamento disponível para ambos os exércitos, a Rússia certamente tinha uma
vantagem, simplesmente porque tinha muito mais artilharia do que a Ucrânia.
Embora parte da artilharia fornecida pelo Ocidente à Ucrânia fosse
qualitativamente superior à da Rússia, ela não chegava nem perto de compensar o
desequilíbrio quantitativo. No entanto, a Ucrânia tinha artilharia suficiente
para travar uma batalha de ruptura. Para fins de execução da penetração
estratégica profunda, a artilharia é menos importante devido ao importante
papel que se espera que o apoio aéreo próximo desempenhe nessa fase da
campanha. Com relação aos tanques, veículos blindados de combate e outras armas
dos exércitos opostos, havia uma equivalência aproximada em termos de qualidade
e quantidade. Assim como no caso do número de tropas, essa situação mudaria
para a vantagem da Rússia ao longo do tempo.
Em
resumo, dada a vantagem russa na artilharia, não é certo que essa tenha sido
uma luta justa. Mas, considerando o equilíbrio aproximado entre soldados e
outros tipos de armamento, e o fato de que a artilharia não é tão importante
para as forças de ataque em uma blitzkrieg quanto é para a guerra de atrito,
parece razoável considerar que foi uma luta justa. Ainda assim, se alguém
quiser argumentar que essa foi uma luta injusta, foram os russos – e não os
ucranianos – que estavam em vantagem quando a contraofensiva começou em 4 de
junho.
Como
enfatizado, a vitória da Wehrmacht na França em 1940 é o único exemplo de uma
blitzkrieg bem-sucedida em uma luta justa. Qual era a probabilidade de a
contraofensiva ucraniana acrescentar um segundo caso ao registro histórico?
Para responder a essa pergunta, é essencial avaliar a capacidade do exército
ucraniano de executar uma blitzkrieg e o quanto os russos estavam bem
preparados para impedir esse resultado.
Capacidades ucranianas
para lançar uma blitzkrieg
Não
há dúvida de que a blitzkrieg, para citar Barry Posen, é “uma das tarefas
militares mais assustadoras”28. As
forças ucranianas atacantes, como ele observa, tinham que “romper posições
defensivas densas e bem preparadas, encontrar algum espaço para correr e, em
seguida, mover-se rapidamente em direção a um objetivo geográfico importante,
como o Mar de Azov, na esperança de desfazer os restos do exército russo
defensor ao longo do caminho, ou tentar cercar rapidamente uma parte das forças
consideráveis da Rússia na esperança de aniquilá-las”. A penetração estratégica
profunda, em outras palavras, tinha que ser executada rapidamente, enquanto as
forças russas defensoras estavam em seus calcanhares. Isso significava que a
batalha de avanço também tinha que ser vencida rapidamente, de modo que os
russos não tivessem tempo de mover suas reservas para bloquear qualquer
penetração em sua linha de frente29.
Essa
tarefa exigente naturalmente requer soldados altamente treinados e experientes,
organizados em unidades blindadas de grande porte – sejam brigadas ou divisões –
que possam operar juntas no campo de batalha. As principais unidades do
exército ucraniano encarregadas de fazer a blitzkrieg funcionar eram mal
treinadas e não tinham experiência em combate, especialmente no que se refere à
guerra blindada. A principal força de ataque era composta por 12 brigadas, nove
das quais foram armadas e treinadas pela OTAN por 4 a 6 semanas.30 Muitos dos 36.000 soldados dessas nove
brigadas eram recrutas inexperientes. Vale a pena observar que apenas 11% dos
20.000 soldados ucranianos que a Grã-Bretanha treinou desde o início da guerra
tinham alguma experiência militar31.
Simplesmente
não há como transformar um recruta em um soldado altamente competente com 4 a 6
semanas de treinamento. É impossível fazer algo mais do que ensinar os
fundamentos da vida de soldado em um período tão curto. Para aumentar o
problema, a ênfase no treinamento era transformar os recrutas em soldados que
pudessem lutar juntos em pequenas unidades, e não em treinar e moldar as 9 ou
12 brigadas da força de ataque principal para operarem juntas no campo de
batalha.32 Além disso, há evidências de que, em
alguns casos, os três batalhões que faziam parte dessas brigadas foram
treinados em países diferentes.33 Não é
de surpreender que dois analistas de defesa ocidentais que visitaram a zona de
guerra após o início da contraofensiva tenham observado que: “nós estamos
convencidos de que, embora as forças ucranianas possam lutar com armas
combinadas, elas ainda não podem fazê-lo em na escala”34.
Muito
se fala do fato de que os EUA e a OTAN, de modo geral, estão comprometidos em
treinar os ucranianos para participar de “operações de armas combinadas”, o que
supostamente contribuiria muito para prepará-los para a contraofensiva.35 O fato é que os exércitos ocidentais
de 2023 tinham pouca experiência em guerra blindada – a guerra do Iraque
ocorreu há 20 anos, em 2003, e o exército iraquiano se desintegrou rapidamente.
E eles não tinham experiência em travar uma guerra que fosse uma luta justa.
Como observou o general aposentado dos EUA Ben Hodges, que já comandou o Exército
dos EUA na Europa: “Eu certamente nunca me envolvi em uma luta tão grande,
violenta e desorientadora como as batalhas em andamento na Ucrânia.”36 Ou como comentou um comandante de
batalhão ucraniano sobre seus instrutores americanos: “Eles lutaram no
Afeganistão e no Iraque, e o inimigo lá não é como os russos.”37
Para
fazer a situação pior, não só o punho blindado da Ucrânia era mal treinado para
a difícil tarefa que estava sendo solicitada, como também estava repleto de
soldados com pouca experiência em combate. Esse problema tinha duas causas
relacionadas. Primeiro, muitos soldados ucranianos haviam sido mortos ou
gravemente feridos durante os primeiros 15 meses da guerra, o que limitou o
número de veteranos de combate disponíveis para a contraofensiva. Em segundo
lugar, a Ucrânia precisava manter a maioria de seus melhores combatentes que tinham
sobrevivido nas linhas de frente para travar a guerra contínua.38A batalha de Bakhmut, a qual ocorreu
nos meses que antecederam a contraofensiva e que Kiev estava determinada a
vencer, foi especialmente importante nesse sentido, pois foi como um vórtice
que sugou muitas das melhores forças de combate da Ucrânia.
É
dificilmente surpreendente que, após a contraofensiva começar, o The New
York Times relatou que os “soldados ucranianos ao longo da linha de frente
culparam os comandantes por empurrarem recrutas inexperientes para a batalha e
usarem unidades não testadas para liderar a contraofensiva. Outros criticaram a
inadequação de algumas semanas de treinamento básico em vários países da OTAN.39
A
contraofensiva ucraniana enfrentou outro problema desproporcionalmente grande:
a falta de apoio aéreo próximo para as forças de ataque. É quase impossível que
uma blitzkrieg funcione sem apoio aéreo aproximado, especialmente para a
penetração estratégica profunda, mas isso é muito importante até mesmo para
vencer a batalha de avanço. Como disse John Nagl, um coronel aposentado que
leciona combate na Escola de Guerra do Exército dos EUA: “Os Estados Unidos
jamais tentariam derrotar uma defesa preparada sem superioridade aérea, mas
eles [ucranianos] não têm superioridade aérea. É impossível exagerar a
importância da superioridade aérea para travar uma luta terrestre a um custo
razoável de baixas.”40
Similarmente, o General Hodges disse: “Essas tropas ucranianas estão sendo
enviadas para fazer algo que nós nunca faríamos – lançar uma contraofensiva sem
total superioridade aérea.”41
Finalmente,
embora a Ucrânia tenha recebido um número considerável de tanques e veículos
blindados de combate do Ocidente, eles não receberam tantos quanto solicitaram
e receberam uma variedade de tipos diferentes, o que gerou problemas de
interoperabilidade e manutenção. Os ucranianos também tiveram uma escassez de
equipamentos de remoção de minas, o que é uma necessidade em uma grande guerra
terrestre convencional. Não é de surpreender, dadas todas essas deficiências,
que o The Wall Street Journal tenha relatado, após o início da
contraofensiva, que “as autoridades militares ocidentais sabiam que Kiev não
tinha todo o treinamento ou armas – de projéteis a aviões de guerra – de que
precisava para desalojar as forças russas. Mas eles esperavam que a coragem e a
desenvoltura ucranianas levassem a melhor.”42
Além desse pensamento positivo, há evidências substanciais de que muitos no
Ocidente acreditavam tolamente que o exército russo teria um desempenho ruim,
se não entrasse em colapso, diante da contraofensiva.
Capacidades russas para frustrar
uma blitzkrieg
As
perspectivas da Ucrânia de fazer com que a contraofensiva funcione parecem mesmo
piores quando as capacidades da Rússia para defendê-la são consideradas na
equação.
Primeiro,
não havia praticamente nenhuma chance de os ucranianos surpreenderem os
defensores russos quanto ao local do ataque principal, como a Wehrmacht tinha
sido capaz de fazer contra a França e a Grã-Bretanha em maio de 1940. Os
relatos da mídia, os comentários de autoridades ucranianas e ocidentais e a
simples observação de um mapa deixaram claro que o ataque principal viria da
região de Zaporizhzhia e que as forças blindadas ucranianas teriam como
objetivo ir da área em torno de Orikhiv até o Mar de Azov, capturando a cidade
de Tokmak e a cidade de Melitopol ao longo do caminho. Na verdade, a grande
faixa de território que a Rússia detinha no leste e no sul da Ucrânia seria
cortada pela metade, o que significava que a Rússia não teria mais uma ponte terrestre
para a Crimeia.
Esperava-se
que a Ucrânia tentasse um ou mais avanços adicionais ao longo da linha de
frente, também com o objetivo final de chegar ao Mar de Azov.43 Uma possibilidade era penetrar nas
defesas russas ao sul de Velyka Novosilka e ir até Mariupol. Outra era romper
perto de Gulyaipole e avançar em direção a Berdyansk, no Mar de Azov. Ainda
assim, esperava-se que o ataque principal viesse da área de Orikhiv e fosse em
direção a Melitopol. Independentemente disso, os russos reconheceram todas
essas possíveis linhas de ataque e estavam bem preparados para cada uma delas.
Além
disso, os militares russos tinham uma abundância de drones e outros recursos de
ISR (inteligência, vigilância e reconhecimento {intelligence,
surveillance, and reconnaissance}) que tornavam quase impossível para a Ucrânia
montar uma grande força de ataque sem ser detectada. Tudo isso significava que
não havia quase nenhuma chance de a Ucrânia usar a surpresa para obter uma
vantagem de força significativa no ponto principal de ataque. Em vez disso, os
militares russos estariam esperando por eles em força com um conjunto mortal de
armas altamente acuradas44.
Em
segundo lugar, a Rússia empregou uma defesa em profundidade, a qual é a
estratégia ideal para deter uma blitzkrieg. Ela era composta por várias linhas
de defesa que tinham trincheiras de infantaria, valas para tanques, campos
minados, barreiras de concreto e posições de tiro preparadas. Além disso, essas
fortificações defensivas foram erguidas para canalizar as forças de ataque para
zonas de morte, onde os russos estariam bem posicionados para destruí-las. Em
adição, os ucranianos provavelmente teriam que lutar em áreas urbanas como
Tokmak e Melitopol, onde o avanço seria lento e as baixas seriam altas.
As
defesas russas eram claramente mais fortes em alguns pontos ao longo da linha
do que em outros, mas eram especialmente fortes na região de Zaporizhzhia, onde
se esperava que a Ucrânia tentasse fazer o principal avanço. O exército russo
também tinha forças móveis em reserva que poderiam ser rapidamente deslocadas
para reforçar quaisquer pontos ao longo das linhas fortificadas que estivessem
enfraquecendo. Por fim, as forças russas estavam preparadas para se envolver
seriamente com as forças de ataque na chamada “zona cinza”, a qual é a área
aberta que fica em frente à primeira linha de defesa preparada. A ideia básica
era desgastar as brigadas ucranianas antes que elas alcançassem a linha inicial
de fortificações, ou talvez até mesmo impedi-las de chegar lá. O General Mick
Ryan, um general australiano aposentado, colocou bem as coisas quando descreveu
a arquitetura defensiva da Rússia como “muito mais complexa e mortal do que
qualquer coisa experimentada por qualquer militar em aproximadamente 80 anos.”45
Em
terceiro lugar, para piorar a situação, os russos tinham uma variedade de capacidades
que tornavam extremamente perigoso para as forças ucranianas se movimentarem em
campo aberto, o que elas tinham que fazer quase o tempo todo, já que estavam na
ofensiva e precisavam estar sempre avançando. Para começar, os russos tinham
recursos ISR {inteligência, vigilância e reconhecimento - intelligence,
surveillance, and reconnaissance} significativos que lhes permitiam detectar as
brigadas móveis da Ucrânia. Além disso, eles tinham uma abundância de sistemas
que poderiam atingir as forças de ataque. Os russos tinham um desproporcionalmente
grande arsenal de artilharia e vários lançadores de foguetes, que demonstraram
ser capazes de usar com efeitos mortais nos primeiros 15 meses da guerra. Eles
também tinham a capacidade de implantar rapidamente um grande número de minas,
criando campos minados instantâneos e mortais na frente das forças de ataque.
Por fim, os russos controlavam os céus, o que significa que podiam usar seu
arsenal de helicópteros, drones assassinos e aeronaves táticas para atingir as
forças terrestres da Ucrânia.
Como
um blogueiro altamente experiente em assuntos militares (“Big Serge”) colocou: “Os
observadores ocidentais não parecem abertos à possibilidade de que a precisão
das modernas munições guiadas de precisão de longo alcance (sejam eles drones
Lancet, projéteis de artilharia guiada ou foguetes GMLRS), combinada com a
densidade dos sistemas ISR {inteligência, vigilância e reconhecimento - intelligence,
surveillance, and reconnaissance} pode simplesmente impossibilitar a realização
de operações móveis de varredura, exceto em circunstâncias muito específicas.
Quando o inimigo tem a capacidade de vigiar áreas de preparação, atacar a
infraestrutura da área de retaguarda com mísseis de cruzeiro e drones, saturar
com precisão as linhas de aproximação com fogo de artilharia e encharcar a
terra com minas, como exatamente fica possível manobrar?”46
De
modo curto, há poucas dúvidas de que os russos estavam bem posicionados para
impedir uma blitzkrieg em seu caminho. Assim, considerando que a contraofensiva
seria uma luta justa e que os ucranianos estavam mal preparados para lançar uma
blitzkrieg, é difícil ver como eles poderiam ter sucesso. A única esperança era
que o exército russo se desfizesse assim que o tiroteio começasse, mas havia
poucos motivos para pensar que isso aconteceria.
Vamos
assumir que eu esteja errado e que haja uma grande chance de a blitzkrieg ser
bem-sucedida, como argumentaram quase todos os formuladores de políticas,
especialistas e estrategistas do Ocidente. Mesmo assim, a guerra não
terminaria, e a Ucrânia ainda se encontraria em uma guerra de desgaste que não
poderia vencer. Lembre-se de que a blitzkrieg não tinha como objetivo derrotar
decisivamente o exército russo na Ucrânia, recuperar todo o território perdido
da Ucrânia e encerrar a guerra. Em vez disso, o objetivo era danificar
seriamente as forças russas na Ucrânia, recuperar algum território e levar
Moscou à mesa de negociações, onde a Ucrânia e o Ocidente estariam no comando.
Os
russos, contudo, dificilmente iriam para a mesa de negociações e cederiam às
exigências ucranianas e ocidentais. Afinal de contas, Putin e outros líderes
russos acreditam que estão enfrentando uma ameaça existencial, o que certamente
os levaria a redobrar a atenção e a fazer o que for necessário para derrotar o
inimigo nos portões. Em resumo, a blitzkrieg ucraniana estava fadada ao
fracasso, mas mesmo que tivesse conseguido atingir seus objetivos limitados,
não teria conseguido terminar a guerra em termos favoráveis para a Ucrânia e o
Ocidente.
OS RESULTADOS ATÉ O
MOMENTO
A
contraofensiva tem sido um fracasso abismal, ao contrário das expectativas de
quase todos no Ocidente. A Ucrânia tem sofrido baixas desproporcionalmente
grandes e perdeu grandes quantidades de armamentos em três meses de luta.47 Nesse processo, seu exército ainda não
tem conseguido alcançar a primeira linha de defesa em profundidade da Rússia;
ele continua atolado lutando na zona cinzenta localizada em frente às
principais linhas de defesa da Rússia, onde, como disse um soldado ucraniano, “Eles
estavam apenas esperando por nós... posições preparadas em todos os lugares.
Era uma parede de aço. Foi horrendo.”48
Conforme observado, as autoridades ocidentais informaram que a Ucrânia perdeu
cerca de 20% das armas que empregou no campo de batalha durante as duas
primeiras semanas da contraofensiva, o que incluiu um bom número de tanques e
veículos blindados de combate que o Ocidente tinha fornecido.49
Os
militares ucranianos mudaram rapidamente de tática após seus reveses iniciais
e, em vez de tentar lutar na zona cinzenta com forças blindadas, decidiram
tentar desgastar as forças russas atacando-as com pequenas unidades de
infantaria apoiadas por barragens maciças de artilharia. Estas eram às vezes
chamadas de “táticas de mosquito” no Ocidente.50
Embora essa nova abordagem tenha reduzido um pouco as baixas da Ucrânia, as
forças de ataque fizeram pouco progresso e frequentemente eram alvo de fogo
cerrado. No final de julho, a Ucrânia lançou outro grande ataque com tanques e
veículos de combate blindados.51
Novamente, as forças de ataque fizeram pouco progresso e perderam um grande
número de homens e equipamentos. Em seguida, voltaram às táticas de mosquito
(táticas de guerrilha). Como disse o The Wall Street Journal após dois
meses de luta, a contraofensiva ucraniana é “um avanço lento e sangrento a pé”52.
Em
efeito, a Ucrânia tinha desistido de executar uma blitzkrieg, a qual só pode
ser realizada com um largo corpo de forças blindadas, não com soldados de
infantaria que se deslocam a pé e são apoiados pela artilharia. É claro que faz
pouco sentido tratar a blitzkrieg como uma opção séria quando as forças
ucranianas não conseguiram alcançar a primeira linha de defesa fortificada da
Rússia, muito menos rompê-la. Resumindo, não havia nenhuma chance de a Ucrânia
repetir o feito que a Wehrmacht realizou contra as forças francesas e
britânicas em 1940. Em vez disso, a Ucrânia estava destinada a lutar em uma
guerra de desgaste como a Primeira Guerra Mundial na Frente Ocidental, onde
suas pesadas perdas na contraofensiva a colocariam em grande desvantagem movendo-se
adiante.
É
digno de se observar que, enquanto o exército ucraniano estava travando sua
contraofensiva malsucedida ao longo das partes sul e leste da linha de contato,
o exército russo estava na ofensiva ao norte, avançando em direção à cidade de
Kupiansk, controlada pelos ucranianos. Os russos estavam progredindo
lentamente, mas de forma constante, de modo que o general comandante da Ucrânia
no teatro de operações anunciou em 25 de agosto que “nós devemos tomar
prontamente todas as medidas para fortalecer nossas defesas nas linhas
ameaçadas”53.
É agora, é amplamente reconhecido que a contraofensiva tem fracassado e não há nenhuma perspectiva séria de que a Ucrânia alcance o sucesso repentinamente antes que as chuvas de outono ou os líderes ucranianos a encerrem.54 Por exemplo, o The Kyiv Independent publicou recentemente uma matéria com o título: “Inching Forward in Bakhmut Counteroffensive, Ukraine's Hardened Units Look Ahead to Long, Grim War {Avançando lentamente na contra-ofensiva de Bakhmut, as unidades endurecidas da Ucrânia antecipam uma guerra longa e sombria}”55 Da mesma forma, o The Washington Post publicou um artigo em 10 de agosto que enfatizava o clima sombrio na Ucrânia: “Dois meses depois que a Ucrânia partiu para o ataque, com pouco progresso visível no front e um verão implacável e sangrento em todo o país, a narrativa de unidade e perseverança infinita começou a se desgastar. O número de mortos – incontáveis milhares – aumenta diariamente. Milhões de pessoas estão desalojadas e não têm chance de voltar para casa. Em todos os cantos do país, os civis estão exaustos devido a uma série de ataques russos recentes.... Os ucranianos, que precisam muito de boas notícias, simplesmente não estão conseguindo nenhuma.”56
As
elites ocidentais agora estão se esforçando para encontrar uma maneira de
salvar a situação que está se deteriorando. Alguns ainda mantêm a esperança de
que dar à Ucrânia uma ou outra arma nova mudará magicamente a situação no campo
de batalha. Os F-16 e o ATACMS são mencionados com mais frequência nesse
sentido. Mas, como disse o General Milley ao jogar água fria na ideia de que um
punhado de F-16 reverteria a sorte da Ucrânia, “Não existe bala de prata na
guerra. Os resultados de batalhas e guerras são função de muitas, muitas
variáveis.”57
Outros
se focam em como a Ucrânia luta. Alguns afirmam que a Ucrânia deve se tornar
mais proficiente na condução de “operações de armas combinadas”.58 Mas nunca fica claro como isso pode
ser feito, já que os instrutores ocidentais tentaram uma vez ensinar essa
habilidade e aparentemente falharam. Além disso, nunca é explicado como as
operações de armas combinadas, que não são uma estratégia, tiram a Ucrânia da
atual guerra de atrito. Da mesma forma, alguns argumentam que a Ucrânia precisa
dar mais ênfase à manobra, que é frequentemente comparada ao atrito. Da mesma
forma, alguns argumentam que a Ucrânia precisa de colocar mais ênfase na
manobra, que é muitas vezes contrastada com o atrito. Mas a manobra é uma
tática de campo de batalha, não uma estratégia para derrotar um oponente. Com
certeza, a manobra é muito importante na execução de uma penetração estratégica
profunda, embora seja de utilidade limitada na vitória de batalhas inovadoras.59 Também é possível ter uma guerra de atrito
na qual ambos os lados se engajem regularmente em batalhas móveis que tenham a
manobra em alto valor. Mas a principal questão, que os proponentes de uma
manobra maior nunca abordam, é como ela funciona em nível estratégico para
permitir que a Ucrânia escape da guerra de atrito que ela enfrenta atualmente?
Parece
que a maioria das elites ocidentais e a maioria dos ucranianos estão resignados
com o fato de que não há como escapar de uma sangrenta guerra de atrito com a
Rússia60. Também parece que muitos duvidam que
a Ucrânia possa prevalecer nessa luta, o que, obviamente, é um dos principais
motivos pelos quais as elites da política externa e os formuladores de
políticas do Ocidente insistiram tanto na contraofensiva. Eles entenderam que a
Ucrânia estaria em sérios problemas em uma guerra longa. Afinal de contas, a
Rússia tem uma vantagem de 5:1 em mão de obra e a capacidade – pelo menos a
curto e médio prazo – de produzir mais artilharia e outras armas importantes do
que a Ucrânia e o Ocidente juntos. Além disso, não está claro se o Ocidente,
especialmente os EUA, continuará totalmente comprometido com o apoio à Ucrânia
quando houver pouca esperança de vitória. Portanto, a Ucrânia – com o Ocidente
pressionando por trás – apostou que a blitzkrieg forneceria os meios para
escapar da guerra de atrito e, por fim, prevalecer sobre a Rússia. Mas a
estratégia provou ser um fracasso sombriamente desastroso. Agora, é difícil
contar uma história sobre o futuro da Ucrânia que tenha um final feliz.
A ESCURIDÃO À FRENTE
O
que acontecerá em seguida? Dois pontos estão em ordem.
Em
primeiro lugar, haverá um jogo de acusações nos próximos meses com relação a
quem é responsável pela contraofensiva desastrosa. Na verdade, ele já começou61. Poucos admitirão que estavam errados
ao pensar que a contraofensiva tinha uma chance razoável de ser bem-sucedida ou
que certamente seria bem-sucedida. Isso certamente será verdade nos EUA, onde a
responsabilidade é um conceito obsoleto. Muitos ucranianos culparão o Ocidente
por pressioná-los a lançar a blitzkrieg quando o Ocidente não lhes forneceu
todo o armamento que eles tinham requisitado. É claro que o Ocidente será
culpado, mas os líderes ucranianos têm poder e poderiam ter resistido à pressão
americana. Afinal, a sobrevivência de seu país está em jogo, e teria sido
melhor para eles ficar na defensiva, onde teriam sofrido menos baixas e
aumentado suas chances de manter o território que eles agora controlam.
As
recriminações que virão serão feias e prejudicarão os esforços da Ucrânia para
permanecer na luta contra a Rússia.
Em
segundo lugar, muitos no Ocidente argumentarão que o momento agora é maduro
para a diplomacia. A contraofensiva fracassada mostra que a Ucrânia não pode
prevalecer no campo de batalha, assim será o argumento e, portanto, faz sentido
chegar a um acordo de paz com a Rússia, mesmo que Kiev e o Ocidente tenham que
fazer concessões. Afinal de contas, a situação só piorará para a Ucrânia se a
guerra continuar.
Lamentavelmente,
não há solução diplomática à vista. Há diferenças irreconciliáveis entre os
dois lados com relação às garantias de segurança para a Ucrânia e o território,
as quais impedem um acordo de paz significativo. Por razões compreensíveis, a
Ucrânia está profundamente empenhada em recuperar todas as terras que perdeu
para a Rússia, as quais incluem a Crimeia e os oblasts de Donetsk, Kherson,
Luhansk e Zaporizhzhia. Mas Moscou já tem anexado esses territórios e deixou
claro que não tem intenção de devolvê-los a Kiev.
A
outra questão insolúvel concerne ao relacionamento da Ucrânia com o Ocidente.
Por motivos compreensíveis, a Ucrânia insiste que precisa de uma garantia de
segurança, que só pode vir dos EUA e da OTAN. A Rússia, por outro lado, insiste
que a Ucrânia deve ser neutra e deve encerrar sua relação de segurança com o
Ocidente. Na verdade, essa questão foi a principal causa da guerra atual, mesmo
que as elites da política externa americana e europeia se recusem a acreditar
nisso.62 Moscou não estava disposta a tolerar a
adesão da Ucrânia à OTAN. É extremamente difícil, se não impossível, ver como
ambos os lados podem ficar satisfeitos com a questão territorial ou de
neutralidade.
Em
adição a esses obstáculos, os dois lados veem um ao outro como uma ameaça
existencial, o que é um enorme obstáculo para qualquer tipo de concessão
significativa. É difícil imaginar, por exemplo, os EUA tirando suas armas da
Rússia em um futuro próximo. O resultado mais provável é que a guerra continue
e acabe em um conflito congelado com a Rússia em posse de uma parte
significativa do território ucraniano. Mas esse resultado não colocará um fim
na competição e no conflito entre a Rússia e a Ucrânia ou entre a Rússia e o
Ocidente.
Tradução
por Davi Ciampa Heras
Revisão
e palavras entre chaves por Mykel Alexander
Notas
24 Nota de John J. Mearsheimer: A Ucrânia parece ter tido cerca de 38 brigadas de manobra prontas para o combate, disponíveis para a contraofensiva. Assumindo que houvesse cerca de 4.000 soldados em cada brigada de manobra, isso significaria um total de aproximadamente 150.000. Além disso, a Ucrânia tinha um número substancial de tropas de apoio fora dessas brigadas de manobra, incluindo 9 brigadas de artilharia. Seria razoável assumir que havia 100 mil soldados de apoio preparados para participar na contraofensiva, elevando o total global da Ucrânia para 250 mil. Os russos, por outro lado, parecem ter tido algo entre 200.000 e 300.000 soldados de combate e apoio na Ucrânia, organizados em cerca de 40 brigadas que estavam preparadas para lidar com a contraofensiva. Esses cálculos são baseados principalmente em:
-The Ukrainian military must reorganize to defeat Russia, por Richard D. Hooker Jr., 30 de Agosto de 2022, Atlantic Council.
- SITREP 8/5/23: Projecting the Intermediate Future, por Simplicius, 06 de Agosto de 2023, Substack.
-150,000 Ukrainian troops fighting in ‘new counteroffensive’ – Politico - Despite committing its best NATO-trained units, Kiev has made no significant gains, US officials have admitted, 02 de agosto de 2023, RT.
https://www.rt.com/russia/580720-western-trained-troops-counteroffensive/
- No breakthrough yet in Ukraine’s counteroffensive, por Lara Seligman, Matt Berg e Eric Bazail-Eimil , 01 de agosto de 2023, Politico.
- Ukraine’s Counteroffensive: What to Know - The Ukrainians are now on the offense. But measuring their progress is difficult this early on, por Helene Cooper, 14 de junho de 2023, The New York Times.
https://www.nytimes.com/article/ukraine-counteroffensive-what-to-know.html
-Ukraine Has a Breakthrough Problem - Military history suggests Ukraine’s current campaign is far more daunting than the public understands, por Barry R. Posen, 03 de Agosto de 2023, Foreign Policy.
https://foreignpolicy.com/2023/08/03/ukraine-counteroffensive-breakthrough-problem/
-Ukraine and Russia’s militaries are David and Goliath. Here’s how they compare, por Angela Dewan, 25 de fevereiro de 2022, CNN.
https://www.cnn.com/2022/02/25/europe/russia-ukraine-military-comparison-intl/index.html
- Ukraine commander says main offensive reserve yet to be sent into battle, por Daniel Boffey, 23 de junho de 2023, The Guardian.
-Twitter
https://twitter.com/DefenceHQ/status/1657643236989517825
-Russia prepares 2,000 tanks and 300,000 troops for ‘huge invasion’ in Donbas
The attack is expected to coincide with the one-year anniversary of Vladimir Putin's launch of the war in Ukraine on February 24, por Joe Barnes, 09 de fevereiro de 2023, The Telegraph.
25 Nota de John J. Mearsheimer: Number of Russians who joined army in 2023 revealed
Russian Defense Ministry records show over 230,000 men have enlisted so far, 03 de agosto de 2023, RT.
https://www.rt.com/russia/580780-russian-army-enlistment-medvedev/
-Rumors of a New Russian Mobilization, and Other Interesting Things, por Simplicius, 29 de julho de 2023, Substack.
26 Nota de John J. Mearsheimer: How the Ukraine Counteroffensive Can Still Succeed, por Frederick W. Kagan, Karolina Hird e Kateryna Stepanenko, 03 de agosto de 2023, Time.
https://time.com/6300772/ukraine-counteroffensive-can-still-succeed/
27 Nota de John J. Mearsheimer: Como disse um subcomandante de brigada ucraniano: “Não se pode subestimar o inimigo. O inimigo é forte e astuto. Portanto, esta contra-ofensiva requer uma preparação constante.”
- Carlotta Gall and Oleksandr Chubko spent more than two weeks reporting in the Zaporizhzhia and Donetsk regions of southern Ukraine, por Carlotta Gall e Oleksandr Chubko 07 de agosto de 2023, The New York Times.
https://www.nytimes.com/2023/08/07/world/europe/ukraine-marines-counteroffensive.html
-Meatgrinder: Russian Tactics in the Second Year of Its Invasion of Ukraine, por Dr Jack Watling e Nick Reynolds, 19 de maio de 2023, The Royal United Services Institute.
- Weary Soldiers, Unreliable Munitions: Ukraine’s Many Challenges - A month of reporting by New York Times journalists found the fighting mostly stalemated and Ukraine facing an array of obstacles against a determined foe, por Thomas Gibbons-Neff, Natalia Yermak, Dzvinka Pinchuk e Yurii Shyvala, 23 de julho de 2023, The New York Times.
- Is Ukraine’s offensive stalling? - A breakthrough remains possible, but it will take time, 25 de julho de2023, The Economist.
https://www.economist.com/international/2023/07/25/is-ukraines-offensive-stal
28 Nota de John J. Mearsheimer: Ukraine Has a Breakthrough Problem - Military history suggests Ukraine’s current campaign is far more daunting than the public understands, por Barry R. Posen, 25 de julho de 2023, The Economist.
https://foreignpolicy.com/2023/08/03/ukraine-counteroffensive-breakthrough-problem/
29 Nota de John J. Mearsheimer: Para excelentes discussões sobre as dificuldades que as forças de ataque ucranianas enfrentariam na batalha inovadora, bem como na profunda penetração estratégica, consulte:
- Escaping Attrition: Ukraine Rolls the Dice - The Zaporizhia Summer Blockbuster, por Big Serge, 29 de Agosto de 2023, Substack.
- Ukraine Has a Breakthrough Problem - Military history suggests Ukraine’s current campaign is far more daunting than the public understands, por Barry R. Posen, 25 de julho de 2023, The Economist.
https://foreignpolicy.com/2023/08/03/ukraine-counteroffensive-breakthrough-problem/
30 Nota de John J. Mearsheimer: ‘It’s Not a Sprint,’ Ukraine’s Marines Insist. ‘It’s a Marathon.’ -
Journalists from The Times spent two weeks with troops from brigades trained and supplied by NATO to get their take on how, and where, the counteroffensive is going, por Carlotta Gall e Oleksandr Chubko, 07 de agosto de 2023, The New York Times.
https://www.nytimes.com/2023/08/07/world/europe/ukraine-marines-counteroffensive.html
31 Nota de John J. Mearsheimer: Ukraine counter-offensive too slow because they’re not doing it properly, Germans claim - Senior British military officials dismiss claims in leaked report by Bundeswehr because they just don't ‘ring true’, por James Jackson e Danielle Sheridan, 25 de julho de 2023, The Telegraphy.
A OTAN treinou um total de cerca de 60.000 ucranianos antes da contraofensiva, o que inclui os 36.000 das nove brigadas que formavam o núcleo da principal força de ataque da Ucrânia. Os EUA treinaram mais de 11.000 dessas tropas.
- Main Thrust of Ukraine’s Offensive May Be Underway, U.S. Officials Say - After holding back many of its units trained and armed by the West, Ukraine is now committing them, the officials said, but it remained unclear whether a full-scale assault was taking place, por Eric Schmitt, Matthew Mpoke Bigg e Carlotta Gall, 26 de julho de 2023, The New York Times.
- Secretary of Defense Lloyd J. Austin III and Joint Chiefs of Staff Chairman General Mark A. Milley Hold Press Conference Following Ukraine Defense Contact Group Meeting, Brussels, Bélgica, 15 de junho de 2023, U.S. Department of Defense.
32 Nota de John J. Mearsheimer: Ukraine’s Manpower Requirements Reaching a Critical Threshold
Publication: Eurasia Daily Monitor, Volume: 20, Issue: 120, por Hlib Parfonov, 26 de julho de 2023, James Town.org.
https://jamestown.org/program/ukraines-personnel-needs-reaching-a-critical-threshold/
33 Nota de John J. Mearsheimer: Ukraine’s Manpower Requirements Reaching a Critical Threshold
Publication: Eurasia Daily Monitor, Volume: 20, Issue: 120, por Hlib Parfonov, 26 de julho de 2023, James Town.org.
https://jamestown.org/program/ukraines-personnel-needs-reaching-a-critical-threshold/
- Secretary of Defense Lloyd J. Austin III and Joint Chiefs of Staff Chairman General Mark A. Milley Hold Press Conference Following Ukraine Defense Contact Group Meeting, Brussels, Belgica, 15 de junho de 2023, Secretary of Defense Lloyd J. Austin III; Joint Chiefs of Staff Chairman General Mark A. Milley.
34 Nota de John J. Mearsheimer: Franz-Stefan Gady and Michael Kofman on what Ukraine must do to break through Russian defences - The West should embrace Ukraine’s way of war rather than trying to change it, say the military experts, por Franz-Stefan Gady e Michael Kofman, 23 de julho de 2023, The Economist.
35 Nota de John J. Mearsheimer: Ukrainian Troops Trained by the West Stumble in Battle - Ukraine’s army has for now set aside U.S. fighting methods and reverted to tactics it knows best, por Eric Schmitt e Helene Cooper, 02 de Agosto de 2023, The New York Times.
36 Nota de John J. Mearsheimer: How to know whether Ukraine’s counteroffensive is working, por Ben Hodges, 15 de junho de 2023, The Washington Post.
- Ukrainian Troops Trained by the West Stumble in Battle - Ukraine’s army has for now set aside U.S. fighting methods and reverted to tactics it knows best, por Eric Schmitt e Helene Coope, 02 de agosto de 2023, The New York Times.
37 Nota de John J. Mearsheimer: It’s Not a Sprint,’ Ukraine’s Marines Insist. ‘It’s a Marathon.’ - Journalists from The Times spent two weeks with troops from brigades trained and supplied by NATO to get their take on how, and where, the counteroffensive is going, por Carlotta Gall e Oleksandr Chubko, 07 de agosto de 2023, The New York Times.
https://www.nytimes.com/2023/08/07/world/europe/ukraine-marines-counteroffensive.html
38 Nota de John J. Mearsheimer: It’s Not a Sprint,’ Ukraine’s Marines Insist. ‘It’s a Marathon.’ - Journalists from The Times spent two weeks with troops from brigades trained and supplied by NATO to get their take on how, and where, the counteroffensive is going, por Carlotta Gall e Oleksandr Chubko, 07 de agosto de 2023, The New York Times.
https://www.nytimes.com/2023/08/07/world/europe/ukraine-marines-counteroffensive.html
39 Nota de John J. Mearsheimer: It’s Not a Sprint,’ Ukraine’s Marines Insist. ‘It’s a Marathon.’ - Journalists from The Times spent two weeks with troops from brigades trained and supplied by NATO to get their take on how, and where, the counteroffensive is going, por Carlotta Gall e Oleksandr Chubko, 07 de agosto de 2023, The New York Times.
https://www.nytimes.com/2023/08/07/world/europe/ukraine-marines-counteroffensive.html
40 Nota de John J. Mearsheimer: Ukraine’s Lack of Weaponry and Training Risks Stalemate in Fight With Russia - U.S. and Kyiv knew of shortfalls but Kyiv still launched offensive - A Ukrainian serviceman at an undisclosed location in the Donetsk region, Oleg Petrasyuk/Zuma Press, por Daniel Michaels, 23 de julho de 2023, The Wall Street Journal.
41 Nota de John J. Mearsheimer: Ukraine Chalks Up Small Advance in Southern Push - The capture of Robotyne is a small victory for a Western-trained unit that had suffered disastrous losses early in the counteroffensive, por Ian Lovett, 22 de agosto de 2023, The Wall Street Journal.
https://www.wsj.com/world/europe/ukraine-chalks-up-small-advance-in-southern-push-8735d44c
42 Nota de John J. Mearsheimer: Ukraine’s Lack of Weaponry and Training Risks Stalemate in Fight With Russia - U.S. and Kyiv knew of shortfalls but Kyiv still launched offensive - A Ukrainian serviceman at an undisclosed location in the Donetsk region, Oleg Petrasyuk/Zuma Press, por Daniel Michaels, 23 de julho de 2023, The Wall Street Journal.
43 Nota de John J. Mearsheimer: Casualties mount as Ukraine’s forces inch south hamlet by hamlet
This article is more than 1 year old - Clearest progress in counteroffensive has come north of occupied Mariupol, but Kyiv’s troops have paid a high price, por Daniel Boffey em Velyka Novosilka, Donetsk, 20 de junho de 2023, The Guardian.
- Escaping Attrition: Ukraine Rolls the Dice - The Zaporizhia Summer Blockbuster, por Big Serge. 29 de agosto de 2023, Substack.
44 Nota de John J. Mearsheimer: Escaping Attrition: Ukraine Rolls the Dice - The Zaporizhia Summer Blockbuster, por Big Serge. 29 de agosto de 2023, Substack.
45 Nota de John J. Mearsheimer: The jury is still out on Ukraine’s big push south - Gains are modest so far, but the troops are confident, 30 de julho de 2023, por Lyman The Economist.
https://www.economist.com/europe/2023/07/30/the-jury-is-still-out-on-ukraines-big-push-south
Para uma discussão detalhada sobre a formidável defesa da Rússia, consulte:
- Ukraine’s Offensive Operations - Shifting the Offense-Defense Balance, por Seth G. Jones, Alexander Palmer, e Joseph S. Bermudez Jr., junho de 2023, CSIS.
46 Nota de John J. Mearsheimer: Escaping Attrition: Ukraine Rolls the Dice - The Zaporizhia Summer Blockbuster, por Big Serge. 29 de agosto de 2023, Substack.
47 Nota de John J. Mearsheimer: 'Dying by the dozens every day' - Ukraine losses climb, 29 de agosto de 2023, BBC.
48 Nota de John J. Mearsheimer: ‘A Wall of Steel’: Ukrainian Troops Face Hard Slog in Offensive’s First Days - Brigades with Western arms make small gains against Russia’s defensive lines in occupied regions - Ukrainian forces held a training exercise not far from the front line in the eastern Donetsk region, por Ian Lovett, Marcus Walker, e Nikita Nikolaienko, 10 de junho de 2023, The Wall Street Journal.
Os esforços hercúleos da Ucrânia para tentar capturar Robotyne, uma pequena aldeia na zona cinzenta, ilustram a futilidade da contraofensiva.
- Ukraine Chalks Up Small Advance in Southern Push - The capture of Robotyne is a small victory for a Western-trained unit that had suffered disastrous losses early in the counteroffensive, por Ian Lovett, 22 de agosto de 2023, The Wall Street Journal.
https://www.wsj.com/world/europe/ukraine-chalks-up-small-advance-in-southern-push-8735d44c
49 Nota de John J. Mearsheimer: After Suffering Heavy Losses, Ukrainians Paused to Rethink Strategy - Early in the counteroffensive, Ukraine lost as much as 20 percent of its weapons and armor. The rate dropped as the campaign slowed and commanders shifted tactics, por Lara JakesAndrew E. Kramer e Eric Schmitt, 15 de julho de 2023, The New York times.
https://www.nytimes.com/2023/07/15/us/politics/ukraine-leopards-bradleys-counteroffensive.html
50 Nota de John J. Mearsheimer: Ukraine SitRep: 'Mosquito' Tactics - S-200 Land Attacks, 10 de julho de 2023, Moon of Alabama.
https://www.moonofalabama.org/2023/07/ukraine-sitrep-mosquito-tactics-s-200-land-attacks.html#more
- After Suffering Heavy Losses, Ukrainians Paused to Rethink Strategy - Early in the counteroffensive, Ukraine lost as much as 20 percent of its weapons and armor. The rate dropped as the campaign slowed and commanders shifted tactics, por Lara Jakes, Andrew E. Kramer e Eric Schmitt, 15 de julho de 2023, The New York Times.
https://www.nytimes.com/2023/07/15/us/politics/ukraine-leopards-bradleys-counteroffensive.html
- Russia-Ukraine War - Ukraine Pushes South, but Faces Obstacles in Counteroffensive, 27 de julho de 2023, The New York Times.
https://www.nytimes.com/live/2023/07/27/world/russia-ukraine-news
- A Brutal Path Forward, Village by Village - As Ukraine pushes slowly forward in its counteroffensive, it’s relying heavily on the effort of hundreds of small-scale assault groups, each tasked with attacking a single trench, tree line or house, por Marc Santora, 02 de setembro de 2023, The New York Times.
https://www.nytimes.com/2023/09/02/world/europe/ukraine-russia-counteroffensive.html
51 Nota de John J. Mearsheimer: Main Thrust of Ukraine’s Offensive May Be Underway, U.S. Officials Say
After holding back many of its units trained and armed by the West, Ukraine is now committing them, the officials said, but it remained unclear whether a full-scale assault was taking place, por Eric Schmitt, Matthew Mpoke Bigg e Carlotta Gall, 26 de julho de 2024, The New York Times.
- On southern front, Ukrainian forces aim to smash through Russian defenses, por David L. Stern, Robyn Dixon e Adam Taylor, 27 de julho de 2023, The Washington Post.
https://www.washingtonpost.com/world/2023/07/27/ukraine-russia-war-south-counteroffensive/
52 Nota de John J. Mearsheimer: Ukraine’s Reset: A Slow and Bloody Advance on Foot - After the failures of the initial armored assaults, which were blunted by Russian defenses, Kyiv resorted to small units attacking one position at a time, por James Marson, 23 de agosto de 2023, The Wall Street Journal.
53 Nota de John J. Mearsheimer: Ukrainian Commander Urges More Defenses in the Northeast - In an apparent break with Pentagon advice, Oleksandr Syrsky, Ukraine’s top general in the east, called for “all measures” to defend an area where Russia was threatening to take more territory, por Thomas Gibbons-Neff, 26 de agosto de 2023, The New York Times.
https://www.nytimes.com/2023/08/26/world/europe/russia-ukraine-war-counteroffensive.html
54 Nota de John J. Mearsheimer: Western Media Is Nowadays Talking About How Fatigued & Frustrated Ukrainians Have Become, por Andrew Korybko, 22 de agosto de 2023, Andrew Korybko's Newsletter.
- Western allies receive increasingly ‘sobering’ updates on Ukraine’s counteroffensive: ‘This is the most difficult time of the war’, por Jim Sciutto, 08 de agosto de 2023, CNN.
https://www.cnn.com/2023/08/08/politics/ukraine-counteroffensive-us-briefings/index.html
- The Hard Reality: Ukraine’s Last-Gasp Offensive Has Failed - The cold, hard truth in the war between Russia and Ukraine today is that Ukraine’s last-gasp offensive has failed, and no amount of spin will change the outcome, por Daniel Davis, 15 de agosto de 2023, 19 Forty Five.
https://www.19fortyfive.com/2023/08/the-hard-reality-ukraines-last-gasp-offensive-has-failed/
55 Nota de John J. Mearsheimer: Inching forward in Bakhmut counteroffensive, Ukraine’s hardened units look ahead to long, grim war, por by Francis Farrell, 27 de agosto de 2023, Kyiv Independent.
56 Nota de John J. Mearsheimer: Slow counteroffensive darkens mood in Ukraine, por Siobhán O'Grady, Kostiantyn Khudov e Heidi Levine, 10 de agosto de 2023, The Washington Post.
https://www.washingtonpost.com/world/2023/08/10/ukraine-national-mood-counteroffensive-gloom/
- Ukraine’s sluggish counter-offensive is souring the public mood, 20 de agosto de 2023, The Economist.
57 Nota de John J. Mearsheimer: Ukraine’s Lack of Weaponry and Training Risks Stalemate in Fight With Russia - U.S. and Kyiv knew of shortfalls but Kyiv still launched offensive, por Daniel Michaels, 23 de julho de 2023, The Wall Street Journal.
- Milley: It Would Take Years, Billions of Dollars for Ukraine to Match Russian Airpower, 18 de julho de 2023, Sputnik.
58 Nota de John J. Mearsheimer:
- Franz-Stefan Gady and Michael Kofman on what Ukraine must do to break through Russian defences -
The West should embrace Ukraine’s way of war rather than trying to change it, say the military experts, por Franz-Stefan Gady e Michael Kofman, 28 de julho de 2023, The Economist.
- U.S., Ukraine Clash Over Counteroffensive Strategy - Kyiv’s forces can still break through Russia defenses, but time is running out, Washington officials say, por Michael R. Gordon, Gordon Lubold, James Marson, e Vivian Salama, 24 de Agosto de 2023, The Wall Street Journal.
https://www.wsj.com/world/europe/u-s-ukraine-clash-over-counteroffensive-strategy-cb5e4324
- Ukraine counter-offensive too slow because they’re not doing it properly, Germans claim - Senior British military officials dismiss claims in leaked report by Bundeswehr because they just don't ‘ring true’, por
James Jackson e Danielle Sheridan, 25 de julho de 2023, The Telegraph.
59 Nota de John J. Mearsheimer: Russian fortifications present an old problem for Ukraine, por David J. Betz, 20 de julho de 2023, Engelsberg Ideas.
https://engelsbergideas.com/essays/russian-fortifications-present-an-old-problem-for-ukraine/
- Maneuver, Mobile Defense, and the NATO Central Front, por John J. Mearsheimer, International Security
Vol. 6, nº 3 (inverno, 1981-1982), pp. 104-122 (19 páginas), The MIT Press.
60 Nota de John J. Mearsheimer: U.S., Allies Seek Long-Term Military Aid for Ukraine to Show West’s Resolve - Weapons shortages, domestic political pressures hamper Western efforts, por Laurence Norman
e Nancy A. Youssef, 29 de agosto de 2023, The Wall Street Journal.
- Opinion How the U.S. sees Ukraine’s push: No stalemate, but no breakthrough David Ignatius, 27 de agosto de 2023, The Washington Post.
https://www.washingtonpost.com/opinions/2023/08/27/ukraine-counteroffensive-russia-us-support-holds/
61 Nota de John J. Mearsheimer: The Coming Battle: ‘Who Lost Ukraine?’ - An effort to rewrite history is happening in real time, por James W. Carden, 07 de agosto de 2023, The American Conservative.
https://www.theamericanconservative.com/the-coming-battle-who-lost-ukraine/
62 Nota de John J. Mearsheimer: The Causes and Consequences of the Ukraine Crisis, por John J. Mearsheimer, 23 de junho de 2022, National Interest.
https://nationalinterest.org/feature/causes-and-consequences-ukraine-crisis-203182
- John Mearsheimer on why the West is principally responsible for the Ukrainian crisis, por John Mearsheimer, 19 de março de 2022, The Economist.
https://www.economist.com/by-invitation/2022/03/11/john-mearsheimer-on-why-the-west-is-principally-responsible-for-the-ukrainian-crisis {Tradução deste artigo no artigo abaixo abaixo}:
- {Retrospectiva 2022 – Guerra Ucrânia/OTAN x Rússia} - John Mearsheimer, Ucrânia e a política subterrânea global, por Boyd D. Cathey, 16 de novembro de 2022, World Traditional Front.
https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2022/11/boyd-t.html
Fonte: Bound to Lose - Ukraine’s 2023 Counteroffensiver, 02 de setembro de 2023, John’s Substack.
https://mearsheimer.substack.com/p/bound-to-lose
Sobre o autor: John Joseph Mearsheimer (1947-) é um cientista político americano e estudioso de relações internacionais, que pertence à escola de pensamento realista. Ele é o R. Wendell Harrison Distinguished Service Professor na Universidade de Chicago (de 1989 a 1992, atuou como presidente do departamento). Aos 17 anos, Mearsheimer se alistou no Exército dos EUA. Após um ano como membro alistado, obteve uma nomeação para a Academia Militar dos Estados Unidos em West Point, que frequentou de 1966 a 1970. Após a formatura, serviu por cinco anos como oficial da Força Aérea dos Estados Unidos. Em 1974, enquanto estava na Força Aérea, Mearsheimer obteve um mestrado em relações internacionais pela University of Southern California. Ele entrou na Universidade de Cornell e em 1980 obteve um Ph.D. no governo, especificamente nas relações internacionais. De 1978 a 1979, foi pesquisador da Brookings Institution em Washington, DC. De 1980 a 1982, foi pós-doutorando no Centro de Assuntos Internacionais da Universidade de Harvard. Durante o ano acadêmico de 1998-1999, ele foi o Whitney H. Shepardson Fellow no Conselho de Relações Exteriores em Nova Iorque. Ele também é membro do corpo docente do programa de pós-graduação do Comitê de Relações Internacionais e é codiretor do Programa de Política de Segurança Internacional.
É autor de: Conventional Deterrence (1983), Nuclear Deterrence: Ethics and Strategy (co-editor, 1985); Liddell Hart and the Weight of History (1988); The Tragedy of Great Power Politics (2001); The Israel Lobby and U.S. Foreign Policy (2007); e Why Leaders Lie: The Truth About Lying in International Politics (2011); The Great Delusion: Liberal Dreams and International Realities (2018).
Seus artigos apareceram em revistas acadêmicas como a International Security, Foreign Affairs e em revistas populares como a London Review of Books. Ele escreveu artigos de opinião para o The New York Times, o Los Angeles Times e o Chicago Tribune.
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{Retrospectiva 2023} - Guerra e Propaganda no Conflito Rússia-Ucrânia - por Ron Keeva Unz
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{Retrospectiva 2022 – conflito na Ucrânia} Para entender a guerra - por Israel Shamir
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Sobre a influência do judaico bolchevismo (comunismo-marxista) na Rússia ver:
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