Frederick W. Engdahl |
Um
grande alarido humanitário nas últimas semanas demandando o transporte seguro
de grãos ucranianos para aliviar uma crise de fome na África e em outros
lugares é enganoso em muitos níveis.
Não
menos importante é quem possui a terra em que o grão é cultivado e se esse grão
é realmente milho e outros grãos patenteados OGM {Organismo Geneticamente
Modificado} ilegais. Um regime corrupto de Zelenskyy fez acordos quietamente
com as principais empresas de agronegócios transgênicos do Ocidente, que estão
tomando o controle de algumas das áreas agrícolas de “terra negra” mais
produtivas do mundo.
O golpe da CIA em 2014
Em
fevereiro de 2014, um golpe de estado apoiado pelo governo dos EUA forçou o
presidente eleito da Ucrânia a fugir por sua vida para a Rússia. Em dezembro de
2013, o presidente Viktor Yanukovych anunciou após meses de debate que a
Ucrânia se juntaria à União Econômica Eurasiática Russa com a promessa de
uma compra russa de US$ 15 bilhões da dívida estatal da Ucrânia e uma redução
de 33% no custo do gás russo importado.[1]
A
oferta competidora foi uma insignificante “adesão associada” à U.E,
{União Europeia}, vinculada à aceitação da Ucrânia de um pacote de
empréstimo draconiano do FMI e do Banco Mundial que forçaria a privatização
das inestimáveis terras agrícolas da Ucrânia, permitiria o plantio de culturas
geneticamente modificadas, bem como imporia cortes severos nas pensões e
austeridade social. Em troca de um empréstimo de US$ 17 bilhões do FMI, a
Ucrânia também teria que aumentar o imposto de renda pessoal em até 66% e pagar
50% a mais pelo gás natural. Os trabalhadores teriam que trabalhar dez anos a
mais para obter pensões. O objetivo era abrir a Ucrânia ao “investimento
estrangeiro”. O habitual estupro da economia pelo FMI em nome dos interesses
corporativos globalistas.
Uma
provisão-chave das exigências dos EUA e do FMI ao governo pós-golpe do primeiro-ministro
escolhido pelos EUA, {o judeu} Arseniy Yatsenyuk[2], líder dos protestos
Maiden apoiados pela CIA contra Yanukovych, foi finalmente abrir as ricas
terras agrícolas da Ucrânia para gigantes estrangeiros do agronegócio, acima
todos os gigantes de OGM {Organismo Geneticamente Modificado}, incluindo
Monsanto e DuPont. Três do gabinete de Yatsenyuk, incluindo os principais
ministros das Finanças e da Economia, eram estrangeiros, ditados a Kiev pela {judia}
Victoria Nuland, do Departamento de Estado dos EUA, e pelo então
vice-presidente Joe Biden. As condições de empréstimo do FMI impostas
por Washington exigiam que a Ucrânia também revertesse sua proibição de
culturas geneticamente modificadas e permitisse que empresas privadas como a
Monsanto plantassem suas sementes transgênicas e pulverizassem os campos com o
{herbicida} Roundup da Monsanto.
Desde
que a Ucrânia declarou independência da União Soviética em 1991, manter o
controle da preciosa “terra negra” da Ucrânia tem sido uma das questões mais
acaloradas na política nacional. Pesquisas recentes mostram que 79% dos
ucranianos querem reter o controle de suas terras da aquisição estrangeira. A
Ucrânia, assim como o sul da Rússia, abriga uma valiosa terra preta ou
chernozems, um solo escuro e rico em húmus que é muito produtivo e precisa de
pouco fertilizante artificial.
A Moratória de 2001
Uma
lei ucraniana de 2001 impôs uma moratória na venda privada de terras agrícolas
para empresas maiores ou investidores estrangeiros. A moratória era suspender a
compra de oligarcas ucranianos corruptos[3] e seu arrendamento para o
agronegócio estrangeiro das ricas terras agrícolas. A essa altura, a Monsanto e
outros agronegócios ocidentais haviam feito incursões significativas na
Ucrânia.
Quando
a Ucrânia deixou a União Soviética em 1991, os agricultores que tinham trabalhado
nas fazendas coletivas soviéticas receberam pequenos lotes de terra. Para
impedir a venda dos lotes ao faminto agronegócio estrangeiro, foi votada a
moratória de 2001. Sete milhões de agricultores ucranianos possuíam pequenas
parcelas totalizando cerca de 79 milhões de acres. Os 25 milhões de acres
restantes eram de propriedade do estado. O cultivo de culturas OGM {Organismo
Geneticamente Modificados} era estritamente ilegal.[4]
Apesar
da moratória, Monsato, DuPont, Cargill e outros fornecedores ocidentais de OGM
{Organismo Geneticamente Modificado} secreta e ilegalmente começaram a espalhar
suas sementes OGM {Organismo Geneticamente Modificado} patenteadas na terra
negra da Ucrânia. Pequenos proprietários de terras arrendariam suas terras para
grandes oligarcas ucranianos, que por sua vez entrariam em acordos secretos com
a Monsanto e outros para plantar milho e soja transgênicos. No final de 2016,
de acordo com um relatório do Departamento de Agricultura dos EUA, agora
excluído, cerca de 80% da soja da Ucrânia e 10% do milho eram cultivados
ilegalmente a partir de sementes geneticamente modificadas. A lei Zelenskyy
2021 permitiu que essa porta aberta para os OGM {Organismo Geneticamente
Modificado} fosse amplamente expandida.
Entra o Comediante
Em
maio de 2019, Volodymyr Zelenskyy {judeu}, um comediante de TV
ucraniano, protegido do notoriamente corrupto oligarca ucraniano, Igor
Kolomoisky {judeu}, foi eleito presidente em uma trágica revolta popular
“contra a corrupção do governo”.[5] Um dos primeiros atos de
Zelenskyy em 2019 foi tentar derrubar a moratória de 2001. Agricultores e
cidadãos realizaram grandes protestos ao longo de 2020 para bloquear as
mudanças propostas por Zelenskyy.
Finalmente,
tomando vantagens das restrições de bloqueio do covid e proibições de protestos
públicos, em maio de 2021 Zelenskyy assinou o projeto de lei nº 2194,
desregulamentando a terra, chamando-a de “chave” para o “mercado de terras
agrícolas”. Ele estava certo. Em um movimento sorrateiro para acalmar a oposição
dos agricultores, Zelensky afirmou que a nova lei permite que apenas cidadãos
ucranianos comprem ou vendam as valiosas terras agrícolas nos primeiros anos. Ele
não mencionou a enorme brecha que permite que empresas estrangeiras como
Monsanto (hoje parte da Bayer AG) ou DuPont (agora Corteva), ou outras empresas
as quais têm estado operando na Ucrânia há mais de três anos, para também
comprar as terras desejadas.
A
lei de 2021 também deu propriedade a governos municipais e de vilarejos notoriamente
corruptos que podem mudar o propósito da terra. Após janeiro de 2024, os
cidadãos ucranianos e as empresas podem comprar até 10.000 hectares de terra. E
uma emenda de abril de 2021 à lei do mercado de terras – “Sobre as emendas ao
Código de Terras da Ucrânia e outros atos legislativos relativos à melhoria do
sistema de gestão e desregulamentação no campo das relações fundiárias” – abriu
outra enormemente espantosa brecha para o agronegócio estrangeiro para tome o
controle da rica terra negra da Ucrânia. A emenda contorna o banimento de venda
de terras para estrangeiros, alterando o propósito da terra, digamos, de terras
agrícolas para terras comerciais. Em seguida, pode ser vendido a qualquer
pessoa, incluindo estrangeiros que, por sua vez, podem reaproveitá-lo para
terras agrícolas. Zelenskyy assinou o projeto de lei e voltou atrás em sua
promessa de campanha de realizar um referendo nacional sobre qualquer mudança
na propriedade da terra.
Se
houver alguma dúvida quanto ao interesse do agronegócio norte-americano ligado
a OGMs {Organismos Geneticamente Modificados} em
apropriar-se das terras agrícolas da Ucrânia, uma olhada no atual Conselho
de Administração do Conselho Empresarial EUA-Ucrânia é instrutiva. Ele
inclui o maior gigante privado de grãos e agronegócio do mundo, a Cargill. Ele
inclui a Monsanto/Bayer que possui sementes OGM {Organismo Geneticamente
Modificado} patenteadas e o pesticida mortal Roundup. Inclui a Corteva, a
enorme fusão OGM {Organismo Geneticamente Modificado} da DuPont e Dow
Chemicals. Ele inclui os gigantes do cartel de grãos Bunge e Louis Dreyfus.
Inclui o principal fabricante de equipamentos agrícolas John Deere.
Essas
foram as poderosas corporações do agronegócio reportadamente por trás da
traição de Zelenskyy de sua promessa eleitoral.
Com
a Bayer/Monsanto, Corteva e Cargill já controlando 16,7 milhões de hectares de
terras agrícolas de terra preta na Ucrânia e com um suborno de fato do FMI e do
Banco Mundial, o governo de Zelenskyy cedeu e se vendeu. O resultado será muito
ruim para o futuro do que era até recentemente o “celeiro da Europa”. Com a
Ucrânia agora sendo aberta pelas empresas do cartel de OGM {Organismo
Geneticamente Modificado}, resta apenas a Rússia, que proibiu os cultivos de
OGM {Organismo Geneticamente Modificado} em 2016 como o único grande fornecedor
mundial de grãos sem OGM {Organismo Geneticamente Modificado}. A U.E. {União
Europeia} está supostamente trabalhando em uma nova lei que derrubaria o
processo crítico de aprovação há muito estabelecido para colheitas cultivadas
de OGM {Organismo Geneticamente Modificado} e abriria as comportas para a
aquisição de OGM {Organismo Geneticamente Modificado}.
Tradução
e palavras entre chaves por Mykel Alexander
[1] Nota de Mykel Alexander: Sobre o contexto das agitações ucranianas, incluindo intromissão na negociação entre Ucrânia e Russa interpondo o FMI, que resultaram na derrubada do presidente eleito em 2014 e a sequência de eventos ver:
- {Retrospectiva 2013 - assédio do Ocidente
Globalizado na Ucrânia} - Putin conquista nova vitória na Ucrânia O que
realmente aconteceu na crise ucraniana, por Israel Shamir, 03 de março de
2022, World Traditional Front.
https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2022/03/retrospectiva-2013-russia-ucrania-eua.html
- {Retrospectiva 2014 - assédio do Ocidente
Globalizado na Ucrânia} O Fatídico triângulo: Rússia, Ucrânia e os judeus, por
Israel Shamir, 25 de fevereiro de 2022, World Traditional Front.
https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2022/02/retrospectiva-2014-russia-ucrania-e-os.html
- {Retrospectiva 2014 - assédio do Ocidente
Globalizado na Ucrânia} O pêndulo ucraniano - Duas invasões, por Israel Shamir,
06 de março de 2022, World Traditional Front.
https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2022/03/retrospectiva-2014-russia-ucrania-eua.html
- {Retrospectiva Ucrânia - 2014} Nacionalistas, Judeus
e a Crise Ucraniana: Algumas Perspectivas Históricas, por Andrew Joyce, PhD
{academic auctor pseudonym}, 18 de abril de 2022, World Traditional Front.
https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2022/04/retrospectiva-ucrania-2014.html
Sobre os grupos de direita
ucranianos e sua ação na agitação ucraniana de 2014, bem como seus antecedentes
articuladores ver:
- {Retrospectiva 2014 - assédio do Ocidente
Globalizado na Ucrânia} A Revolução Marrom na Ucrânia, por Israel Shamir, 13 de
março de 2022, World Traditional Front.
https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2022/03/a-revolucao-marrom-na-ucrania-por.html
[2] Nota de Mykel Alexander: Who
exactly is governing Ukraine?, por Harriet Salem, 04 de março de 2014, The
Guardian.
https://www.theguardian.com/world/2014/mar/04/who-governing-ukraine-olexander-turchynov
[3] Nota de Mykel Alexander: Sobre a relação
do judaísmo internacional na política interna e externa da Ucrânia ver:
- {Retrospectiva 2004 - Ocidente-Ucrânia... e o
judaísmo internacional} Ucrânia à beira do precipício, por Israel Shamir, 14 de
agosto de 2022, World Traditional Front.
http://worldtraditionalfront.blogspot.com/2022/08/ucrania-beira-do-precipicio-por-israel.html
- {Retrospectiva 2014 - assédio do Ocidente
Globalizado na Ucrânia} O Fatídico triângulo: Rússia, Ucrânia e os judeus, por
Israel Shamir, 25 de fevereiro de 2022, World Traditional Front.
https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2022/02/retrospectiva-2014-russia-ucrania-e-os.html
- {Retrospectiva Ucrânia - 2014} Nacionalistas, Judeus
e a Crise Ucraniana: Algumas Perspectivas Históricas, por Andrew Joyce, PhD
{academic auctor pseudonym}, 18 de abril de 2022, World Traditional Front.
https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2022/04/retrospectiva-ucrania-2014.html
- Quão judaica é a guerra contra a Rússia? Sejamos
honestos sobre quem está promovendo, por Philip Giraldi, 23 de julho de 2022, World
Traditional Front.
http://worldtraditionalfront.blogspot.com/2022/07/quao-judaica-e-guerra-contra-russia.html
- Jeffrey Sachs e Philip Giraldi: a guerra na Ucrânia
é mais uma guerra neoconservadora, por Kevin MacDonald, 27 de julho de 2022, World
Traditional Front.
http://worldtraditionalfront.blogspot.com/2022/07/jeffrey-sachs-e-philip-giraldi-guerra.html
[4] Nota de Mykel Alexander: Sobre a ação
globalista e seus operadores nas terras ucranianas ver:
- Ucrânia: Privatização de Terras Exigida pelo FMI,
Ligações ao Escândalo de Biden Graft. Falência projetada da economia nacional,
por Dmitriy Kovalevich, 04 de setembro de 2022, World Traditional Front.
http://worldtraditionalfront.blogspot.com/2022/09/ucrania-privatizacao-de-terras-exigida.html
[5] Nota de Mykel Alexander: Sobre a
associação dos judeus Igor Kolomoisky e Volodymyr Zelenskyy na subversão da política
ucraniana e na instabilidade da paz euroasiática e mundial ver:
- A Mão Judaica
na Terceira Guerra Mundial - Liberdade de expressão versus catástrofe, por
Thomas Dalton {academic auctor pseudonym}, 21 de agosto de 2022, World
Traditional Front.
http://worldtraditionalfront.blogspot.com/2022/08/a-mao-judaica-na-terceira-guerra.html
Fonte: Whose Grain Is Being Shipped from Ukraine?
America’s GMO Agribusiness Giants to Take Control of Ukraine Farmland, por Frederick
William Engdahl, 03 de setembro de 2022, Global Research.
https://www.globalresearch.ca/whose-grain-being-shipped-from-ukraine/5790604
Sobre o autor: Frederick
William Engdahl (1944 -) é americano, formou-se em engenharia e jurisprudência
pela Universidade de Princeton em 1966 (BA) seguido de pós-graduação em
economia comparada na Universidade de Estocolmo de 1969 a 1970. Em seguida,
trabalhou como economista e jornalista freelance em Nova Iorque e na Europa. Ele
também tem sido um associado de longa data do movimento LaRouche e atuou como
editor de economia da Executive Intelligence Review da LaRouche. Engdahl
é um colaborador do Global Research (do Centre for Research on
Globalization), o site russo New Eastern Outlook (do Instituto de
Estudos Orientais da Academia Russa de Ciências), do site Veterans Today,
é colaborador regular do RT (Russian Times) (anteriormente Russia
Today), Voice of Russia, e Eurasia.
É autor dos seguintes livros:
Manifest Destiny: Democracy as Cognitive Dissonance. mine.books (2018).
The Lost Hegemon: Whom the gods would destroy. mine.books (2016).
Target: China – How Washington and Wall Street Plan to
Cage the Asian Dragon. San
Diego, Calif.: Progressive Press (2014). Edições alemã e chinesa publicadas em
2013.
Myths, Lies and Oil Wars. Wiesbaden: Edition. Engdahl (2012).
Gods of Money: Wall Street and the Death of the
American Century.
edition. engdahl (2010), Progressive Press (2011).
Full Spectrum Dominance: Totalitarian Democracy in the
New World Order. Boxboro,
Mass.: Third Millennium Press (2009); Progressive Press (2011).
Seeds of Destruction. The Hidden Agenda of Genetic
Manipulation. Centre for
Research on Globalization (2007).
A Century of War: Anglo-American Oil Politics and the
New World Order. London:
Pluto (2004) edição revisada; Progressive Press (2012).
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Relacionado, leia também:
Aleksandr Solzhenitsyn, Ucrânia e os Neoconservadores - Por Boyd T. Cathey
A Guerra de Putin - por Gilad Atzmon
Crepúsculo dos Oligarcas {judeus da Rússia}? - Por Andrew Joyce {academic auctor pseudonym}
A obsessão de Putin pelo Holocausto - Por Andrew Joyce {academic auctor pseudonym}
Neoconservadores, Ucrânia, Rússia e a luta ocidental pela hegemonia global - por Kevin MacDonald
Os Neoconservadores versus a Rússia - Por Kevin MacDonald
{Retrospectiva 2014} O triunfo de Putin - O Gambito da Crimeia - Por Israel Shamir
{Retrospectiva 2014} A Revolução Marrom na Ucrânia - Por Israel Shamir
Sobre a difamação da Polônia pela judaísmo internacional ver:
Sobre a influência do judaico bolchevismo (comunismo-marxista) na Rússia ver:
Revisitando os Pogroms {alegados massacres de judeus} Russos do Século XIX, Parte 1: A Questão Judaica da Rússia - Por Andrew Joyce {academic auctor pseudonym}. Parte 1 de 3, as demais na sequência do próprio artigo.
Os destruidores - Comunismo {judaico-bolchevismo} e seus frutos - por Winston Churchill
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Wall Street e a Revolução Bolchevique de Novembro de 1917 – por Kerry Bolton
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