John J. Mearsheimer |
Este
artigo examina a trajetória provável do avanço da guerra na Ucrânia.1 Eu abordarei duas questões principais.
Primeiro,
é possível um acordo de paz significativo? Minha resposta é não. Nós estamos
agora numa guerra em que ambos os lados – a Ucrânia e o Ocidente, de um lado, e
a Rússia, do outro – veem um ao outro como uma ameaça existencial que deve ser
derrotada. Dados os objetivos maximalistas por todo lado, é quase impossível
alcançar um tratado de paz viável. Além disso, os dois lados têm diferenças
irreconciliáveis consideradas ao território e à relação da Ucrânia com o
Ocidente. O melhor resultado possível é um conflito congelado que poderia
facilmente voltar a ser uma guerra quente. O pior resultado possível é uma
guerra nuclear, o que é improvável, mas não pode ser descartado.
Em
segundo lugar, qual lado provavelmente vencerá a guerra? A Rússia acabará por
vencer a guerra, embora não derrote a Ucrânia de forma decisiva. Por outras
palavras, não vai conquistar toda a Ucrânia, o que é necessário para alcançar
três dos objetivos de Moscou: derrubar o regime, desmilitarizar o país e cortar
os laços de segurança de Kiev com o Ocidente. Mas acabará por anexar uma grande
parte do território ucraniano, ao mesmo tempo que transformará a Ucrânia num
Estado disfuncional. Por outras palavras, a Rússia obterá uma vitória feia.
Antes
de abordar diretamente essas questões, três pontos preliminares são
necessários. Para começar, estou tentando prever o futuro, o que não é fácil de
se fazer, dado que vivemos num mundo incerto. Assim, eu não estou argumentando
que eu possuo a verdade; na verdade, algumas das minhas afirmações podem ser
provadas erradas. Além disso, não estou dizendo o que eu gostaria que
acontecesse. Eu não estou torcendo por um lado ou por outro. Eu estou
simplesmente lhe dizendo o que penso que acontecerá à medida que a guerra
avança. Finalmente, eu não estou tentando justificar o comportamento russo ou
as ações de qualquer um dos Estados envolvidos no conflito. Estou apenas
explicando suas ações.
Agora,
permita-me focar no conteúdo.
Onde nós estamos hoje
Para
compreender para onde está encabeçada a guerra na Ucrânia, é necessário
primeiro avaliar a situação atual. É importante saber como os três principais
atores – Rússia, Ucrânia e Ocidente – pensam sobre zonas de ameaça e concebem
os seus objetivos. Quando falamos do Ocidente, porém, estamos a falando
principalmente dos Estados Unidos, uma vez que os seus aliados europeus recebem
as ordens de Washington quando se trata da Ucrânia. Também é essencial
compreender a situação atual no campo de batalha. Deixe-me começar pela zona de
ameaça da Rússia e pelos seus objetivos.
A zona de ameaça Russa
Tem
sido claro desde abril de 2008 que os líderes russos em geral encaram os
esforços do Ocidente para trazer a Ucrânia para a OTAN e torná-la um baluarte
ocidental nas fronteiras da Rússia como uma ameaça existencial. Na verdade, o
Presidente Putin e os seus tenentes defenderam repetidamente este ponto nos
meses anteriores à invasão russa, quando se tornava claro para eles que a
Ucrânia era quase um membro de fato da OTAN.2
Desde que a guerra começou, em 24 de fevereiro de 2022, o Ocidente acrescentou
outra camada a essa ameaça existencial ao adotar um novo conjunto de objetivos
que os líderes russos não podem acudir e deixar de considerar extremamente
ameaçadores. Eu direi mais sobre os objetivos ocidentais abaixo, mas basta
dizer aqui que o Ocidente está determinado a derrotar a Rússia e tirá-la das
fileiras das grandes potências, levar a uma mudança de regime ou mesmo provocar
a desintegração da Rússia como ocorreu com a União Soviética em 1991.
Num
importante discurso proferido por Putin em fevereiro passado (2023), ele sublinhou
que o Ocidente é uma ameaça mortal para a Rússia. “Durante os anos que se
seguiram ao desmembramento da União Soviética”, disse ele, “o Ocidente nunca
parou de tentar incendiar os Estados pós-soviéticos e, o mais importante, dar
um fim à Rússia, como a maior porção sobrevivente do alcance histórico do nosso
Estado”. Eles encorajaram terroristas internacionais a atacar-nos, provocaram
conflitos regionais ao longo do perímetro das nossas fronteiras, ignoraram os
nossos interesses e tentaram conter e suprimir a nossa economia.” Ele enfatizou
ainda que “a elite ocidental não faz segredo do seu objetivo, que é, passo a
citar, ‘a derrota estratégica da Rússia’. Isso significa que eles planejam
acabar conosco de uma vez por todas.” Putin prosseguiu: “isto representa uma
ameaça existencial ao nosso país”.3 Os
líderes russos também veem o regime de Kiev como uma ameaça para a Rússia, não
apenas porque é um aliado próximo do Ocidente, mas também porque o veem como
fruto das forças fascistas ucranianas que lutaram ao lado da Alemanha Nacional
Socialista contra a União Soviética na Segunda Guerra Mundial.4
Objetivos da Rússia
A
Rússia deve vencer esta guerra, visto que acredita que enfrenta uma ameaça à
sua sobrevivência. Mas como parecerá a vitória? O resultado ideal antes do
início da guerra, em fevereiro de 2022, era transformar a Ucrânia num estado
neutro e resolver a guerra civil no Donbass, que colocou no poço o governo
ucraniano contra os russos étnicos de língua russa que queriam maior autonomia,
se não a total independência para a sua região. Parece que esses objetivos
ainda eram realistas durante o primeiro mês da guerra e foram de fato a base
das negociações em Istambul entre Kiev e Moscou em março de 2022.5 Se os russos tivessem alcançado esses
objetivos naquela altura, a guerra atual teria sido impedida ou teria terminado
rapidamente.
Mas
um acordo que satisfaça os objetivos da Rússia já não está nos planos. A
Ucrânia e a OTAN estão juntas num futuro próximo e nenhuma delas está disposta
a aceitar a neutralidade ucraniana. Além disso, o regime de Kiev é um anátema
para os líderes russos, que querem que ele seja algo passado. Eles não só falam
em “desnazificar” a Ucrânia, mas também em “desmilitarizá-la”, dois objetivos
que presumivelmente exigiriam a conquista de toda a Ucrânia, compelindo as suas
forças militares a render-se e instalando um regime aliado em Kiev.6
Não
é provável que uma vitória decisiva deste tipo aconteça por diversas razões. O
exército russo não é suficientemente grande para tal tarefa, o que
provavelmente exigiria pelo menos dois milhões de homens.7
Na verdade, o exército russo existente está tendo dificuldades para conquistar
todo o Donbass. Além disso, o Ocidente faria de tudo para impedir que a Rússia
dominasse toda a Ucrânia. Finalmente, os russos acabariam por ocupar enormes
extensões de território fortemente povoadas por ucranianos étnicos que e
repugnam e detestam os russos e resistiriam aguerridamente à ocupação. Tentar
conquistar toda a Ucrânia e submetê-la à vontade de Moscou certamente
terminaria em um desastre.
Deixando
de lado a retórica sobre a desnazificação e a desmilitarização da Ucrânia, os
objetivos concretos da Rússia envolvem a conquista e a anexação de uma grande
parte do território ucraniano, ao mesmo tempo que transformam a Ucrânia num
Estado disfuncional. Como tal, a capacidade da Ucrânia de travar uma guerra
contra a Rússia seria grandemente reduzida e seria pouco provável que se
qualificasse para adesão à União Europeia ou à OTAN. Além disso, uma Ucrânia
quebrada seria especialmente vulnerável à interferência russa na sua política
interna. Em suma, a Ucrânia não seria um bastião ocidental na fronteira da
Rússia.
Como
se pareceria afinal esse estado disfuncional? Moscou anexou oficialmente a
Crimeia e quatro outros oblasts ucranianos – Donetsk, Kherson, Luhansk e
Zaporozhe – os quais juntos representam cerca de 23 por cento do território
total da Ucrânia antes do início da crise em fevereiro de 2014. Os líderes
russos enfatizaram que não têm intenção de entregar esse território, alguns dos
quais a Rússia ainda não controla. Na verdade, há razões para pensar que a
Rússia anexará território ucraniano adicional se tiver capacidade militar para
o fazer a um custo razoável. É difícil, no entanto, dizer quanto território
ucraniano adicional Moscou tentará anexar, como o próprio Putin deixa claro.8
O
pensamento russo provavelmente será influenciado por três cálculos. Moscou tem
um poderoso incentivo para conquistar e anexar permanentemente o território
ucraniano que é fortemente povoado por russos étnicos e de língua russa. Irá
querer protegê-los do governo ucraniano – que se tornou hostil a tudo o que é
russo – e garantir que não haja nenhuma guerra civil em qualquer parte da
Ucrânia como a que ocorreu no Donbass entre fevereiro de 2014 e fevereiro de
2022. Ao mesmo tempo, a Rússia deseja evitar controlar um território largamente
povoado por ucranianos étnicos hostis, o que coloca limites significativos a
uma maior expansão russa. Finalmente, transformar a Ucrânia num Estado
disfuncional exigirá que Moscou tome quantidades substanciais de território
ucraniano, de forma a estabelecer uma posição que causará danos significativos
à sua economia. Controlar toda a costa da Ucrânia ao longo do Mar Negro, por
exemplo, daria a Moscou uma influência econômica significativa sobre Kiev.
Estes
três cálculos sugerem que a Rússia provavelmente tentará anexar os quatro
oblasts – Dnipropetrovsk, Kharkiv, Mykolaiv e Odessa – que estão imediatamente
a oeste dos quatro oblasts que já anexou – Donetsk, Kherson, Luhansk e
Zaporozhe. Se isso acontecesse, a Rússia controlaria aproximadamente 43% do
território da Ucraniano pré 2014.9 Dmitri
Trenin, um importante estrategista russo, estima que os líderes russos
tentariam tomar ainda mais território ucraniano – empurrando para o oeste, no
norte da Ucrânia, até o rio Dnieper e tomando a parte de Kiev que fica na
margem leste desse rio. Ele escreve que “um próximo passo lógico” depois de
levar toda a Ucrânia de Kharkiv a Odessa “seria expandir o controle russo sobre
toda a Ucrânia a leste do rio Dnieper, incluindo a parte de Kiev que fica na
margem oriental desse rio. Se isso acontecesse, o Estado ucraniano encolheria,
incluindo apenas as regiões central e ocidental do país.”10
A zona de ameaça do
Ocidente
Pode
parecer difícil de acreditar agora, mas antes do início da crise na Ucrânia, em
fevereiro de 2014, os líderes ocidentais não viam a Rússia como uma ameaça à
segurança. Os líderes da OTAN, por exemplo, conversaram com o presidente da
Rússia sobre “uma nova etapa de cooperação rumo a uma verdadeira parceria
estratégica” na Cúpula da OTAN de 2010, em Lisboa.11 Não surpreendentemente que a expansão
da OTAN antes de 2014 não se justificasse em termos de conter uma Rússia
perigosa. Na verdade, foi a fraqueza russa que permitiu ao Ocidente empurrar as
duas primeiras parcelas da expansão da OTAN em 1999 e 2004 goela abaixo de
Moscou e depois permitiu à administração George W. Bush pensar em 2008 que a
Rússia poderia ser forçada a aceitar a Geórgia e a Ucrânia a se juntarem à
aliança. Mas essa suposição revelou-se errada e quando a crise na Ucrânia
eclodiu em 2014, o Ocidente subitamente começou a retratar a Rússia como um
inimigo perigoso que tinha de ser contido, se não enfraquecido.12
Desde
o início da guerra, em fevereiro de 2022, a percepção que o Ocidente tem da
Rússia tem aumentado continuamente até ao ponto em que Moscou parece agora ser
visto como uma ameaça existencial. Os Estados Unidos e os seus aliados da OTAN
estão profundamente envolvidos na guerra da Ucrânia contra a Rússia. De fato,
eles estão fazendo tudo, exceto puxar os gatilhos e apertar os botões.13 Além disso, eles têm feito claro o seu
compromisso inequívoco em vencer a guerra e manter a soberania da Ucrânia.
Assim, perder a guerra teria consequências extremamente negativas para
Washington e para a OTAN. A reputação de competência e fiabilidade da América
seria gravemente danificada, o que afetaria a forma como os seus aliados, bem
como os seus adversários – especialmente a China – lidam com os Estados Unidos.
Além disso, virtualmente todos os países europeus da OTAN acreditam que a
aliança é um guarda-chuva de segurança insubstituível. Assim, a possibilidade
da aliança ser danificada – talvez até destruída – se a Rússia vencer na
Ucrânia é motivo de profunda preocupação entre os seus membros.
Em
adição, os líderes ocidentais retratam frequentemente a guerra na Ucrânia como
parte integrante de uma luta global mais ampla entre a autocracia e a
democracia que é maniqueísta no seu cerne. No topo disso, é dito que o futuro
da sacrossanta ordem internacional baseada em regras depende da vitória sobre a
Rússia. Conforme disse o Rei Carlos em março passado (2023): “A segurança da
Europa, bem como os nossos valores democráticos, está sob ameaça.”14 Similarmente, uma resolução
apresentada no Congresso dos EUA em abril declara: “Os interesses dos Estados
Unidos, a segurança europeia e a causa da paz internacional depende… da vitória
ucraniana.”15 Um artigo recente no The
Washington Post capta a forma como o Ocidente trata a Rússia como uma
ameaça existencial: “Os líderes de mais de 50 outros países que apoiam a
Ucrânia expressaram o seu apoio como parte da uma batalha apocalíptica, pelo
futuro da democracia e do Estado de direito internacional contra a autocracia e
a agressão, que o Ocidente não pode permitir-se perder.”16
Os objetivos do Ocidente
Conforme
deveria estar claro, o Ocidente está firmemente comprometido em derrotar a
Rússia. O presidente Biden disse repetidamente que os Estados Unidos estão
nesta guerra para vencer. “A Ucrânia nunca será uma vitória para a Rússia.” Isso
deve terminar em “fracasso estratégico”. Washington, enfatiza ele, permanecerá
na luta “enquanto ela ocorra”17.
Especificamente, o objetivo é derrotar o exército russo na Ucrânia – apagando
as suas conquistas territoriais – e paralisar a sua economia com sanções
letais. Se for bem sucedido, a Rússia será eliminada das fileiras das grandes
potências, enfraquecendo-a ao ponto de não poder ameaçar invadir novamente a
Ucrânia.18 Os líderes ocidentais
têm objetivos adicionais, que incluem a mudança de regime em Moscou, levar
Putin a julgamento como um criminoso de guerra, e possivelmente quebrando a
Rússia em estados menores.19
Ao
mesmo tempo, o Ocidente permanece comprometido em trazer a Ucrânia para a OTAN,
embora haja desacordo dentro da aliança sobre quando e como isso acontecerá.20 Jens Stoltenberg, o secretário-geral da
aliança, disse numa conferência de imprensa em Kiev, em abril (2023), que “A
posição da OTAN permanece inalterada e que a Ucrânia se tornará membro da
aliança.” Ao mesmo tempo, ele enfatizou que “o primeiro passo rumo a qualquer
adesão da Ucrânia à OTAN é assegurar que a Ucrânia prevaleça, e é por isso que
os EUA e os seus parceiros têm providenciado um apoio sem precedentes à
Ucrânia.”21 Dados estes objetivos,
é claro porque a Rússia vê o Ocidente como uma ameaça existencial.
Ambientes de ameaças e
objetivos da Ucrânia
Não
há dúvida de que a Ucrânia enfrenta uma ameaça existencial, dado que a Rússia
está empenhada em desmembrá-la e em garantir que o Estado sobrevivente não seja
apenas economicamente fraco, mas também não seja membro de fato nem de jure da
OTAN. Também não há dúvida de que Kiev partilha o objetivo do Ocidente de
derrotar e enfraquecer seriamente a Rússia, para que possa recuperar o seu
território perdido e mantê-lo sob controle ucraniano para sempre. Tal como o
Presidente Zelensky disse recentemente ao Presidente Xi Jinping: “Não pode
haver paz baseada em compromissos territoriais”.22
Os líderes ucranianos permanecem naturalmente firmemente comprometidos em
aderir à União Europeia e à OTAN e em tornar a Ucrânia uma parte integrante do
Ocidente.23
Em
suma, todos os três principais envolvidos na guerra na Ucrânia acreditam que enfrentam
uma ameaça existencial, o que significa que cada um deles pensa que deve vencer
a guerra ou então sofrerá consequências terríveis.
O campo de batalha hoje
Virando
para os eventos no campo de batalha, a guerra tem evoluído para uma guerra de
atrito, onde cada lado está principalmente preocupado em sangrar o outro lado,
fazendo-o render-se. É claro que ambos os lados também estão preocupados em
capturar território, mas esse objetivo é de importância secundária em relação ao
desgaste do outro lado.
Os
militares ucranianos levaram a melhor na segunda metade de 2022, o que lhes
permitiu retomar território da Rússia nas regiões de Kharkiv e Kherson. Mas a
Rússia respondeu a essas derrotas mobilizando 300.000 soldados adicionais,
reorganizando o seu exército, encurtando as suas linhas da frente e aprendendo
com os seus erros.24 O
locus dos combates em 2023 foi no leste da Ucrânia, principalmente nas regiões
de Donetsk e Zaporozhe. Os russos mantiveram a mão por cima este ano,
principalmente porque têm uma vantagem substancial na artilharia, que é a arma
mais importante na guerra de atrito.
A
vantagem de Moscou foi evidente na batalha por Bakhmut, a qual terminou quando
os russos capturaram a cidade no final de maio (2023). Embora as forças russas
tenham demorado dez meses para dominar Bakhmut, infligiram enormes baixas às
forças ucranianas com a sua artilharia.25
Pouco depois, em 4 de junho, a Ucrânia lançou a sua tão esperada contraofensiva
em diferentes locais nas regiões de Donetsk e Zaporozhe. O objetivo era
penetrar nas linhas da frente de defesa da Rússia, desferindo um golpe
impressionante nas forças russas e recuperando uma quantidade substancial de
território ucraniano que sob controle russo. Em essência, o objetivo era
duplicar os sucessos da Ucrânia em Kharkiv e Kherson em 2022.
O exército da Ucrânia tem feito poucos progressos até agora na consecução desses objetivos e, em vez disso, está atolado em batalhas mortais com as forças russas. Em 2022, a Ucrânia teve sucesso nas campanhas de Kharkiv e Kherson porque o seu exército lutava contra forças russas em menor número e sobrecarregadas. Este não é o caso hoje: a Ucrânia está atacando linhas de defesa russas bem preparadas. Mas mesmo que as forças ucranianas rompam essas linhas defensivas, as tropas russas estabilizarão rapidamente a frente e as batalhas de desgaste continuarão.26 Os ucranianos estão em desvantagem nestes confrontos porque os russos têm uma vantagem significativa em termos de poder de fogo.
Tradução
e palavras entre colchetes por Davi Ciampa Heras
Revisão
e palavras entre chaves por Mykel Alexander
1 Nota de John J. Mearsheimer: Este
artigo foi escrito para servir como base para fala pública que eu tenho dado ou
irei dar sobre o Conflito na Ucrânia. Ver, por exemplo:
2 Nota de John J. Mearsheimer: The
Causes and Consequences of the Ukraine Crisis, por John J. Mearsheimer, 23 de
junho de 2022, National Interest.
https://nationalinterest.org/feature/causes-and-consequences-ukraine-crisis-203182
- ‘Now or
Never’: The Immediate Origins of Putin’s Preventative War on Ukraine, por Geoffrey
Roberts, 12 de dezembro de 2022, Journal of Military and Strategic Studies,
Vol. 22 No. 2: Special Issue on the War in Ukraine.
https://jmss.org/article/view/76584
- Course
Correcting Toward Diplomacy in the Ukraine Crisis - Washington must come to
terms with its role in provoking and now prolonging the war, por Ramzy Mardini,
12 de Agosto de 2022, National Interest.
https://nationalinterest.org/feature/course-correcting-toward-diplomacy-ukraine-crisis-204171
- How
the West Brought War to Ukraine: Understanding How U.S. and NATO Policies Led
to Crisis, War, and the Risk of Nuclear Catastrophe, por Benjamin Abelow, Siland
Press, 2022 (Agosto).
- Former
NATO Military Analyst Blows the Whistle on West’s Ukraine Invasion Narrative,
por Jacques Baud, 09 de abril de 2022, Scheer Post.
3
Nota de John J. Mearsheimer: Presidential Address to Federal Assembly - Vladimir
Putin delivered his Address to the Federal Assembly. The ceremony took place in
Gostiny Dvor, Moscow, 21 de fevereiro de 2023, Kremlin.
4
Nota de John J. Mearsheimer: Plenary session of the St Petersburg International
Economic Forum - Vladimir Putin took part in the plenary session of the 26th St
Petersburg International Economic Forum, 16 de junho de 2023, Kremlin.
http://en.kremlin.ru/events/president/news/71445
- Meeting
with war correspondents - The President met with war correspondents at the
Kremlin, 13 de junho de 2023, Kremlin.
5
Nota de John J. Mearsheimer: Course Correcting Toward Diplomacy in the Ukraine
Crisis, por Ramzy Mardini, 12 de Agosto de 2022, National Interest.
https://nationalinterest.org/feature/course-correcting-toward-diplomacy-ukraine-crisis-204171
6
Nota de John J. Mearsheimer: Meeting with war correspondents - The President
met with war correspondents at the Kremlin, 13 de junho de 2023, Kremlin.
http://en.kremlin.ru/events/president/news/71391
Putin mencionou brevemente estes
dois objetivos no seu discurso de 24 de fevereiro de 2023, anunciando a invasão
da Ucrânia. Mas não eram objetivos realistas, dado que a Rússia estava lançando
uma “operação militar especial” que não visava conquistar toda a Ucrânia.
- Address
by the President of the Russian Federation, 24 de fevereiro de 2022, Kremlin.
http://en.kremlin.ru/events/president/news/67843
Assim,
não é surpreendente que Putin tenha abandonado estes dois objetivos durante as
negociações de Istambul em março de 2022.
- Russia no
longer requesting Ukraine be ‘denazified’ as part of ceasefire talks, 28 de
março de 2022, Financial Times.
https://www.ft.com/content/7f14efe8-2f4c-47a2-aa6b-9a755a39b626
7 Nota de John J. Mearsheimer: A Alemanha invadiu a Polónia em 1 de setembro de 1939 com aproximadamente 1,5 milhões de soldados. O território polaco que conquistou para efeitos de anexação e administração tinha cerca de 188.000 quilómetros quadrados e era habitado por cerca de 22,1 milhões de polacos. A Ucrânia sem a Crimeia tinha cerca de 603.601 quilómetros quadrados e tinha uma população de 41 milhões de ucranianos quando a Rússia invadiu em 24 de fevereiro de 2022. Por outras palavras, a Ucrânia era geograficamente mais de três vezes maior do que a parte da Polónia que os alemães conquistaram em 1939 e a Ucrânia tinha perto do dobro da população. Para os números da Ucrânia, ver notas 9 e 28. Para os números da Polónia, ver: Robert M. Kennedy, The German Campaign in Poland (1939), (Washington, DC: Department of the Army, 1956), página 77; Richard C. Lukas, Forgotten Holocaust: The Poles under German Occupation, 1939-1944 (Lexington, KY: University of Kentucky Press, 1986), página 2; and http://rcin.org.pl/Content/15652/WA51_13607_r2011-nr12_Monografie.pdf
8
Nota de John J. Mearsheimer: Meeting with war correspondents - The President
met with war correspondents at the Kremlin. 13 de junho de 2023. Kremlin.
9 Nota de John J. Mearsheimer: A Ucrânia anterior a 2014 tinha 603.628 km quadrados. A Crimeia (27.000), Donetsk (26.517), Kherson (28.461), Luhansk (26.684) e Zaporozhe (27.180) representam aproximadamente 23 por cento do território da Ucrânia. Se os russos também anexassem Dnipropetrovsk (31.914), Kharkiv (31.415), Mykolaiv (24.598) e Odessa (33.310), controlariam cerca de 43% da Ucrânia pré-2014.
10 Nota de John J. Mearsheimer: Six
months into the conflict, what exactly does Russia hope to achieve in Ukraine?,
por Dmitri Trenin, 08 de setembro de 2022, Russian International Affairs
Council.
11 Nota de John J. Mearsheimer: NATO-Russia
Relations: The Background, março de 2020, North Atlantic Treaty Organization.
https://www.nato.int/nato_static_fl2014/assets/pdf/2020/4/pdf/2003-NATO-Russia_en.pdf
12 Nota de John J. Mearsheimer: Overextending
and Unbalancing Russia - Assessing the Impact of Cost-Imposing Options, 24 de
abril de 2019, RAND.
13 Nota de John J. Mearsheimer: How
Much Aid Has the U.S. Sent Ukraine? Here Are Six Charts, por Jonathan Masters e
Will Merrow, CONCIL ON FOREIGN RELATIONS. (Última atualização em 23 de
fevereiro de 2024)
https://www.cfr.org/article/how-much-aid-has-us-sent-ukraine-here-are-six-charts
- An
intellectual battle rages: Is the U.S. in a proxy war with Russia?, por Karen DeYoung,
18 de abril de 2023, The Washington Post.
14 Nota de John J. Mearsheimer: King
Charles III warns Europe's security under threat in landmark German speech, 30
de março de 2023, France 24.
15 Nota de John J. Mearsheimer: H.Res.322
- Expressing the sense of the House of Representatives on Ukrainian victory. 118th
CONGRESS 1st Session - IN THE HOUSE OF REPRESENTATIVES – 25 de abril de 2023.
https://www.congress.gov/bill/118th-congress/house-resolution/322/text
16 Nota de John J. Mearsheimer: As
Ukraine’s counteroffensive heats up, Washington holds its breath, por Karen DeYoung,
14 de junho de 2023, The Washington Post.
https://www.washingtonpost.com/national-security/2023/06/14/ukraine-counteroffensive-biden-support/
17 Nota de John J. Mearsheimer: An intellectual battle rages: Is the U.S. in a proxy war with Russia?, por Karen DeYoung, 18 de abril de 2023, The Washington Post.
18 Nota de John J. Mearsheimer: An
intellectual battle rages: Is the U.S. in a proxy war with Russia?, por Karen DeYoung,
18 de abril de 2023, The Washington Post.
19 Nota de John J. Mearsheimer: The
West Is Preparing for Russia’s Disintegration - Amid war in Ukraine, some
strategists are setting their eyes on the “decolonization” of Russia itself,
por Anchal Vohra, 17 de abril de 2023, Foreign Policy.
https://foreignpolicy.com/2023/04/17/the-west-is-preparing-for-russias-disintegration/
20 Nota de John J. Mearsheimer: Ukraine
Is Knock, Knock, Knocking on NATO’s Door - But the alliance is still wrestling
over when and how to open the latch, por Robbie Gramer, 15 de maio de 2023, Foreign
Policy.
- Allies
Pressure Biden to Hasten NATO Membership for Ukraine - Some members of the
military alliance want to set a timetable for Ukraine to join, though only
after the war is no longer raging, por David E. Sanger e Steven Erlanger, 14 de
junho de 2023, The New York Times.
https://www.nytimes.com/2023/06/14/us/politics/biden-nato-ukraine.html
- Allied
plan would give Ukraine equal voice at high-level NATO council, por John
Vandiver, 16 de junho de 2023, Stars and Stripes.
21 Nota de John J. Mearsheimer: Stoltenberg
says 'Ukraine will join NATO,' vows support despite Russia's 'reckless nuclear
rhetoric', por Asami Terajima, 03 de abril de 2023, THE KYIV INDEPENDENT.
22 Nota de John J. Mearsheimer: China’s
Xi Makes First Call to Ukraine’s Zelensky Since Russian Invasion
Conversation
follows Chinese leader’s meetings with Putin, as Beijing, por Austin Ramzy, 26
de abril de 2023, The Wall Street Journal.
23 Nota de John J. Mearsheimer: Ukraine
applies for fast-track NATO accession, Stoltenberg to speak soon, 30 de
setembro de 2022, THE KYIV INDEPENDENT.
24 Nota de John J. Mearsheimer: Russo-Ukrainian
War: Schrodinger’s Offensive - A ramble about force design, Moldova, and a
fortress on the steppe, 01 de março de 2023, Big Serge Thought.
Fonte: The Darkness Ahead: Where The Ukraine War Is
Headed, por John J. Mearsheimer, 23 de junho de 2023, John’s Substack.
Sobre o autor: John Joseph Mearsheimer (1947-) é um cientista político americano
e estudioso de relações internacionais, que pertence à escola de pensamento
realista. Ele é o R. Wendell Harrison Distinguished Service Professor na
Universidade de Chicago (de 1989 a 1992, atuou como presidente do
departamento). Aos 17 anos, Mearsheimer se alistou no Exército dos EUA. Após um
ano como membro alistado, obteve uma nomeação para a Academia Militar dos
Estados Unidos em West Point, que frequentou de 1966 a 1970. Após a formatura,
serviu por cinco anos como oficial da Força Aérea dos Estados Unidos. Em 1974,
enquanto estava na Força Aérea, Mearsheimer obteve um mestrado em relações
internacionais pela University of Southern California. Ele entrou na
Universidade de Cornell e em 1980 obteve um Ph.D. no governo, especificamente
nas relações internacionais. De 1978 a 1979, foi pesquisador da Brookings
Institution em Washington, DC. De 1980 a 1982, foi pós-doutorando no Centro de
Assuntos Internacionais da Universidade de Harvard. Durante o ano acadêmico de
1998-1999, ele foi o Whitney H. Shepardson Fellow no Conselho de Relações
Exteriores em Nova Iorque. Ele também é membro do corpo docente do programa de
pós-graduação do Comitê de Relações Internacionais e é codiretor do Programa de
Política de Segurança Internacional.
É autor de: Conventional Deterrence (1983), Nuclear
Deterrence: Ethics and Strategy (co-editor, 1985); Liddell
Hart and the Weight of History (1988); The Tragedy of Great
Power Politics (2001); The Israel Lobby and U.S. Foreign
Policy (2007); e Why Leaders Lie: The Truth About Lying in
International Politics (2011); The Great Delusion: Liberal
Dreams and International Realities (2018).
Seus
artigos apareceram em revistas acadêmicas como a International Security, Foreign
Affairs e em revistas populares como a London Review of Books.
Ele escreveu artigos de opinião para o The New York Times, o Los
Angeles Times e o Chicago Tribune.
__________________________________________________________________________________
Relacionado, leia também:
{Retrospectiva 2023} - Guerra e Propaganda no Conflito Rússia-Ucrânia - por Ron Keeva Unz
{Retrospectiva 2023 – guerra na Ucrânia} – Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse: Na Ucrânia
{Retrospectiva conflito na Ucrânia – 2014-2022} - parte 1 - por Eric Margolis (demais partes na sequência do próprio artigo)
{Retrospectiva 2022 – conflito na Ucrânia} Para entender a guerra - por Israel Shamir
{Retrospectiva 2022 – maio e início da penúria europeia} Guerra da Ucrânia - Por Israel Shamir
{Retrospectiva 2022 – Guerra Ucrânia/OTAN x Rússia} - É possível realmente saber o que aconteceu e está acontecendo na Ucrânia? – parte 1 - por Boyd D. Cathey e demais partes por Jacques Baud (ex-funcionário da ONU e OTAN)
John Mearsheimer, Ucrânia e a política subterrânea global - por Boyd D. Cathey
Retrospectiva 2022 sobre a crise na Ucrania - por John J. Mearsheimer
Como os Estados Unidos Provocaram a Crise na Ucrânia - por Boyd d. Cathey
{Retrospectiva 2014} – Ucrânia: o fim da guerra fria que jamais aconteceu - Por Alain de Benoist
Aleksandr Solzhenitsyn, Ucrânia e os Neoconservadores - Por Boyd T. Cathey
A Guerra de Putin - por Gilad Atzmon
Crepúsculo dos Oligarcas {judeus da Rússia}? - Por Andrew Joyce {academic auctor pseudonym}
A obsessão de Putin pelo Holocausto - Por Andrew Joyce {academic auctor pseudonym}
Neoconservadores, Ucrânia, Rússia e a luta ocidental pela hegemonia global - por Kevin MacDonald
Os Neoconservadores versus a Rússia - Por Kevin MacDonald
{Retrospectiva 2014} O triunfo de Putin - O Gambito da Crimeia - Por Israel Shamir
{Retrospectiva 2014} A Revolução Marrom na Ucrânia - Por Israel Shamir
Sobre a difamação da Polônia pela judaísmo internacional ver:
Sobre a influência do judaico bolchevismo (comunismo-marxista) na Rússia ver:
Revisitando os Pogroms {alegados massacres de judeus} Russos do Século XIX, Parte 1: A Questão Judaica da Rússia - Por Andrew Joyce {academic auctor pseudonym}. Parte 1 de 3, as demais na sequência do próprio artigo.
Os destruidores - Comunismo {judaico-bolchevismo} e seus frutos - por Winston Churchill
Líderes do bolchevismo {comunismo marxista} - Por Rolf Kosiek
Wall Street & a Revolução Russa de março de 1917 – por Kerry Bolton
Wall Street e a Revolução Bolchevique de Novembro de 1917 – por Kerry Bolton
Esquecendo Trotsky (7 de novembro de 1879 - 21 de agosto de 1940) - Por Alex Kurtagić
{Retrospectiva Ucrânia - 2014} Nacionalistas, Judeus e a Crise Ucraniana: Algumas Perspectivas Históricas - Por Andrew Joyce, PhD {academic auctor pseudonym}
Nacionalismo e genocídio – A origem da fome artificial de 1932 – 1933 na Ucrânia - Por Valentyn Moroz
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários serão publicados apenas quando se referirem ESPECIFICAMENTE AO CONTEÚDO do artigo.
Comentários anônimos podem não ser publicados ou não serem respondidos.