domingo, 14 de abril de 2024

{Retrospectiva 2023} - A escuridão à frente: para onde se encaminha a guerra na Ucrânia - primeira parte - resumo até junho de 2023 - por John J. Mearsheimer

 

John J. Mearsheimer


Este artigo examina a trajetória provável do avanço da guerra na Ucrânia.1 Eu abordarei duas questões principais.

Primeiro, é possível um acordo de paz significativo? Minha resposta é não. Nós estamos agora numa guerra em que ambos os lados – a Ucrânia e o Ocidente, de um lado, e a Rússia, do outro – veem um ao outro como uma ameaça existencial que deve ser derrotada. Dados os objetivos maximalistas por todo lado, é quase impossível alcançar um tratado de paz viável. Além disso, os dois lados têm diferenças irreconciliáveis consideradas ao território e à relação da Ucrânia com o Ocidente. O melhor resultado possível é um conflito congelado que poderia facilmente voltar a ser uma guerra quente. O pior resultado possível é uma guerra nuclear, o que é improvável, mas não pode ser descartado.

Em segundo lugar, qual lado provavelmente vencerá a guerra? A Rússia acabará por vencer a guerra, embora não derrote a Ucrânia de forma decisiva. Por outras palavras, não vai conquistar toda a Ucrânia, o que é necessário para alcançar três dos objetivos de Moscou: derrubar o regime, desmilitarizar o país e cortar os laços de segurança de Kiev com o Ocidente. Mas acabará por anexar uma grande parte do território ucraniano, ao mesmo tempo que transformará a Ucrânia num Estado disfuncional. Por outras palavras, a Rússia obterá uma vitória feia.

Antes de abordar diretamente essas questões, três pontos preliminares são necessários. Para começar, estou tentando prever o futuro, o que não é fácil de se fazer, dado que vivemos num mundo incerto. Assim, eu não estou argumentando que eu possuo a verdade; na verdade, algumas das minhas afirmações podem ser provadas erradas. Além disso, não estou dizendo o que eu gostaria que acontecesse. Eu não estou torcendo por um lado ou por outro. Eu estou simplesmente lhe dizendo o que penso que acontecerá à medida que a guerra avança. Finalmente, eu não estou tentando justificar o comportamento russo ou as ações de qualquer um dos Estados envolvidos no conflito. Estou apenas explicando suas ações.

Agora, permita-me focar no conteúdo.

 

Onde nós estamos hoje

Para compreender para onde está encabeçada a guerra na Ucrânia, é necessário primeiro avaliar a situação atual. É importante saber como os três principais atores – Rússia, Ucrânia e Ocidente – pensam sobre zonas de ameaça e concebem os seus objetivos. Quando falamos do Ocidente, porém, estamos a falando principalmente dos Estados Unidos, uma vez que os seus aliados europeus recebem as ordens de Washington quando se trata da Ucrânia. Também é essencial compreender a situação atual no campo de batalha. Deixe-me começar pela zona de ameaça da Rússia e pelos seus objetivos.

 

A zona de ameaça Russa

Tem sido claro desde abril de 2008 que os líderes russos em geral encaram os esforços do Ocidente para trazer a Ucrânia para a OTAN e torná-la um baluarte ocidental nas fronteiras da Rússia como uma ameaça existencial. Na verdade, o Presidente Putin e os seus tenentes defenderam repetidamente este ponto nos meses anteriores à invasão russa, quando se tornava claro para eles que a Ucrânia era quase um membro de fato da OTAN.2 Desde que a guerra começou, em 24 de fevereiro de 2022, o Ocidente acrescentou outra camada a essa ameaça existencial ao adotar um novo conjunto de objetivos que os líderes russos não podem acudir e deixar de considerar extremamente ameaçadores. Eu direi mais sobre os objetivos ocidentais abaixo, mas basta dizer aqui que o Ocidente está determinado a derrotar a Rússia e tirá-la das fileiras das grandes potências, levar a uma mudança de regime ou mesmo provocar a desintegração da Rússia como ocorreu com a União Soviética em 1991.

Num importante discurso proferido por Putin em fevereiro passado (2023), ele sublinhou que o Ocidente é uma ameaça mortal para a Rússia. “Durante os anos que se seguiram ao desmembramento da União Soviética”, disse ele, “o Ocidente nunca parou de tentar incendiar os Estados pós-soviéticos e, o mais importante, dar um fim à Rússia, como a maior porção sobrevivente do alcance histórico do nosso Estado”. Eles encorajaram terroristas internacionais a atacar-nos, provocaram conflitos regionais ao longo do perímetro das nossas fronteiras, ignoraram os nossos interesses e tentaram conter e suprimir a nossa economia.” Ele enfatizou ainda que “a elite ocidental não faz segredo do seu objetivo, que é, passo a citar, ‘a derrota estratégica da Rússia’. Isso significa que eles planejam acabar conosco de uma vez por todas.” Putin prosseguiu: “isto representa uma ameaça existencial ao nosso país”.3 Os líderes russos também veem o regime de Kiev como uma ameaça para a Rússia, não apenas porque é um aliado próximo do Ocidente, mas também porque o veem como fruto das forças fascistas ucranianas que lutaram ao lado da Alemanha Nacional Socialista contra a União Soviética na Segunda Guerra Mundial.4

 

Objetivos da Rússia

A Rússia deve vencer esta guerra, visto que acredita que enfrenta uma ameaça à sua sobrevivência. Mas como parecerá a vitória? O resultado ideal antes do início da guerra, em fevereiro de 2022, era transformar a Ucrânia num estado neutro e resolver a guerra civil no Donbass, que colocou no poço o governo ucraniano contra os russos étnicos de língua russa que queriam maior autonomia, se não a total independência para a sua região. Parece que esses objetivos ainda eram realistas durante o primeiro mês da guerra e foram de fato a base das negociações em Istambul entre Kiev e Moscou em março de 2022.5 Se os russos tivessem alcançado esses objetivos naquela altura, a guerra atual teria sido impedida ou teria terminado rapidamente.

Mas um acordo que satisfaça os objetivos da Rússia já não está nos planos. A Ucrânia e a OTAN estão juntas num futuro próximo e nenhuma delas está disposta a aceitar a neutralidade ucraniana. Além disso, o regime de Kiev é um anátema para os líderes russos, que querem que ele seja algo passado. Eles não só falam em “desnazificar” a Ucrânia, mas também em “desmilitarizá-la”, dois objetivos que presumivelmente exigiriam a conquista de toda a Ucrânia, compelindo as suas forças militares a render-se e instalando um regime aliado em Kiev.6

Não é provável que uma vitória decisiva deste tipo aconteça por diversas razões. O exército russo não é suficientemente grande para tal tarefa, o que provavelmente exigiria pelo menos dois milhões de homens.7 Na verdade, o exército russo existente está tendo dificuldades para conquistar todo o Donbass. Além disso, o Ocidente faria de tudo para impedir que a Rússia dominasse toda a Ucrânia. Finalmente, os russos acabariam por ocupar enormes extensões de território fortemente povoadas por ucranianos étnicos que e repugnam e detestam os russos e resistiriam aguerridamente à ocupação. Tentar conquistar toda a Ucrânia e submetê-la à vontade de Moscou certamente terminaria em um desastre.

Deixando de lado a retórica sobre a desnazificação e a desmilitarização da Ucrânia, os objetivos concretos da Rússia envolvem a conquista e a anexação de uma grande parte do território ucraniano, ao mesmo tempo que transformam a Ucrânia num Estado disfuncional. Como tal, a capacidade da Ucrânia de travar uma guerra contra a Rússia seria grandemente reduzida e seria pouco provável que se qualificasse para adesão à União Europeia ou à OTAN. Além disso, uma Ucrânia quebrada seria especialmente vulnerável à interferência russa na sua política interna. Em suma, a Ucrânia não seria um bastião ocidental na fronteira da Rússia.

Como se pareceria afinal esse estado disfuncional? Moscou anexou oficialmente a Crimeia e quatro outros oblasts ucranianos – Donetsk, Kherson, Luhansk e Zaporozhe – os quais juntos representam cerca de 23 por cento do território total da Ucrânia antes do início da crise em fevereiro de 2014. Os líderes russos enfatizaram que não têm intenção de entregar esse território, alguns dos quais a Rússia ainda não controla. Na verdade, há razões para pensar que a Rússia anexará território ucraniano adicional se tiver capacidade militar para o fazer a um custo razoável. É difícil, no entanto, dizer quanto território ucraniano adicional Moscou tentará anexar, como o próprio Putin deixa claro.8

O pensamento russo provavelmente será influenciado por três cálculos. Moscou tem um poderoso incentivo para conquistar e anexar permanentemente o território ucraniano que é fortemente povoado por russos étnicos e de língua russa. Irá querer protegê-los do governo ucraniano – que se tornou hostil a tudo o que é russo – e garantir que não haja nenhuma guerra civil em qualquer parte da Ucrânia como a que ocorreu no Donbass entre fevereiro de 2014 e fevereiro de 2022. Ao mesmo tempo, a Rússia deseja evitar controlar um território largamente povoado por ucranianos étnicos hostis, o que coloca limites significativos a uma maior expansão russa. Finalmente, transformar a Ucrânia num Estado disfuncional exigirá que Moscou tome quantidades substanciais de território ucraniano, de forma a estabelecer uma posição que causará danos significativos à sua economia. Controlar toda a costa da Ucrânia ao longo do Mar Negro, por exemplo, daria a Moscou uma influência econômica significativa sobre Kiev.

Estes três cálculos sugerem que a Rússia provavelmente tentará anexar os quatro oblasts – Dnipropetrovsk, Kharkiv, Mykolaiv e Odessa – que estão imediatamente a oeste dos quatro oblasts que já anexou – Donetsk, Kherson, Luhansk e Zaporozhe. Se isso acontecesse, a Rússia controlaria aproximadamente 43% do território da Ucraniano pré 2014.9 Dmitri Trenin, um importante estrategista russo, estima que os líderes russos tentariam tomar ainda mais território ucraniano – empurrando para o oeste, no norte da Ucrânia, até o rio Dnieper e tomando a parte de Kiev que fica na margem leste desse rio. Ele escreve que “um próximo passo lógico” depois de levar toda a Ucrânia de Kharkiv a Odessa “seria expandir o controle russo sobre toda a Ucrânia a leste do rio Dnieper, incluindo a parte de Kiev que fica na margem oriental desse rio. Se isso acontecesse, o Estado ucraniano encolheria, incluindo apenas as regiões central e ocidental do país.”10

 

A zona de ameaça do Ocidente

Pode parecer difícil de acreditar agora, mas antes do início da crise na Ucrânia, em fevereiro de 2014, os líderes ocidentais não viam a Rússia como uma ameaça à segurança. Os líderes da OTAN, por exemplo, conversaram com o presidente da Rússia sobre “uma nova etapa de cooperação rumo a uma verdadeira parceria estratégica” na Cúpula da OTAN de 2010, em Lisboa.11 Não surpreendentemente que a expansão da OTAN antes de 2014 não se justificasse em termos de conter uma Rússia perigosa. Na verdade, foi a fraqueza russa que permitiu ao Ocidente empurrar as duas primeiras parcelas da expansão da OTAN em 1999 e 2004 goela abaixo de Moscou e depois permitiu à administração George W. Bush pensar em 2008 que a Rússia poderia ser forçada a aceitar a Geórgia e a Ucrânia a se juntarem à aliança. Mas essa suposição revelou-se errada e quando a crise na Ucrânia eclodiu em 2014, o Ocidente subitamente começou a retratar a Rússia como um inimigo perigoso que tinha de ser contido, se não enfraquecido.12

Desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, a percepção que o Ocidente tem da Rússia tem aumentado continuamente até ao ponto em que Moscou parece agora ser visto como uma ameaça existencial. Os Estados Unidos e os seus aliados da OTAN estão profundamente envolvidos na guerra da Ucrânia contra a Rússia. De fato, eles estão fazendo tudo, exceto puxar os gatilhos e apertar os botões.13 Além disso, eles têm feito claro o seu compromisso inequívoco em vencer a guerra e manter a soberania da Ucrânia. Assim, perder a guerra teria consequências extremamente negativas para Washington e para a OTAN. A reputação de competência e fiabilidade da América seria gravemente danificada, o que afetaria a forma como os seus aliados, bem como os seus adversários – especialmente a China – lidam com os Estados Unidos. Além disso, virtualmente todos os países europeus da OTAN acreditam que a aliança é um guarda-chuva de segurança insubstituível. Assim, a possibilidade da aliança ser danificada – talvez até destruída – se a Rússia vencer na Ucrânia é motivo de profunda preocupação entre os seus membros.

Em adição, os líderes ocidentais retratam frequentemente a guerra na Ucrânia como parte integrante de uma luta global mais ampla entre a autocracia e a democracia que é maniqueísta no seu cerne. No topo disso, é dito que o futuro da sacrossanta ordem internacional baseada em regras depende da vitória sobre a Rússia. Conforme disse o Rei Carlos em março passado (2023): “A segurança da Europa, bem como os nossos valores democráticos, está sob ameaça.”14 Similarmente, uma resolução apresentada no Congresso dos EUA em abril declara: “Os interesses dos Estados Unidos, a segurança europeia e a causa da paz internacional depende… da vitória ucraniana.”15 Um artigo recente no The Washington Post capta a forma como o Ocidente trata a Rússia como uma ameaça existencial: “Os líderes de mais de 50 outros países que apoiam a Ucrânia expressaram o seu apoio como parte da uma batalha apocalíptica, pelo futuro da democracia e do Estado de direito internacional contra a autocracia e a agressão, que o Ocidente não pode permitir-se perder.”16

 

Os objetivos do Ocidente

Conforme deveria estar claro, o Ocidente está firmemente comprometido em derrotar a Rússia. O presidente Biden disse repetidamente que os Estados Unidos estão nesta guerra para vencer. “A Ucrânia nunca será uma vitória para a Rússia.” Isso deve terminar em “fracasso estratégico”. Washington, enfatiza ele, permanecerá na luta “enquanto ela ocorra”17. Especificamente, o objetivo é derrotar o exército russo na Ucrânia – apagando as suas conquistas territoriais – e paralisar a sua economia com sanções letais. Se for bem sucedido, a Rússia será eliminada das fileiras das grandes potências, enfraquecendo-a ao ponto de não poder ameaçar invadir novamente a Ucrânia.18 Os líderes ocidentais têm objetivos adicionais, que incluem a mudança de regime em Moscou, levar Putin a julgamento como um criminoso de guerra, e possivelmente quebrando a Rússia em estados menores.19

Ao mesmo tempo, o Ocidente permanece comprometido em trazer a Ucrânia para a OTAN, embora haja desacordo dentro da aliança sobre quando e como isso acontecerá.20  Jens Stoltenberg, o secretário-geral da aliança, disse numa conferência de imprensa em Kiev, em abril (2023), que “A posição da OTAN permanece inalterada e que a Ucrânia se tornará membro da aliança.” Ao mesmo tempo, ele enfatizou que “o primeiro passo rumo a qualquer adesão da Ucrânia à OTAN é assegurar que a Ucrânia prevaleça, e é por isso que os EUA e os seus parceiros têm providenciado um apoio sem precedentes à Ucrânia.”21 Dados estes objetivos, é claro porque a Rússia vê o Ocidente como uma ameaça existencial.

 

Ambientes de ameaças e objetivos da Ucrânia

Não há dúvida de que a Ucrânia enfrenta uma ameaça existencial, dado que a Rússia está empenhada em desmembrá-la e em garantir que o Estado sobrevivente não seja apenas economicamente fraco, mas também não seja membro de fato nem de jure da OTAN. Também não há dúvida de que Kiev partilha o objetivo do Ocidente de derrotar e enfraquecer seriamente a Rússia, para que possa recuperar o seu território perdido e mantê-lo sob controle ucraniano para sempre. Tal como o Presidente Zelensky disse recentemente ao Presidente Xi Jinping: “Não pode haver paz baseada em compromissos territoriais”.22 Os líderes ucranianos permanecem naturalmente firmemente comprometidos em aderir à União Europeia e à OTAN e em tornar a Ucrânia uma parte integrante do Ocidente.23

Em suma, todos os três principais envolvidos na guerra na Ucrânia acreditam que enfrentam uma ameaça existencial, o que significa que cada um deles pensa que deve vencer a guerra ou então sofrerá consequências terríveis.

 

O campo de batalha hoje

Virando para os eventos no campo de batalha, a guerra tem evoluído para uma guerra de atrito, onde cada lado está principalmente preocupado em sangrar o outro lado, fazendo-o render-se. É claro que ambos os lados também estão preocupados em capturar território, mas esse objetivo é de importância secundária em relação ao desgaste do outro lado.

Os militares ucranianos levaram a melhor na segunda metade de 2022, o que lhes permitiu retomar território da Rússia nas regiões de Kharkiv e Kherson. Mas a Rússia respondeu a essas derrotas mobilizando 300.000 soldados adicionais, reorganizando o seu exército, encurtando as suas linhas da frente e aprendendo com os seus erros.24 O locus dos combates em 2023 foi no leste da Ucrânia, principalmente nas regiões de Donetsk e Zaporozhe. Os russos mantiveram a mão por cima este ano, principalmente porque têm uma vantagem substancial na artilharia, que é a arma mais importante na guerra de atrito.

A vantagem de Moscou foi evidente na batalha por Bakhmut, a qual terminou quando os russos capturaram a cidade no final de maio (2023). Embora as forças russas tenham demorado dez meses para dominar Bakhmut, infligiram enormes baixas às forças ucranianas com a sua artilharia.25 Pouco depois, em 4 de junho, a Ucrânia lançou a sua tão esperada contraofensiva em diferentes locais nas regiões de Donetsk e Zaporozhe. O objetivo era penetrar nas linhas da frente de defesa da Rússia, desferindo um golpe impressionante nas forças russas e recuperando uma quantidade substancial de território ucraniano que sob controle russo. Em essência, o objetivo era duplicar os sucessos da Ucrânia em Kharkiv e Kherson em 2022.

O exército da Ucrânia tem feito poucos progressos até agora na consecução desses objetivos e, em vez disso, está atolado em batalhas mortais com as forças russas. Em 2022, a Ucrânia teve sucesso nas campanhas de Kharkiv e Kherson porque o seu exército lutava contra forças russas em menor número e sobrecarregadas. Este não é o caso hoje: a Ucrânia está atacando linhas de defesa russas bem preparadas. Mas mesmo que as forças ucranianas rompam essas linhas defensivas, as tropas russas estabilizarão rapidamente a frente e as batalhas de desgaste continuarão.26 Os ucranianos estão em desvantagem nestes confrontos porque os russos têm uma vantagem significativa em termos de poder de fogo.

Tradução e palavras entre colchetes por Davi Ciampa Heras

Revisão e palavras entre chaves por Mykel Alexander


Notas

1 Nota de John J. Mearsheimer: Este artigo foi escrito para servir como base para fala pública que eu tenho dado ou irei dar sobre o Conflito na Ucrânia. Ver, por exemplo:

https://youtu.be/v-rHBRwdql8  

2 Nota de John J. Mearsheimer: The Causes and Consequences of the Ukraine Crisis, por John J. Mearsheimer, 23 de junho de 2022, National Interest.

https://nationalinterest.org/feature/causes-and-consequences-ukraine-crisis-203182

- ‘Now or Never’: The Immediate Origins of Putin’s Preventative War on Ukraine, por Geoffrey Roberts, 12 de dezembro de 2022, Journal of Military and Strategic Studies, Vol. 22 No. 2: Special Issue on the War in Ukraine.

https://jmss.org/article/view/76584

- Course Correcting Toward Diplomacy in the Ukraine Crisis - Washington must come to terms with its role in provoking and now prolonging the war, por Ramzy Mardini, 12 de Agosto de 2022, National Interest.

https://nationalinterest.org/feature/course-correcting-toward-diplomacy-ukraine-crisis-204171

- How the West Brought War to Ukraine: Understanding How U.S. and NATO Policies Led to Crisis, War, and the Risk of Nuclear Catastrophe, por Benjamin Abelow, Siland Press, 2022 (Agosto).

- Former NATO Military Analyst Blows the Whistle on West’s Ukraine Invasion Narrative, por Jacques Baud, 09 de abril de 2022, Scheer Post.

https://scheerpost.com/2022/04/09/former-nato-military-analyst-blows-the-whistle-on-wests-ukraine-invasion-narrative/  

3 Nota de John J. Mearsheimer: Presidential Address to Federal Assembly - Vladimir Putin delivered his Address to the Federal Assembly. The ceremony took place in Gostiny Dvor, Moscow, 21 de fevereiro de 2023, Kremlin.

http://www.en.kremlin.ru/events/president/transcripts/70565  

4 Nota de John J. Mearsheimer: Plenary session of the St Petersburg International Economic Forum - Vladimir Putin took part in the plenary session of the 26th St Petersburg International Economic Forum, 16 de junho de 2023, Kremlin.

http://en.kremlin.ru/events/president/news/71445

- Meeting with war correspondents - The President met with war correspondents at the Kremlin, 13 de junho de 2023, Kremlin.

http://en.kremlin.ru/events/president/news/71391  

5 Nota de John J. Mearsheimer: Course Correcting Toward Diplomacy in the Ukraine Crisis, por Ramzy Mardini, 12 de Agosto de 2022, National Interest.

https://nationalinterest.org/feature/course-correcting-toward-diplomacy-ukraine-crisis-204171  

6 Nota de John J. Mearsheimer: Meeting with war correspondents - The President met with war correspondents at the Kremlin, 13 de junho de 2023, Kremlin.

http://en.kremlin.ru/events/president/news/71391

Putin mencionou brevemente estes dois objetivos no seu discurso de 24 de fevereiro de 2023, anunciando a invasão da Ucrânia. Mas não eram objetivos realistas, dado que a Rússia estava lançando uma “operação militar especial” que não visava conquistar toda a Ucrânia.

- Address by the President of the Russian Federation, 24 de fevereiro de 2022, Kremlin.

http://en.kremlin.ru/events/president/news/67843

                Assim, não é surpreendente que Putin tenha abandonado estes dois objetivos durante as negociações de Istambul em março de 2022.

- Russia no longer requesting Ukraine be ‘denazified’ as part of ceasefire talks, 28 de março de 2022, Financial Times.

https://www.ft.com/content/7f14efe8-2f4c-47a2-aa6b-9a755a39b626  

7 Nota de John J. Mearsheimer: A Alemanha invadiu a Polónia em 1 de setembro de 1939 com aproximadamente 1,5 milhões de soldados. O território polaco que conquistou para efeitos de anexação e administração tinha cerca de 188.000 quilómetros quadrados e era habitado por cerca de 22,1 milhões de polacos. A Ucrânia sem a Crimeia tinha cerca de 603.601 quilómetros quadrados e tinha uma população de 41 milhões de ucranianos quando a Rússia invadiu em 24 de fevereiro de 2022. Por outras palavras, a Ucrânia era geograficamente mais de três vezes maior do que a parte da Polónia que os alemães conquistaram em 1939 e a Ucrânia tinha perto do dobro da população. Para os números da Ucrânia, ver notas 9 e 28. Para os números da Polónia, ver: Robert M. Kennedy, The German Campaign in Poland (1939), (Washington, DC: Department of the Army, 1956), página 77; Richard C. Lukas, Forgotten Holocaust: The Poles under German Occupation, 1939-1944 (Lexington, KY: University of Kentucky Press, 1986), página 2; and http://rcin.org.pl/Content/15652/WA51_13607_r2011-nr12_Monografie.pdf  

8 Nota de John J. Mearsheimer: Meeting with war correspondents - The President met with war correspondents at the Kremlin. 13 de junho de 2023. Kremlin.

http://en.kremlin.ru/events/president/news/71391   

9 Nota de John J. Mearsheimer: A Ucrânia anterior a 2014 tinha 603.628 km quadrados. A Crimeia (27.000), Donetsk (26.517), Kherson (28.461), Luhansk (26.684) e Zaporozhe (27.180) representam aproximadamente 23 por cento do território da Ucrânia. Se os russos também anexassem Dnipropetrovsk (31.914), Kharkiv (31.415), Mykolaiv (24.598) e Odessa (33.310), controlariam cerca de 43% da Ucrânia pré-2014.  

10 Nota de John J. Mearsheimer: Six months into the conflict, what exactly does Russia hope to achieve in Ukraine?, por Dmitri Trenin, 08 de setembro de 2022, Russian International Affairs Council.

https://russiancouncil.ru/en/analytics-and-comments/comments/six-months-into-the-conflict-what-exactly-does-russia-hope-to-achieve-in-ukraine/  

11 Nota de John J. Mearsheimer: NATO-Russia Relations: The Background, março de 2020, North Atlantic Treaty Organization.

https://www.nato.int/nato_static_fl2014/assets/pdf/2020/4/pdf/2003-NATO-Russia_en.pdf  

12 Nota de John J. Mearsheimer: Overextending and Unbalancing Russia - Assessing the Impact of Cost-Imposing Options, 24 de abril de 2019, RAND.

https://www.rand.org/pubs/research_briefs/RB10014.html  

13 Nota de John J. Mearsheimer: How Much Aid Has the U.S. Sent Ukraine? Here Are Six Charts, por Jonathan Masters e Will Merrow, CONCIL ON FOREIGN RELATIONS. (Última atualização em 23 de fevereiro de 2024)

https://www.cfr.org/article/how-much-aid-has-us-sent-ukraine-here-are-six-charts

- An intellectual battle rages: Is the U.S. in a proxy war with Russia?, por Karen DeYoung, 18 de abril de 2023, The Washington Post.

https://www.washingtonpost.com/national-security/2023/04/18/russia-ukraine-war-us-involvement-leaked-documents/  

14 Nota de John J. Mearsheimer: King Charles III warns Europe's security under threat in landmark German speech, 30 de março de 2023, France 24.

https://www.france24.com/en/europe/20230330-live-charles-iii-addresses-german-parliament-during-first-trip-abroad-as-king  

15 Nota de John J. Mearsheimer: H.Res.322 - Expressing the sense of the House of Representatives on Ukrainian victory. 118th CONGRESS 1st Session - IN THE HOUSE OF REPRESENTATIVES – 25 de abril de 2023.

https://www.congress.gov/bill/118th-congress/house-resolution/322/text  

16 Nota de John J. Mearsheimer: As Ukraine’s counteroffensive heats up, Washington holds its breath, por Karen DeYoung, 14 de junho de 2023, The Washington Post.

https://www.washingtonpost.com/national-security/2023/06/14/ukraine-counteroffensive-biden-support/

17 Nota de John J. Mearsheimer: An intellectual battle rages: Is the U.S. in a proxy war with Russia?, por Karen DeYoung, 18 de abril de 2023, The Washington Post.

18 Nota de John J. Mearsheimer: An intellectual battle rages: Is the U.S. in a proxy war with Russia?, por Karen DeYoung, 18 de abril de 2023, The Washington Post.

https://www.washingtonpost.com/national-security/2023/04/18/russia-ukraine-war-us-involvement-leaked-documents/  

19 Nota de John J. Mearsheimer: The West Is Preparing for Russia’s Disintegration - Amid war in Ukraine, some strategists are setting their eyes on the “decolonization” of Russia itself, por Anchal Vohra, 17 de abril de 2023, Foreign Policy.

https://foreignpolicy.com/2023/04/17/the-west-is-preparing-for-russias-disintegration/  

20 Nota de John J. Mearsheimer: Ukraine Is Knock, Knock, Knocking on NATO’s Door - But the alliance is still wrestling over when and how to open the latch, por Robbie Gramer, 15 de maio de 2023, Foreign Policy.

https://foreignpolicy.com/2023/05/15/ukraine-nato-membership-europe-russia-war/?tpcc=recirc_latest062921

- Allies Pressure Biden to Hasten NATO Membership for Ukraine - Some members of the military alliance want to set a timetable for Ukraine to join, though only after the war is no longer raging, por David E. Sanger e Steven Erlanger, 14 de junho de 2023, The New York Times.

https://www.nytimes.com/2023/06/14/us/politics/biden-nato-ukraine.html

- Allied plan would give Ukraine equal voice at high-level NATO council, por John Vandiver, 16 de junho de 2023, Stars and Stripes.

https://www.stripes.com/theaters/europe/2023-06-16/ukraine-status-nato-military-aid-10457960.html?utm_campaign=dfn-ebb&utm_medium=email&utm_source=sailthru  

21 Nota de John J. Mearsheimer: Stoltenberg says 'Ukraine will join NATO,' vows support despite Russia's 'reckless nuclear rhetoric', por Asami Terajima, 03 de abril de 2023, THE KYIV INDEPENDENT.

https://kyivindependent.com/stoltenberg-says-ukraine-will-join-nato-vows-continued-support-despite-russias-dangerous-and-reckless-nuclear-rhetoric/  

22 Nota de John J. Mearsheimer: China’s Xi Makes First Call to Ukraine’s Zelensky Since Russian Invasion

Conversation follows Chinese leader’s meetings with Putin, as Beijing, por Austin Ramzy, 26 de abril de 2023, The Wall Street Journal.

https://www.wsj.com/articles/chinas-xi-makes-first-call-to-zelensky-since-russian-invasion-b784bb7f?mod=world_lead_pos2  

23 Nota de John J. Mearsheimer: Ukraine applies for fast-track NATO accession, Stoltenberg to speak soon, 30 de setembro de 2022, THE KYIV INDEPENDENT.

https://kyivindependent.com/zelensky-ukraine-applies-for-fast-track-nato-accession/#:~:text=30%2C%20President%20Volodymyr%20Zelensky%20said,and%20we%20protect%20each%20other 

24 Nota de John J. Mearsheimer: Russo-Ukrainian War: Schrodinger’s Offensive - A ramble about force design, Moldova, and a fortress on the steppe, 01 de março de 2023, Big Serge Thought.

https://bigserge.substack.com/p/russo-ukrainian-war-schrodingers?utm_source=substack&utm_campaign=post_embed&utm_medium=web  

25 Nota de John J. Mearsheimer: The Battle of Bakhmut: Postmortem - Russo-Ukrainian War Update, 02 de junho de 2023, Big Serge Thought.

https://bigserge.substack.com/p/the-battle-of-bakhmut-postmortem?utm_source=substack&utm_campaign=post_embed&utm_medium=web  

26 Nota de John J. Mearsheimer: Russia’s improved weaponry and tactics challenge Ukraine offensive, 12 de junho de 2023, Associated Press.

https://www.militarytimes.com/news/your-military/2023/06/12/russias-improved-weaponry-and-tactics-challenge-ukraine-offensive/  


Fonte: The Darkness Ahead: Where The Ukraine War Is Headed, por John J. Mearsheimer, 23 de junho de 2023, John’s Substack.

https://mearsheimer.substack.com/p/the-darkness-ahead-where-the-ukraine?utm_source=%2Fsearch%2Fdarkness&utm_medium=reader2

Sobre o autor: John Joseph Mearsheimer (1947-) é um cientista político americano e estudioso de relações internacionais, que pertence à escola de pensamento realista. Ele é o R. Wendell Harrison Distinguished Service Professor na Universidade de Chicago (de 1989 a 1992, atuou como presidente do departamento). Aos 17 anos, Mearsheimer se alistou no Exército dos EUA. Após um ano como membro alistado, obteve uma nomeação para a Academia Militar dos Estados Unidos em West Point, que frequentou de 1966 a 1970. Após a formatura, serviu por cinco anos como oficial da Força Aérea dos Estados Unidos. Em 1974, enquanto estava na Força Aérea, Mearsheimer obteve um mestrado em relações internacionais pela University of Southern California. Ele entrou na Universidade de Cornell e em 1980 obteve um Ph.D. no governo, especificamente nas relações internacionais. De 1978 a 1979, foi pesquisador da Brookings Institution em Washington, DC. De 1980 a 1982, foi pós-doutorando no Centro de Assuntos Internacionais da Universidade de Harvard. Durante o ano acadêmico de 1998-1999, ele foi o Whitney H. Shepardson Fellow no Conselho de Relações Exteriores em Nova Iorque. Ele também é membro do corpo docente do programa de pós-graduação do Comitê de Relações Internacionais e é codiretor do Programa de Política de Segurança Internacional.

É autor de: Conventional Deterrence (1983), Nuclear Deterrence: Ethics and Strategy (co-editor, 1985); Liddell Hart and the Weight of History (1988); The Tragedy of Great Power Politics (2001); The Israel Lobby and U.S. Foreign Policy (2007); e Why Leaders Lie: The Truth About Lying in International Politics (2011); The Great Delusion: Liberal Dreams and International Realities (2018).

Seus artigos apareceram em revistas acadêmicas como a International SecurityForeign Affairs e em revistas populares como a London Review of Books. Ele escreveu artigos de opinião para o The New York Times, o Los Angeles Times e o Chicago Tribune.

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Sobre a difamação da Polônia pela judaísmo internacional ver:

Um olhar crítico sobre os “pogroms” {alegados massacres sobre os judeus} poloneses de 1914-1920 - por Andrew Joyce {academic auctor pseudonym}


Sobre a influência do judaico bolchevismo (comunismo-marxista) na Rússia ver:

Revisitando os Pogroms {alegados massacres de judeus} Russos do Século XIX, Parte 1: A Questão Judaica da Rússia - Por Andrew Joyce {academic auctor pseudonym}.  Parte 1 de 3, as demais na sequência do próprio artigo.


Mentindo sobre o judaico-bolchevismo {comunismo-marxista} - Por Andrew Joyce, Ph.D. {academic auctor pseudonym}

Os destruidores - Comunismo {judaico-bolchevismo} e seus frutos - por Winston Churchill

A liderança judaica na Revolução Bolchevique e o início do Regime soviético - Avaliando o gravemente lúgubre legado do comunismo soviético - por Mark Weber

Líderes do bolchevismo {comunismo marxista} - Por Rolf Kosiek

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