domingo, 20 de janeiro de 2019

Historiador suíço expõe memórias anti-Hitler de Rauschning como fraudulentas - Por Mark Weber

Parte 2: Conversações falsificadas de Rauschning com Hitler: uma atualização - Por Mark Weber

Mark Weber
            Praticamente todas as principais biografias de Adolf Hitler ou da história do Terceiro Reich fazem citações da memória de Hermann Rauschning, um ex-Presidente do Senado Nacional-Socialista de Danzig[1]. No livro publicado na Grã-Bretanha como Hitler Speaks (Londres, 1939) e na América como The Voice of Destruction (Nova Iorque, 1940) Rauschning apresenta página após página do que são supostamente as mais íntimas visões de Hitler e os planos deste para o futuro. Elas são supostamente baseadas em uma centena de conversações privadas entre os dois homens.

            Agora, depois de mais de quarenta anos, um historiador suíço tem exposto minuciosamente este suposto documento da loucura de Hitler como completamente fraudulento. Wolfgang Haenel apresentou os resultados de sua pesquisa na conferência anual em maio de 1983 do Centro de Pesquisa de História Contemporânea de Ingolstadt na Alemanha Ocidental.

            O Hitler de Rauschning é nada mais que um revolucionário niilista totalmente carente de ideias, objetivos, princípios ou ideologia sistemática, o qual demagogicamente explorou as palavras e os homens para acumular poder para seu próprio bem. Ele era inteligente, mas completamente inescrupuloso e oportunista, que não acreditava em nada do que ele próprio dizia. Seu Nacional -Socialismo, de acordo com Rauschning, era apenas uma “Revolução do Niilismo”. Ele estava  supostamente preocupado com a guerra. Suas numerosas propostas de desarmamento e ofertas de paz eram apenas hipócrita retórica designada para enganar suas futuras vítimas.

            Do homem que unificou a Alemanha, Hitler é suposto ter dito: “Bismarck foi estúpido. Ele era apenas um protestante.” Ele teria repreendido Rauschning por seus escrúpulos: “Por que você balbucia sobre brutalidade e se aborrece em relação ao sofrimento. As massas querem isso. Elas necessitam de um pouco de crueldade.” “Eu quero uma juventude violenta, magistral, sem medo e cruel,” ele é citado como tendo dito. Em outra ocasião, Hitler teria, de acordo com relatos, declarado: “Sim, nós somos bárbaros. Nós queremos ser bárbaros. É um título honroso.”

            Wolfgang Haenel passou muitos anos em uma pesquisa detalhada, em comparações de textos e entrevistando testemunhas contemporâneas. Ele descobriu que ao invés de “cerca de uma centena de conversações” com Hitler, Rauschning na verdade se encontrou com o líder alemão somente quatro ou cinco vezes. E estes poucos encontros não foram nem em tempo privado e nem foram longos, mas sempre na companhia de altos funcionários enquanto visitava Hitler em Berlim ou em Obersalzberg. Rauschning nunca teve a oportunidade de ouvir as opiniões íntimas de Hitler ou seus planos secretos para o futuro, conforme ele se vangloriou em suas espúrias “memórias.”

            Haenel mostra que algumas palavras atribuídas a Hitler por Rauschning eram na verdade levantadas dos trabalhos de Ernst Jünger[2] e Friedrich Nietzsche. Hitler é citado como tendo feito afirmações as quais não poderiam ter sido feitas na alegada época. Algumas citações supostamente feitas em privado foram de fato retiradas de discursos feitos por Hitler depois de 1935, o ano que Rauschning foi para a França. Haenel também expõe sérias contradições entre eventos conforme apresentados por Rauschning e a forma de como eles realmente ocorreram, como no caso de uma alegada conversação após o incêndio do Reichstag em março de 1933.

            Haenel mostra que o livro de memórias espúrias foi encomendado por alguns jornalistas franceses e por editoras de Nova Iorque como uma arma na propaganda de guerra contra a Alemanha Nacional Socialista. Por muitos anos a soma paga para o quase falido Rauschning por seu trabalho permaneceu um recorde na França se tratando de um livro político.

            Os meios de comunicação de massa democráticos, os quais devotaram intermináveis colunas de impressão e horas de transmissão em denunciar o livro chamado de Hitler diaries[3] como falso, ignoraram caracteristicamente a história desta grande farsa histórica. Uma exceção foi o geralmente sóbrio jornal da Alemanha Ocidental Die Welt (19 de maio) o qual, no entanto, encerrou seu relatório na página 21. A imprensa diária americana publicou nada.

            Para seu crédito, o historiador americano John Toland não fez uso do trabalho de Rauschning em seu detalhado estudo, Adolf Hitler. E o historiador alemão Werner Maser colocou a observação em sua biografia de Hitler que “As declarações de Rauschning podem, na melhor das hipóteses, serem consideradas como uma fonte histórica secundária. Elas não têm valor documental.”

{Hermann Rauschning (1887-1982). Quatro livros que fizeram a cabeça de leitores no Ocidente a partir dos anos da década de 1960 se utilizaram de uma fraude, a obra de Rauschning, para difamar Hitler e o Nacionalsocialismo (nazismo). William Shirer em Rise and Fall of the Third Reich, 1962; Alan Bullock  em  Hitlera Study in Tyranny, 1952; Joachim Fest, Hitler, 1973; e Robert Payne em Life and Death of Adolf Hitler, 1973. Os livros de Shirer e Fest continuam inclusive sendo publicados no Brasil em português como obras supostamente sem falsificações.}

            É sempre mais fácil produzir um documento forjado ou memórias falsas que provar que elas sejam falsas. Mas é ainda notável que levou tanto tempo para alguém expor o trabalho de Rauschning como fraudulento. Qualquer leitor de mente aberta e familiar com a literatura sobre Hitler pode determinar mais rapidamente que The Voice of Destruction é uma imaginativa mistura. O leitor simplesmente sente falta da “sensação” de autenticidade. Em contraste, a genuína memória de Otto Wagener, Hitler aus naechster Naehe, fornece prolongados e detalhados esboços dentro do pensamento de Hitler e suas opiniões privadas. Como primeiro chefe da equipe da SA (“os Camisas Pardas”) e diretor do Departamento de Econômico Político do Partido Nacional Socialista, Wagener conseguiu conhecer Hitler intimamente. Eles gastaram centenas de horas juntos entre 1929 e 1932, muitos deles sozinhos.

            O Centro de Pesquisa de História Contemporânea de Ingolstadt merece crédito por seu papel em expor esta grande fraude. Seu diretor, o Dr. Alfred Schickel, tem escrito numerosos ensaios substanciais de revisionismo histórico.

            O desmascaramento que Haenel fez sobre o livro de memórias de Rauschning é uma bem-vinda contribuição para o lento e doloroso processo de esclarecimento em uma época de ofuscação histórica.


Tradução e palavras entre chaves por Mykel Alexander

Notas:


[1]    Nota do Tradutor: Danzig é uma cidade que durante o período entre a Primeira e a Segunda Guerra Mundial foi o centro de muitas disputas, de teor histórico e de questões urgentes na época, entre o Reich Alemão e a Polônia. O insucesso em resolver estas disputas pacificamente resultou no conflito entre o Reich Alemão e a Polônia, resultando na reincorporação de Danzig ao território alemão.

[2]    Nota do Tradutor: Ernst Jünger (1895-1998) foi um escritor e ex-combatente alemão da Primeira Guerra Mundial. No período nazista serviu no exército e também como administrador de uma província da França quando esta estava ocupada pelas forças alemãs. Esteve perifericamente envolvido com a oposição à Hitler que havia dentro do Reich, e, anteriormente, em 1938, foi proibido de publicar livros.

[3]    Nota do Tradutor: Refere-se ao evento ocorrido em 1983 quando foi anunciado nos meios de comunicação a descoberta de documentos que seriam diários de Adolf Hitler. Contudo duas semanas depois esta descoberta foi classificada como uma fraude devido a muitas inconsistências tais como o texto ter sido escrito em papel e com tinteiro de época posterior à Hitler, e também devido a muitas incoerências históricas.  



Sobre o autor:

Mark Weber é um historiador americano, escritor, palestrante e analista de questões atuais. Ele estudou história na Universidade de Illinois (Chicago), na Universidade de Munique (Alemanha), e na Portland State University. Ele possui um mestrado em História Europeia da Universidade de Indiana. Desde 1995 ele tem sido diretor do Institute for Historical Review, um centro independente de publicações, educação e pesquisas de interesse público, no sul da Califórnia, que trabalha para promover a paz, compreensão e justiça através de uma maior consciência pública para com o passado.



Informação Bibliográfica

Autor
Mark Weber
Título
Historiador suíço expõe memórias anti-Hitler de Rauschning como fraudulenta
Fonte
The Journal for Historical Review (http://www.ihr.org)
Data
Outono de 198
Fascículo
Volume 4, número 3
Localização
Página 378 – 380
Endereço


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Hitler queria Guerra? - Por Patrick Joseph Buchanan

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Esquecendo Rosa Luxemburgo (05/03/1871 – 15/01/1919) – por Alex Kurtagić

Publicado originalmente em 2015
Alex Kurtagić

             Nós celebramos hoje a morte de Rosa Luxemburgo, que morreu hoje há 96 anos. Ela foi uma teórica marxista, ideóloga, agitadora, e traidora condenada, que estava envolvida com vários grupos terroristas de extrema esquerda. Ela co-fundou a Liga Espartaquista e mais tarde o Partido Comunista da Alemanha.

           Rosa Vermelha, como é conhecida, nasceu em uma família judia próspera em Zamość, no Reino da Polônia, que na época era controlada pela Rússia. A caçula de cinco filhos, seu pai era Eliasz Luxemburgo, foi um comerciante de madeira; sua mãe era Line Löwenstein.

            Sua infância foi sem intercorrências, exceto por uma doença no quadril aos 5 anos que a confinou em sua cama por um ano, e deixou-a com as pernas de comprimentos diferentes, e, portanto, manca. Com 9 anos, ela estava matriculada em Gymnasium, uma escola para meninas em Varsóvia. E nos próximos anos, tudo correu bem.

No entanto, não demorou muito para que Rosa caísse em más companhias. Em 1886, com a tenra idade de 15 anos, Rosa juntou-se ao Primeiro Proletariado, um grupo fundado por Ludwik Warynski, que já tinha ficha criminal e, mais tarde, iria morrer na prisão. Este grupo era aliado da Narodnaya Volya, uma organização terrorista de extrema-esquerda russa, que já contava com o assassinato do czar Alexandre II a seu crédito. O primeiro ato político de Rosa foi organizar uma greve geral. Felizmente, foi um desastre: o partido foi destruído e quatro de seus membros condenados à morte. No entanto, Rosa, impenitente e, aparentemente, com a consciência limpa, continuou a reunir-se em segredo com outros criminosos.

Ela continuou sua educação, que, infelizmente, ela iria depois dar uso maligno. Em 1887 obteve seu Matura, equivalente a um diploma do ensino médio, mas por volta de 1889 ela percebeu a proximidade da polícia, então ela enganou um padre bem-intencionado para contrabandeá-la para fora da Polônia. Esta delinquente juvenil, para dizer o mínimo, foi para a Suíça, onde ela se matriculou na Universidade de Zurique e estudou Staatswissenschaft {Ciência Política}. As memórias inéditas de Julian Marchlewski, um colega, mostram que Rosa pensava que era melhor do que alguns dos seus professores.

Era pedir muito que ela retornasse ao caminho certo dela, pois enquanto era uma estudante universitária que ela conheceu outro mau elemento: Anatoly Lunacharsky, que se tornou marxista aos quinze anos e não falhou em obter um diploma, e Leo Jogiches, um jovem e amargurado homem que já tinha se envolvido em todos os tipos de atividades conspiratórias e obscuras e, não menos importante, com um histórico de prisões. O vadio Jogiches se tornaria amante de Rosa e colaborador de longa data, apesar do relacionamento tempestuoso deles.

Em 1893, a dupla dinâmica, juntamente com o comunista polonês Julian Marchlewski, que mais tarde iria se juntar aos bolcheviques, formaram um partido político, chamado de Social Democracia do Reino da Polônia (SDKP), apoiado em uma plataforma marxista internacional. O trio também fundou um folheto político antinacionalista, Sprawa Robotnicza.

Em 1897, Rosa Vermelha defendeu sua tese de doutorado, e a Universidade de Zurique concedeu-lhe um grau de Doutora em Direito – profundamente irônico, dado que ela passou toda a sua carreira engajada em atividades ilegais.

Em 1898, Rosa decidiu transferir suas operações para a Alemanha, onde ela iria trabalhar com o Partido Social Democrata Alemão (não é irônico como essas organizações sequestraram a palavra "democracia" para tornarem-se aparentemente aceitáveis?). Nessa época, ela sabia que suas violações persistentes iriam ganhar o interesse das autoridades alemãs, e que, como uma estrangeira, ela provavelmente seria deportada. Sua solução foi entrar em um falso casamento com o filho de um amigo, um Gustav Lubeck, exclusivamente com o fim de obter a cidadania alemã. O esquema funcionou, apesar de os dois conspiradores nunca viverem juntos, permitindo a Rosa tornar-se uma maldição em seu novo país.

Não muito tempo depois, seu discurso, Reforma ou Revolução, foi publicado. Ele serviu a um propósito útil, no entanto, ele manteve socialistas divididos sobre a doutrina.

A partir de 1900, Rosa usou sua caneta para atacar não somente seus companheiros socialistas, mas também o seu país de adoção. Claro, ela foi presa não menos que três vezes em três anos (1904-6), mas a megera foi além do que se esperava, e em 1907 ela até mesmo viajou para Londres para assistir o 5° Congresso do Partido do Partido Democrata da Rússia, onde conheceu Lenin. Nesse mesmo ano, no 2° Congresso Internacional realizado em Stuttgart, ela convenceu todos os partidos europeus de extrema-esquerda para parar a próxima guerra mundial. O objetivo era bom, apesar das motivações nefastas, pois ninguém realmente precisava de uma guerra civil europeia, mas, no final, este sucesso momentâneo entre seus colegas de diálogos revelou-se mais um fracasso, como veremos daqui a pouco.

Durante este período, Rosa ensinou marxismo e economia em um centro de doutrinação do SPD. Dele veio Friedrich Ebert, o primeiro presidente da República de Weimar. Ela encontrou tempo para escrever um livro, chamado A Acumulação de Capital, publicado em 1913, uma densa, difícil, e ingrata dissertação crítica ao capitalismo, malvista no futuro. E ela também foi enviada como representante do SPD de vários congressos socialistas europeus. Apesar de sua agitação para greves contra a guerra, quando esta eclodiu o SPD apoiou-a ao máximo, juntamente com os traidores socialistas franceses, que tinham até então apoiado sua linha. Depois de contemplar brevemente suicídio, ela decidiu ficar por aqui e seguir em frente, tornando-se ainda mais um incômodo.

Rosa começou a organizar manifestações contra a guerra, incitando os jovens a tornar-se objetores de consciência e desobedecer a ordens. Sem surpresa, ela foi presa novamente, mas não por tempo suficiente (apenas um ano). Seu advogado de defesa, Paul Levi, também era seu amante, e se tornaria líder do Partido Comunista da Alemanha depois de sua morte, alguns anos mais tarde. Enquanto preso, ela escreveu outro livro, A Acumulação de Capital: Anti Crítica, que foi publicado em 1915 e desde então foi esquecido. A última impressão aconteceu há mais de 40 anos. (Aliás, os leitores raramente veem seus livros na Amazon - a vida é muito curta, ao que parece.)

Juntamente com Karl Liebknecht, Clara Zetkin e Franz Mehring, ela fundou o Die Internationale, o grupo que viria a ser a Liga Espartaquista dois anos depois. Liebknecht era um advogado, que jogou fora sua carreira defendendo criminosos de esquerda até que ele mesmo se tornou um criminoso, e acabou sendo julgado por alta traição e condenado a quatro anos de prisão. Clara Zetkin foi uma das primeiras feministas do estoque rústico, que tiveram filhos fora do casamento antes de se casar um gigolô – o pintor sem inspiração George Friedrich-Zundel que tinha quase a metade de sua idade. Franz Mehring, embora mais velho, não era de forma alguma mais sábio: ele simpatizava com os bolcheviques e foi um prazer ver a Rússia sob sua mão de ferro. Esta gangue desagradável publicou o ​​folhetim agitador pretensiosamente chamado "Spartacus". Ironicamente, seus esforços contribuíram para a criação de Adolf Hitler. Será que ele não reclamaria sobre as greves contra a guerra, particularmente das greves nas fábricas de munições, organizado pela vontade de Luxemburgo e cia. enquanto jovens alemães morriam nas trincheiras e estavam sob fogo inimigo? Escusado será dizer que as autoridades alemãs fizeram a única coisa a se fazer neste caso, e prenderam Rosa e Liebknecht por dois anos e meio. Era o esperado.


A judia Rosa Luxemburgo (05/03/1871-15/01/1919)
Agitadora, acadêmica, política, marxista, terrorista e comunista.

Enquanto estava na prisão, ela continuou escrevendo artigos tediosos, que eram então contrabandeados para fora por seus cúmplices e publicados ilegalmente. Ela criticou as políticas dos bolcheviques após a Revolução de Outubro (de outra maneira muito bem-vindos, em sua opinião), a que Lênin e Trotsky responderam, em essência, que suas ideias do marxismo estavam ultrapassadas e ela não sabia o que estava falando: as circunstâncias nessa época tinham forçado táticas mais vigorosas.

Em sequência a uma dissidência com o SPD, membros contrários à guerra descontentes criaram uma nova organização, em 1915, o Partido Social Democrata Independente, ou USPD. Foi fundada por Hugo Haase, um advogado e ideólogo de esquerda que mais tarde (sem sucesso) iria defender Liebknecht. A Liga Espartaquista era afiliada a este grupo desde 1917. A associação cresceu e, no final, eles se reconciliaram com o SPD em tempo de se tornar parte do governo temporário – O Conselho de Deputados do Povo – que se seguiu à revolução de novembro de 1918. Esta entidade temporária, liderada por Ebert e Haase, substituiu o governo imperial da Alemanha, com o que mais tarde ficou conhecido como a República de Weimar.

Com o governo revolucionário agora no poder, Rosa foi solta em novembro de 1918. No dia seguinte, Liebknecht, que também havia sido solto, arrogantemente proclamou a Freie Republik Socialistische em Berlim. Os dois reorganizaram a Liga Espartaquista e lançaram um outro folhetim ideológico, o Red Flag. Sua principal preocupação era fazer com que os seus companheiros políticos escapassem de serem desertores: eles exigiram anistias e a abolição da pena capital. Em meados de dezembro, eles foram capazes de anunciar um novo programa político. E pouco mais de duas semanas depois, eles participaram de um congresso compreendendo eles próprios, os socialistas independentes, e os comunistas internacionais da Alemanha (IKD). Essa quadrilha podre formou o Partido Comunista da Alemanha (KPD), que nomeou o traidor Liebknecht como seu líder.

Os sete principais relatórios foram dados por membros da Liga Espartaquista. A contribuição de Rosa foi o delineamento do programa do partido.

Rosa queria que o KPD fizesse parte da Assembleia Nacional de Weimar, mas ainda havia alguma justiça deixada no mundo, pois ela foi derrotada e o KPD, em um acesso de raiva, boicotou as eleições.

Como era de se esperar, o KPD foi uma organização criminosa, comprometido com uma tomada violenta do poder. Outra onda de violência varreu Berlim. E com o recente precedente da revolução bolchevique, o governo de Weimar ficou preocupado com algo semelhante acontecer na Alemanha. Portanto, o ex-aluno de Rosa, Ebert, ordenou que os Freikorps, o grupo paramilitar anticomunista, destruíssem a revolução. O Freikorps era composto por veteranos de guerra ainda equipados com armas militares, que facilmente esmagaram o levante. Rosa e Liebknecht foram capturados, interrogados sob tortura, e executados com um tiro no cérebro. Seus corpos foram tratados como o que eram, obviamente, e considerando o devido desrespeito: Rosa foi jogada em um canal, com pesos amarrados em seus pulsos e tornozelos, e Liebknecht foi enviado como indigente a um necrotério.

Isso serviu como desculpa para mais violência e ataques pelo KPD. Felizmente, eles finalmente se esgotaram depois de um tempo e foi o fim de tudo. A contagem final era de 100 civis mortos.

Depois o governo de Ebert fingiu indignação com o tratamento dado aos dois criminosos condenados. Um soldado e um tenente envolvidos na morte deles foram presos. No entanto, em suas memórias, o capitão Waldemar Pabst, comandante dos Freikorps Garde-Kavallerie-Schützendivision, que conquistou os comunistas ex-presidiários, afirmou que o chanceler Ebert e o então ministro da Defesa, Gustav Noske, ambos líderes do SPD, aprovaram as ações empreendidas. Vemos então que a política socialista era um negócio tão sujo como o dos comunistas.

Os corpos foram posteriormente recuperados e enterrados no Cemitério Central de Friedrichsfelde, em Berlim. Aparentemente sem vergonha alguma, socialistas e comunistas vão desde então em peregrinação a este local todos os anos.

Por mais que pareça que Rosa Vermelha tenha falhado em todos os seus esforços, ela ainda conseguiu causar danos imensos por ajudar e organizar socialistas e comunistas na Alemanha. O KPD serviu de base para a SED, com o qual os soviéticos governaram na ditadura comunista da Alemanha Oriental após a Segunda Guerra Mundial. Torna-se evidente a partir da biografia de Luxemburgo escrita por Elzbieta Ettinger que, no final, tudo se resumia à sua incapacidade de transcender seu sentimento de não nacionalidade. Por isso, e como vimos repetidamente nesta série, muitos pagaram pelas inadequações sociopatas do uma pessoa.

Ignorados e reprimidos pela maioria dos comunistas por um longo tempo, seus escritos têm recebido atenção atualmente por acadêmicos, alguns dos quais agora a consideram um ícone. No final, parece que Rosa teve grande charme – depois que ela morreu.

Tradução por Daniel Falkenberg




Sobre ou autor: Alex Kurtagić (1970 – ) nasceu na Croácia filho de pais eslovenos. Devido a profissão do pai, viajou e viveu em vários países. Tem fluência em inglês e espanhol, e pratica o francês e alemão. Após completar os estudos nos EUA graduou-se na Universidade de Londres (M.A. entre 2004 – 2005) em Estudos Culturais. Também é músico, desenhista, pintor, escritor e editor (Wermod and Wermod Publishing Group). Seus artigos são publicados nas revistas virtuais The Occidental QuarterlyVdareCounter CurrentsTaki Mag, e American Renaissance.


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terça-feira, 1 de janeiro de 2019

A crucificação dos judeus deve parar! - Por Mark Weber


Mark Weber 

(Editorial Journal for Historical Review)

            Meio século antes do termo “Holocausto” ter entrado em amplo uso, e 15 anos antes do incessantemente repetido número das alegadas “Seis  Milhões” de vítimas judaicas do tempo de guerra ter sido ordenada em Nuremberg, ambos foram incrivelmente citados no influente semanário New York Jewish. Este foi em 31 e de outubro de 1919, na edição do The American Hebrew, provavelmente o mais influente periódico judaico americano em língua inglesa de sua época. Ostensivamente escrito pelo ex-governador do Estado de Nova Iorque Martin Glynn, este artigo apareceu sob a impudente e atemporal manchete: “A crucificação dos judeus deve parar!” “Seis milhões de seres humanos estão sendo lançados em turbilhões em direção à tumba... seis milhões de homens e mulheres estão morrendo,” disse o semanário judaico aos leitores. “Nesta iminente ameaça de holocausto da vida humana,” os judeus europeus são as vítimas da “enormemente horrorosa tirania da guerra e de uma cobiça pelo sangue judaico.” (Este artigo foi fornecido pela Polish Historical Society of Stamford, Connecticut.)




Decisões responsáveis

“... Nós devemos ser responsáveis por nossas ações, as quais, pela sabedoria ou insensatez delas, podem determinar o resto de nossas vidas. Nossos sonhos podem dar expressão, agradável ou dolorosa, para nossos desejos subconscientes ou medos. Mas em nossas horas acordados, nós devemos, se nós somos racionais, fazer nossas decisões na base das estimativas mais objetivas e com sangue frio que nós pudermos fazer – estimar as forças e tendências do mundo que nos rodeia – estimar as realidades com as quais nós devemos lidar. Lembrando sempre que nada é provável acontecer apenas porque pensamos que é bom, ou improvável de acontecer apenas porque nós pensamos que é mal.”
Revilo P. Oliver

 Tradução por Mykel Alexander



Fonte: The Crucifixion of Jews Must Stop!, por Mark Weber (editorial), The Journal for Historical Review, Novembro / Dezembro 1995, Volume 15 número 6, Página 31.

Sobre o autor: Mark Weber é um historiador americano, escritor, palestrante e analista de questões atuais. Estudou história na Universidade de Illinois (Chicago), a Universidade de Munique, Portland State University e Indiana University (M.A., 1977, História Europeia). Em março de 1988 ele testemunhou por cinco dias na Corte do Distrito de Toronto como um reconhecido especialista e testemunha na questão da política judaica no período de guerra da Alemanha e do Holocausto. Ele foi editor do Journal of Historical Review do IHR de abril de 1992 até dezembro de 2000. Desde 1995 até atualmente é o diretor do Institute for Historical Review, trabalhando para promover a paz, compreensão e justiça através de uma maior consciência pública para com o passado.


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