quinta-feira, 29 de julho de 2021

Os Homens que “passaram o pano” para Hitler {com análise crítica revisionista} - Por Gitta Sereny

 

{Introdução por Mykel Alexander: Abaixo segue integralmente o artigo (The men who whitewash Hitler, New Statesman de 2 de novembro de 1979) de Gitta Sereny, celebrada escritora judia da segunda metade do século XX, e que foi confrontado com cartas de três autores revisionistas (Dr. Arthur R. Butz, Richard Verrall e Dr. Robert Faurisson). Colocações centrais do artigo de Gitta Sereny estão marcadas em vermelho e seguidas das contestações, escritas em azul, das mencionadas e já publicadas cartas dos revisionistas acima citados, e, por fim, as minhas colocações estão em verde.

No final do artigo de Gitta Sereny está a carta de Arthur R. Butz, questionando porque as mencionadas cartas com os argumentos revisionistas não foram publicadas pelo New Statesman, e também está o posicionamento de Bruce Page, então o editor do New Statesman que preferiu evadir-se da própria polêmica do assunto em questão, sem enfrentá-la em suas questões centrais.

É preciso registrar que os argumentos revisionistas colocados abaixo incluem apenas as cartas datadas até 1979, excluindo os estudos posteriores do próprio Robert Faurisson, bem como os de Carlo Mattogno e como os de Germar Rudolf, os quais acumulam evidencias e refutações em sua maioria irrefutáveis. Ver especialmente as publicações da série Holocaust Handbooks: https://holocausthandbooks.com/ }

 {{Para ler a carta nº 1 ver: Cartas {questionando a veracidade do alegado Holocausto} ao ‘New Statesman’ (que nunca foram publicadas) - parte 1 - por Dr. Arthur R. Butz 

Para ler a carta nº 2 ver: Cartas {questionando a veracidade do alegado Holocausto} ao ‘New Statesman’ (que nunca foram publicadas) - parte 2 - por Richard Verrall 

Para ler a carta nº 3 ver: Cartas {questionando a veracidade do alegado Holocausto} ao ‘New Statesman’ (que nunca foram publicadas) – parte 3 – por Robert Faurisson 

Para ler a carta adicional de Richard Verrall ver: Carta para o New Statesman a partir do editor do Spearhead - Por Richard Verrall}


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Gitta Sereny


Academicamente não-noticiado, a direita pseudo-intelectual está criando um submundo de história contemporânea. Sua reivindicação, prensada com massa fresca de ‘evidência,’ é a negação da guerra nazista contra os judeus: nós, como outros recebemos numerosas cartas de falsos e escarniados eruditos, como esta (abaixo) de Richard Verrall, do {então partido inglês} National Front. Aqui Gitta Sereny demoli os apologistas nazistas, juntos com a frivolidade comercial a qual fornece as oportunidades deles.

 

            Há um grau de indecência em entreter um diálogo com indivíduos tais como Richard Verrall e aqueles de sua persuasão. Não obstante ele é necessário. Nós podemos desprezá-los, mas somente sob nosso perigo nós os escarneamos ou os subestimamos, pois o melhor – ou pior – deles nem carece de inteligência nem de recursos. De acordo com o fazendeiro e, em meio-período, editor Robin Beauclerc (um dos originais apoiadores do National Front), cuja editora ativamente ocupada produziu não somente o obnóxio panfleto Did Six Million Really Die?, de Verral, mas também o livro de A. R. Butz The Hoax of the Twentieth Century, quase um milhão de cópias do panfleto tem sido distribuído em 40 países. Eu mesmo os tenho visto, bem como o livro de Butz, nas escolas, universidades e bibliotecas na Europa Ocidental bem como nos Estados Unidos. Notoriamente ambos têm chegado na Austrália.

            Pessoas que se consideram elas mesmas geralmente bem-informadas dizem: ‘Mas por que seguir com este ridículo argumento? Se há qualquer coise que nós sabemos, certamente, bom Deus, nós sabemos sobre os horríveis campos e os seis milhões?’ Não é somente a geração da Segunda Guerra Mundial: uma jovem pessoa inteligente, relanceando no material sobre minha escrivaninha, também disse: ‘Mas POR QUE o dá o NEW STATESMAN espaço? POR QUE levá-lo seriamente? Por que desperdiçar precioso tempo e espaço em refutar mentiras óbvias?’

            Tempo e espaço são, de fato, preciosos, e nem escritores e nem editores devem gastá-los totalmente. Há duas razões de peso porque alguém deve buscar estes debates com os Verralls, os Irvings, os Butzes e iguais.

            O primeiro é que eles são por nenhum meio motivados por quaisquer preocupações ética ou intelectual com a verdade histórica, mas ao invés, por direcionamentos políticos precisos para o futuro. Conforme todos filósofos políticos têm necessitado de seus precursores, e partidos de seus profetas, assim eles requerem um modelo, um herói, e esse é, naturalmente, Hitler, quem eles necessitam para servir nesse modelo. Mas, por causa que as pessoas em geral são mais boas do que más, deve ser um Hitler mostrado ter sido não somente poderoso, mas moral.

            Não importa que ele tem criado um estado policial – justificativa que pode ser remendada em seus cascalhos por alguma coisa a qual os outros têm também feito. Não importa que ele se apropriou de terras e povos vizinhos. Justificativas ideológicas e demográficas podem ser idealmente aparelhadas.  E não importa que ele provocou e lutou uma guerra amarga, a qual custou a vida de milhões. Guerras têm sempre sido lutadas, elas têm sempre custado também muitas vidas, e têm sempre sido ‘justificadas’. Nenhuma destas coisas, nem mesmo a implacabilidade com a qual ele primeiro buscou estas apontadas direções, detratam a adequação de Hitler para ser um herói que eles procuram e necessitam.

            Há somente uma coisa pela qual não havia razão de guerra; nenhum precedente; nenhuma justificativa. Uma coisa do puro mal, e isto eles não podem se permitir aceitar: as câmaras de gás assassinas na Polônia ocupada, a tentativa de exterminar os judeus.

            O tempo e novamente suas diatribes – aqui novamente nas cartas de Verral – indiferente da montanha de evidência, indiferente das testemunhas vivas, eles harpeiam em sua reivindicação obsessiva: não houve holocausto; não havia câmaras de gás, não falar disso. E, naturalmente, eles retornam para sua polêmica sobre o número de seis milhões, com o qual eles realizam degradantes acrobacias mentais.

{Sobre as câmaras de gás e as degradantes acrobacias mentais o Dr. Robert Faurisson observou que:

Certamente a perseguição existiu; mas não houve “extermínio,” “genocídio” ou “Holocausto.”

Gitta Sereny é incapaz de oferecer um único item de evidência em contrário.

O próprio Tribunal Internacional de Nuremberg nos deu um modelo dessa indiferença à verdade. Aqui estão alguns trechos de seus estatutos:

Artigo 19: “O Tribunal não será vinculado por normas técnicas de evidência (...)”

Artigo 21: “O Tribunal não exigirá a prova dos fatos do conhecimento comum, mas deverá tomar conhecimento judicial deles (...)”

O Zyklon B é ácido cianídrico; ainda usado na França para desinfetar navios. Ele adere fortemente às superfícies. Para entrar em um local que foi desinfetado com ele, é preciso esperar cerca de 24 horas por aeração natural (não ventilação). Agora, aqui está a minha questão: Como os membros do “Sonderkommando” {supostos prisioneiros encarregados de operarem as alegadas “câmaras de gás”} puderam entrar na letal “câmara de gás” imediatamente após a morte das vítimas, e enquanto comiam e bebiam; quer dizer, se eu entendi corretamente, sem mesmo a máscara de gás? Como poderiam arrancar com as mãos nuas os milhares de cadáveres encharcados de cianeto em uma atmosfera de ácido cianídrico? Como eles poderiam cortar cabelo, arrancar dentes e assim por diante, quando em uma câmara de gás de prisão americana há 40 operações que precisam ser feitas (incluindo neutralização parcial do ácido cianídrico pela amônia) antes de entrar no cubículo com máscaras de gás, luvas de borracha, e avental, a fim de limpar cuidadosamente o cadáver para que o médico e seus auxiliares não sejam envenenados? Se os alemães não tivessem se importado com a saúde dos membros do “Sonderkommando,” {supostos prisioneiros encarregados de operarem as alegadas “câmaras de gás”} esses homens teriam morrido no local, e assim a “câmara de gás” nunca teria recebido seus próximos lotes de cargas de vítimas.

Em 70 horas de conversas com Franz Stangl, a Sra. Sereny não fez nenhuma pergunta sobre os detalhes técnicos das “câmaras de gás.” Que tipo de gás? Qual mecanismo de gaseamento? Qual processo químico? Quantas vítimas? Como foi possível entrar imediatamente? Não há sequer um fragmento de evidência, nem um item de prova, de que mesmo uma “câmara de gás” existiu em Sobibor ou Treblinka. Dona Sereny nem mesmo dá as plantas reais dos campos!

Richard Verrall observou sobre os alegados seis milhões de judeus que:

Primeiramente, um completamente desaparecido seis milhões de judeus não é um “fato demográfico”. O World Almanac de 1951 calculou a população judaica em 1939 em 16.643.120. Mas de acordo a números publicados no New York Times por Hanson Baldwin e baseados nas fontes da ONU, havia entre 15 e 18 milhões de judeus no mundo em 1948. Permitindo um crescimento natural, que dificilmente deixa espaço para os seis milhões terem desaparecido completamente naqueles anos.}

* * *

            A segunda razão porque nós devemos chegar aos apertos em ambas substância e detalhes das reivindicações neonazistas é que algumas vezes equívocos têm sido feitos, têm sido dada imensa publicidade, e se tornado parte da cultura do holocausto. Sob o risco de ofensa, nós devemos corrigir e explicar estes equívocos, a fim de que eles não possam ser explorados novamente.

            Os do tipo de Verral e Butz têm mostrado um considerável talento por misturar verdade com mentiras, ao injetar repetidamente alguma verdade em todas mentiras, e mentiras na verdade. Eles fazem astuto uso dos erros humanos (e do latente preconceito). Então, eles têm sido bem-sucedidos em alguma extensão em explorar um terrível e espantoso fato, o qual é que depois de 35 anos e bilhões de palavras, a confusão ainda abunda no assunto do genocídio de Hitler.

            Isto nunca tinha sido mostrado mais planamente que no caso do filme de televisão americana Holocausto. Como um membro de um painel da BBC na noite de sua transmissão, eu vocalizei apreensão e dúvidas sobre seus erros fatuais, e tentei explicar porque estes seriam particularmente difíceis para os alemães aceitarem. Via satélite, o produtor estava com minhas observações. O filme foi altamente um sucesso e útil no que ele forneceu uma ligação emocional, para milhões de pessoas, com eventos os quais muitas delas tinham rejeitado por causa que eles eram impossíveis para visualizar. Mas, depois de muita despesa em pesquisa, Holocaust não poderia colocar os mal-entendidos para descansar.

            O argumento atual com o Sr. Verrall, por exemplo, lida com um elemento principal nesta confusão. Ele faz muito valor do que ele chama de ‘admissão’ pelo Instituto de História Contemporânea em Munique de que ‘...nenhuma de ais coisas (como as câmaras de gás) existiram em... Belsen, Buchenwald e Dachau... etc etc’.

            Esta então-chamada ‘admissão’ surge como um caule de uma carta a qual o historiado Martin Broszat, agora diretor do Instituto, endereçou em 1962 para o semanário Die Zeit. O professor Broszat lembra a carta bem – ‘Como poderia eu esquecê-la? Publicações neonazistas e da extrema direita têm a usado fora do contexto desde então...’

            A carta foi escrita em ainda outra tentativa – muitas têm sido feitas, por muitas pessoas – para estabelecer o registro direto. O que Broszat estava tentando fazer, ele explica

Foi martelar em casa, uma vez mais, a persistentemente ignorada ou negada diferença entre campos de concentração e de extermínio; a distinção fundamental entre o metódico assassinato em massa de milhões de judeus nos campos de extermínio na Polônia ocupada, por um lado, e por outro, os descartes individuais dos detentos dos campos de concentração na Alemanha – não necessariamente, ou mesmo primariamente judeus – que eram não mais úteis como trabalhadores.

            A maioria dos campos de concentração na Alemanha propriamente não tinham câmaras de gás. Dachau tinha uma a qual nunca foi usada. ‘Mathausem, Natzweiler, tinham uma. Sachsenhausen, também, eu acho,’ disse Broszat. ‘Eles os usaram frente ao fim, para substituir os tiros e injeções em pequenos grupos de prisioneiros, os quais tinham se tornado tão desmoralizados para a equipe.’

{Faurisson observou sobre alegados campos de extermínio, os quais se mostraram inexistentes como local de extermínio, mas que serviram como acusação contra os chamados nazistas, que:

Devo eu lembrar que até 1960 deveríamos ter milhares de provas, confissões e evidências de testemunhas oculares de que houve assassinatos em massa em Dachau, Ravensbrück, Buchenwald e assim por diante. Portanto, agora temos que reconhecer que os autores de tais confissões (Suhren, Schwarzhuber, Dr. Treite ...) devem ter sido submetidos a “questionamentos persuasivos” por parte de seus carcereiros franceses, britânicos e americanos. Isso deve dar o que pensar, pelo menos no que são concernidas às “confissões.”

Richard Verrall sobre a mesma questão observou que:

Enquanto pelos testemunhos dos julgamentos, as então chamadas “testemunhas” testemunharam em Nuremberg que câmaras de gás estavam em operação em Belsen, Buchenwald e Daschau. Quinze anos mais tarde o Instituto de História Contemporânea em Munique admitiu que tais coisas não existiram naqueles campos. As “câmaras de gás” tinham somente sido usadas na Polônia. Essa revisão reduziu a nada os milhares de “testemunhos” e “provas” de gaseamentos na Alemanha. Por que, portanto, devemos nós aceitar “testemunhos” sobre Auschwitz ou outros campos poloneses quando testemunhos sobre Belsen e Dachau têm provado ser menos dignos do que mentiras?

Finalmente, eu gostaria de perguntar à Srta. Sereny, de que forma precisa a “montanha de evidências” provando que as câmaras de gás foram operadas na Polônia difere da montanha de evidências apresentadas em tribunais militares para provar que lá tinha havido câmaras de gás em campos na Alemanha, onde é agora admitido que não tinha havido nenhuma?}

* * *

            Como é então que o mito do gaseamento nos campos na Alemanha tinham sido tão universalmente aceitos, desse modo fornecendo aos neonazistas sua mais atesourada munição (a oportunidade de refutar o que foi nunca o caso)? A explicação é tanto simples e infinitamente complexa.

            Os campos de concentração alemães, estabeleceram-se em princípio como centros de detenção para dissidentes religiosos, criminosos, políticos, e para desviados sexuais e judeus, eram nem então nem mais tarde primariamente usados para o aprisionamento de judeus.

            Depois de 1940, conforme a necessidade surgiu para uma imensa força-de-trabalho para as indústrias de guerra, os pequenos campos penais, até então usados somente para alemães, austríacos e tchecos (incluindo judeus destes países) cresceram até gigantescas instalações com muitas centenas de milhares de russos, poloneses e ‘indesejáveis’ a partir da Europa Ocidental ocupada fazendo erigir uma vasta população de escravos de trabalho.  

            A aspereza de tratamento variava entre categorias de prisioneiros. Os criminosos alemães estavam usualmente no topo da hierarquia do campo. ‘Políticos’ estavam no meio, seguidos por desviados sexuais e religiosos; com os poloneses, os russos e os judeus – nesta ordem – no fundo.

            Milhões destas pessoas morreram nestes campos de-concentração-de-trabalho-forçado: alguns – os mais divulgados – por tortura, brutalidade ou experimentos médicos muito feios. Mas de longe a maioria deles morreram de enfermidades e doenças. 

            Estes eram os campos que todos os alemães conheciam a cerca e temiam terrivelmente. Estes foram os cadáveres encontrados pelos exércitos Aliados horrorizados conforme eles entraram na Alemanha. Estes fizeram as fotos e filmes que nós temos principalmente visto. Estes esqueletos emaciados, alguns ainda de alguma maneira de pé, alguns deitados em beliches em estupor, ainda outros pilhados pelados, tombados e amontoados prontos para queimar – estas são as imagens que nos assombram.

             Estas pessoas morreram aos milhões, mas elas não foram ‘exterminadas’ no sentido que os nazistas se fizeram únicos por eles mesmos. Estes campos não tinham crematórios de fornos a gás, para o descarte dos corpos. As chaminés arrotavam fora o cheiro da carne queimando, e os guardas, em ameaça ou escárnio, diziam aos prisioneiros: ‘O único caminho que você irá conseguir sair daqui é através das chaminés.’

            ‘Gaseamento’ tinha sido parte do vocabulário na Europa Central, e particularmente na própria Alemanha, desde a destruição a gás pelos nazistas de 80.000 pessoas deficientes física e mentalmente (crianças e adultos) entre 1939 e 1941. Assim, quando prisioneiros doentes ou inativos em sua capacidade desapareceram nos campos alemães, quando as chaminés fumegavam, e os trabalhadores prisioneiros reportaram que aqueles faltando tinham ‘virado gás’ – isto era entre homens e mulheres vivendo em constante e moral medo – não era difícil para ‘gasear’ se tornar um termo geral, usado sem muita distinção.

            As tropas Aliadas que entraram nos campos não tinham ideia do que realmente era ‘gasear’. Tudo o que eles sabiam era o que eles viram ou ouviram sobre: os esqueletos, as câmaras de gás, e centenas de milhares de histórias e memórias agonizadas.  Como um oficial de bem-estar da UNRRA {United Nations Relief and Rehabilitation Administration} em 1945-6, eu vi muitas destas visões, ouvi muitas daquelas histórias, e tentei visualizar aquelas temíveis memórias.

* * *

            E então houve Auschwitz, e mais tarde Majdanek: os dois, os únicos dois, onde os nazistas combinaram enormes instalações de trabalho e instalações para extermínio nas proximidades. Auschwitz, por causa que tantas muitas pessoas sobreviveram a ele, tem adicionado a maioria de nosso conhecimento, mas também a maioria de nossa confusão como entre os dois tipos de campos. O que exatamente era Auschwitz, o qual tem se tornado para muitas pessoas a palavra-chave para o inteiro horror nazistas?

            Era, acima de tudo, ao redor de 1943 o maior dos campos de trabalho forçado que os nazistas tinham, com uma população de 100.000 trabalhadores que eram tratados piores que animais, e cuja expectativa de vida variava entre dez dias – se eles eram judeus ou russos – e umas poucas semanas ou meses. Até a primavera de 1942 ele era apenas um pequeno campo de trabalho, com somente a maioria das instalações de gaseamento rudimentares. Então, a I. G. Farben começou a construir uma fábrica de combustível e borracha sintética – a ‘Bunawerke’ – sobre as marchas adjacentes, e números ainda maiores de trabalhadores-escravos foram aí arrastados, para construí-la e operá-la.

            Foi sob a cobertura da construção de Bunawerke que os nazistas fizeram os escravos construírem as câmaras de gás em Birkenau, em uma área arborizada a três milhas do campo principal, chamada Campo II. Foi aqui que, principalmente em 1943, os ‘selecionados’ – a maioria judeus, e alguns russos – foram trazidos das adjacências das ferrovias várias milhas afora, e do principal campo. Também do campo I, unicamente, vieram milhares de doentes e débeis: não, por alguma razão misteriosa, morrer de uma vez, mas para serem mantidos em totalíssima sórdida imundície, virtualmente sem rações, até eles finalmente escorregarem fora.

            Pelo outono de 1944, cerca de mais de 700.000 judeus tinham morrido nas câmaras de gás em Birkenau (Campo II), e 20.000 russos tinham sido mortos, mas não gaseados (este método era reservado para os judeus).  E ao redor do tempo da libertação, mais 146.200 judeus e vários centenas de milhares outros tinham morrido de sobrecarga no trabalho e por doença no Campo I.

            Richard Verrall, ativamente ocupado com seu vil jogo de números, assevera que as confissões de Rudolf Höss, comandante de Auschwitz, foram obtidas ‘sob tortura’ na Polônia, eram ‘sem sentido’ e são assim ‘prova positiva’ de uma fraude.

{Além das já acima citadas cifras (World Almanac de 1951 e New York Times referente a 1948) contra o que Sereny chama de vil jogo de números de Richard Verrall, o próprio Richard Verrall mostra donde vem o jogo de números: 

Essencialmente, o que a Srta. Sereny tinha sido forçada a fazer, sob o impacto do Revisionismo, foi estreitar o suposto programa de extermínio a apenas quatro campos em Chelmno, Belzec, Sobibor e Treblinka; campos os quais já não existem e para os quais as provas documentais de gaseamentos são fornecidas apenas pela notória Declaração de Gerstein. Este documento, o qual contradiz a própria tese da Srta. Sereny ao afirmar que Auschwitz foi o pior dos campos de extermínio, contém absurdos e impossíveis coisas sem sentido, tais como que os nazistas gasearam 25 milhões de pessoas e que 700-800 vítimas foram amontoadas em câmaras de gás de 25 metros quadrados (nesse caso, eles teriam morrido de asfixia primeiro). Ele também descreve uma visita de Hitler a um campo de extermínio que até Reitlinger admite nunca ter ocorrido.}

            O que quer que possa ser dito sobre Höss, seu papel e suas posteriores pretensões maníacas, o que realmente conte é que suas declarações para o psiquiatra americano Dr. G. M. Gilbert em Nuremberg foram feitas antes que ele fora entregue para a Polônia, e o que ele disse em Nuremberg quase exatamente o que ele disse na Polônia – incluindo duas conjuntos de estimativas para os mortos em Auschwitz. O segundo número ele citou cada vez, um total de cerca de 1.3 milhões de mortos, chega muito próximo das estimativas mais cuidadosas de Gerald Reitlinger de 700.000 judeus gaseados no Campo II, e 500.000 prisioneiros (incluindo 146.000 judeus) mortos de exaustão e doença no campo I.1

            Mas isto é em um sentido o ponto porque Verrall e Butz, enquanto tentando desacreditar Höss, citam ele sempre que eles esperam fazer um ponto. Conforme eles totalmente negam a existência de outros campos de extermínio na Polônia ocupada, Auschwitz é alguma coisa de viga nos olhos deles. Mas é importante para aqueles de nós interessados na verdade relembrar Auschwitz, a despeito de seu emblemático nome, foi não primariamente um campo de extermínio para judeus e não é o caso central através do qual nós estudamos a política de extermínio.

{Além das já citadas colocações do Dr. Robert Faurisson, Richard Verrall observou sobre os alegados extermínios que:

Os “ainda campos e crematórios” remanescentes em pé provam nada de qualquer maneira. Há uma vasta quantidade de documentação sobre a construção crematório para o propósito de descarte dos mortos em maneira normal, especialmente aqueles que morreram na epidemia de tifo, mas não há uma única ordem, voz interna, plano ou plantas para uma “câmara de gás.” Nem tem qualquer tal dispositivo sido mostrado existir.

A senhorita Sereny faz um esforço malsucedido para contestar minha afirmação de que não existe nenhum pedido, fatura, plano ou projeto para uma câmara de gás. O que eu queria era uma prova de construção. Não é notável que, embora há milhares de documentos relativos à construção de crematórios, incluindo faturas precisas quase até o último Pfennig, não se possa encontrar um único pedido para construção, ou um plano ou uma fatura ou uma fotografia de uma câmara de gás? Não é grandemente surpreendente que não saibamos nada dessas câmaras de gás, tais armas tão prodigiosas de assassinato, que o testemunho sobre elas seja tão louca e selvagemente contraditório e que não tenham sido objeto dos mais escrupulosos exames arqueológicos e científicos?}

* * *

            Os primeiros assassinatos em massa ocorreram enquanto Auschwitz era ainda um campo de trabalho penal: eles seguiram a ‘Ordem Comissária” de março e julho de 1941, a qual comandou a liquidação dos comissários políticos soviéticos, ciganos, inferiores raciais, ‘não-sociais’ e judeus. Estes assassinatos – e nenhum dos neonazistas – tem muito a dizer sobre eles – foram apresentados como operações paramilitares. As centenas de milhares de homens, mulheres e crianças peladas que foram alvejadas nas beiradas das covas coletivas foram descritas, mesmo pelos seus assassinos, os Einsatzgruppen, como ‘partidários’ e ‘bandidos.’

            Mas as ações dos Einsatzgruppen mostraram aos nazistas que este método pseudomilitar poderia funcionar para grandes massas de judeus ainda a serem lidadas. Conforme nós conhecemos de centenas de declarações das testemunhas alemães nos julgamentos dos Einsatzgruppen na Alemanha Ocidental, os assassinatos colocaram uma intolerável tensão de esforço no pessoal – a despeito das fontes liberais de álcool e sexo – e provocou protestos da Wehrmacht {Exército Alemão}.

            Contudo, os nazistas tinham uma solução testada em mãos. Das 80.000 pessoas indesejáveis mortas no ‘Programa de Eutanásia,’ algumas (mas somente pequenas crianças) tinham sido mortas por injeções em alas de hospitais especiais. A maioria tinha morrido em câmaras de gás em Institutos de Eutanásia. Mais de 400 homens e mulheres – polícia, equipe administrativa e médica, sob a direta autoridade do Führer-Chancelaria, no departamento T-4 – tinham feito estes assassinatos.

            Aqui havia uma técnica, e uma equipe para operar. Os ‘especialistas’ que tinham sido preparados para matar os desamparados alemães e austríacos poderiam seguramente serem confiados para a chacina de milhões de judeus e milhares de ciganos: erradicando, conforme Hitler colocou, ‘o bacilo no corpo político da raça alemã.’

            O Sr. Verrall reclama que entre a vasta documentação remanescente ‘não há uma única encomenda... etc para uma “câmara de gás”’. Tipicamente, as diatribes neonazistas reivindicam que não há registro de vastos arranjos de transportes os quais teriam sido requiridos para levar a frente um programa de extermínio.

            Poucos daqueles que leem este entulho {rubbish, no original em inglês} têm uma oportunidade para examinar os próprios registros. Mas qualquer um que tem realmente trabalhado nos arquivos é familiar com centenas de sinais de ferrovias os quais sobrevivem, descrevendo com horrível monotonia o destino e conteúdo dos trens para Sobibor e Treblinka. E todos os pesquisadores são somente tão familiares com os incontáveis documentos, ‘encomendas, vozes, planos,’ e, de fato, ‘plantas estruturais’ concernindo precisamente a construção das câmaras de gás.  

            Um dos documentos (N.O. 365), o primeiro dos que eu conheço concernindo os campos de gaseamento e significantemente ligando-os ao T-4) é datado em 25 de outubro de 1941, e afirma que ‘Viktor Brack (Chefe da Seção II do T-4) está pronto para colaborar na instalação das construções necessárias e maquinário de asseamento...’ A longa carta, a qual concerne os campos a serem erigidos em Riga e Minsk, é bastante explícita no uso do equipamento que é para ser colocado.

{Faurisson observou que em relação ao documento (N.O. 365):

Ela menciona o documento NO-365 de Nuremberg, mas este “documento” nem mesmo está assinado e, portanto, não tem valor como evidência. }

            Assim entre dezembro de 1941 e abril de 1942 noventa e seis dos homens do T-4 de Brack estavam postados na Polônia Ocupada e a ‘Aktion Reinhard’ (nomeado após Reinhard Heydrich, morto na Tchecoslováquia). Eles foram assinalados para os quatro especializados campos de extermínio, os quais eram Chelmno, Belzec, Sobibor e Treblinka. Estes tinham sido construídos sob o comando do chefe da SS em Lublin, Odilo Globocnik.

* * *

            Estes não eram campos de concentração ou de trabalho. As instalações forneciam hospedagem para apenas uns poucos alemães da Waffen-SS, menos que 100 supervisores bálticos ou ucranianos da SS, e um grupo constantemente em mudança de entre 300 e 1000 ‘judeus-de-trabalho’. Embora milhões chegassem, nenhum mais viveu muito o suficiente para comer, lavar ou dormir. Estas eram plantas-estruturais planejadas meticulosamente para matar. As estimativas oficiais polonesas (as quais provavelmente erram sobre o lado conservador) são que 2 milhões de judeus e 52.000 ciganos, no mínimo um terço deles sendo crianças, foram mortos nestas quatro instalações entre dezembro de 1941 e outubro de 1943. De todos aqueles que os alcançaram, oitenta e dois sobreviveram. 

            Eu sou capaz de carregar algumas testemunhas destes eventos. Meu conhecimento vem da pesquisa que eu fiz para meu livro Into That Darkness,2 a estória de Franz Stangl, comandante de Treblinka. Eu conversei com Stangl por semanas na prisão; eu conversei com outros que trabalharam sob ele, e com as famílias deles. Eu conversei com pessoas que, de outra forma não envolvida, testemunharam estes eventos na Polônia. E eu conversei com uns poucos daqueles próprios que sobreviveram.

            Butz reivindica em seu Hoax {of the Twentieth Century} que aquelas (centenas) que admitiram tomar parte no extermínio estavam fazendo como um arranjo {plea-bargaining, no orginal em inglês} a fim de obter sentenças mais leves. Mas aqueles que eu conversei tinham sido julgados. Muitos tinham cumprido suas sentenças, e nenhum deles tinha qualquer coisa a ganhar – exceto vergonha – pelo que eles disseram-me. O próprio Stangl queria somente conversar, e então morrer. E Stangl está morto. Mas se Verrall, Butz & Co estavam realmente interessados na verdade, a esposa de Stangl, e muitas outras testemunhas são ainda capazes de testemunhar.

{Arthur Butz observou que:

Em um “julgamento,” alguma coisa específica é para ser julgada, ou seja, o tribunal deve começar tratando essa coisa como uma questão em aberto.

A alegação de “extermínio” nunca tem estado em questão em nenhum sentido prático em nenhum dos julgamentos relevantes e, em alguns, não tem sido aberta à questão em um sentido jurídico formal. A questão sempre foi somente responsabilidade pessoal em um contexto no qual a alegação de extermínio era inquestionável. Assim, as “confissões” dos alemães, que em todos os casos buscavam negar ou mitigar a responsabilidade pessoal, eram meramente somente defesas que eles podiam apresentar em suas circunstâncias.

Robert Faurisson observou que:

Considerando as torturas sistematicamente infligidas aos soldados e oficiais alemães pelos Aliados, deve-se ler o livro de Sir Reginald Paget, Manstein: His Campaign & His Trial (Collins, 1951). Na página 109, descobre-se que a Comissão de Inquérito Simpson (EUA) “relatou, entre outras coisas, que dos 139 casos que eles tinham investigado, 137 tiveram seus testículos destruídos permanentemente por chutes recebidos da Equipe de Investigação de Crimes de Guerra dos Estados Unidos.”}

            Os campos ‘Aktion Reinhard’ existiram para um propósito somente, totalmente não-conectado com qualquer requerimento da guerra, e eles foram totalmente erradicados quando o propósito deles foi servido. Os edifícios foram colocados abaixo, e árvores foram plantadas na terra a qual tinha se tornado tão rica. Trinta e cinco anos mais tarde elas têm crescido em altura. Uma carta de Globocnik para Himmler sobrevive, datada de Trieste em 5 de janeiro de 1944 e cuidadosamente contem:

Por razões de rigorosa vigilância uma pequena fazenda tem sido construída no local de cada dos (anteriores) campos, para serem ocupados por um fazendeiro a quem uma anuidade deve ser assegurada a fim de encorajá-lo manter a fazenda... 

            Em sua própria carta de comenda para Globocnik, datada de 30 de novembro de 1943, Himmler usou seu nome carinhoso para Globocnik:

Querido Globus,

Eu confirmo sua carta de 4.11.43 e seu reporte sobre a conclusão da Aktion Reinhardt (sic)... Eu quero expressar para você minha gratidão e apreço pelos grandes e únicos serviços que você tem rendido ao povo alemão como um todo ao tocar adiante a Aktion Reinhardt.

Heil Hitler!

Cordialmente, H.H.

{Faurisson observou que:

Ela prossegue mencionando a “Aktion Reinhardt,” mas, novamente, isso não implica qualquer assassinato em massa; refere-se meramente ao confisco da propriedade dos judeus deportados.}

* * *

            Aqui então está a verdade para aqueles que desejam conhecimento. Dentro de um terrível universo de opressão e morte – conhecido para nós através de palavras como Belsen, Natthausen, Dachau – houve outro universo, de chacina metodicamente louca de um tipo sem precedentes – os nomes de lugares sendo Chelmno, Belzec, Sobibor e Treblinka. Auschwitz, o mais citado, era um complexo, exemplo transitório. Há razões porque os piore nomes são menos citados: um, complexo em suas raízes, é que o Terceiro Reich tentou apresentar sua (marginalmente) menos feíssima face frente ao Ocidente, e os exércitos ocidentais nunca alcançaram o território dos campos da morte. E os bem-dirigidos campos de extermínio deixaram poucos sobreviventes para dizer a estória deles.

            A situação, portanto, apresenta algumas possibilidades para confusão para pseudo-historiadores e apologistas neonazistas. E eles são assistidos ainda mais pelo fato que eventos de tais magnitudes emprestam-se eles próprios para ‘uso’ dramático, são, portanto, usados, e não-infrequentemente mal-usados. Por sua vez, Verralls e Butzes podem alegar que tais mal-usos são parte de uma conspiração ‘sionista.’

            É vital para eles acreditar que qualquer um que está envolvido com esta questão deve ser judeu, e, portanto, inconfiável. Isto, para começar, é sem sentido: (a) muitas das autoridades líderes sobre o Terceiro Reich não são judaicas, e (b) muitas daquelas que são, são tão abjetas como qualquer um pode ser. (Em seus derramamentos de antissemitismo, esses indivíduos nunca se referem aos ‘judeu,’ mas quase invariavelmente ais ‘sionistas.’ Eles sabem que 35 anos depois de Hitler muitas pessoas não irão aceitar o ataque sobre os ‘judeus,’ mas muitos serem persuadidas pelo mais ‘político’ rótulo ‘sionista’. Naturalmente, muitos judeus não são sionistas.)   

            Mas é verdadeiro que, junto com muitos autênticos trabalhos, tem havido muitos livros ou filmes os quais eram somente parcialmente verdadeiros, ou mesmo eram parcialmente não-legítimos {faked, no original em inglês}. E infelizmente, mesmo historiadores de reputação frequentemente falham em seu dever de cuidado. Por exemplo, Martin Gilbert (biógrafo de Churchill) oferece em Final Journey3 que é em muitas maneiras um admiravelmente apresentado resumo do que aconteceu aos judeus europeus.

            Mas ao citar supostas ‘testemunhas oculares’ que, de fato, estão repetindo boatos, Gilbert perpetua erros os quais – por causa que eles são tão facilmente desfeitos em suas provas – fornecem as oportunidades dos revisionistas. Por exemplo, de seu capítulo The Treblinka Deathcamp: nenhum dos ‘nazistas no campo... viveram no campo juntos’ com suas famílias; o SS Hauptsturmführer von Eupen nunca foi comandante em Treblinka, mas do campo de treinamento Trawniki nas proximidades; o ‘choro’ das vítimas e lágrimas derramadas das crianças’ não podem ser ouvidos nos vilarejos das vizinhanças, pois com boa razão os assassinos asseguraram que não havia vilarejos dentro de milhas; e os alemães não trouxeram ‘os mais famosos músicos no mundo do gueto de Varsóvia’ para ‘tocar quando os transportes chegavam.’ Havia tais orquestras, por exemplo em Auschwitz, as quais tocaram quando os trabalhadores escravos marchavam para e do trabalho. Mas não havia necessidade para tais coisas em qualquer puro campo de extermínio.

            Hitler’s War de David Irving cai dentro da categoria de ‘parcialmente verdadeiro’. Ele tinha algum material historicamente interessante, mas vendido (admiravelmente) tanto aqui {Inglaterra} e além dos mares por causa da espúria e audaciosamente colocada reivindicação de que o próprio Hitler estava em grande parte inconsciente da ‘Solução Final.’ Tais livros fazem melhor do que, por exemplo, a {obra} sócio-história acadêmica Accounting for Genocide,4 de Helen Fein, que é seguramente essencial para quaisquer pesquisadores sérios. Mas esta é uma área na qual entulhos {rubbish, em inglês} comercialmente motivados podem ter terríveis consequências de longo prazo.

            Relatos ‘pessoais’ tais como o recentemente publicado Dora,5 pesadamente divulgados por publicidade no Guardian não são entulhos {rubbish, no original em inglês} em si mesmos. Jean Michel, absolutamente sem dúvida, foi um trabalhador no terrível campo de escravos nas Montanhas Harz onde as armas-V foram construídas. O problema com livros como este é que eles são ‘assombrados’ por ferreiros profissionais – os franceses são especialmente adeptos – que têm nem interesse e nem capacidade para transportar em conteúdo a verdade com coibição. É menos o exagero do que a falsa ênfase e humor barato os quais os desqualificam.

  * * *

            Pior novamente são as parciais ou completas não-legitimidades, tais como Treblinka6 de Jean Francois Steiner ou For Those I Loved7. O livro de Steiner sobre a superfície parece mesmo certo: ele é um homem de talento e convicção, e é difícil saber como ele poderia ir tão errado. Mas o que ele finalmente produziu foi uma mixórdia de verdade e falsidade, lançando libelo tanto nos mortos como nos vivos. O livro original francês teve de ser retirado e relançado com todos nomes mudados. Mas ele reteve seu formato de conversas imaginadas e reações – ou seja, pura ficção – incrivelmente remanescendo, todavia, em bibliografias sérias.

               For Those I Loved de Gray foi o trabalho de Max Gallo o escritor fantasma, que também produziu Papillon. Durante a pesquisa para um inquérito do Sunday Times sobre o trabalho de Gray, M. Gallo informou-me friamente que ele ‘necessitava’ um longo capítulo sobre Treblinka porque o livro requeria alguma coisa forte para puxar nos leitores. Quando eu mesma disse a Gray, o ‘autor,’ que ele tinha manifestadamente nuca estado, nem escapado de Treblinka, ele finalmente pediu-me, desesperadamente: ‘Mas faz importância?’ Não foi a coisa somente que Treblinka aconteceu, que ele deveria ser escrito sobre, e que alguns judeus deveriam ser mostrados terem sido heroicos?

            Ele ocorreu, e, de fato, muitos judeus foram heróis. Mas a não-verdade sempre importa, e não apenas porque é desnecessário mentir quando tão grande terrível verdade está disponível. Toda falsificação, todo erro, todo o escorregadio trabalho de reescrita é uma vantagem para os neonazistas.

            Uma outra coisa assiste os revisionistas: muitos judeus, incluindo sobreviventes do Gueto de Varsóvia e Treblinla, estão indispostos a trazer testemunhas e expor pessoas como Gray pelo o que eles são. Compreensivelmente, eles não desejam trazer de volta suas temíveis experiências para suas vidas que eles têm reconstruído. Tragicamente eles temem antissemitismo renovado.

  * * *

            Retornar à Grã-Bretanha, agora tristemente o bastante um tipo de centro neonazista: quem são as ‘figuras públicas e crescente número de acadêmicos’ que Richard Verrall cita (NS {New Statesman, cartas, 21 setembro} como se movendo rumo a sua posição? Eu penso que a absurda e tola reivindicação de David Irving tem sido adequadamente lidada no Sunday Times, e ele ao menos não nega que os assassinatos ocorreram.

            O jurista australiano John Bennett tem sido lidado adequadamente por Ken Buckley (NS {New Statesman 5 outubro} e pode ser deixado para seus companheiros australianos. Robert Faurisson, um professor associado de Literatura em Lion, autor de alguns leves guias literários (As t’on lu Rimbaud etc) é certamente um estudo: eu tive uma longa conversação por telefone com ele recentemente na qual ele buscou um encontro urgente comigo, sobre as bases que a ‘arte talentosa’ de meu livro Into that Darkness tinha produzido ‘a prova final de que as câmaras de gás nunca existiram.’ O mecanismo de pensamento de opiniões contrárias {double-think no original em inglês} é admitidamente fascinante.

             A principal autoridade para Verrall é Paul Rassinier, cujo trabalho tem sido bem-descrito por Raul Hilberg como ‘uma mistura de erro, fantasia e fabricação.’ Rassinier, agora morto, foi um historiador e foi naquele então um interno em Buchenwald {campo de concentração}. Mas nem aqueles fatos o colocam necessariamente no lado dos anjos: quando ele processou por difamação escritores que tinham dito que ele tinha feito causa comum com neonazistas, a alegação foi encontrada provada.

{Observo eu, Mykel Alexander, que é bem emblemática a marca de dicotomia “bem x mal” na expressão “no lado dos anjos”, usada por Gitta Sereny, bem como existente também tal dicotomia na historiografia do alegado Holocausto e sobre os judeus como um todo, sobre a pessoa de Adolf Hitler e sobre seu regime político, em que “no lado dos anjos” estão os judeus e os filojudeus, enquanto no lado do mau são situados Adolf Hitler, os chamados nazistas e filonazistas. Em análise histórica isso se configura em pressão constante para evitar apurações que evidenciem qualquer acerto ou bem-feitoria por parte de Hitler e mesmo de judeus que mantinham relações diplomáticas de benefício recíproco com o regime de Hitler, tal como ocorrera no acordo entre o governo e Hitler e os judeus para conseguirem um território para os judeus (projeto denominado Acordo Haavara). O próprio fato da existência de tal acordo, e de sua persistente e geral omissão para com o público geral, mostra o cuidado dos antirrevisionistas para se evitar que se conheça fatos que evidenciem a flexibilidade e boa-vontade de Hitler em muitas situações que assim era necessária tal postura.}

            E o respeitado ‘historiador alemão Helmut Diwald’ é, de fato, apenas isto. Seu campo, contudo, é o período de Carlos Magno à Wallenstein (Guerra dos Trinta Anos), e quando seu Geschichte der Deutschen (História dos Alemães) apareceu no início deste ano, seu capítulo sobre o Terceiro Reich foi quase universalmente achado ser defeituoso e incompleto. Os publicadores retiraram o livro: emitindo juntamente com Diwald uma apologia e uma nova edição iria lidar ‘inequivocadamente... com a perseguição e assassinato dos judeus no Terceiro Reich.’

            Finalmente, A. R. Butz, que é um professor associado de engenharia na Northwestern University, Illinois. Seu Hoax of the Twentie Century faz, como Hugh Trevor-Rop ‘um grande desfile de academicismo {scholarship no original em inglês} (mas)... a maioria do livro é irrelevante, e a questão central é evadida.’ A admirável resposta da Northwestern foi iniciar, no ano que a tirada de Butz alcançou os EUA, primeiro um curso e então um curso de verão de seu próprio campus, lidando com os fatos do holocausto. Sempre a réplica apropriada para estes desonrados homens começa com conhecimento.

{Sobre as críticas que acima Gitta Sereny faz às credenciais dos pesquisadores revisionistas, Richard Verrall observou que:

Eu não fiquei impressionado com a tentativa da srta. Sereny de rejeitar a posição acadêmica dos Revisionistas, enfatizando que Faurrison é um professor de literatura francesa, Butz um professor de engenharia e que Diwald, embora um historiador, é um medievalista. Devo eu ressaltar que nenhum dos então chamados especialistas em Holocausto é historiador. {o judeu} Reitlinger é especialista em arte e {o judeu} Hilberg é sociólogo.

Acrescento eu mesmo, Mykel Alexander, que a própria Gitta Sereny não possui, ela própria, a formação acadêmica de historiadora, pese todas as festividades e premiações que foram concedidas a ela (ver Gitta Sereny obituary, The Guardian, 19 de junho de 2012. https://www.theguardian.com/books/2012/jun/19/gitta-sereny }.

 

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Adendo

17 de janeiro de 1980

Caro senhor:

Estou escrevendo para lhe perguntar por que você não tem publicado nenhuma das cartas que você recebeu de pessoas cujas opiniões foram reprovadas e deturpadas no extenso artigo de Gitta Sereny de 2 de novembro de 1979.

A honestidade intelectual, bem como a decência normal, requer que você conceda a essas pessoas o direito de resposta. A recusa em conceder esse direito constitui jornalismo desonroso, ou mais especificamente covarde.

Sinceramente

Dr. Arthur R. Butz

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24 de janeiro de 1980

Caro Butz,

Cartas de Verrall e de outros simpatizantes seus não foram publicadas pelo New Statesman porque, em minha opinião, eles, como você, há algum tempo se excluíram das decências do debate intelectual. Não faria mais sentido entrar no debate intelectual com você do que faria com Goebbels.

Com os melhores cumprimentos,

Bruce Page

editor

New Statesman


Fonte: Fonte: Letters to the “New Statesman”, por Richard Verrall, The Journal of Historical Review, inverno de 1982 (Vol. 1, nº 2), página 153.

http://www.ihr.org/jhr/v01/v01p153_Butz.html

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Tradução e palavras entre chaves por Mykel Alexander

Notas

1 Nota de Gitta Sereny: Gerald Reitlinger, The Final Solution, Vallentine Mitchell. 

2 Nota de Gitta Sereny: André Deutsh/Picador, £1.50. 

3 Nota de Gitta Sereny: George Allen & Unwin. £7.95. 

4 Nota de Gitta Sereny: Collier-Macmillian, London. 

5 Nota de Gitta Sereny: Weidenfeld & Nicolson, £8.50. 

6 Nota de Gitta Sereny: Weidenfeld & Nicolson/Corgi. 

7 Nota de Gitta Sereny: Bodley Head.

 


Fonte: Gitta Sereny, The men who whitewash Hitler, New Statesman de 2 de novembro de 1979.

Para a edição deste texto foi usada também a edição, que sofreu alterações, presente em: Gitta Sereny, The German Trauma: Experiences and Reflections 1938-2001, Penguin Books, Londres, 2001. Capítulo The men who whitewash Hitler. 

Sobre a autora: Gitta Sereny (1921-2012) foi uma ativista e escritora judia que teve em seus livros uma relativamente grande popularidade no Ocidente do pós-Segunda Guerra Mundial, e sua própria pessoa também gozou de popularidade sobre biografias e controvérsias relativas ao regime da Alemanha de Hitler e ao alegado Holocausto. Após a Segunda Guerra Mundial, ela trabalhou para a Administração de Socorro e Reabilitação das Nações Unidas {United Nations Relief and Rehabilitation Administration, ou UNRRA} com refugiados na Alemanha ocupada pelos Aliados. Também compareceu aos Julgamentos de Nürnberg por quatro dias em 1945. Sereny adentrou em contendas contra o trabalho do pesquisador David Irving.

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domingo, 18 de julho de 2021

Carta para o New Statesman a partir do editor do Spearhead - Por Richard Verrall

 {{Para ler a carta nº 1 ver: Cartas {questionando a veracidade do alegado Holocausto} ao ‘New Statesman’ (que nunca foram publicadas) - parte 1 - por Dr. Arthur R. Butz 

Para ler a carta nº 2 ver: Cartas {questionando a veracidade do alegado Holocausto} ao ‘New Statesman’ (que nunca foram publicadas) - parte 2 - por Richard Verrall 

Richard Verrall
Para ler a carta nº 3 ver: Cartas {questionando a veracidade do alegado Holocausto} ao ‘New Statesman’ (que nunca foram publicadas) – parte 3 – por Robert Faurisson }

Querido senhor

            Eu não me proponho replicar o Dr Gewirtz do Conselho de Deputados dos Judeus Britânicos {Board of Deputies of British Jews}, desde que ele tem somente folheando com os dedos através de seu velho arquivo novamente (e as pequenas orelhas já devem estarem lá), ao invés de dirigir-se ele próprio para a questão real.

            Muito mais ao ponto é replicar às questões específicas colocadas por David Rose. Primeiramente, um completamente desaparecido seis milhões de judeus não é um “fato demográfico”. O World Almanac de 1951 calculou a população judaica em 1939 em 16.643.120. Mas de acordo a números publicados no New York Times por Hanson Baldwin e baseados nas fontes da ONU, havia entre 15 e 18 milhões de judeus no mundo em 1948. Permitindo um crescimento natural, que dificilmente deixa espaço para os seis milhões terem desaparecido completamente naqueles anos.

            Enquanto pelos testemunhos dos julgamentos, as então chamadas “testemunhas” testemunharam em Nuremberg que câmaras de gás estavam em operação em Belsen, Buchenwald e Daschau. Quinze anos mais tarde o Instituto de História Contemporânea em Munique admitiu que tais coisas não existiram naqueles campos. As “câmaras de gás” tinham somente sido usadas na Polônia. Essa revisão reduziu a nada os milhares de “testemunhos” e “provas” de gaseamentos na Alemanha. Por que, portanto, devemos nós aceitar “testemunhos” sobre Auschwitz ou outros campos poloneses quando testemunhos sobre Belsen e Dachau têm provado ser menos dignos do que mentiras?

            Os “ainda campos e crematórios” remanescentes em pé provam nada de qualquer maneira. Há uma vasta quantidade de documentação sobre a construção crematório para o propósito de descarte dos mortos em maneira normal, especialmente aqueles que morreram na epidemia de tifo, mas não há uma única ordem, voz interna, plano ou plantas para uma “câmara de gás.” Nem tem qualquer tal dispositivo sido mostrado existir.

            O {instituto} Yad Vashem, uma fonte governamental israelense, tem coletado os nomes de cerca de 2.5 milhões de judeus, não seis milhões. Incontáveis destes são os nomes fornecidos por “amigos” que têm arquivados em “tabelas de testemunhos” sobre pessoa com que eles têm perdido contato. Enquanto para {Rudolf} Höss, o comandante de Auschwitz, sob tortura dos comunistas, ele tem “confessado” todos os tipos de coisas contraditórias sem sentido, tais como aquelas pessoas que entraram em câmaras saturadas com ácido hidrociânico “imediatamente na sequência” e “enquanto fumando e comendo,” isto é, sem máscaras. Isto é bastante impossível, e prova positiva da fraude da “câmara de gás.”

Sinceramente

Richard Verral

Tradução e palavras entre chaves por Mykel Alexander.


Fonte: Carta de Richard Verrall para o periódico New Statesman, publicada no artigo de Gitta Sereny, “The Men Who Whitewash Hitler,” em New Statesman de 2 de novembro de 1979.

Sobre o autor: Richard Verrall (1948 -), britânico graduado em história no Westfield College, e ex-vice-presidente do partido político National Front (NF) britânico, que editou a revista Spearhead de 1976 a 1980. Sob o pseudônimo de Richard E. Harwood escreveu Did Six Million Really Die? The Truth at Last, 1974.

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