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| Ali Khamenei |
{Conclusões autorizadas
pela publicidade da liderança iraniana Ali Khamenei.}
• As imagens de Gaza, elas fizeram
Israel tão odiado, e tão corretamente.
• Nós sentimos odiados em todos os
lugares.
• O mundo inteiro está se juntando
contra nós!
As
palavras acima foram ditas, respectivamente, por um jornalista,[1] um
guia turístico[2]
e o primeiro-ministro do regime sionista.[3]
Embora muitos acreditem que tais declarações sejam elaboradas com o objetivo de
desempenhar o papel de vítimas e atrair apoio estrangeiro, elas também são
sinais; sinais que indicam um fracasso em uma área onde Israel há muito tempo
detinha domínio.
Quando
controlar a opinião pública não é mais possível
Na
tarde de 7 de outubro de 2023, dia em que combatentes palestinos romperam a
barreira de Gaza e ultrapassaram seus limites, o regime sionista se viu em um
campo de batalha complexo e sem precedentes. Por um lado, buscava restaurar seu
prestígio militar abalado. Por outro, percebeu uma oportunidade de perseguir
sua ambição de longa data: a expulsão total dos palestinos da Palestina. Assim,
a guerra foi travada em duas frentes. A primeira frente era narrativa; colonial
e desumanizante. A segunda era a execução do genocídio, racionalizada por meio
dessa narrativa.
Desde
as primeiras horas, uma guerra midiática global massiva eclodiu: de um lado
estavam as gigantes da mídia corporativa apoiadas pelos sionistas e, do outro,
uma aliança popular de jornalistas, artistas e acadêmicos pró-resistência e
pró-Palestina. Cada lado se reuniu sob um slogan distinto:
1. A mídia alinhada com o sionismo lançou
uma campanha de desinformação sob o lema “Você
condena o Hamas?”. Eles inventaram histórias de bebês queimados, estupros
em massa e um “ataque não provocado” pelo Hamas. Mesmo antes do início das
operações terrestres, o então ministro da Guerra de Israel se referiu
publicamente à população de Gaza como “animais humanos”, e o primeiro-ministro
do regime enquadrou o conflito como “uma guerra entre a luz e as trevas”. A
estratégia era clara: desumanizar os habitantes de Gaza, justificar a limpeza
étnica e angariar apoio público para crimes de guerra e genocídio.
2. Em resposta, o movimento midiático
pró-Palestina, disperso mas resoluto, se uniu sob um contra-slogan: “Isso não começou em 7 de outubro”. Isso
se tornou um grito de guerra para reintroduzir a longa história da colonização
e opressão sionistas a um público global. As atrocidades cometidas ao longo de
mais de 70 anos, antes enterradas em livros não lidos e documentários raramente
assistidos, foram agora desenterradas e colocadas diante do mundo. O objetivo
era restaurar a clareza histórica, legitimar o direito palestino à resistência
armada e reafirmar seu direito de retornar à sua terra natal.
Através
de todo o mundo, as pessoas começaram a ler, assistir e comparar. Começaram a
questionar a versão oficial do conflito na Ásia Ocidental. Tornou-se evidente:
uma mudança estava em andamento.
Mudança
de paradigma
Com
cada dia passando, uma narrativa se fortalecia enquanto a outra desmoronava. O
mundo ocidental, há muito autoproclamado guardião dos direitos humanos e da
civilização, permaneceu firme ao lado de Israel, fornecendo armas, inteligência
e apoio total. Do outro lado estavam os movimentos de resistência, rotulados
por décadas como “terroristas”, muitas vezes equiparados a grupos como o Daesh
{isto é, o tenebroso e brutal ISIS}. Mas agora, a realidade veio à tona:
• O regime sionista bombardeou hospitais
e recebeu cobertura política do Ocidente. Enquanto isso, o Hamas divulgou
imagens mostrando seus combatentes tratando crianças e idosos com compaixão em
7 de outubro.
• O regime sionista cortou água,
eletricidade e alimentos de Gaza. Reféns israelenses libertados descreveram ter
sido tratados com humanidade e alimentados da melhor maneira possível por seus
captores palestinos.
• O regime sionista tentou provocar
reações civis contra a Resistência, criando fome, falta de moradia e
deslocamento forçado. Em vez disso, o povo de Gaza louvou a Deus, recitou o
Alcorão ao lado dos corpos de seus filhos martirizados e entoou slogans
pró-Resistência.
• O regime sionista atacou campos de
refugiados, escolas e centros de distribuição de alimentos. No entanto, os
combatentes do Hamas imobilizaram a maquinaria militar de Israel durante meses
em uma região quase despovoada no norte de Gaza.
• O regime sionista acusou os líderes da
resistência de corrupção e uso indevido da ajuda externa. Mas foram seus filhos
que foram martirizados ao lado de cidadãos comuns nas áreas mais perigosas de
Gaza.
Todas
as armas e ferramentas desses crimes foram fornecidas pelos EUA e outras
potências ocidentais. A contradição flagrante entre as narrativas da mídia e as
atrocidades do mundo real criou um fenômeno sem precedentes: o regime sionista
perdeu seu controle sobre a opinião pública global, e a Palestina emergiu não
apenas como uma preocupação muçulmana, mas como a principal questão moral do
mundo.
O
mais importante, no topo das preocupações
“Nós devemos dedicar nossa energia[4] a algo que realmente importa. Talvez a vida dos palestinos em Gaza...”
Não
passa um dia ou uma semana sem que uma figura pública, um artista, um ativista
político ou um influenciador no Ocidente expresse esse sentimento. Dos
parlamentos europeus ao Congresso dos Estados Unidos, das arenas esportivas às
exposições de tecnologia[5] e
cerimônias de formatura,[6]
Gaza e a Palestina são o centro das conversas. Esses exemplos que aparecem na
mídia, no entanto, são apenas a ponta do iceberg.
A mídia ocidental relata mais de 13.000 protestos
antissionistas nos Estados Unidos, mais de 5.000 na Europa e quase 2.000 na
América Latina e na África. O mais impressionante entre eles foram os
acampamentos em universidades americanas, onde os estudantes exigiram o fim da
cumplicidade institucional com Israel, mas foram recebidos com repressão brutal
por parte do Estado. Enquanto isso, movimentos globais de boicote contra
empresas israelenses e afiliadas levaram a perdas financeiras impressionantes
para empresas como McDonald's e Starbucks.
Pesquisas
recentes nos EUA e na Europa indicam um apoio recorde baixo a Israel e níveis
históricos de solidariedade com a Palestina e a Resistência. Vários países
europeus emitiram embargo de armas ao regime sionista. Autoridades criminosas
do regime agora enfrentam acusações de genocídio no Tribunal Internacional de
Justiça.
No
mundo islâmico, Gaza continua sendo o eixo de todos os desenvolvimentos
regionais. Ela influencia as relações entre o Irã e o Golfo, a diplomacia
árabe-ocidental e levou milhões de pessoas em Bangladesh, Indonésia, Malásia e
Paquistão às ruas para manifestações. Mais significativamente, Gaza é o foco
central da guerra de 20 meses entre a Frente de Resistência e o regime
sionista.
O
regime sionista perdeu uma frente, e o mundo está esperando
Desde
o seu início, o movimento sionista tentou se retratar como vítima de genocídio,
“um povo oprimido sem terra” que entrou em uma “terra sem povo” com o direito à
“autodefesa”. “Os civis israelenses”, nos diziam, eram vítimas de “terroristas
muçulmanos” e “selvagens árabes”, e o regime que criaram foi apresentado como a
“única democracia no Oriente Médio”. Essa foi a base para tudo o que se
desenrolou na Palestina nos últimos 70 anos e esperava-se que culminasse no
domínio sionista total nas primeiras décadas do século XXI.
Mas
essa narrativa agora tem colapsado.
A
resistência do povo de Gaza levou o mundo a um ponto de inflexão. As vozes mais
altas que antes exigiam: “Você condena o
Hamas?” agora estão interrogando as autoridades israelenses[7] em
seus próprios meios de comunicação. Perguntas antes consideradas tabu agora são
feitas abertamente, e os limites para dizer a verdade foram removidos:
Israel
não é um país.
Os
sionistas não têm direito à autodefesa ou à ocupação das terras palestinas.
O
regime sionista deve ser desmantelado.
O
povo palestino deve ser livre para determinar seu próprio governo futuro.
Assim
como dizer essas verdades não é mais proibido, agir de acordo com elas também
não deveria ser. Em sua mensagem do Hajj de 2025, o imã Khamenei enfatizou esse
ponto, escrevendo:
“A resistência milagrosa do povo de Gaza colocou a questão palestina no topo das preocupações do mundo islâmico e de todas as pessoas amantes da liberdade ao redor do mundo. Esta oportunidade deve ser aproveitada e esforços devem ser feitos para correr em auxílio desta nação oprimida.”
Esta
é uma oportunidade histórica para uma justiça histórica. E todos nós somos os
executores da justiça neste tribunal.
Tradução
por Davi Ciampa Heras
Revisão
e palavras entre chaves por Mykel Alexander
Notas
[1] Nota da edição de publicidade da
liderança iraniana Ali Khamenei:
[2] Nota da edição de publicidade da
liderança iraniana Ali Khamenei:
[3] Nota da edição de publicidade da
liderança iraniana Ali Khamenei: Netanyahu: Whole world is ganging up on us.
It’s a combination of ignorance and antisemitism, 31 de março de 2024, The Times of Israel.
[4] Nota da edição de publicidade da
liderança iraniana Ali Khamenei:
[5] Nota da edição de publicidade da
liderança iraniana Ali Khamenei:
[6] Nota da edição de publicidade da
liderança iraniana Ali Khamenei:
[7] Nota da edição de publicidade da
liderança iraniana Ali Khamenei:
Fonte: The loosen grip - A historic opportunity to resolve the Palestinian issue after Zionism’s collapse in the battle of narratives, 5 de junho de 2025, Khamenei.
https://english.khamenei.ir/news/11715/The-loosen-grip
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Relacionado, leia também:
Desde há dois anos {da incursão do Hamas sobre Israel em 07 de outubro} - por Israel Shamir
{Israel, lobby sionista e fanatismo} Abolição da Primeira Emenda - por Christopher Hedges
A cultura do engano de Israel - por Christopher Hedges
Táticas do Lobby Judaico na Supressão da Liberdade de Expressão - por Tony Martin
Relacionado, leia também sobre a questão judaica, sionismo e seus interesses globais ver, incluindo a Palestina:
Quem são os Palestinos? - por Sami Hadawi
Palestina: Liberdade e Justiça - por Samuel Edward Konkin III
Libertando a América de Israel - por Paul Findley
Deus, os judeus e nós – Um Contrato Civilizacional Enganoso - por Laurent Guyénot
A Psicopatia Bíblica de Israel - por Laurent Guyénot
Israel como Um Homem: Uma Teoria do Poder Judaico - parte 1 - por Laurent Guyénot (Demais partes na sequência do próprio artigo)
O peso da tradição: por que o judaísmo não é como outras religiões - por Mark Weber
Sionismo, Cripto-Judaísmo e a farsa bíblica - parte 1 - por Laurent Guyénot (as demais partes na sequência do próprio artigo)
O truque do diabo: desmascarando o Deus de Israel - Por Laurent Guyénot - parte 1 (Parte 2 na sequência do próprio artigo)
Congresso Mundial Judaico: Bilionários, Oligarcas, e influenciadores - Por Alison Weir
Historiadores israelenses expõem o mito do nascimento de Israel - por Rachelle Marshall
Genocídio em Gaza - por John J. Mearsheimer
{Retrospectiva 2023 - Genocídio em Gaza} - Morte e destruição em Gaza - por John J. Mearsheimer
O Legado violento do sionismo - por Donald Neff
Crimes de Guerra e Atrocidades-embustes no Conflito Israel/Gaza - por Ron Keeva Unz
A cultura do engano de Israel - por Christopher Hedges
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