Alain de Benoist |
“O que se vai ler diz
respeito somente ao homem que, apesar de integrado ao mundo atual, no ponto
mais paradoxal e problemático da vida moderna, não lhe quer, no entanto, ceder
e que se sente, na sua essência, de uma raça diferente da maioria dos homens de
hoje” (Cavalcare la tigre).
De
barba curta e aristocrática, feições regulares, alto, o filósofo Julius Evola
escrevia para um pequeno número de leitores, para os homens que ficam “de pé
entre as ruínas”. Morreu em 11 de junho de 1974, aos 76 anos de idade, na sua
casa de Corso Vittorio Emanuele, em Roma.
–
Cerca das 15 horas e 15 minutos, como lhe tinha sido predito e ele tão
ansiosamente desejava, declara Pierre Pascal, amigo de Evola, escritor e
tradutor em francês de vários dos seus livros.
Julius
Evola era o mais iminente representante de um pensamento “tradicional” em
Itália, o que o fez referir-se a Joseph de Maistre, Taparelli d’Azeglio e
Solaro della Margherita. Foi muitas vezes comparado com o alemão Ernst Jünger
ou, ainda mais corretamente, ao esoterista francês René Guénon.
No
velho conflito entre os guelfos, partidários exclusivos do papado e os
gibelinos, para quem o Império Romano-Germânico era ao mesmo tempo que a
Igreja, uma instituição de caráter sobrenatural, Evola era partidário dos
segundos.
Contra
o mundo moderno
Nascido
em Roma a 19 de maio de 1898, J. Evola declara-se primeiramente contra a obra
de Nietzsche, Michelstäder e Otto Weininger (Geschlecht Und Charakter). Durante a Primeira Grande Guerra é
oficial de artilharia na frente. Participa em seguida aos movimentos culturais
de vanguarda que se desenvolvem em Itália: dadaísmo com Tristan Tzara,
futurismo com Marinetti. Poemas, quadros. Em 1920 publica uma brochura sobre L’Art Abstrait, na coleção Dada de
Zurique, que é a sua consagração.
Evola ainda jovem. |
A
sua formação científica, no entanto, leva-o mais longe. Uma primeira série de
ensaios que publica, traduzem o seu interesse pela filosofia (Teoria dell'individuo assoluto, 1920),
pelo esoterismo (La tradizione ermetica,
1931) e pelo movimento das idéias (Maschera
e volto dello spiritualismo contemporaneo, 1932).
Dirige
a revista Ur desde 1927 até 1929. Um
ano mais tarde anima La Torre. “A
palavra ur – explicará – é a velha
denominação do ‘fogo’, mas refere-se também a tudo o que é ‘primordial’,
‘original’ (sentido que ainda conserva a língua alemã).”
Em
1934 publica uma obra capital, Rivolta
contro il mondo moderno, que é uma espécie de manifesto. Aí, Evola vai
descrever, como opostos, “dois tipos universais, duas categorias a priori da civilização”: o mundo moderno e o mundo da tradição – uma tradição que associa o esoterismo ocidental
(aventura templária e mistério do Graal) a um retorno às fontes da antiguidade
pré-cristã e de um passado “hiperbóreo”.
Logo
de início, a ideia de progresso é rejeitada: “Não há nada mais absurdo que essa
ideia de progresso que, com o seu corolário da superioridade da civilização
moderna, criou álibis ‘positivos’ falsificando a história e insinuando nos
espíritos mitos deletérios, e proclamando a sua superioridade nas encruzilhadas
da ideologia plebeia que, afinal, lhe deu origem”.
Para
Evola, o mundo moderno é “uma floresta petrificada tendo o centro o caos”. Daí,
que a história dos últimos dois milênios seja, não de progresso, mas sim de
involução.
Evola
compara o Ocidente a um corpo: “Depois de ter tido os organismos vivos e móveis,
estes foram tomados pela rigidez que transforma o corpo em cadáver. Depois, vem
a última fase da decomposição”. “Nós entramos”, acrescenta, “no último grau de
um ciclo: o reino da máquina, da expansão do materialismo e do igualitarismo
são as provas evidentes disso. Em volta da cultura europeia aperta-se o torno
do bolchevismo e do americanismo, ambos fundados numa concepção economista da vida. Nós vivemos na idade
sombria dos velhos hindus[1] (o kali-yuga), na idade de ferro da tradição clássica, na idade do
lobo da tradição nórdica. Esqueceu-se a tradição”.
1ª edição de Rivolta contro il mondo
moderno, de 1934. Uma obra prima
escrita quando Evola tinha 36 anos.
|
Dando-nos,
assim, uma visão diferente da perspectiva histórica. Evola não dissimula o seu parti pris {viés} metodológico: “As
questões que mais nos absorvem são aquelas em que os elementos com valor ‘histórico’
e ‘científico’ menos contam; em que tudo o que, quanto é mito, lenda ou saga,
está desprovido de verdade histórica
e de força demonstrativa e adquire,
pelo contrário, por essa mesma razão, uma validade superior, tornando-se fonte
de um conhecimento mais real e seguro. É por isso que a Roma da lenda nos
falará numa linguagem mais clara do
que a Roma temporal e que as lendas de Carlos Magno nos farão compreender
melhor o que significava o rei para os francos, do que as crônicas e os
documentos positivos da época. Não nos preocuparemos, pois, em discutir e
‘demonstrar’. As verdades que nos podem fazer compreender o mundo tradicional,
não são das que se ‘aprendem’ ou se ‘discutem’. Elas apenas são ou não são:
apenas podem relembrar”.
E
conclui: “Só um regresso tradicional a uma nova consciência unitária europeia
pode salvar o Ocidente”.
O
livro produz grande celeuma desde a sua publicação. O poeta Gottfried Benn,
depois de o ler, declare-se “transformado”. Na Itália as reações são menos
retumbantes. Apesar de ligado a Mussolini, J. Evola conta com grande número de
adversários nas fileiras do partido fascista. O filósofo Giovanni Gentile é-lhe
hostil. O pessimismo aristocrático que se desprende de sua obra não é coisa que
convenha a uma época triunfalista por encomenda. A sua obra intitulada Imperialismo pagano, publicada em 1928,
ainda hoje nos faz os meios contraditórios rangerem os dentes.
Evola
continua a interessar-se pelo esoterismo e depois da publicação de La tradizione ermetica, publica La dottrina del risveglio (1943), sobre
a ascese do budismo, e ainda Lo Yoga
della potenza. Em Il Mistero del
Graal (1937), estuda os fundamentos da “tradição gibelina no Império”,
lançando bases, também, de uma “antropologia espiritual”. A exemplo de Ludwig
Ferdinand Clauss (Rasse und Seele,
1933), define a raça segundo critérios estritamente biológicos (Il mito del sangue, 1937; Sintesi di dottrina della razza, 1941)[2].
Em
1945, Evola encontra-se em Viena por altura de um violento bombardeio. Ferido
na coluna vertebral, Evola é hospitalizado por vários meses. Ficará com os
membros inferiores paralisados.
Regressa
a Itália em 1948, e dois anos depois apresenta novas ideias que desenvolverá
mais tarde na obra Gli uomini e le rovine
(1953), num pequeno ensaio intitulado Orientamenti,
undici punti. A este seguem-se: Metafisica
del sesso (1958), Cavalcare la tigre (1961),
Il cammino del cinabro (1963), L'arco e la clava (1968), etc.
O
Estado orgânico
No
livro Gli uomini e le rovine, Evola
aborda diretamente a questão política, dirigindo-se à jovem direita italiana e
propondo-lhe “uma visão geral da vida e uma doutrina rigorosa do Estado”. Ao
Estado moderno ele opõe o ideal de Estado orgânico cantado já por Vico e Fustel
de Coulanges: o Estado em que cada um tem o seu lugar – como, no organismo cada
órgão tem o seu. O Estado, diz ele, é o conjunto
tanto espiritual como “físico”. Não é “o reflexo” da sociedade, é o agente que transforma e estrutura
essa sociedade e que, apontando-lhe um destino, faz de um agregado sem coesão
um verdadeiro conjunto elevado à dignidade de político.
“O fundamento de qualquer Estado verdadeiro”, escreve Evola, “é a transcendência do seu princípio, quer dizer, do princípio da soberania, da autoridade e da legitimidade. Por exemplo, a antiga noção romana de impérium pertence essencialmente ao domínio do sagrado: antes de significar um sistema de hegemonia territorial supranacional, designa sobretudo o puro poder do comando, a força quase mística e a auctoritas próprias daquele que exerce as funções e a qualidade de chefe, tanto na ordem religiosa e guerreira, como na família patrícia (a gens) e no Estado (a república).”
O
Estado aparece, assim, como uma noção essencialmente masculina. As suas
relações como povo (a pátria, a nação), são análogas às do homem para com a
mulher, do pater famílias como a
família, e, no domínio das crenças indo-européias, do céu com a terra. “É assim
que, na Roma antiga, a noção de Estado e de impérium,
de poder sagrado, se ligava fortemente ao culto simbólico das divindades viris
do céu, da luz e do mundo superior, por oposição à região obscura das Mães e
das divindades infernais gregas.”
Só
quando os recursos do impéruim se
esgotaram e a população não estava em estado de perceber o que isto
significava, é que os chefes de Estado, não conseguindo tirar a sua
legitimidade “do alto”, se viram obrigado a ir buscá-las “em baixo”: foi a
democracia, o cesarismo, a ditadura e a tirania – sistemas diferentes, mas cuja
força provém do demos e que levam ao
comunismo, cujo objetivo confesso é a supressão
do Estado.
De
passagem, J. Evola denuncia a ilusão igualitária como um simples absurdo
lógico: “Vários seres iguais não seriam ‘vários, mas um. Querer a ‘igualdade de
vários’ implica uma contradição nos termos. Pelo contrário, numa sociedade
hierarquizada, podem conceber-se facilmente diferentes ‘níveis de igualdade’:
quando a ideia hierárquica, no passado, era reconhecida a noção de ‘par’ e de
‘igual’ significaram muitas vezes uma ideia aristocrática. Em Esparta, o título
de omoioi, de ‘iguais’, aplicava-se
exclusivamente à elite que detinha o
poder, título revogável em caso de indignidade por parte de detentor. Da mesma
forma, na antiga Inglaterra, o título de pair
(peer), foi, como se sabe, reservado aos lordes.”
Já
Jean-Batista Vico, inspirador de Montesquieu, dizia: “Os homens querem primeiro
a liberdade dos corpos e depois das almas, ou seja, a liberdade do pensamento e
a igualdade com os outros; em seguida querem ultrapassar os iguais; e,
finalmente, colocar os seus superiores por baixo deles” (Scienza Nuova, II, 23).
Ao
mesmo tempo, Evola preocupa-se em distinguir o elitismo do bonapartismo e do
maquiavelismo. Considera Bonaparte o sucessor dos condottieri da Renascença, dos tribunos da plebe romana e dos
“tiranos populares” surgidos na Grécia antiga depois do declínio das
aristocracias. Há bonapartismo todas as vezes que o chefe retira sua autoridade
de outro que não ele, cada vez que se
apresenta como “filho do povo” e não como “o representante de uma humanidade
mais perfeita, que afirma um princípio
superior”. “Enquanto que o conceito tradicional de soberania e autoridade
implica distância”, escreve Evola,
“porque é o sentimento da distância que provoca nos inferiores a veneração, o
respeito natural, uma disposição instintiva para a obediência e lealdade para
com o chefe, neste caso tudo se passa inversamente: de um lado o poder, a
abolição da distância e do outro a aversão a ela. O chefe bonapartista ...
ignora o princípio qual quanto maior for a base mais alto se deve manter o
cume. Sucumbo do complexo de “popularidade”, o bonapartista faz questão de
todas as manifestações que lhe possam dar a certeza, ainda que ilusória, de que
o povo o segue e o aprova. Neste caso, é o superior que precisa do inferior
para experimentar o sentimento do seu próprio valor e não o contrário, como
seria normal.”
Evola
toma, assim, partido por uma ascese do
poder: “É bom que a superioridade e o poder se associem, mas com a condição
de que o poder se funda na superioridade e não a superioridade no poder. E cita
Platão: “Os verdadeiros chefes são aqueles que apenas assumem o poder por necessidade, porque não conhecem nem
melhores nem iguais a quem essa tarefa possa ser confiada” (Republica, 347 c).
Direito às armas e dever militar
O
“estilo militar”, que não é senão uma das facetas dos valores heróicos, não
deve, da mesma forma, confundir-se com o militarismo ou com a guerra: “A ideia
guerreira não se reduz a um materialismo, nem é sinônimo de exaltação do uso
brutal da força e da violência destrutiva. A formação calma, consciente e
dominada do ser interior e do comportamento, o amor pela distância, pela
hierarquia, pela ordem, a faculdade de subordinar o elemento passional e
individualista de si mesmo a princípios e fins superiores, sobretudo aos da
honra e do dever, são elementos essenciais a esta ideia e o fundamento de um estilo preciso, que viria a perder-se
quando estes Estados, em que tudo isto pertencia a uma severa e longa tradição
quase de casta, foram substituídos por democracias tradicionalistas, em que o dever
do serviço militar substituiu o direito às
armas.”
Hoje,
lembra Julius Evola, as guerras estão longe de ter desaparecido, antes pelo
contrário: tornaram-se totais. Elas
atingem o conjunto da população, que, em virtude do princípio igualitário, é
obrigada a vestir o uniforme – toca a totalidade dos civis.
O
homem da elite, para Evola, não é
portanto nem o homem de exceção, nem o brilhante orador e nem sequer o gênio. É
“aquele em que se revela uma tradição e uma ‘raça de espírito’, aquele que deve
a sua grandeza não ao homem, mas sim ao princípio, à ideia, numa certa
impessoalidade soberana”. Os critérios decisivos são aqui, antes da
inteligência, o caráter e a forma do
espírito, porque “a visão do mundo (Weltanschauung)
pode ser mais clara num homem sem instrução do que num escritor, mais firme num
soldado, num membro de família aristocrática ou num camponês fiel à terra do
que num intelectual burguês, num professor ou num jornalista.”
A
“visão de mundo” também não é qualquer coisa individual. Também ela procede de
uma tradição, “resultante orgânica
das forças às quais um tipo de civilização deve a forma que lhe é própria.”
“A cultura”, acrescenta Evola, “não cessa de ser um perigo para quem já tem uma visão de mundo, porque essa pessoa dispõe de uma configuração interior que lhe serve de guia seguro para discernir (como em todos os processos orgânicos), o que pode ser assimilável e o que deve ser rejeitado (...). Uma das consequências mais graves da ‘livre cultura’ ao alcance de todos, é que os espíritos incapazes de discriminar segundo julgamento acertado, os espíritos que ainda não possuem forma própria, são os que se encontram mais desarmados no plano espiritual, para fazer face a todos os tipos de influências.”
Julius
Evola volta afirmar que não se dirige às massas, mas sim aos égrégoroi: àqueles que trazem consigo a ideia
de uma regeneração; àqueles que, depois de terem “cristalizado” na história,
ainda se mantêm de pé. (“Resta saber quantos homens ainda se mantêm de pé por
entre as ruínas para compreenderem.”) Evola diz a esses homens bem-nascidos que
é inútil resistir directamente ao
caos reinante: a corrente é demasiado forte para ser reprimida. Mas vale que se
esforcem por tomar o comando de um processus
que se considera inevitável. “É preciso determinar até que ponto se pode tirar
partido das perturbações destruidoras; até que ponto, graças a uma firmeza
interior e a uma orientação no sentido da transcendência, o não-humano do mundo
moderno, em vez de levar ao sub-humano (como na maioria das formas atuais),
pode favorecer as experiências de uma vida superior e de uma liberdade também
superior.”
Um
ditado do Extremo Oriente resume este conselho: “Cavalgar o tigre”, para o
impedir de morder, e, talvez, para o poder dirigir na sua correria.
Evola em 1973. Um ano antes de falecer, e completamente lúcido com 75 anos. |
Conseguir uma ultrapassagem por cima
O
que, portanto, Evola propõe, é uma contestação radical da sociedade burguesa,
mas uma contestação inversa à que
hoje vemos, e que não passa da sua antítese relativa. Não é, aliás, a burguesia
como classe que Evola ataca, mas sim a burguesia como forma de espírito, como “tudo o que sai da mentalidade burguesa com o seu
conformismo, os seus prolongamentos psicológicos e românticos, o seu moralismo
e a sua preocupação por uma vidinha segura, em que o materialismo fundamental
encontra a sua compensação no sentimentalismo e na grandiloquência humanitária
e democrática.”
E
tal como, precisa ele, “a burguesia nas civilizações tradicionais ocupava um
lugar intermediário entre a aristocracia guerreira e política e o povo, também
existem duas maneiras – uma positiva
e outra negativa – de ultrapassá-la com categoria e de tomar posição contra o
tipo, a civilização, os valores e o espírito burgueses. A primeira
possibilidade consiste em seguir uma direção que leva ainda mais abaixo, que dizer, aos valores sociais marxistas opostos
àquilo que se chama “decadentismo burguês” (...). O resultado não poderá ser
senão uma nova regressão: vai-se em
direção a algo que se situa abaixo da pessoa e não acima dela...”
“Mas existe outra possibilidade: uma exigência e uma luta contra o espírito burguês, contra o individualismo e o falso idealismo, mais decididos que os dos movimentos de esquerda, mas, desta vez, orientados para o alto. Esta segunda possibilidade obriga-nos a retomar e assumir, uma forma natural e clara, sem retórica nem grandiloquência, os valores heróicos e aristocráticos. Porque podemos deste modo manter a distância em relação a tudo o que não passa de humano e principalmente subjetivo; podemos desprezar o conformismo burguês, o seu egoismozinho e seu moralismozinho; podemos assumir um estilo ativo de impersonalidade, amar o que é essencial e real (no sentido superior), pondo de parte as brumas do sentimentalismo e as estruturas intelectualistas; podemos consagrar-nos a uma ‘desmistificação’ radical – tudo isso mantendo-nos de pé, sentindo a evidência daquilo que na vida vai para o além da vida e extraindo daí regras precisas para a ação e comportamento.”
Era do partido da estrela polar
Julius
Evola vivia retirado há trinta anos, com as duas pernas paralisadas, entre os
seus quadros, os seus livros e os amigos que ainda o visitavam, quando chegou o
momento da sua morte. Tendo tornado-se mestre da maneira de pensar duma parte
da direita italiana e, sobretudo de um número crescente de jovens, não cessou
de ser atacado pela esquerda que fingia ver nele o ideólogo de uma nova Ordem
de Sainte Vehme[3].
Ficou sempre impassível, visto ter optado, de uma vez para sempre, por não se
deixar arrastar para o campo da polemica.
–
O homem que tem virtude não discute, dizia ele citando o Lao-Tse.
Um
livro de homenagem, publicado em 1973, orientado por Gianfranco de Turris (Testimonianze su Evola), mostra bem a
influência que ele exercia.
Pierra
Pascal compara a expressão grave e altaneira de Evola com a de Montherlant:
dois gigantes solitários .
– Eram os dois, diz ele, do partido
da estrela polar.
Julius Evola 19/05/1898-11/06/1974 Um dos faróis da regeneração humana na Idade das Trevas atual |
{Bibliografia}
“Les Hommes au Milleu des Ruines”, ensaio
de Julius Evola, Sept Couleurs, 252 páginas.
“Testimonianze su Evola”, ensaios
publicados sobre a direção de Gianfranco de Turris, Ed. Mediterranee, Roma, 235
páginas.
Um dos últimos livros de Evola
publicados na Itália é uma coletânea de artigos: “Ricognizioni” (Mediterranee,
Roma, 1974). Na França, para além de “Les Hommes au Milieu des Ruines”, existem
traduções de “La Doctrine de l’Eveil” (Adyar, 1956, 2° edição: Archè, Milano,
1976), “Métaphysique du Sexe” (Payot, 1959 e 1976), “La Tradition Hermétique”
(Ed. Tradicionnelles, 1961 e 1968), “Chevaucher le Tigre” (La Colombe, 1964),
“Le Mystère du Graal” (Ed. Traditionnelles, 1967), “Le Yoga Tantrique” (Fayard,
1971), “Révolte Contre l’Homme Moderne” (Ed. De l’Homme, Bruxelles, 1972),
“Masques et Visages du Spiritualisme Contemporain” (Ed. De l’Homme, Bruxelles,
1972).
Dirigida por Paolo Andriani, a
Fundação Julius Evola propõe-se velar pela conservação dos livros e manuscritos
deixados por Evola, e “defender os valores de uma cultura conforme a tradição”.
A Fundação instalou a sede no antigo domicílio do escritor (Corso Vittorio
Emanuele, 197, Roma).
Foi publicada em 1977, nas edições
Copernic, uma obra coletiva sobre “Julius Evola. L’Homme et l’Ouevre”. Podem aí
ler-se textos de Jean Varenne, Michel Angebert, Pierra Pascal, Renato Del
Ponte, Robert de Herte e Vintila Horia.
Notas
[1] Nota do editor: Na tradução do
francês ao português foi colocado originalmente índios e não hindus, este
último termo opção que escolhi como editor para não deixar espaço para confusão
entre índios e os povos indo-europeus.
[2] Nota do editor: É preciso fazer um
esclarecimento, pois na realidade o trabalho de Julius Evola Il mito del sangue (O mito do sangue), de 1937 é uma análise das diversas concepções
raciais que registravam decisiva, mas não única, importância ao fator biológico
na apreciação racial, e o trabalho de Ludwig Ferdinand Clauss, um dos
principais nomes da Alemanha de Hitler na questão racial, era revolucionário
justamente por priorizar o componente psicológico, sendo, portanto, uma contraparte
aos outros eruditos e cientistas raciais da Alemanha que priorizavam componente
biológico. Posteriormente, Evola escreveu o trabalho racial que trazia as
concepções dele próprio, Sintesi di
dottrina della razza (Síntese da
doutrina da raça), de 1941, na qual o homem é delineado em suas partes transcendental, psicológica e biológica.
[3] Nota do editor: Refere-se à uma organização
medieval remontando ao início da Idade Média no período de Carlos Magno, porém
com heranças mais arcaicas, que atuava na Europa, especialmente na Alemanha,
impondo severa patrulha sobre os costumes de então.
Fonte: Nova Direita Nova Cultura – Antologia crítica das ideias contemporâneas; Editora Afrodite, 1981, Lisboa – Portugal. Este capítulo foi traduzido da edição francesa ao português por Maria João de Serpa Pacheco de Amorim.
Edição
do artigo e palavras entre chaves por Mykel Alexander. Isso inclui a escolha
pelos nomes das obras de Evola no decorrer do artigo no original italiano e não
francês como fez Benoist.
Nota
do editor: Em português das obras de Julius Evola vertidas a partir do italiano
temos:
A Tradição Hermética,
Edições 70, Lisboa, 1971, tradução de Maria Teresa Simões.
O Mistério do Graal,
Editora Pensamento, São Paulo, 1972, tradução de Pier Luigi Cabram.
Revolta contra o Mundo Moderno,
Publicações Dom Quixote, Lisboa, 1989, Tradução de José Colaço Barreiros.
Metafísica do Sexo,
Editora Vega, Lisboa, 1993 (2ª edição), tradução de Elisa Teixeira Pinto.
Revolta contra o Mundo Moderno,
Editora Irget, São Paulo, 2010, Edição de Luiz Pontual.
Sobre
o autor: Alain de Benoist (1943 – ) é um acadêmico e jornalista francês formado
em Direito (Universidade de Paris, especializado em Direito Constitucional) e
Filosofia (Universidade de Sorbonne, especializado em Sociologia e História das
Religiões). De vasta obra literária, escreveu mais de 60 livros assim como
ultrapassou a marca de 4500 artigos escritos, 50 teses universitárias, e 140
reportagens, e na atualidade é uma das mais respeitadas autoridades sobre a
cultura ocidental. Por quatro anos foi editor da revista semanal L'Observateur
europée, depois foi editor da L'Echo de la presse et de la
publicité's, em 1969 assumiu o cargo de editor da Nouvelle Ecole,
cargo que ocupa até hoje, e desde 1988 tem sido editor da revista Krisis.
Dentre seus livros foram traduzidos
para português:
Nova
Direita Nova Cultura – Antologia crítica das ideias contemporâneas;
Editora Afrodite, 1981, Lisboa – Portugal.
Comunismo
e nazismo – 25 reflexões sobre o totalitarismo no século XX (1917 – 1989),
Editora Hugin, 1989, Lisboa – Portugal.
Odinismo
e Cristianismo no Terceiro Reich – a Suástica contra a Irminsul –
Editora Antagonista, 2009, Portugal; capítulo A fábula de um “paganismo nazi”.
Para
Além dos Direitos Humanos – defender as liberdades –
Editora Austral, Porto Alegre, 2013.
O mundo dos indo-europeus - Por Alain de Benoist
Politeísmo e Monoteísmo - Por Mykel Alexander
Monoteísmo x Politeísmo – por Tomislav Sunić
Pode-se prever a história? - por Oswald Spengler
Noções de cultura e civilização em Oswald Spengler - Por Mario Góngora
Oswald Spengler: Uma introdução para sua Vida e Idéias - por Keith Stimely
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