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| Israel Shamir |
O mar de mudança {fevereiro
2025}
Um
navio enorme e pesado, carregado até a borda, está dando meia-volta em um
estreito canal em meio a águas perigosas. Assim, o mundo realiza uma rara
reviravolta sob o ousado comando de Donald Trump e seus companheiros
impetuosos, Elon Musk e J.D. Vance. Eles não poderiam ter chegado mais perto –
já sentíamos o sopro da nossa ruína. Seja o perigo cogumelos nucleares ou
pandemias criadas em biolaboratórios do Pentágono, ou algum outro colapso
totalmente imprevisível engendrado por Schwab e seus semelhantes – nosso novo
capitão parece reconhecer Cila e Caríbdis. Nossa frágil vida estava prestes a
desmoronar quando os jovens programadores da DOGE mergulharam em profundos
porões de dados ocultos e descobriram pérolas: milhões de dólares destinados ao
Haiti devastado para construir um lar dos sonhos para Chelsea Clinton; milhões
de cheques da previdência social sendo enviados a beneficiários com 150 anos ou
mais; milhões destinados à mudança de regime, à castração de meninos e meninas,
ao plantio de tempestades e à colheita de furacões em todo o mundo. E após essa
breve, porém tempestuosa abertura, soou, acima dos sons furiosos da batalha, o
telefone; a ligação telefônica do capitão Trump para o capitão Putin.
Deus
revelou Sua misericórdia e terno cuidado por nós, acalmando a tempestade no
último instante. É uma repetição perfeita da Crise dos Mísseis de Cuba,
multiplicada por cem. As vozes que clamavam por um holocausto nuclear global
tornaram-se cada vez mais frequentes e estridentes recentemente. Agora, podemos
esperar que sejam relegadas à marginalidade. Delegações dos EUA e da Rússia,
reunidas novamente em Riad, concordaram em restaurar a rotina diplomática
civilizada: nomear embaixadores, abrir missões diplomáticas e multiplicar por
dez o número de funcionários das embaixadas. Desde o governo Obama, as
embaixadas estavam reduzidas ao mínimo indispensável.
Imediatamente,
a Economist e publicações semelhantes
tentaram estragar o clima. A crise ucraniana ainda não foi resolvida, a guerra
continua, clamam. Não se pode confiar em Trump, vociferam impotentes. Sempre me
baseio na Economist como um barômetro
inverso perfeito; tudo o que dizem pode ser considerado pura propaganda
inimiga. Mostram Trump conversando com Putin com a legenda “O pior pesadelo da
Europa.” Para mim, o pior pesadelo seriam as ruínas de Gaza ou o lixo nuclear
de Hiroshima; para eles, a paz seria o pior.
Nossos
inimigos não querem que jamais nos alegremos, mas estes são os dias em que nós
podemos e devemos estar gratos. A guerra na Ucrânia é um evento menor em
comparação com essa mudança tectônica mundial. O Ocidente tentou isolar,
fragmentar e consumir a Rússia por muitos anos, desde que percebeu que Putin
não era um novo Yeltsin, mas sim um líder obstinado e determinado, um homem
como Hamlet: embora se possa irritá-lo, não se pode manipulá-lo. E desde então,
ao longo de muitos anos, a Rússia sofreu isolada, enquanto toda a imprensa
mundial culpava Putin e incitava legiões de pequenos cães, da Estônia à
Ucrânia, a mordê-lo. Tal conflito era inevitável porque a Rússia e o Ocidente
tinham interpretações diferentes de 1991. Para o Ocidente, foi a derrota final
da independência russa. Para a Rússia, foi uma lição aprendida. A Rússia jamais
tentará jogar pelas regras ocidentais novamente. Então, como alguém poderia
resolver uma divergência de opiniões tão intratável? Bastou um telefonema de
Donald Trump.
A
guerra na Ucrânia é insignificante em comparação: a Rússia quer seu lugar à
mesa com os grandes, quer segurança, não estar sitiada. A Rússia quer tropas e
armamentos ocidentais o mais longe possível de suas fronteiras, como foi
prometido a Gorbachev; isso é importante. A guerra na Ucrânia terminará no
devido tempo por meio de negociações diplomáticas entre adversários
civilizados, como deve ser. A política de guerra da OTAN revelou que a maioria
dos estados europeus, governados por inimigos de Trump, também são inimigos da
democracia. J. D. Vance estava certo: eles se esqueceram de que deveriam ouvir
seu povo em vez de ditar-lhes ordens.
No
Reino Unido, o popular líder Jeremy Corbyn tinha sido destituído sob a falsa
acusação de antissemitismo e substituído por um primeiro-ministro extremamente
pró-judeu e anti-Rússia. Ele é, obviamente, pró-guerra. Além disso, detém
centenas de milhares de cidadãos pelo terrível crime de uma publicação em uma
rede social, de uma manifestação ou, pior ainda, de uma oração silenciosa. Na
Inglaterra, uma oração silenciosa em casa também é crime. A França continua
sendo governada por Macron, um ex-banqueiro dos Rothschild, também (é claro)
belicista. Na Alemanha, as eleições estão próximas, mas os políticos alemães
tradicionais são todos de esquerda liberal e, obviamente, pró-guerra. Na
Alemanha liberal, a prisão aguarda qualquer um que ultrapasse a linha vermelha.
Eles prenderam e amputaram as pernas do brilhante e ousado advogado Horst
Mahler por um gesto.*1 No
entanto, o vento fresco da revolução populista de Trump sopra também sobre a
Alemanha.
Não
só o partido de extrema-direita AfD defende a paz, como também o partido de
extrema-esquerda BSW! A associação da sociedade civil alemã Kulturtreff realizou duas manifestações
em Berlim e Frankfurt sob o lema “Não ao voto para os vassalos da NATO, paz
imediata para a Europa!”. Os manifestantes exigiram negociações de paz
imediatas, o fim da guerra na Ucrânia, o fim do fornecimento de armas ao Estado
ucraniano e o restabelecimento da cooperação económica e política entre a
Alemanha e a Rússia. A Kulturtreff
afirma que “o principal partido da oposição, CDU/CSU, quer, tal como a
coligação governante de esquerda-liberal, que a guerra na Europa continue. Os
principais partidos políticos da Alemanha não têm uma única solução nova no seu
programa.” Os oradores apoiaram o ponto de vista do vice-presidente dos EUA,
Vance, na Conferência de Munique, que salientou que a elite política da Europa
está profundamente desconectada dos reais interesses do povo europeu.
Em
Munique, houve uma grande manifestação organizada por seguidores de Yanis
Varoufakis, o socialista grego. Eles se chamam DiEM25 e também pedem paz e
amizade com a Rússia.
Tenha
em mente de que todos os apelos à paz são proibidos na Europa; se você pesquisar
“manifestação pela paz na Alemanha” no Google, encontrará manifestações pelo
clima, ou uma manifestação em defesa dos migrantes, ou alguma manifestação
contra uma versão local de Donald Trump; mas nenhuma manifestação pela paz será
mostrada, a menos que esteja repleta de bandeiras azuis e amarelas exigindo
mais guerra. No Reino Unido e na Alemanha, você pode receber a visita da
polícia local se clicar em um *curtir* cauteloso em uma publicação contra a
guerra em sua rede social. Na Suécia, um ministro explicou por que o povo não
tem permissão para decidir sobre a adesão do país à OTAN: “A adesão à OTAN é
importante demais para pedir a aprovação do povo”. Um jornalista sueco {Stefan
Lindgren} escreveu no Facebook:
O correspondente da rádio Svreige na Ucrânia, Lubna el-Shanti, fala em Ekot que o presidente Trump dos EUA tem proferido várias “mentiras” sobre a Ucrânia.
O que são essas mentiras que nós não devemos saber? E também não é nisso que el-Shanti se baseia.
Nós sabemos que há diferentes opiniões, mas a rotina de reivindicações sobre mentiras nos ajuda a compreender o conflito?
Por três anos, nem uma única voz tem sido ouvida na rádio sueca que tenha desviado da narrativa da OTAN e de Kiev.
Isso é uma escândalo, assim dizendo. O público geral está preenchido de propaganda de guerra.
Na
Rússia, a oposição anti-Putin e pró-Ocidente, liderada por Navalny e seus
semelhantes, emigraram alegando ódio à guerra. Mas não conseguiram manter essa
farsa por muito tempo. Inicialmente, apoiaram a guerra de Israel contra o povo
palestino, e isso foi importante porque cerca de 70% dos opositores russos que
deixaram a Rússia após fevereiro de 2022 foram para Israel. Obviamente, eles se
consideravam judeus, e Israel os reconheceu como tal. Pode ser verdade que nem
todos que se opõem a Putin sejam judeus, mas em grande medida isso era verdade,
e em grande medida os judeus continuam a financiar e a formar organizações
anti-Putin na Rússia. E agora, com os primeiros sinais de uma reaproximação
internacional promovida por Trump e a possibilidade de um fim à guerra na Ucrânia,
esses emigrantes passaram a clamar coletivamente por mais guerra. Este foi o
fim do movimento pacifista no mundo russo, no arquipélago de comunidades de
língua russa – parece que as contra-elites russas não ficarão satisfeitas até
verem o exército russo derrotado. Eles sonham com tanques Abrams americanos
desfilando pela Praça Vermelha, com Putin executado como Saddam Hussein, mas em
vez disso, esses tanques Abrams (30 ou 31 entregues a Zelensky) queimaram nos
campos de Novorossia, de fato bem longe de Moscou.
Contudo,
muitas pessoas, principalmente os pais de adolescentes russos, ficaram
entusiasmadas com o apelo de Trump pela paz, visto que a guerra na Ucrânia
representou um grande derramamento de sangue tanto para russos quanto para
ucranianos. Embora os combatentes russos sejam todos voluntários bem
remunerados, não há dúvida de que o povo russo ficará feliz quando essa guerra
terminar.
Para
a liderança russa, o objetivo mais importante foi definido no chamado “Ultimato
de Putin” de dezembro de 2021 (eu escrevi sobre isso detalhadamente aqui: Para
Dar Sentido à Guerra*2). O
projeto de tratado de Putin exigia o fim imediato da ofensiva da OTAN em
direção ao Leste, mantendo todos os exércitos e armamentos ocidentais fora das
ex-repúblicas da URSS. Agora parece que esse objetivo finalmente será obtido.
Parece
que nós estamos à beira de um grande mar de mudança. O presidente Donald Trump
já nos deu uma cesta de bênçãos. Há uma canção que os judeus cantam na Páscoa
judaica: “Se Ele nos desse apenas isto, já seria suficiente, Dayeinu.” É
perfeitamente adequada neste caso. Se Trump apenas nos salvasse da Terceira
Guerra Mundial, já seria suficiente. Se ele apenas revelasse os segredos obscuros
da USAID, já seria suficiente. Mas não nos esqueçamos de agradecê-lo, mesmo que
seja apenas por um instante, enquanto pensamos no que queremos a seguir. Um
ponto negativo é sua política em relação à Palestina. Esperemos que não passe
de conversa fiada.
A
revista The Atlantic nos dá motivos
para alguma esperança: ela afirmou que Trump está formando o gabinete mais
antissemita em décadas. Certamente tem menos judeus do que o gabinete de Biden,
e menos beligerância significa menos judeus.
Uma chance para a paz {julho
2025}
A
Rússia se viu na difícil posição de Thor. O deus nórdico Thor, no Castelo de
Utgaard, foi incumbido de beber um grande chifre cheio de hidromel. Ele bebeu e
bebeu, mas não conseguiu esvaziar o chifre – descobriu-se que ele estava
conectado ao mar. Da mesma forma, Putin foi impelido a um conflito com a
Ucrânia, república irmã da Rússia, mas logo descobriu que a Ucrânia estava
conectada a todos os exércitos e indústrias do Ocidente unido. Vale lembrar que
a Ucrânia, por si só, era bastante formidável, com seus 50 milhões de
habitantes e indústria pesada. O poderio militar de toda a União Soviética
estava concentrado principalmente na parte mais ocidental do país. Contra o
apoio incondicional do bloco da OTAN, a Rússia rapidamente se viu em apuros.
Putin respondeu usando força mínima e concentrando-se em apagar pequenos focos
de conflito. Muitas vozes na Rússia o incitaram a iniciar uma blitzkrieg, mas
Putin recusou firmemente. Três anos depois, suas táticas deram resultado: o
Ocidente começou a sentir o peso da guerra. Embora o Ocidente unido seja muito
maior que a Rússia, com mais habitantes, maior PIB e mais armamentos, a
resistência implacável da Rússia provou ser demais para eles.
Tendo-se
considerado especialmente a guerra em constante expansão no Oriente Médio, com
Israel exigindo cada vez mais ajuda em sua incessante expansão para o Líbano,
Síria, Irã e além, como primeiro sinal de fadiga bélica, os EUA reduziram o
fornecimento de mísseis antiaéreos para a Ucrânia, já que Israel é sempre a
prioridade máxima para a América filosemita. Logo depois, a Europa começou a
sentir sua própria força se esvaindo rapidamente. O país mais beligerante do
Ocidente, a Inglaterra, sofre; o primeiro-ministro Keir Starmer é impopular e a
política dos governantes britânicos irrita os britânicos. Apoiar a Ucrânia e
Israel ao mesmo tempo era demais, mesmo para eles.
Ainda
assim, o Reino Unido mantém a bola em jogo. De repente, surge uma nova tensão
política, fomentada por britânicos e israelenses, entre a Rússia e o
Azerbaijão. Milhões de azeris vivem atualmente na Rússia e ocupam um lugar de
destaque na economia russa. De um lado, a Rússia deportou alguns poderosos
empresários azeris que haviam se tornado arrogantes demais. Do outro, está a
grande e extremamente rica comunidade judaica do Azerbaijão, em estreita
aliança com Israel. Esses azeris vendem petróleo para Israel. Para complicar
ainda mais as coisas, milhões de azeris vivem no Irã; aliás, os aiatolás são
predominantemente azeris. Enquanto os persas nativos preferem a poesia, os 15 a
20 milhões de turcos azeris que vivem no norte do Irã são um grupo combativo.
Por fim, o Azerbaijão é um elo essencial para conectar os grandes estados do
BRICS: Rússia, China e Irã. O Irã está particularmente irritado com o fato de o
Azerbaijão permitir que Israel realize ataques aéreos por essa rota
alternativa. E antes disso, houve o suposto assassinato de Ebrahim Raisi, o
ex-presidente do Irã. Sua morte na fronteira do Azerbaijão, em um helicóptero
que retornava de um evento no país, fez com que os linha-dura iranianos
transferissem seu apoio para o presidente (relativamente) pró-Ocidente Masoud
Pezeshkian. Rússia, China e Irã continuam bastante incomodados com a
interferência política do Azerbaijão, e a Turquia planeja estabelecer uma
grande base militar no país – na verdade, será uma base da OTAN.
Agora,
a guerra lenta e gradual na Ucrânia está atrapalhando a todos.
Este
pode ser um bom momento para buscar a paz na Ucrânia. Há negociações de paz ocorrendo,
representantes dos dois países já se encontraram duas vezes em Istambul,
trocaram prisioneiros de guerra e feridos e estão preparados para se reunir
novamente, provavelmente esta semana. O grupo russo nas negociações de Istambul
é liderado por Vladimir Medinsky, ucraniano de nascimento, escritor prolífico,
professor de história e conselheiro do presidente Putin. Ele foi Ministro da
Cultura e agora dirige a União dos Escritores. Tornou-se bastante popular. As
pessoas ficaram especialmente impressionadas com sua entrevista,*3 na qual ele lembrou os ouvintes da
Guerra Russo-Sueca do século XVIII. Essa guerra durou 23 anos; o czar russo
Pedro, o Grande, ofereceu a paz aos suecos algumas vezes, mas a cada vez eles
respondiam: “Lutaremos até o último sueco.” No final, os suecos perderam muito
mais do que teriam perdido se tivessem concordado antes. Os russos estão
prontos para lutar pelo tempo que for necessário, mesmo por 23 anos. E vocês? –
perguntou Medinsky. Essa é uma pergunta pertinente. Os russos são persistentes.
Eles podem lutar o tempo que for necessário, se for por uma causa importante. E
a Ucrânia é parte integrante da Rússia, pelo menos na visão dos russos. Para
eles, isso é de importância suficiente. Mas estão dispostos a fazer concessões.
Putin está disposto a chegar a um acordo e gostaria de usar os serviços
especiais do presidente Trump, amante da paz, para fazer Zelensky a concordar.
As
negociações de Istambul foram conduzidas pela primeira vez em 2022, logo após o
início da guerra (sob o comando do próprio Medinsky). As negociações foram
concluídas rapidamente e um tratado de paz foi assinado. Foi um acordo modesto:
a Ucrânia prometeu ficar fora da OTAN e as áreas de língua russa (como Donbass)
permaneceriam formalmente dentro da Ucrânia, até a realização de um plebiscito
público sob controle internacional. Mas esse acordo (que teria poupado bilhões
à Rússia e ao Ocidente) não foi cumprido. Em vez disso, o primeiro-ministro
britânico, Boris Johnson, voou para Kiev e conclamou os ucranianos a lutarem
até o último homem. Centenas de milhares de baixas depois, eles podem
finalmente conseguir chegar a um acordo. Tal acordo será necessariamente menos
grandioso do que ambos os lados esperavam inicialmente. Mas não será exatamente
como Zelensky deseja, e Trump entende isso. Chega de absurdos como “cessar-fogo
incondicional.” A Rússia quer o Ocidente fora da Ucrânia. Ela quer preservar o
status da Igreja Ortodoxa e da língua russa na Ucrânia. (Praticamente todos os
ucranianos são ortodoxos e a grande maioria da população da Ucrânia fala russo
como primeira língua. Isso mudou com os nacionalistas após o golpe de 2014.) A
Rússia pretende defender quatro distritos no leste da Ucrânia, todos povoados
por falantes de russo, que votaram no plebiscito pela adesão à Federação Russa.
A Rússia não está exigindo muito e a liderança ucraniana deveria ser capaz de
aceitar facilmente seus termos. Kiev teve oito anos para resolver a questão de
Donbass e só piorou as coisas; se realmente quisessem manter a região, teriam
feito algo para apaziguar a população.
Infelizmente,
a guerra aberta é um grande atrativo para os aproveitadores da guerra. O Sr.
Zelensky e seus aliados enriqueceram muito com a guerra na Ucrânia. Eles são
famosos por desviar os bilhões de dólares que receberam para lutar contra a
Rússia. Lucram ainda mais revendendo as armas fornecidas pelo Ocidente; a
liderança ucraniana exporta esse armamento para o mundo todo, inclusive para a
África. A Estrutura democrata estabelecida de Biden usou a Ucrânia como uma
grande lavanderia para seus próprios lucros ilegais. Estamos falando de muitos
bilhões de dólares que foram parar nos bolsos ucranianos a caminho dos bolsos
dos EUA e da U.E. Embora centenas de milhares de ucranianos tenham morrido no
campo de batalha, milhares de ucranianos colocaram as mãos em uma quantidade
enorme de dinheiro americano. Será que eles concordarão em acabar com essa
chuva dourada? Quanto será o suficiente? Talvez prefiram o leite da vaca EUA
enquanto ela continua a produzir.
Putin
entende isso. É por isso que ligou diretamente para Trump para interromper a
transferência de armas. Se isso acontecer, o acordo de paz será possível. Trump
também entende isso, mas está dividido: continuar jogando dinheiro bom fora ou
desmantelar toda a máquina suja e ser acusado de perder a guerra na Ucrânia? É
basicamente uma questão de sua sobrevivência política. Os neoconservadores
belicistas vão esfolar Trump vivo.
Zelensky
afirma que quer negociar pessoalmente com Putin. Isso é apenas uma tentativa de
inflar seu próprio valor. Quando o acordo estiver concluído, só então será
apropriado que os presidentes se encontrem e assinem. Agora é muito cedo. A
guerra ainda está em andamento. A política ucraniana pode ter se tornado
repentinamente inconveniente para o tabuleiro global da OTAN, mas um conflito
lento convém aos russos. Pode terminar com a paz, ou com uma vitória completa,
dentro de um ano, ou até mais breve.
Neste
domingo, em Istambul, acontece uma coletiva de imprensa organizada pela revista
mensal Teory.*4
Ela é liderada por três militares da reserva: o Almirante (Marinha) Kutluk, o
Coronel (Força Aérea) Ihsan Sefa e o Editor-Chefe Tevfik Kadan. Eles são unidos
pelo passado na Força Aérea Russa (Ergenekon), pelo ceticismo em relação à OTAN
e pela postura relativamente positiva em relação ao BRICS. Representam um
crescente centro de poder, e suas declarações são relevantes para todas as
futuras conferências de paz. Afirmaram que não desejam a entrada da OTAN no Mar
Negro. Os EUA são os maiores vencedores da guerra na Ucrânia, em sua visão. Os
EUA queriam a guerra, e ela só terminará quando os EUA a solicitarem, disseram
os generais turcos. Rezemos para que os negociadores russo-ucranianos tomem ao
máximo essa mudança no equilíbrio de poder e ponham fim ao derramamento de
sangue de ucranianos comuns em benefício de uma minoria rica.
Uma velha piada conta a história de um casal fazendo amor nos trilhos de uma ferrovia, apesar de um trem se aproximar rapidamente e apitar freneticamente. Finalmente, o trem para bruscamente com um guincho, e o maquinista expressa em voz alta sua irritação. “Um de nós tinha que parar”, responde o homem apaixonado, “e eu não consegui!” Da mesma forma, Putin não pode parar esta guerra sozinho. Primeiro, ele precisa reintegrar a Ucrânia ao abraço russo, do qual foi arrancada por Gorbachev, pelos seguidores de Bandera e pela CIA. Deixe Trump ajudá-lo nessa tarefa.
Tradução
e palavras entre chaves por Mykel Alexander
Editado
por Paul Bennett
Notas
*1 Nota de Mykel Alexander: Horst
Mahler foi um advogado e revisionista, adentrando nos dois mais polêmicos temas
na Alemanha: questão judaica e o
alegado holocausto. Foi preso político na Alemanha e encarcerado em idade
avançada. Dois de seus artigos seguem abaixo:
- {Materialismo, brutalidade dos EUA e Velho
Testamento} - O Direito e a “Grande Besta Metálica”, por Horst Mahler, 29 de julho
de 2025, World Traditional Front.
https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2025/07/materialismo-brutalidade-dos-eua-e.html
- {Questão Judaica - Alemanha - Globalismo} - Guerra
e Objetivos de Guerra, por Horst Mahler, 28 de setembro de 2025, World Traditional Front.
https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2025/09/guerra-e-objetivos-de-guerra-por-horst.html
*2 Nota de Mykel Alexander: {Retrospectiva
2022 – conflito na Ucrânia} Para entender a guerra, por Israel Shamir, 09 de
setembro de 2023, World Traditional Front.
https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2023/09/retrospectiva-2022-conflito-na-ucrania.html
*3 Fonte utilizada por Israel
Shamir: Kremlin Negotiator Invokes Peter the Great’s 21-Year War With Sweden in
Ukraine Talks, 16 de maio de 2025, The
Moscow Times.
*4 Fonte utilizada por Israel
Shamir:
Fonte: The
Sea Change, por Israel Shamir, 20 de fevereiro de 2025, The Unz Review – Na Alternative Media Selection.
https://www.unz.com/ishamir/the-sea-change/
Fonte: A Chance for
Peace, por Israel Shamir, 08 de julho de 2025, The Unz Review – Na Alternative Media Selection.
https://www.unz.com/ishamir/a-chance-for-peace/
Sobre o autor: Israel
Shamir (1947-) é um internacionalmente aclamado pensador político e espiritual,
colunista da internet e escritor. Nativo de Novosibirsk, Sibéria, moveu-se para
Israel em 1969, servindo como paraquedista do exército e lutou na guerra de
1973. Após a guerra ele tornou-se jornalista e escritor. Em 1975 Shamir
juntou-se a BBC e se mudou para Londres. Em 1977-1979 ele viveu no Japão. Após
voltar para Israel em 1980 Shamir escreveu para o jornal Haaretz e
foi porta-voz do Partido Socialista Israelense (Mapam). Sua carreira literária
é muito elogiada por suas próprias obras assim como por suas traduções. Vive em
Jaffa (Israel) e passa muito tempo em Moscou (Rússia) e Estocolmo (Suécia); é
pai de três filhos.
__________________________________________________________________________________
Neoconservadores, Ucrânia, Rússia e a luta ocidental pela hegemonia global - por Kevin MacDonald
Os Neoconservadores versus a Rússia - Por Kevin MacDonald
Sobre a restauração tradicional russa ver:
{Retrospectiva Rússia 2011} – Dissidentes judeus miram Putin - por Daniel W. Michaels
{Retrospectiva 2014} – Ucrânia: o fim da guerra fria que jamais aconteceu - Por Alain de Benoist
Aleksandr Solzhenitsyn, Ucrânia e os Neoconservadores - Por Boyd T. Cathey
Crepúsculo dos Oligarcas {judeus da Rússia}? - Por Andrew Joyce {academic auctor pseudonym}
Sobre a Guerra russo-ucraniana ver:
Quem Causou a Guerra da Ucrânia? - por John J. Mearsheimer
{Retrospectiva Guerra OTAN/Ucrania x Rússia} - Destinada a perder – A contraofensiva da Ucrânia em 2023 - primeira parte - por John J. Mearsheimer (segunda parte na sequência do próprio artigo)
{Retrospectiva 2023 – EUA, OTAN e Rússia no conflito na Ucrânia} – O mundo é seu - por Israel Shamir
{Retrospectiva 2023} - A escuridão à frente: para onde se encaminha a guerra na Ucrânia - primeira parte - resumo até junho de 2023 - por John J. Mearsheimer (segunda parte na sequência do próprio artigo)
{Retrospectiva 2023} - Guerra e Propaganda no Conflito Rússia-Ucrânia - por Ron Keeva Unz
{Retrospectiva 2023 – guerra na Ucrânia} – Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse: Na Ucrânia
{Retrospectiva conflito na Ucrânia – 2014-2022} - parte 1 - por Eric Margolis (demais partes na sequência do próprio artigo)
{Retrospectiva 2022 – conflito na Ucrânia} Para entender a guerra - por Israel Shamir
{Retrospectiva 2022 – maio e início da penúria europeia} Guerra da Ucrânia - Por Israel Shamir
{Retrospectiva 2022 – Guerra Ucrânia/OTAN x Rússia} - É possível realmente saber o que aconteceu e está acontecendo na Ucrânia? – parte 1 - por Boyd D. Cathey e demais partes por Jacques Baud (ex-funcionário da ONU e OTAN)
John Mearsheimer, Ucrânia e a política subterrânea global - por Boyd D. Cathey
Retrospectiva 2022 sobre a crise na Ucrania - por John J. Mearsheimer
Como os Estados Unidos Provocaram a Crise na Ucrânia - por Boyd d. Cathey
{Retrospectiva 2014} – Ucrânia: o fim da guerra fria que jamais aconteceu - Por Alain de Benoist
Aleksandr Solzhenitsyn, Ucrânia e os Neoconservadores - Por Boyd T. Cathey
A Guerra de Putin - por Gilad Atzmon
{Retrospectiva 2014} O triunfo de Putin - O Gambito da Crimeia - Por Israel Shamir
{Retrospectiva 2014} A Revolução Marrom na Ucrânia - Por Israel Shamir
Sobre a influência do judaico bolchevismo (comunismo-marxista) na Rússia ver:
Revisitando os Pogroms {alegados massacres de judeus} Russos do Século XIX, Parte 1: A Questão Judaica da Rússia - Por Andrew Joyce {academic auctor pseudonym}. Parte 1 de 3, as demais na sequência do próprio artigo.
Os destruidores - Comunismo {judaico-bolchevismo} e seus frutos - por Winston Churchill
Líderes do bolchevismo {comunismo marxista} - Por Rolf Kosiek
Wall Street & a Revolução Russa de março de 1917 – por Kerry Bolton
Wall Street e a Revolução Bolchevique de Novembro de 1917 – por Kerry Bolton
Esquecendo Trotsky (7 de novembro de 1879 - 21 de agosto de 1940) - Por Alex Kurtagić
{Retrospectiva Ucrânia - 2014} Nacionalistas, Judeus e a Crise Ucraniana: Algumas Perspectivas Históricas - Por Andrew Joyce, PhD {academic auctor pseudonym}
Nacionalismo e genocídio – A origem da fome artificial de 1932 – 1933 na Ucrânia - Por Valentyn Moroz

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