domingo, 9 de novembro de 2025

{Retrospectiva fevereiro-julho 2025 geopolítica EUA/OTAN/Ucrânia x Rússia} – por Israel Shamir

 

Israel Shamir


O mar de mudança {fevereiro 2025}

Um navio enorme e pesado, carregado até a borda, está dando meia-volta em um estreito canal em meio a águas perigosas. Assim, o mundo realiza uma rara reviravolta sob o ousado comando de Donald Trump e seus companheiros impetuosos, Elon Musk e J.D. Vance. Eles não poderiam ter chegado mais perto – já sentíamos o sopro da nossa ruína. Seja o perigo cogumelos nucleares ou pandemias criadas em biolaboratórios do Pentágono, ou algum outro colapso totalmente imprevisível engendrado por Schwab e seus semelhantes – nosso novo capitão parece reconhecer Cila e Caríbdis. Nossa frágil vida estava prestes a desmoronar quando os jovens programadores da DOGE mergulharam em profundos porões de dados ocultos e descobriram pérolas: milhões de dólares destinados ao Haiti devastado para construir um lar dos sonhos para Chelsea Clinton; milhões de cheques da previdência social sendo enviados a beneficiários com 150 anos ou mais; milhões destinados à mudança de regime, à castração de meninos e meninas, ao plantio de tempestades e à colheita de furacões em todo o mundo. E após essa breve, porém tempestuosa abertura, soou, acima dos sons furiosos da batalha, o telefone; a ligação telefônica do capitão Trump para o capitão Putin.

Deus revelou Sua misericórdia e terno cuidado por nós, acalmando a tempestade no último instante. É uma repetição perfeita da Crise dos Mísseis de Cuba, multiplicada por cem. As vozes que clamavam por um holocausto nuclear global tornaram-se cada vez mais frequentes e estridentes recentemente. Agora, podemos esperar que sejam relegadas à marginalidade. Delegações dos EUA e da Rússia, reunidas novamente em Riad, concordaram em restaurar a rotina diplomática civilizada: nomear embaixadores, abrir missões diplomáticas e multiplicar por dez o número de funcionários das embaixadas. Desde o governo Obama, as embaixadas estavam reduzidas ao mínimo indispensável.

Imediatamente, a Economist e publicações semelhantes tentaram estragar o clima. A crise ucraniana ainda não foi resolvida, a guerra continua, clamam. Não se pode confiar em Trump, vociferam impotentes. Sempre me baseio na Economist como um barômetro inverso perfeito; tudo o que dizem pode ser considerado pura propaganda inimiga. Mostram Trump conversando com Putin com a legenda “O pior pesadelo da Europa.” Para mim, o pior pesadelo seriam as ruínas de Gaza ou o lixo nuclear de Hiroshima; para eles, a paz seria o pior.

Nossos inimigos não querem que jamais nos alegremos, mas estes são os dias em que nós podemos e devemos estar gratos. A guerra na Ucrânia é um evento menor em comparação com essa mudança tectônica mundial. O Ocidente tentou isolar, fragmentar e consumir a Rússia por muitos anos, desde que percebeu que Putin não era um novo Yeltsin, mas sim um líder obstinado e determinado, um homem como Hamlet: embora se possa irritá-lo, não se pode manipulá-lo. E desde então, ao longo de muitos anos, a Rússia sofreu isolada, enquanto toda a imprensa mundial culpava Putin e incitava legiões de pequenos cães, da Estônia à Ucrânia, a mordê-lo. Tal conflito era inevitável porque a Rússia e o Ocidente tinham interpretações diferentes de 1991. Para o Ocidente, foi a derrota final da independência russa. Para a Rússia, foi uma lição aprendida. A Rússia jamais tentará jogar pelas regras ocidentais novamente. Então, como alguém poderia resolver uma divergência de opiniões tão intratável? Bastou um telefonema de Donald Trump.

A guerra na Ucrânia é insignificante em comparação: a Rússia quer seu lugar à mesa com os grandes, quer segurança, não estar sitiada. A Rússia quer tropas e armamentos ocidentais o mais longe possível de suas fronteiras, como foi prometido a Gorbachev; isso é importante. A guerra na Ucrânia terminará no devido tempo por meio de negociações diplomáticas entre adversários civilizados, como deve ser. A política de guerra da OTAN revelou que a maioria dos estados europeus, governados por inimigos de Trump, também são inimigos da democracia. J. D. Vance estava certo: eles se esqueceram de que deveriam ouvir seu povo em vez de ditar-lhes ordens.

No Reino Unido, o popular líder Jeremy Corbyn tinha sido destituído sob a falsa acusação de antissemitismo e substituído por um primeiro-ministro extremamente pró-judeu e anti-Rússia. Ele é, obviamente, pró-guerra. Além disso, detém centenas de milhares de cidadãos pelo terrível crime de uma publicação em uma rede social, de uma manifestação ou, pior ainda, de uma oração silenciosa. Na Inglaterra, uma oração silenciosa em casa também é crime. A França continua sendo governada por Macron, um ex-banqueiro dos Rothschild, também (é claro) belicista. Na Alemanha, as eleições estão próximas, mas os políticos alemães tradicionais são todos de esquerda liberal e, obviamente, pró-guerra. Na Alemanha liberal, a prisão aguarda qualquer um que ultrapasse a linha vermelha. Eles prenderam e amputaram as pernas do brilhante e ousado advogado Horst Mahler por um gesto.*1 No entanto, o vento fresco da revolução populista de Trump sopra também sobre a Alemanha.

Não só o partido de extrema-direita AfD defende a paz, como também o partido de extrema-esquerda BSW! A associação da sociedade civil alemã Kulturtreff realizou duas manifestações em Berlim e Frankfurt sob o lema “Não ao voto para os vassalos da NATO, paz imediata para a Europa!”. Os manifestantes exigiram negociações de paz imediatas, o fim da guerra na Ucrânia, o fim do fornecimento de armas ao Estado ucraniano e o restabelecimento da cooperação económica e política entre a Alemanha e a Rússia. A Kulturtreff afirma que “o principal partido da oposição, CDU/CSU, quer, tal como a coligação governante de esquerda-liberal, que a guerra na Europa continue. Os principais partidos políticos da Alemanha não têm uma única solução nova no seu programa.” Os oradores apoiaram o ponto de vista do vice-presidente dos EUA, Vance, na Conferência de Munique, que salientou que a elite política da Europa está profundamente desconectada dos reais interesses do povo europeu.

Em Munique, houve uma grande manifestação organizada por seguidores de Yanis Varoufakis, o socialista grego. Eles se chamam DiEM25 e também pedem paz e amizade com a Rússia.

Tenha em mente de que todos os apelos à paz são proibidos na Europa; se você pesquisar “manifestação pela paz na Alemanha” no Google, encontrará manifestações pelo clima, ou uma manifestação em defesa dos migrantes, ou alguma manifestação contra uma versão local de Donald Trump; mas nenhuma manifestação pela paz será mostrada, a menos que esteja repleta de bandeiras azuis e amarelas exigindo mais guerra. No Reino Unido e na Alemanha, você pode receber a visita da polícia local se clicar em um *curtir* cauteloso em uma publicação contra a guerra em sua rede social. Na Suécia, um ministro explicou por que o povo não tem permissão para decidir sobre a adesão do país à OTAN: “A adesão à OTAN é importante demais para pedir a aprovação do povo”. Um jornalista sueco {Stefan Lindgren} escreveu no Facebook:

O correspondente da rádio Svreige na Ucrânia, Lubna el-Shanti, fala em Ekot que o presidente Trump dos EUA tem proferido várias “mentiras” sobre a Ucrânia.

O que são essas mentiras que nós não devemos saber? E também não é nisso que el-Shanti se baseia.

Nós sabemos que há diferentes opiniões, mas a rotina de reivindicações sobre mentiras nos ajuda a compreender o conflito?

Por três anos, nem uma única voz tem sido ouvida na rádio sueca que tenha desviado da narrativa da OTAN e de Kiev.

Isso é uma escândalo, assim dizendo. O público geral está preenchido de propaganda de guerra.

Na Rússia, a oposição anti-Putin e pró-Ocidente, liderada por Navalny e seus semelhantes, emigraram alegando ódio à guerra. Mas não conseguiram manter essa farsa por muito tempo. Inicialmente, apoiaram a guerra de Israel contra o povo palestino, e isso foi importante porque cerca de 70% dos opositores russos que deixaram a Rússia após fevereiro de 2022 foram para Israel. Obviamente, eles se consideravam judeus, e Israel os reconheceu como tal. Pode ser verdade que nem todos que se opõem a Putin sejam judeus, mas em grande medida isso era verdade, e em grande medida os judeus continuam a financiar e a formar organizações anti-Putin na Rússia. E agora, com os primeiros sinais de uma reaproximação internacional promovida por Trump e a possibilidade de um fim à guerra na Ucrânia, esses emigrantes passaram a clamar coletivamente por mais guerra. Este foi o fim do movimento pacifista no mundo russo, no arquipélago de comunidades de língua russa – parece que as contra-elites russas não ficarão satisfeitas até verem o exército russo derrotado. Eles sonham com tanques Abrams americanos desfilando pela Praça Vermelha, com Putin executado como Saddam Hussein, mas em vez disso, esses tanques Abrams (30 ou 31 entregues a Zelensky) queimaram nos campos de Novorossia, de fato bem longe de Moscou.

Contudo, muitas pessoas, principalmente os pais de adolescentes russos, ficaram entusiasmadas com o apelo de Trump pela paz, visto que a guerra na Ucrânia representou um grande derramamento de sangue tanto para russos quanto para ucranianos. Embora os combatentes russos sejam todos voluntários bem remunerados, não há dúvida de que o povo russo ficará feliz quando essa guerra terminar.

Para a liderança russa, o objetivo mais importante foi definido no chamado “Ultimato de Putin” de dezembro de 2021 (eu escrevi sobre isso detalhadamente aqui: Para Dar Sentido à Guerra*2). O projeto de tratado de Putin exigia o fim imediato da ofensiva da OTAN em direção ao Leste, mantendo todos os exércitos e armamentos ocidentais fora das ex-repúblicas da URSS. Agora parece que esse objetivo finalmente será obtido.

Parece que nós estamos à beira de um grande mar de mudança. O presidente Donald Trump já nos deu uma cesta de bênçãos. Há uma canção que os judeus cantam na Páscoa judaica: “Se Ele nos desse apenas isto, já seria suficiente, Dayeinu.” É perfeitamente adequada neste caso. Se Trump apenas nos salvasse da Terceira Guerra Mundial, já seria suficiente. Se ele apenas revelasse os segredos obscuros da USAID, já seria suficiente. Mas não nos esqueçamos de agradecê-lo, mesmo que seja apenas por um instante, enquanto pensamos no que queremos a seguir. Um ponto negativo é sua política em relação à Palestina. Esperemos que não passe de conversa fiada.

A revista The Atlantic nos dá motivos para alguma esperança: ela afirmou que Trump está formando o gabinete mais antissemita em décadas. Certamente tem menos judeus do que o gabinete de Biden, e menos beligerância significa menos judeus.

 

Uma chance para a paz {julho 2025}

A Rússia se viu na difícil posição de Thor. O deus nórdico Thor, no Castelo de Utgaard, foi incumbido de beber um grande chifre cheio de hidromel. Ele bebeu e bebeu, mas não conseguiu esvaziar o chifre – descobriu-se que ele estava conectado ao mar. Da mesma forma, Putin foi impelido a um conflito com a Ucrânia, república irmã da Rússia, mas logo descobriu que a Ucrânia estava conectada a todos os exércitos e indústrias do Ocidente unido. Vale lembrar que a Ucrânia, por si só, era bastante formidável, com seus 50 milhões de habitantes e indústria pesada. O poderio militar de toda a União Soviética estava concentrado principalmente na parte mais ocidental do país. Contra o apoio incondicional do bloco da OTAN, a Rússia rapidamente se viu em apuros. Putin respondeu usando força mínima e concentrando-se em apagar pequenos focos de conflito. Muitas vozes na Rússia o incitaram a iniciar uma blitzkrieg, mas Putin recusou firmemente. Três anos depois, suas táticas deram resultado: o Ocidente começou a sentir o peso da guerra. Embora o Ocidente unido seja muito maior que a Rússia, com mais habitantes, maior PIB e mais armamentos, a resistência implacável da Rússia provou ser demais para eles.

Tendo-se considerado especialmente a guerra em constante expansão no Oriente Médio, com Israel exigindo cada vez mais ajuda em sua incessante expansão para o Líbano, Síria, Irã e além, como primeiro sinal de fadiga bélica, os EUA reduziram o fornecimento de mísseis antiaéreos para a Ucrânia, já que Israel é sempre a prioridade máxima para a América filosemita. Logo depois, a Europa começou a sentir sua própria força se esvaindo rapidamente. O país mais beligerante do Ocidente, a Inglaterra, sofre; o primeiro-ministro Keir Starmer é impopular e a política dos governantes britânicos irrita os britânicos. Apoiar a Ucrânia e Israel ao mesmo tempo era demais, mesmo para eles.

Ainda assim, o Reino Unido mantém a bola em jogo. De repente, surge uma nova tensão política, fomentada por britânicos e israelenses, entre a Rússia e o Azerbaijão. Milhões de azeris vivem atualmente na Rússia e ocupam um lugar de destaque na economia russa. De um lado, a Rússia deportou alguns poderosos empresários azeris que haviam se tornado arrogantes demais. Do outro, está a grande e extremamente rica comunidade judaica do Azerbaijão, em estreita aliança com Israel. Esses azeris vendem petróleo para Israel. Para complicar ainda mais as coisas, milhões de azeris vivem no Irã; aliás, os aiatolás são predominantemente azeris. Enquanto os persas nativos preferem a poesia, os 15 a 20 milhões de turcos azeris que vivem no norte do Irã são um grupo combativo. Por fim, o Azerbaijão é um elo essencial para conectar os grandes estados do BRICS: Rússia, China e Irã. O Irã está particularmente irritado com o fato de o Azerbaijão permitir que Israel realize ataques aéreos por essa rota alternativa. E antes disso, houve o suposto assassinato de Ebrahim Raisi, o ex-presidente do Irã. Sua morte na fronteira do Azerbaijão, em um helicóptero que retornava de um evento no país, fez com que os linha-dura iranianos transferissem seu apoio para o presidente (relativamente) pró-Ocidente Masoud Pezeshkian. Rússia, China e Irã continuam bastante incomodados com a interferência política do Azerbaijão, e a Turquia planeja estabelecer uma grande base militar no país – na verdade, será uma base da OTAN.

Agora, a guerra lenta e gradual na Ucrânia está atrapalhando a todos.

Este pode ser um bom momento para buscar a paz na Ucrânia. Há negociações de paz ocorrendo, representantes dos dois países já se encontraram duas vezes em Istambul, trocaram prisioneiros de guerra e feridos e estão preparados para se reunir novamente, provavelmente esta semana. O grupo russo nas negociações de Istambul é liderado por Vladimir Medinsky, ucraniano de nascimento, escritor prolífico, professor de história e conselheiro do presidente Putin. Ele foi Ministro da Cultura e agora dirige a União dos Escritores. Tornou-se bastante popular. As pessoas ficaram especialmente impressionadas com sua entrevista,*3 na qual ele lembrou os ouvintes da Guerra Russo-Sueca do século XVIII. Essa guerra durou 23 anos; o czar russo Pedro, o Grande, ofereceu a paz aos suecos algumas vezes, mas a cada vez eles respondiam: “Lutaremos até o último sueco.” No final, os suecos perderam muito mais do que teriam perdido se tivessem concordado antes. Os russos estão prontos para lutar pelo tempo que for necessário, mesmo por 23 anos. E vocês? – perguntou Medinsky. Essa é uma pergunta pertinente. Os russos são persistentes. Eles podem lutar o tempo que for necessário, se for por uma causa importante. E a Ucrânia é parte integrante da Rússia, pelo menos na visão dos russos. Para eles, isso é de importância suficiente. Mas estão dispostos a fazer concessões. Putin está disposto a chegar a um acordo e gostaria de usar os serviços especiais do presidente Trump, amante da paz, para fazer Zelensky a concordar.

As negociações de Istambul foram conduzidas pela primeira vez em 2022, logo após o início da guerra (sob o comando do próprio Medinsky). As negociações foram concluídas rapidamente e um tratado de paz foi assinado. Foi um acordo modesto: a Ucrânia prometeu ficar fora da OTAN e as áreas de língua russa (como Donbass) permaneceriam formalmente dentro da Ucrânia, até a realização de um plebiscito público sob controle internacional. Mas esse acordo (que teria poupado bilhões à Rússia e ao Ocidente) não foi cumprido. Em vez disso, o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, voou para Kiev e conclamou os ucranianos a lutarem até o último homem. Centenas de milhares de baixas depois, eles podem finalmente conseguir chegar a um acordo. Tal acordo será necessariamente menos grandioso do que ambos os lados esperavam inicialmente. Mas não será exatamente como Zelensky deseja, e Trump entende isso. Chega de absurdos como “cessar-fogo incondicional.” A Rússia quer o Ocidente fora da Ucrânia. Ela quer preservar o status da Igreja Ortodoxa e da língua russa na Ucrânia. (Praticamente todos os ucranianos são ortodoxos e a grande maioria da população da Ucrânia fala russo como primeira língua. Isso mudou com os nacionalistas após o golpe de 2014.) A Rússia pretende defender quatro distritos no leste da Ucrânia, todos povoados por falantes de russo, que votaram no plebiscito pela adesão à Federação Russa. A Rússia não está exigindo muito e a liderança ucraniana deveria ser capaz de aceitar facilmente seus termos. Kiev teve oito anos para resolver a questão de Donbass e só piorou as coisas; se realmente quisessem manter a região, teriam feito algo para apaziguar a população.

Infelizmente, a guerra aberta é um grande atrativo para os aproveitadores da guerra. O Sr. Zelensky e seus aliados enriqueceram muito com a guerra na Ucrânia. Eles são famosos por desviar os bilhões de dólares que receberam para lutar contra a Rússia. Lucram ainda mais revendendo as armas fornecidas pelo Ocidente; a liderança ucraniana exporta esse armamento para o mundo todo, inclusive para a África. A Estrutura democrata estabelecida de Biden usou a Ucrânia como uma grande lavanderia para seus próprios lucros ilegais. Estamos falando de muitos bilhões de dólares que foram parar nos bolsos ucranianos a caminho dos bolsos dos EUA e da U.E. Embora centenas de milhares de ucranianos tenham morrido no campo de batalha, milhares de ucranianos colocaram as mãos em uma quantidade enorme de dinheiro americano. Será que eles concordarão em acabar com essa chuva dourada? Quanto será o suficiente? Talvez prefiram o leite da vaca EUA enquanto ela continua a produzir.

Putin entende isso. É por isso que ligou diretamente para Trump para interromper a transferência de armas. Se isso acontecer, o acordo de paz será possível. Trump também entende isso, mas está dividido: continuar jogando dinheiro bom fora ou desmantelar toda a máquina suja e ser acusado de perder a guerra na Ucrânia? É basicamente uma questão de sua sobrevivência política. Os neoconservadores belicistas vão esfolar Trump vivo.

Zelensky afirma que quer negociar pessoalmente com Putin. Isso é apenas uma tentativa de inflar seu próprio valor. Quando o acordo estiver concluído, só então será apropriado que os presidentes se encontrem e assinem. Agora é muito cedo. A guerra ainda está em andamento. A política ucraniana pode ter se tornado repentinamente inconveniente para o tabuleiro global da OTAN, mas um conflito lento convém aos russos. Pode terminar com a paz, ou com uma vitória completa, dentro de um ano, ou até mais breve.

Neste domingo, em Istambul, acontece uma coletiva de imprensa organizada pela revista mensal Teory.*4 Ela é liderada por três militares da reserva: o Almirante (Marinha) Kutluk, o Coronel (Força Aérea) Ihsan Sefa e o Editor-Chefe Tevfik Kadan. Eles são unidos pelo passado na Força Aérea Russa (Ergenekon), pelo ceticismo em relação à OTAN e pela postura relativamente positiva em relação ao BRICS. Representam um crescente centro de poder, e suas declarações são relevantes para todas as futuras conferências de paz. Afirmaram que não desejam a entrada da OTAN no Mar Negro. Os EUA são os maiores vencedores da guerra na Ucrânia, em sua visão. Os EUA queriam a guerra, e ela só terminará quando os EUA a solicitarem, disseram os generais turcos. Rezemos para que os negociadores russo-ucranianos tomem ao máximo essa mudança no equilíbrio de poder e ponham fim ao derramamento de sangue de ucranianos comuns em benefício de uma minoria rica.

Uma velha piada conta a história de um casal fazendo amor nos trilhos de uma ferrovia, apesar de um trem se aproximar rapidamente e apitar freneticamente. Finalmente, o trem para bruscamente com um guincho, e o maquinista expressa em voz alta sua irritação. “Um de nós tinha que parar”, responde o homem apaixonado, “e eu não consegui!” Da mesma forma, Putin não pode parar esta guerra sozinho. Primeiro, ele precisa reintegrar a Ucrânia ao abraço russo, do qual foi arrancada por Gorbachev, pelos seguidores de Bandera e pela CIA. Deixe Trump ajudá-lo nessa tarefa. 

Tradução e palavras entre chaves por Mykel Alexander

Editado por Paul Bennett

 Notas


*1 Nota de Mykel Alexander: Horst Mahler foi um advogado e revisionista, adentrando nos dois mais polêmicos temas na Alemanha: questão judaica e o alegado holocausto. Foi preso político na Alemanha e encarcerado em idade avançada. Dois de seus artigos seguem abaixo:

- {Materialismo, brutalidade dos EUA e Velho Testamento} - O Direito e a “Grande Besta Metálica”, por Horst Mahler, 29 de julho de 2025, World Traditional Front.

https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2025/07/materialismo-brutalidade-dos-eua-e.html

- {Questão Judaica - Alemanha - Globalismo} - Guerra e Objetivos de Guerra, por Horst Mahler, 28 de setembro de 2025, World Traditional Front.

https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2025/09/guerra-e-objetivos-de-guerra-por-horst.html  

*2 Nota de Mykel Alexander: {Retrospectiva 2022 – conflito na Ucrânia} Para entender a guerra, por Israel Shamir, 09 de setembro de 2023, World Traditional Front.

https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2023/09/retrospectiva-2022-conflito-na-ucrania.html 

*3 Fonte utilizada por Israel Shamir: Kremlin Negotiator Invokes Peter the Great’s 21-Year War With Sweden in Ukraine Talks, 16 de maio de 2025, The Moscow Times.

https://www.themoscowtimes.com/2025/05/16/kremlin-negotiator-invokes-peter-the-greats-21-year-war-with-sweden-in-ukraine-talks-a89109

*4 Fonte utilizada por Israel Shamir:

https://www.teoridergisi.com/


Fonte: The Sea Change, por Israel Shamir, 20 de fevereiro de 2025, The Unz Review – Na Alternative Media Selection.

https://www.unz.com/ishamir/the-sea-change/

Fonte: A Chance for Peace, por Israel Shamir, 08 de julho de 2025, The Unz Review – Na Alternative Media Selection.

https://www.unz.com/ishamir/a-chance-for-peace/

Sobre o autor: Israel Shamir (1947-) é um internacionalmente aclamado pensador político e espiritual, colunista da internet e escritor. Nativo de Novosibirsk, Sibéria, moveu-se para Israel em 1969, servindo como paraquedista do exército e lutou na guerra de 1973. Após a guerra ele tornou-se jornalista e escritor. Em 1975 Shamir juntou-se a BBC e se mudou para Londres. Em 1977-1979 ele viveu no Japão. Após voltar para Israel em 1980 Shamir escreveu para o jornal Haaretz e foi porta-voz do Partido Socialista Israelense (Mapam). Sua carreira literária é muito elogiada por suas próprias obras assim como por suas traduções. Vive em Jaffa (Israel) e passa muito tempo em Moscou (Rússia) e Estocolmo (Suécia); é pai de três filhos.

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Odiar a Rússia é um emprego de tempo integral Neoconservadores ressuscitam memórias tribais para atiçar as chamas - Por Philip Girald

Jeffrey Sachs e Philip Giraldi: a guerra na Ucrânia é mais uma guerra neoconservadora - por Kevin MacDonald

Quão judaica é a guerra contra a Rússia? Sejamos honestos sobre quem está promovendo - por Philip Giraldi

Neoconservadores, Ucrânia, Rússia e a luta ocidental pela hegemonia global - por Kevin MacDonald

Os Neoconservadores versus a Rússia - Por Kevin MacDonald


Sobre a restauração tradicional russa ver:

{Retrospectiva 1995 - Rússia} Sentimento nacionalista difundido, crescendo na Ex-União Soviética - As dores do parto de uma nova Rússia - por Mark Weber

{Retrospectiva Rússia 2011} – Dissidentes judeus miram Putin - por Daniel W. Michaels

{Retrospectiva 2014} – Ucrânia: o fim da guerra fria que jamais aconteceu - Por Alain de Benoist

Aleksandr Solzhenitsyn, Ucrânia e os Neoconservadores - Por Boyd T. Cathey

{Restrospectiva 2014 – Crise Ocidente x Rússia} – Examinando o ódio de Vladimir Putin e da Rússia - Por Boyd D. Cathey

Crepúsculo dos Oligarcas {judeus da Rússia}? - Por Andrew Joyce {academic auctor pseudonym}


Sobre a Guerra russo-ucraniana ver:

Quem Causou a Guerra da Ucrânia? - por John J. Mearsheimer

Simpósio: O que a incursão da Ucrânia na Rússia realmente significa? - por John Mearsheimer e Stephen Walt

{Retrospectiva Guerra OTAN/Ucrania x Rússia} - Destinada a perder – A contraofensiva da Ucrânia em 2023 - primeira parte - por John J. Mearsheimer (segunda parte na sequência do próprio artigo)

{Retrospectiva 2023 – EUA, OTAN e Rússia no conflito na Ucrânia} – O mundo é seu - por Israel Shamir

{Retrospectiva 2023} - A escuridão à frente: para onde se encaminha a guerra na Ucrânia - primeira parte - resumo até junho de 2023 - por John J. Mearsheimer (segunda parte na sequência do próprio artigo)

{Retrospectiva 2023} - Guerra e Propaganda no Conflito Rússia-Ucrânia - por Ron Keeva Unz

{Retrospectiva 2023 – Guerra na Ucrânia} - As cinco principais lições do primeiro ano da guerra da Ucrânia - por Stephen M. Walt

{Retrospectiva 2023 – guerra na Ucrânia} – Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse: Na Ucrânia

{Retrospectiva conflito na Ucrânia – 2014-2022} - parte 1 - por Eric Margolis (demais partes na sequência do próprio artigo)

{Retrospectiva 2022 – conflito na Ucrânia} Para entender a guerra - por Israel Shamir

{Retrospetiva 2022 Guerra OTAN/Judaísmo internacional/Ucrânia x Rússia} – A “guerra pela justiça” americana é uma guerra pelo mal - por Boyd D. Cathey

{Retrospectiva 2022 - Um balanço dos 6 primeiros meses de guerra na Ucrânia - Guerra Ucrânia/OTAN/Judaísmo internacional x Rússia} - A Guerra sem interesse nem excitação Por Israel Shamir

{Retrospetiva 2022 Guerra OTAN/Judaísmo internacional/Ucrânia x Rússia} - Avançando para o Armagedom {e a resposta de Putin} - por Boyd D. Cathey

{Retrospetiva 2022 Guerra OTAN/Judaísmo internacional/Ucrânia x Rússia} - A questão ideológica fundamental em jogo na Ucrânia - por Boyd D. Cathey

{Retrospetiva 2022 Guerra OTAN/Judaísmo internacional/Ucrânia x Rússia} - O conflito entre o Ocidente e a Rússia é religioso - por Emmet Sweeney

{Retrospectiva 2022 - Ucrânia/OTAN x Rússia} - Ucrânia, Vladimir Putin e a Guerra Cultural Global - por Boyd D. Cathey

{Restrospectiva 2014 – Crise Ocidente x Rússia} – Examinando o ódio de Vladimir Putin e da Rússia - Por Boyd D. Cathey

{Retrospectiva 2022 – maio e início da penúria europeia} Guerra da Ucrânia - Por Israel Shamir

{Retrospectiva 2022 – Guerra Ucrânia/OTAN Rússia} - Mais notícias falsas: ucraniano reivindica bombardeio de estação por russos. Os “corpos” ucranianos não conseguem ficar parados - por Rodney Atkinson

{Retrospectiva 2022 - Guerra Ucrânia-OTAN x Rússia} - A verdade sobre Bucha está lá fora, mas talvez inconveniente demais para ser descoberta - por Scott Ritter

{Retrospectiva 2022 - Guerra Ucrânia-OTAN x Rússia} - O Massacre de Bucha na Ucrânia e a Busca da Verdade - parte 1 - por Boyd D. Cathey

{Retrospectiva 2022 - Guerra OTAN/Ucrânia x Rússia} - Ucrânia e a Zumbificação da América - por Boyd D. Cathey

{Retrospectiva 2022 – Guerra Ucrânia/OTAN x Rússia} - É possível realmente saber o que aconteceu e está acontecendo na Ucrânia? – parte 1 - por Boyd D. Cathey e demais partes por Jacques Baud (ex-funcionário da ONU e OTAN)

{Retrospectiva 2022 – Guerra Rússia x Ucrânia} - A perspectiva da paz e seus inimigos - por Gilad Atzmon

John Mearsheimer, Ucrânia e a política subterrânea global - por Boyd D. Cathey

Retrospectiva 2022 sobre a crise na Ucrania - por John J. Mearsheimer

{Retrospectiva 2022 – Guerra Rússia x Ucrânia} Fox News, Ucrânia e o Início da Nova Ordem Mundial - por Boyd D. Cathey

{Retrospectiva 2022} - Um Guia de Teoria de Relações Internacionais para a Guerra na Ucrânia - por Stephen M. Walt

{Retrospetiva 2022 Guerra OTAN/Judaísmo internacional/Ucrânia x Rússia} - Ucrânia e falsidade em tempo de guerra - por Boyd D. Cathey

Retrospectiva 2014} - Por que a crise na Ucrânia é culpa do Ocidente - As ilusões liberais que provocaram Putin - por John J. Mearsheimer

{Retrospectiva 2022 – EUA/OTAN/Ucrânia x Rússia} - Ucrânia: Putin não está com medo - por Israel Shamir

{Retrospectiva 2022} Ucrânia: A Nova Guerra Americana pelo moralmente certo e justificado - por Boyd D. Cathey

A CIA Explodiu o Gasoduto Nord Stream Para Impedir Que a Rússia Viesse em Socorro da Europa Neste Inverno? - por Paul Craig Roberts

Como os Estados Unidos Provocaram a Crise na Ucrânia - por Boyd d. Cathey

{Retrospectiva - 2022 - Rússia - OTAN - EUA - Ucrânia} A Guerra Que Não Foi Travada - por Israel Shamir

{Retrospectiva 2021 - Rússia x EUA } Victoria {Nuland, secretária de Estado judia dos EUA para Europa} irrita os russos, mas adequadamente - por Israel Shamir

{Retrospectiva 2014} – Ucrânia: o fim da guerra fria que jamais aconteceu - Por Alain de Benoist

De quem é o grão que está sendo enviado da Ucrânia? Gigantes do agronegócio transgênico da América assumirão o controle das terras agrícolas da Ucrânia - por Frederick William Engdahl

Ucrânia: Privatização de Terras Exigida pelo FMI, Ligações ao Escândalo de Biden Graft. Falência projetada da economia nacional - Por Dmitriy Kovalevich

Biden, Zelensky e os Neoconservadores - Quando você está em um buraco, você sempre pode cavar mais fundo - Por Philip Giraldi

A Mão Judaica na Terceira Guerra Mundial - Liberdade de expressão versus catástrofe - por Thomas Dalton {academic auctor pseudonym}

Aleksandr Solzhenitsyn, Ucrânia e os Neoconservadores - Por Boyd T. Cathey

{Retrospectiva 2004 - Ocidente-Ucrânia... e o judaísmo internacional} Ucrânia à beira do precipício - Por Israel Shamir

A Guerra de Putin - por Gilad Atzmon

{Retrospectiva 2022 - assédio do Ocidente Globalizado na Ucrânia} - Bastidores e articulações do judaísmo {internacional} na Ucrânia - por Andrew Joyce {academic auctor pseudonym}

{Retrospectiva 2021 - assédio do Ocidente Globalizado na Ucrânia} - Flashpoint Ucrânia: Não cutuque o urso {Rússia} - por Israel Shamir

{Retrospectiva 2014 - assédio do Ocidente Globalizado na Ucrânia}- As armas de agosto II - As razões por trás do cessar-fogo - Por Israel Shamir

{Retrospectiva 2014 - assédio do Ocidente Globalizado na Ucrânia} - As armas de agosto - parte 1 Por Israel Shamir

{Retrospectiva 2014 - assédio do Ocidente Globalizado na Ucrânia} A Ucrânia em tumulto e incerteza - Por Israel Shamir

{Retrospectiva 2014} O triunfo de Putin - O Gambito da Crimeia - Por Israel Shamir

{Retrospectiva 2014} A Revolução Marrom na Ucrânia - Por Israel Shamir

{Retrospectiva 2019 – Corrupção Ucrânia-JoeBiden-EUA} O saque da Ucrânia por democratas americanos corruptos- Uma conversa com Oleg Tsarev revela a suposta identidade do “denunciante Trump/Ucrânia” - por Israel Shamir

O vice-Presidente Biden reconhece o ‘imenso’ papel judaico nos meios de comunicação de massa e vida cultural americana - Por Mark Weber

{Retrospectiva 2014 - Rússia-Ucrânia-EUA-Comunidade Europeia} O pêndulo ucraniano - Duas invasões - Por Israel Shamir

{Retrospectiva 2013 - Rússia-Ucrânia-EUA-Comunidade Europeia} - Putin conquista nova vitória na Ucrânia O que realmente aconteceu na crise ucraniana - Por Israel Shamir

{Retrospectiva 2014 - Rússia-Ucrânia... e os judeus} O Fatídico triângulo: Rússia, Ucrânia e os judeus – por Israel Shamir


Sobre a influência do judaico bolchevismo (comunismo-marxista) na Rússia ver:

Revisitando os Pogroms {alegados massacres de judeus} Russos do Século XIX, Parte 1: A Questão Judaica da Rússia - Por Andrew Joyce {academic auctor pseudonym}.  Parte 1 de 3, as demais na sequência do próprio artigo.


Mentindo sobre o judaico-bolchevismo {comunismo-marxista} - Por Andrew Joyce, Ph.D. {academic auctor pseudonym}

Os destruidores - Comunismo {judaico-bolchevismo} e seus frutos - por Winston Churchill

A liderança judaica na Revolução Bolchevique e o início do Regime soviético - Avaliando o gravemente lúgubre legado do comunismo soviético - por Mark Weber

Líderes do bolchevismo {comunismo marxista} - Por Rolf Kosiek

Wall Street & a Revolução Russa de março de 1917 – por Kerry Bolton

Wall Street e a Revolução Bolchevique de Novembro de 1917 – por Kerry Bolton

Esquecendo Trotsky (7 de novembro de 1879 - 21 de agosto de 1940) - Por Alex Kurtagić

{Retrospectiva Ucrânia - 2014} Nacionalistas, Judeus e a Crise Ucraniana: Algumas Perspectivas Históricas - Por Andrew Joyce, PhD {academic auctor pseudonym}

Nacionalismo e genocídio – A origem da fome artificial de 1932 – 1933 na Ucrânia - Por Valentyn Moroz

A Revolução Bolchevique e seu rescaldo - por Ron Keeva Unz


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