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| Mykel Alexander |
Neste 31 de dezembro de 2025 ao assistir uma live no youtube, o dono do canal realçou
e reiterou a importância de nós estarmos com nossos queridos. O tema da live era de geopolítica, o que desde
sempre, envolve países e suas populações, com questões envolvendo sempre
números enormes, sejam milhões e bilhões de pessoas ou milhares de toneladas de
recursos naturais ou milhões, bilhões ou mesmo trilhões de alguma moeda,
milhões com fome, milhões doentes etc... . São números que expressam
generalizações da humanidade, com foco geralmente em grandes blocos, tais como
países, continentes, hemisférios ou mesmo o mundo.
Conforme se adentra nestes números, nos encontramos com a
diversidade de povos da humanidade, com seus costumes e sua cultura. Pois bem,
vivemos no denominado Ocidente, que no Brasil possui sua identidade em grande
parte no estilo americano de ser, isto é, no american way of life dos EUA no século XX.
Nesse estilo de vida americano, que habita com soberania
no imaginário médio da população brasileira, não há todos constituintes dos
povos que formavam os EUA no século XX, como os descendentes do Reino Unido,
Alemanha e Escandinávia principalmente, cujos costumes eram baseados em
segmentos cristãos da Europa que tinham em alta estima o trabalho, a família, a
austeridade e continência e o valor da palavra. Havia um campo aberto no início
do século XX nos EUA em que tanto vigorava essa mentalidade cristã de
austeridade, como uma tendência baseada na herança ariana em que a
religiosidade não deve se contrapor a racionalidade.
Na atualidade o american
way of life dos EUA nesse século XXI difunde um conteúdo que pouco tem da
visão de mundo do início do século XX nos EUA: o trabalho, a família, a
austeridade e continência e o valor da palavra, bem como a herança ariana em que
a religiosidade não deve se contrapor a racionalidade, foram substituídos pelo
repúdio ao trabalho e anseio de ganho fácil e indiferente de ser honesto ou
desonesto; pela dissolução da família em que cada indivíduo não só ignora a
sociedade como ignora a própria família em que nasceu; a austeridade foi substituída
pela extravagância e a continência pela busca desenfreada pelo prazer, quase
sempre prazer muito momentâneo, sexo que rebaixa sem limites o ser humano e
drogas que esgotam a vitalidade; e o valor da palavra é substituído pela trapaça
que é eficiente e mais rápida para conseguir ganhos e vantagens mais
rapidamente. A arte antes buscava expressar o melhoramento da espiritualidade,
e hoje serve ao lucro sem preocupações morais e, em última instância, promovem
a corrupção da espiritual e da própria concepção de humanidade. A educação e
formação, a história mesmo, é transmitida sutilmente de forma falsificada e
corrompida por Hollywood e streams.
Tudo isto sem contar na crescente censura sobre o debate científico e da
criminalização da crítica. A sociedade brasileira, especialmente urbana,
encontra-se mergulhada neste contexto.
Que mudança!!! E afeta grande parte do Ocidente, do
Brasil! Daqui dou um salto direto ao ponto! Toda essa transformação faz o ser humano
esquecer quem ele é como espécie, e isso integralmente falando, do biológico,
passando para o psicológico (seus sentimentos e pensamentos) e para a parte
mais elevada psicológica que corresponde ao constituinte espiritual (capacidade
volitiva e conhecimento intuitivo e direto) do ser humano, e também, faz o ser
humano esquecer quem ele é como indivíduo. Cada dia é vivido mais momentaneamente,
arrastado por angústia, medo, dor, instinto, ressentimento e por um descomunal
anseio por felicidade, mas que não consegue superar a condição de alívio
momentâneo quando obtido. As pessoas colocam na busca por esta felicidade toda
sua força, todo seu tempo, toda sua energia, mas ainda assim, dificilmente
superam o alívio momentâneo. Na maior parte do tempo, a vida é dor e
esquecimento, que são contrapostos com ininterrupta busca por alegria
momentânea e felicidade interminável, mas dificilmente se ultrapassa o alívio
momentâneo
Nós do World
Traditional Front somos vinculados às tradições universais humanas, podendo
variar conforme o indivíduo sua preferência ou vínculo. Por se tratar de
Ocidente, não podemos negar o valor da tradição grega como fundamento da alta
cultura que o Ocidente atingiu. O que a tradição grega legou ao Ocidente
adquiriu várias expressões, mas suas origens devem ser sempre reafirmadas. A
tradição pitagórica-socrática-platônica pode ser admitida como a medula da alta
cultura e do modo humano em alto nível almejado, e vivido em certos momentos no
Ocidente. Não se pode desconsiderar outras duas culturas centrais para a alta
cultura ocidental: a latino/romana e a germânica.
Nossas raízes ocidentais, nossas origens mais verdadeiras
como seres humanos, seja de modo individual, familiar, social ou como povo, é
grande, boa, forte, justa, amorosa e bela, na medida que o que temos de melhor
se impõe sobre o que temos de pior. É uma guerra interior que nunca terá fim,
mas se desistirmos dela, terminamos numa situação como agora, um relação de
quase todos contra todos, onde o terror do mundo vislumbrado faz o desejo do
alívio momentâneo e do esquecimento do resto ser o que resta e, em última
instância, uma sensação de que o ser humano não vale nada e não é confiável.
A memória apazigua dores, mas também reafirma nossa luz e
força própria, quem realmente somos. Pode parecer assustador, mas há os que
fomentam a destruição da memória da humanidade, e do que a humanidade pode ser
em alto nível. Esquecemos o que ela pode ser de melhor e ainda por cima estamos
testemunhando o que ela pode fazer de corrompido e ruim. Há um esforço, uma
estratégia sobre a humanidade, que no Ocidente está prevalecendo, de prender o
ser humano no esquecimento de quem ele é, com suas qualidade e defeitos.
A luta ou guerra interior é o único modo do ser humano se
realizar. Ninguém pode substituir essa luta em cada indivíduo, somente o
indivíduo pode vencer a si mesmo, isto é, seu lado melhor superar o seu lado
melhor.
Essa tradição, de batalha interior na Grécia, conforme a
história adentra em tempos imemoráveis, era regida pelo Templo de Delfos, sob o
domínio do deus Apolo ou Apolo Pito.
Sócrates perguntou a Alcibíades, um de seus seguidores (Platão,
Alcibíades,128e-129b.):
Poderíamos conhecer a arte que nos deixa melhores, se não soubéssemos quem somos?
E Alcibíades responde: “Impossível”.
E Sócrates continua referindo-se a máxima de Delfos do “conhece-te
a ti mesmo”:
Será porventura fácil conhecer-se a si mesmo – devendo ser considerado como de poucos cabedais o autor daquela sentença do templo de Pito – ou, pelo contrário, tarefa por demais difícil, que só está ao alcance de pouca gente?
Alcibíades responde:
Por vezes, Sócrates, quer parecer-me que está ao alcance de qualquer pessoa; de outras vezes afigura-se me por demais difícil.
Sócrates:
Quer seja coisa fácil, quer difícil, Alcibíades, o que é certo é que, conhecendo-nos, ficaremos em condições de saber como cuidar de nós mesmos, o que não podemos saber se nos desconhecermos.
Assim, a aventura humana nunca pode ser real sem manter
viva em seu ser as três perguntas que é da própria tradição universal “Quem
somos? De onde viemos? Para onde vamos?” e que no “conhece-te a ti mesmo” grego
foi lançada ao Ocidente! Eu sei que isso é difícil! Talvez o mais difícil, eu sei mesmo! Mas é o único caminho verdadeiramente humano. Essa luta interior quando travada o mundo melhora, e quando renunciada o mundo piora. A luta, a guerra interior, por mais difícil que seja, é a única que todos ganham! Saudações 2026!
| Oráculo de Delfos em sítio arqueológico na Fócida, Grécia. |
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