quinta-feira, 23 de outubro de 2025

Nova era da humanidade onde o Grande Jogo está aberto - por Mykel Alexander

 

Mykel Alexander


            Com um quarto de século XXI sendo concluído em 2025, os eventos atuais reiteram a perspectiva histórica-antropológica-filosófica de Oswald Spengler, talvez o maior historiador de todos os tempos, ou ao menos um dos que ocupariam o primeiro patamar, incluindo nomes da Antiguidade, da atualidade, do Oriente e do Ocidente.

            Mas qual é a perspectiva histórica-antropológica-filosófica de Oswald Spengler?

            Em primeiro lugar é uma perspectiva realista, que considera o ser humano em sua integralidade, isto é, considerando os componentes corporais, psicológicos (sentimento, racionalidade e vitalidade) e espirituais (capacidades profundas de força volitiva/força de vontade, intuição/conhecimento direto) do homem; em segundo lugar considera a realidade física da terra como determinante sobre a virtualidade de doutrinas contemporâneas como economia baseada em dinheiro virtual ou sobre a virtualidade de anseios ou expectativas de projeções ou prognósticos históricos que omitem a relevância quantitativa material dos recursos disponíveis no mundo bem como omitem também o peso instintivo da realidade biológico do homem, o que em linguagem vulgar significa negar a realidade racial (O. Spengler não colocava muito peso na biologia em si, mas entendia ela como um fator inegável como parte da corporeidade da realidade dos homens como entes constituídos de carne, sangue e ossos), o que levou a O. Spengler a classificar povos em agrupamentos que combinavam corpo-alma-espírito como apolíneo (matriz greco-mediterrânea), fáustica (matriz germânica) e mágico (matriz árabe-levantina); e em terceiro lugar, O. Spengler entende o homem, conforme a referida antropologia spengleriana, como parte do universo, sujeito a leis da natureza e cujo percurso na natureza exige um esforço humano em se relacionar com as outras realidades da natureza, em última instância, O. Spengler entende o homem como dependente de lidar com o tempo e espaço regrados não conforme otimismo ou pessimismo doutrinário, mas sim de acordo com os limites naturais da realidade, os quais são convertidos em realizações da criação humana na medida da capacidade do gênio humano de conhecer a realidade e de atuar de acordo com a realidade, por isso O. Spengler relembra os primeiros filósofos que eram homens completos, de ação e de inteligência, em contraste aos formadores de doutrinas sem compromisso com a verdade e sem rigor investigativo que abundam nas sociedades atuais; em quarto lugar, finalmente, O. Spengler esclareceu o que é cultura e o que é civilização: cultura é capacidade criadora e interiorização de saber ativo, enquanto civilização é uso e manutenção gradualmente decadente do que a cultura criou e obediência cega aos costumes de acordo com a conveniência do presente, sem compromisso com o passado nem com o futuro e, em última instância, civilização é o estágio inevitável e final do esgotamento da cultura de um povo.

            Em penetração histórica, a doutrina spengleriana mostra a humanidade como tendo inúmeros fins e recomeços, não necessariamente simultâneos em diferentes regiões do mundo, e o Ocidente tal como O. Spengler advertiu, terminou. 2025 marca o final do Ocidente. A civilização é o estágio final da cultura, e a civilização ocidental terminou.

            O conceito de Ocidente implica, de acordo com O. Spengler, a formação europeia que tem seu marco mais claro ao redor do início do primeiro milênio d.C., em que regiões com legado de alta cultura e que decaíram em seus estágios de civilização, tal como Itália, e Gália recebiam renovação cultural dos germânicos, se juntavam com os germânicos no centro, norte e nordeste da Europa, e como Grécia ao receber renovação cultural dos eslavos, formando o cerne do que seria a Europa, um conjunto de reinos germânicos, germânico-mediterrâneos, grego-eslavos e eslavos. Entre o século 11 d.C. e o século 16 d.C. os agrupamentos étnico-culturais da Europa estavam delineados em seus grupos principais os quais iriam ter desdobramentos fronteiriços e culturais até a Primeira Guerra Mundial, quando ao que se denominaria por Ocidente incluía também EUA e Canadá (Austrália e Nova Zelândia como sendo enclaves ocidentais no leste).

            Foi na Primeira Guerra Mundial que o Ocidente como alta cultura acabou. Essa alta cultura ocidental continha o gênio germânico, parte do gênio mediterrâneo e elementos intrusos abraâmicos na forma do cristianismo e suas fontes primárias abraâmicas, a saber a diáspora judaica. O conflito entre germanismo e abraâmismo já surge com o surgimento da Europa, quando no coração desta, os reinos germânicos da dinastia ottoniana no século XI d.C. os líderes germânicos viam na doutrina abraâmica, cujos luminares máximos na mentalidade popular eram Moisés representando a doutrina judaica, Jesus a doutrina cristã e Maomé a doutrina islâmica, não só um antagonismo ao germanismo e mesmo à romanidade e grecidade, mas à tradição universal. Assim na denominada Idade Média ocidental a disputa entre abraâmismo e a tradição universal irrompe dentro do cristianismo, e a malha abraâmica de clérigos fermenta e dispara ataques contra os imperadores germânicos no que iria a ser denominado de disputa entre guelfos (cléricos) e sociedade civil germânica (gibelinos).

O cristianismo ortodoxo de Constantinopla, em posse de relevante parte da tradição grega, foi assediado e agredido pelo fanatismo mais abraâmico do catolicismo, e ao falhar as operações cruzadas contra os islâmicos, os católicos lançaram uma cruzada contra os bizantinos, em 1204 em meio a Quarta Cruzada.    

            A cultura germânica, pese a perda da dinastia ottoniana, foi se impondo na Europa, como a alta cultura europeia, na medida que os sucessores dos Ottos, a dinastia Hohenstaufen implementa seu governo imperial. A partir de então a espiritualidade abraâmica do cristianismo foi sendo suplantada pela espiritualidade germânica dentro da própria cristandade conforme o gênio germânico ganhava voz e difusão: Alberto Magno (1193/1206-1280), Ulrico de Estrasburgo (1225-1277), Teodorico de Freiberg (1250-1310), Mestre Eckhart (1260-1328), Berthold de Moosburgo (?-1361) e Nicolau de Cusa (1401–1464) deram a espiritualidade que correspondia ao que se espera de melhor da superação do materialismo e de uma visão de mundo penetrante que a cristandade poderia ter, sem muito espaço para desenvolvimento do fanatismo. Quase todos estes luminares do cristianismo germânico foram ou censurados ou relegados ao papel coadjuvante pelas autoridades religiosas oficiais, e mesmo ramificações deste cristianismo germânico, com teor abraâmico, foram censuradas ou coagidas pelas autoridades da Igreja, tal como o discípulo de Alberto Magno, Tomás de Aquino (1225-1274).

            Se, por um lado, da matriz abraâmica judaica vieram os extremismos do cristianismo contra a romanidade, valendo-se do sentimentalismo e da delinquência: apelos sentimentais na retórica; depredação ao patrimônio Antigo material e espiritual, reiterando que nos 100 primeiros anos de cristianismo o contingente cristão era simplesmente contingente judaico, com doutrina escrita restrita ao Antigo Testamento na medida que somente após o século I a redação dos evangelhos passaram a ser concluídas em suas formas mais acabadas e passavam a ser difundida, ao passo que vertentes cristãs de asceticismo, com conteúdo espiritual de superar o materialismo, eram vistas pela maioria da cristandade, fanática, com sendo sem vontade de conquista universal, por outro lado, da matriz abraâmica cristã filo judaica da Reforma o fanatismo foi restaurado. Na população europeia a onda fanática de ódio contra a espiritualidade germânica foi difundida, especialmente nas ramificações calvinistas e anglicanas, de modo que importava mergulhar novamente no Antigo Testamento, na visão de mundo judaica, e sair da espiritualidade germânica-cristã. A polarização foi o resultado agitação calvinista e anglicana contra a espiritualidade germânica-cristã, e o banho de sangue estava sendo preparado para começar e durar...

            A expressão política da volta ao Antigo Testamento de instituições europeias, através do calvinismo e anglicanismo foi o retorno do filojudaísmo nos países baixos, com desenvolvimento do sistema bancário (banco central holandês e banco central inglês.) e das revoluções conjugando articulações da política subterrânea, da pirataria e da agitação publicista, além da ebulição do fanatismo, que arregimentava a população em polos entre emergentes burgueses filojudaicos (calvinistas e anglicanos) e o modo de ser germânico-cristão. Então as duas grandes subversões europeias: Revolução Holandesa e Revolução Inglesa, filojudaicas e com expansionismo predatório e de pirataria nas globalizadas frotas das Companhias da Índias holandesas e inglesas com as casas bancárias da City de Londres na retaguarda abriram caminho para a terceira grande subversão na Europa, a chamada Revolução Francesa. O materialismo se alastra ainda mais.

            Após a Revolução Francesa os judeus passaram a receber direito civil e direito político em vários Estados europeus, não de uma vez, mas gradualmente. O principal historiador judeu da primeira metade do século XX, Simon Dubnow realçou:

Os homens mais destacados da Revolução (Mirabeau e outros) exigiram na Assembleia Constituinte que se conferisse aos judeus os mesmos direitos civis que aos cristãos (1789).[1]

Sem tanta liberdade pública, a doutrina judaica, era pouco conhecida fora dos círculos judaicos, mas agora gozando das liberdades civis e políticas, era possível ao menos a publicidade judaica estar em evidência. O. Spengler advertia, cerca de 130 anos após a Revolução Francesa, que o Talmude, maior corpo doutrinário judaico, estranhamente era um material inexplicavelmente mantido sem estudos fora dos círculos judaicos e de alguns isolados apologistas ou polemistas. O Talmude podia ser algo mantido fora dos olhos não-judaicos, mas a publicidade judaica crescia na forma de movimentos sociais.

Anseios talmúdicos nutriam o tecido social judaico na Europa, Império Russo e na América em especial, e literários e publicistas judaicos como Heinrich Heine (1797-1856) e Moses Hess (1812-1875) externavam revanche contra a romanidade e o germanismo num anseio de domínio universal judaico, um movimento sionista. No Império Czarista durante o século XIX parte da elite czarista estava ciente do conteúdo talmúdico e iniciou um processo de contra-doutrinação talmúdica dentro dos núcleos judaicos do Império Czarista, enquanto nos EUA os grupos financistas procedendo da City de Londres inauguravam sucursais, lucrando com a Guerra Civil dos EUA e preparando a Guerra Civil na Rússia, nos mares sob a liderança do Primeiro Ministro judeu Benjamin Disraeli (1804-1881) o Império Britânico inaugura o imperialismo saqueador nos sete mares, ao mesmo tempo que a quarta subversão na Europa irrompia sob a agitação do judeu Karl Marx (1818-1883), que fora influenciando de modo marcante pelos referidos H. Heine e M. Hess. Os planos judaicos para o mundo eram de condução da humanidade, conforme a primeira grande organização judaica internacional formalmente reconhecida, a Alliance Israélite Universelle em que Isaac-Jacob Adolphe Crémieux (1796-1880) entendia que deveria abrir o caminho para que os judeus “o povo eleito de Deus” pudesse assumir a direção do mundo. Extremos e polarização na política assumem suas formas no século XIX: liberalismo e marxismo, ou direita e esquerda. A agitação e as subversões se alastram na Europa, coração do Ocidente.

            O mesmo Simon Dubnow jactou-se:

A igualdade de direitos dos judeus ficou sancionada em forma de lei em toda Alemanha. Os adversários da nova ordem estabelecida que exerceram a primazia nos anos da década de 1850, fizeram restringir esses direitos, mas chocaram com a resistência da parte liberal da sociedade, na qual os israelitas desempenhavam já um papel preponderante. O fortalecimento da Prússia depois da guerra com Áustria(1866) e a unificação da Alemanha depois da guerra com a França (1870) ajudaram a vigorar a Constituição alemã e a igualdade de direito dos judeus, encadeada a ela. {...} Nas profissões liberais de advogados, médicos engenheiros, professores, escritores e periodistas os judeus foram ocupando um sítio cada vez mais destacado.[2]        

            Então em profusão brotam desenvolvimentos sucessores de K. Marx, de S. Freud e dos burocratas liberais das casas bancárias da City (os judeus Rothschild se gabavam de ter várias nações em guerra devendo para eles e de terem ao mesmo tempo estrutura financista e mídia que estimulasse tal visão financista) o marxismo, freudismo, liberalismo em suas variações na virada do século XIX para XX, que se espalharam e enraizaram nas nações após a Primeira Guerra Mundial e a subversão bolchevique na Rússia, esta última sob proeminente liderança judaica.

        A cultura indo-europeia dos germânicos que tanto fez para se libertar do abraamismo, ao mitigar o máximo possível na Idade Média o fanatismo abraâmico inerente ao cristianismo, fomentando a espiritualidade cristã-europeia; que desenvolveu as ciências de maneira integral de modo a servirem ao homem e não ao homem ser escravo dela, ou, em outras palavras, que primou pela imperativo espiritual prevalecer sobre o imperativo biológico-material no homem, era atingindo pelas convulsões da Primeira Guerra Mundial e dos rescaldos desta. O mal-falado nazismo, na mente popular expressa propaganda judaico-sionista difundia via mídia, tal como Hollywood e sua produção anual de filmes que pretendem formar a versão histórica das massas ocidentais ao ocupar na mente destas o lugar do estudo crítico, tentando fazer virar um dado histórico que os nazistas eram vilões e quem os combatia eram mocinhos. Mas isto não é um padrão novo, pois em Hollywood não são os nazis apenas vilões, porque são também vilões os romanos, e isto é na verdade um padrão bíblico de “com judeus é bom e contra judeus é ruim”. Tivemos esse padrão no século IV d.C. com Contra os Gentis (também traduzido como Contra as Nações) de Arnóbio de Sica (255-33- d.C.), no século V d.C. na Cidade de Deus de Agostinho de Hipona (354-430 d.C.). Retrocedendo no tempo se atesta que na luta entre o judaísmo e o helenismo, as divindades gregas que protegem os humanos e promovem o aprimoramento espiritual destes, os daimons ou daimonions, passaram a ser alvo da publicidade judaica a partir do século III a.C., sendo colocadas como ruins, daí a origem da conotação ruim do termo demônio, originalmente significando divindade bem-feitora e protetora. Retrocedendo no tempo, entre os séculos VIII e VI a.C. similar publicidade de difamação foi feita pelo judaísmo sobre a divindade do Oriente Médio denominada por Satã, cuja finalidade frente a humanidade era similar ao dos daimons ou daimonions. Hoje, a mais abraâmizada vertente cristã no Brasil, a evangélica, acusa as estátuas católicas de serem receptáculos de forças malignas. Mesmo padrão em todos os casos: “com judeus é bom e contra judeus é ruim”: Satã, demônio, Hitler e imagens de santos, todos conforme o caso são difundidas no abraamismo, seja em fonte primária, a judaica, ou em fontes emancipadas, como o cristianismo, como forças definitiva e derradeiramente ruins. O padrão fundamental não é uma apuração cosmológica, teológica ou histórica, mas sim “com judeus é bom e contra judeus é ruim”.

As narrativas do alegado holocausto, praticamente todas foram apuradas em seus temas centrais. Quando confrontadas com o rigor investigativo, evidenciou-se que eram absurdas invenções ou improvisadas falsificações: crematórios que alegaram funcionar em ritmo impossível de operar; cômodos ou recintos rústicos alegados serem câmaras de gás, mas eram sem estrutura correspondente alguma para tal procedimento; logística e documentos incompatíveis com operação e plano de genocídio, entre outros. Além disso, as ditas confissões de oficiais nazistas foram na verdade extrações de declarações sob tortura completa, física e psicológica. Diante da investigação rigorosa empreendida pelo revisionismo, em 21 de fevereiro de 1979 um manifesto assinado por 34 historiadores afirmando que o alegado Holocausto judaico ocorreu foi publicado no jornal francês Le Monde:

Não é necessário imaginar como, tecnicamente, tal assassinato em massa foi possível. Foi tecnicamente possível porque ele aconteceu. Esse é o ponto de partida compulsório para toda investigação histórica sobre esse assunto. É apropriado que simplesmente repitamos esta verdade; não há e não pode haver qualquer debate sobre a existência das câmaras de gás.

            Desde então censura, coerção e prisão para apuração do tema começaram a aparecer em alguns países, ao mesmo tempo que o que se evitava rigor investigativo, o alegado holocausto, era alardeado como fato histórico investigado, e as críticas eram afirmadas procederem de implicância gratuita contra os judeus, o denominado antissemitismo ou mesmo informações infundadas. Porém, como o alegado holocausto está no cerne do maior conflito histórico, o tipo de abordagem do tema e o que pode e não pode ser argumentado sobre o tema implica nas mais profundas questões geopolíticas. Trata-se, em termos de mentalidade, do retorno do fanatismo abraâmico na mentalidade das massas e da sociedade, ocupando o lugar da Igreja e dos tipos de coerções e inquisições medievais e da cristandade da Antiguidade, quando a posse de livros do herege Ário (256-336 d.C.) significava pena de morte e quando os livros do neoplatônico Porfírio (234-304/309 d.C.) foram colocados a caça para serem queimados sob as ordens dos imperadores Teodósio II (401-450 d.C.) e depois por Valentiano III (419-455 d.C.).

            Pois bem, é uma disputa de poder e de visão de mundo entre o judaísmo (ao menos entre a elite da tradição judaica num todo, no que concerne redação dos textos tradicionais bem com implementação social da doutrina em questão) e os demais povos. Conforme mencionado, O. Spengler apenas chamou a atenção de que o Talmude deveria ser começado a ser estudado como uma importante área do saber. Mas, por outro lado, no que concerne aos demais povos, os gentis conforme uma das denominações da tradição abraâmica para se referir aos não judeus, O. Spengler captou o modo de como se tornam suscetíveis a aceitação de fanatismo ou corrupção ou submissão, mas principalmente ao conformismo. Ele alude aos phelas do Egito e aos párias da Índia como uma formação final da época de fim da civilização. Os phelas e párias correspondem ao homem massa que o próprio O. Spengler identifica e que ficou em destaque na obra de Ortega & Gasset, Rebelião das Massas.

            O homem massa é o homem ou a maior parte da sociedade atual:

Massa é todo aquele que não atribui a si mesmo um valor – bom ou mau – por razões especiais, mas que se sente ‘como todo mundo’ e, certamente, não se angustia com isso, sente-se bem por ser idêntico aos demais.[3]

            Os phelas no Egito, os párias na Índia e as massas atuais podem ser entendidos como não pertencentes às quatro funções sociais (sacerdotal, político-guerreira, comerciante/empreendedora e servil/braçal) que o estudo comparado atesta ser a base das altas culturas e suas respectivas civilizações em que se completam umas às outras formando um Estado orgânico.

E é indubitável que a divisão mais radical que deve ser feita na humanidade é dividi-la em duas classes de criaturas: as que exigem muito de si mesmas e se acumulam de dificuldades e deveres, e as que não exigem de si nada de especial, para as quais viver é ser a cada instante o que já são, sem esforço para o aperfeiçoamento de si próprias, bóias que vão à deriva.[4]

            Daí a situação atual do Ocidente ser o dissolução final, as massas querem apenas viver a cada estante o que já são, à deriva, cada indivíduo por si mesmo, mas todos no fluxo que o momento apontar, num movimento em massa.

            Contra isso não há outra opção: é o trabalho contínuo do que justifica ser um ser humano, um ἄνθρωπος/ánthrôpos, denominação do ser humano consolidada na Grécia Clássica na Academia de Platão “como o único ser capaz de receber conhecimento de base racional.” (Platão, Definições), que deve ser feito. Porém, é certo que só o conhecimento e a razão não bastam, o homem tem em sua alma outros constituintes, tal como o sentimento e a força colérica que também atuam com seu espírito, isto é, com sua força volitiva e a intuição, de modo que o homem é em seu cerne uma unidade de corpo, alma e espírito. Portanto o homem tradicional é o homem que tem na alma seu fundamento. Devemos ser antes alma, centro de nosso ser, que possui corpo e não corpo que possui uma alma como acessória. Devemos ter, nós ocidentais, como nosso mais sagrado Deus a divindade de Delfos, da Antiga Grécia, em que sua máxima era:

“Conhece-te a ti mesmo”

            “Conhecer a si mesmo” é o oposto do homem massa, é em última instância um compromisso consigo próprio e com a verdade. Nada é mais íntimo de cada ser humano do que isso! Nada é mais fundamental e mais importante do que isso, pois de tal conhecimento é que o homem obtém sua liberdade, que na tradição grega significa ser o melhor de si próprio se impondo sobre o pior de si próprio, isto é, ser senhor de si próprio, o que é contrário de ser escravo de si próprio, o que equivale ao nosso pior se impor sobre o nosso melhor. Este é sentido original da escravidão. Quem é escravo do seu pior, tende a ser escravo de tudo o mais.

Oráculo de Delfos em sítio arqueológico na Fócida, Grécia.


Mas o Grande Jogo, isto é, a geopolítica, a disputa entre as nações é uma disputa real entre os protagonistas está aí: de um lado, as forças do judaísmo internacional e sua expressão sionista, com seus anseios messiânicos, tal como proferiu o já mencionado líder judeu Isaac-Jacob Adolphe Crémieux:

As nacionalidades devem desaparecer! As religiões devem perecer! Israel, porém, não parará, pois este pequeno povo é o escolhido por Deus.[5]

            Ao lado de Israel está quase todo cristianismo do mundo, parte dos islâmicos, por afinidades doutrinárias de pertencerem ao abraâmismo, mas também estão os corruptos líderes ocidentais em grande parte.

Do outro lado estão os povos do mundo, a maior parte não abraâmica (chineses, hindus e seculares) cada qual tentando ao seu modo melhorar suas condições. Alguns como russos, chineses e hindus se recuperando de muito tempo de decadência.

Nós, como ocidentais em verdadeiro sentido, temos nossas raízes na tradição indo-europeia, especialmente romana e germânica, com antepassados gauleses, ibéricos, gregos, eslavos e nórdicos. As tradições universais com seus grandes representantes atuais, sejam hindus ou chinesas, compartilham conosco a fundamental herança universal e arcaica de que somos cada indivíduo um microcosmos num macrocosmos, com sua miríade de divindades a qual procede de uma divindade suprema e difícil de conceber como algo além de uma toda poderosa ordenação, mas suficiente para o gênero humano trilhar sua via de aperfeiçoamento integral, em contraste com a cegueira, com o ódio doentio de vingança e ressentimento, com a deformação da justiça para atender os próprios anseios, conforme consta no Jeová da tradição abraâmica, isto é, com a base da Bíblia de das tradições abraâmicas.

O mundo alterna-se em tempos de paz onde prevalece o trabalho produtivo e a prosperidade e em tempos de guerra, onde reafirmamos nossa identidade e dirigimos nossas forças para contribuir no reestabelecimento do que o mais sábio de nossa tradição ancestral, a do oráculo de Delfos e da tradição pitagórica-socrática-platônica, afirma ser como maior causa e finalidade da realidade: o bom, o belo e o justo. Os três, um exigindo os outros dois. Não estamos em tempos de paz... Nossa tradição exige que trabalhemos em nossa alma buscando o bom, o belo e o justo, e que trabalhemos também na realização do bom do belo e do justo no mundo, cabendo primeiro entre nós, e depois em trabalho conjunto com os demais povos, os quais possuem suas próprias origens tradicionais que convergem com nossas bases verdadeiramente ocidentais, indo-europeias.  


Notas

[1] Nota de Mykel Alexander: Simon Dubnow, MANUAL DE LA HISTORIA JUDIA (DESDE OS ORIGENES HASTA NUESTRIS DIAS), EDITORIAL S. SIGAL, BUENOS AIRES, 1955, p. 576.

[2] Nota de Mykel Alexander: Simon Dubnow, MANUAL DE LA HISTORIA JUDIA (DESDE OS ORIGENES HASTA NUESTRIS DIAS), EDITORIAL S. SIGAL, BUENOS AIRES, 1955, p. 588.

[3] Nota de Mykel Alexander: José Ortega Y Gasset, A Rebelião das Massas, Editora Martins Fontes, São Paulo, 2007, 3ª edição. Traduzido do original em espanhol por Marylene Pinto Michael. Página 45.

[4] Nota de Mykel Alexander: José Ortega Y Gasset, A Rebelião das Massas, Editora Martins Fontes, São Paulo, 2007, 3ª edição. Traduzido do original em espanhol por Marylene Pinto Michael. Página 45.

[5] Nota de Mykel Alexander: Adolphe Crémiuex, 1861, Archives Israélites 1861, nr. 25, pág. 514 até 520. Citado em {Questão Judaica - Alemanha - Globalismo} - Guerra e Objetivos de Guerra, por Horst Mahler, 28 de setembro de2025, World Traditional Front.

https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2025/09/guerra-e-objetivos-de-guerra-por-horst.html


Sobre o autor: Mykel Alexander possui Licenciatura em História (Unimes, 2018), Licenciatura em Filosofia (Unimes, 2019) e Bacharel em Farmácia (Unisantos, 2000).

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