Continuação de Confissões de homens da SS que estiveram em Auschwitz - por Robert Faurisson - parte 5
Robert Faurisson |
10. CONFISSÕES FORÇADAS
Nós
todos sabemos que confissões forçadas são moeda corrente, especialmente em
tempo de guerra. Os soldados americanos na Coréia, como no Vietnã, não deixaram
de confessar “espontaneamente” os piores absurdos. As pessoas muitas vezes
acreditam que “confissões espontâneas” são uma especialidade do mundo
comunista. Isso ignora o fato de que franceses, britânicos e americanos fizeram
grande uso da tortura para, por exemplo, os conquistados da última guerra. Observando
com atenção o que os franceses fizeram, eu tenho feito uma investigação de
precisão quase cirúrgica sobre as execuções sumárias em toda uma pequena região
da França na época da Libertação em 1944. É absolutamente impossível publicar
meu manuscrito, dada a escândalo que causaria e que teria repercussões, posso
dizer, até a Presidência da República, que se opõe (imagine!) à exumação de
pessoas executadas por unidades dos Maquis {grupos da resistência francesa
contra os alemães em guerrilhas pelos bosques}. Essas pessoas às vezes eram
torturadas. Mas a experiência também tem me ensinado que é preciso desconfiar
de algumas histórias de tortura física. Existem algumas pessoas pervertidas que
têm um verdadeiro prazer em inventar todos os tipos de histórias desse tipo. Em
The Hoax of the Twentieth Century, nas páginas 188-192, o Dr. Butz
apresenta uma análise profunda e sugestiva de confissões forçadas e tortura. A
sua inteligência brilhante, para não dizer o seu génio, dita-lhe por vezes,
como bem você sabe, observações de tão grande pertinência que nos espantamos e
nos envergonhamos de não as ter feito nós próprios. Aqui está um exemplo disso,
tratando de tortura física; não está isso carecendo de humor:
Finalmente, nós devemos observar que quase nenhum de nós, certamente não este autor, já experimentou tortura nas mãos de profissionais empenhados em um objetivo específico e, consequentemente, nós podemos suspeitar, para colocá-lo muito diretamente, que nós simplesmente não sabemos o que nós estamos falando quando nós discutimos as possibilidades de tortura. (página 192)
É
fácil, eu penso, obter confissões forçadas de um homem que se mantém à sua
mercê. A tortura física não é absolutamente necessária. Eu quero dizer que não
é absolutamente necessário bater na vítima. Algumas vezes é suficiente gritar e
ameaçar. Uma reclusão e um isolamento prolongado, como foi o caso de Aldo Moro,
podem criar uma sensação de pânico e levar a um tipo de loucura. A pessoa
estará preparada para assinar qualquer tipo de declaração afim de sair de lá.
Se um oficial recusa uma confissão, ele pode ser ameaçado de perder seus homens
e vice-versa. Eles vão ameaçá-lo com a perda de sua esposa e seus filhos. Eu estou
certo de que toda resistência física ou mental pode ser eliminada por meios
muito simples. Por exemplo, oferecerão a um prisioneiro condições de hospedagem
dignas de um hotel decente e lhe darão o quanto ele quiser comer, mas... não
lhe darão nada para beber. Ou, na verdade, ele terá o suficiente para comer e
beber, mas eles acenderão sua cela dia e noite com tanta força (veja o exemplo
de Nuremberg) que ele não poderá mais dormir. Muito rapidamente ele se tornará
um trapo humano preparado para de modo contrariado murmurar qualquer tipo de
confissão.
Um
efeito temível da tortura é aproximar a vítima de seu torturador. A vítima
ofegante separa-se em pensamento daqueles a quem deve amar para se unir àquele
a quem deve temer e odiar. Ele não quer mais ter nada em comum com aqueles
cujas ideias compartilha: ele vem a odiar aquelas ideias e aquelas pessoas
porque essas ideias, finalmente, lhe custaram muito sofrimento e aquelas
pessoas – seus amigos – lhes parecem como uma exprobração de viver. Ao
contrário, há tudo a se esperar do torturador. Ele está na posse do poder, o
qual sempre, apesar de tudo, goza de certo prestígio. Os deuses estão do lado
dele. É ele quem possui a solução para todos os seus sofrimentos. O torturador
vai lhe propor esta solução quando, se ele desejasse, ele poderia matá-lo ali
mesmo ou torturá-lo sem suspensão temporária. Aquele torturador, que propõe que
você assine uma simples folha de papel onde estão escritas algumas palavras, é
bom. Como você pode resistir a ele quando se sente tão fraco e tão sozinho?
Aquele torturador torna-se irresistível quando, em vez de exigir de você uma
confissão precisa e totalmente contrária à verdade, ele lhe propõe uma espécie
de compromisso: uma confissão vaga baseada em uma verdade parcial. Em
1963-1965, no julgamento de Frankfurt, o juiz do tribunal tinha como primeira
preocupação não a verdade, pois achava que a verdade já havia sido
completamente encontrada, mas a medida do GRAU DE ARREPENDIMENTO de cada um dos
acusados! Na página 512 do livro de Hermann Langbein, citado acima, vemos o
juiz mostrar sua preocupação em discernir até que ponto o acusado Pery Broad
tinha um sentimento do Mal: ele declarou em toda candidez: desempenha um
papel importante neste processo. “Você vê, uma consciência de fazer errado
desempenha uma grande parte neste processo.” Quantas vezes os réus alemães
devem ter ouvido essa observação da boca de seus carcereiros, seus magistrados
de investigação e, especialmente, de seus advogados! Depois disso, como um
homem inteligente e sensato como Pery Broad se recusaria a contar a história
estúpida sobre um homem da SS anônimo que ele é suposto ter noticiado um
dia, à distância, no processo de liberar um líquido misterioso pela abertura do
teto da... a “câmara de gás” de Auschwitz (o campo original)? Pery Broad
provavelmente sabia que ninguém viria perguntar a ele, entre outras questões:
Mas como você poderia saber que aquele era o teto de uma “câmara de gás” e não de um necrotério? Você entrou no local? Se você fez, você pode nos dizer como isso foi organizado? Não é loucura da parte dos alemães terem colocado uma “câmara de gás” logo abaixo das janelas daquele hospital SS e sob as janelas do prédio administrativo onde você mesmo se encontrava naquele dia? A evacuação do vapor do gás cianídrico teria, portanto, sido dirigida aos SS do hospital ou aos SS da administração? Não é assim?
Tais
são as questões que o tribunal não fez a Pery Broad.
Seria
desumano reprovar novamente Pery Broad, Dr. Kremer, Rudolf Höss e alguns homens
da SS por suas absurdas confissões forçadas. É de se surpreender
grandemente o número risível dessas confissões quando se pensa nas centenas de SS
dos campos de concentração que foram presos pelos Aliados. Entre todos aqueles
que foram enforcados ou fuzilados ou que cometeram suicídio, quantos muitos
deixaram confissões? Um punhado considerando o assunto das alegadas “câmaras de
gás.” Em relação a outros assuntos, talvez haja confissões mais numerosas. Eu sou
levado a acreditar que os poloneses e os soviéticos devem ter obtido uma
multidão de confissões; os homens da SS tinham que atacar uns aos
outros, como todos os homens da mesma causa perdida eram mais ou menos
obrigados a fazer. Se houve muito poucas confissões dos SS concernindo
as “câmaras de gás,” não foi graças à coragem dos homens SS – pois, mais
uma vez, parece-me que ninguém pode resistir verdadeiramente a um torturador
que é algo de um psicólogo –, mas simplesmente porque, sobre esse assunto, seus
torturadores não sabiam muito bem o que fazê-los afirmar precisamente. Não
tendo nenhuma realidade material sobre a qual construir suas mentiras sobre as “câmaras
de gás” – aqueles matadouros os quais de fato nunca existiram – os torturadores
foram reduzidos a inventar algumas pobres coisas e alguns estereótipos eles que
atribuíram a pessoas como Rudolf Höss, Pery Broad e Johann Paul Kremer.
11. UMA CONCLUSÃO PRÁTICA
Em
conclusão, se, em sua presença, um Exterminacionista {aquele que afirma que o
alegado Holocausto realmente ocorreu} deve basear sua tese sobre a realidade
das “câmaras de gás” de Auschwitz ou de qualquer outro campo no argumento de
algumas confissões, aqui, na minha opinião, é a conduta a seguir:
1 – Pergunte se ele vai primeiro enumerar essas confissões uma a uma;
2 – Peça-lhe que pontue a confissão que, em sua opinião, é a mais convincente;
3 – Concorde em ler essa confissão no idioma (acessível para você) e na forma que, novamente, seu questionador irá escolher livremente;
4 – Compare o texto supostamente original dessa confissão com o texto que o seu interlocutor lhe terá fornecido;
5 – Decifre esse texto linha por linha e palavra por palavra, sem fazê-lo dizer mais ou menos que isso diz; anote cuidadosamente o que o autor da confissão alega ter visto, ouvido ou feito pessoalmente; um truque tradicional dos tribunais alemães consistiu, como foi o caso do julgamento de Johann Paul Kremer em Münster em 1960, em escorregar uma confissão fraca que o acusado fez em uma apresentação muito longa sobre “gaseamento” de tal forma que o leitor acredita que todo o relato vem do acusado; o leitor imagina que o acusado fez um relato detalhado dos acontecimentos; não é nada desse tipo; é necessário “limpar profundamente” do texto todas as contribuições do juiz a fim de fazer o julgamento, que o testemunho é aproximadamente tão inconsistente quanto ele é breve e vago.
6 – Veja se a confissão se sustenta, se é coerente, se não infringe nenhuma lei da física ou da química elementar; seja muito materialista, como se tivesse que estudar um milagre de Lourdes; tente ver os lugares onde se diz que a ação tem ocorrido; veja o que permanece dele; algumas ruínas podem ser muito instrutivas; procurar as plantas dos lugares ou dos edifícios;
7 – Veja, possivelmente, se o texto da confissão está na caligrafia do homem que confessou; veja se este texto está em sua língua materna ou em outro idioma; os Aliados costumavam obrigar os alemães a assinarem textos redigidos em francês (Josef Kramer) ou em inglês (Rudolf Höss) e acrescentaram com toda a tranquilidade que garantiam que este texto tinha sido traduzido ao acusado na sua própria língua, com muita fidelidade (e que além disso na ausência de qualquer advogado);
8 – Procure saber quem obteve essa confissão, quando e como; pergunte a si mesmo: de quem o homem que confessou dependia para beber, comer e para dormir?
Eu
acho que eu não preciso adicionar outras recomendações (por exemplo, quanto à
autenticidade material ou documental do texto a ser estudado). Você entendeu
que estou estabelecendo um método de investigação que é elementar e em tudo nada
original. É um método de rotina que se aplicaria automaticamente se se tratasse
de matérias criminais ordinárias as quais são excepcionais por sua suposta
natureza, muito longe de redobrar a prudência e fazer apelo para um método
comprovado, elas mostram uma incrível leveza. O bom método consiste sempre
quando é uma questão de um inquérito, de uma análise ou de qualquer trabalho,
de “começar pelo começo.” De fato, a experiência tem me ensinado que muitas
vezes nada é mais difícil e menos espontâneo do que “começar do começo.” Foi
somente depois de alguns anos de pesquisa sobre as “câmaras de gás” e depois de
ter pronunciado as palavras “câmaras de gás” talvez milhares de vezes que um
belo dia eu acordei com a seguinte questão: “Mas, de fato, o que de verdade aquelas
palavras podem significar? A que realidade material elas podem realmente se
relacionar?” Fazer essas questões era encontrar muito rapidamente nelas uma
resposta. Essa resposta você sabe: é que as “câmaras de gás” homicidas dos
alemães somente nasceram em mentes doentes. É hora de o mundo inteiro acordar e
perceber isso. A Alemanha, em particular, deveria acordar desse pesadelo
assustador. É hora de que uma história verídica da Segunda Guerra Mundial seja
escrita.
NOTAS
Eu
reproduzo aqui o texto do verbete de 2 de setembro de 1942 (Diário de Johann
Paul Kremer) após a fotocópia do original tal como se encontra nos Arquivos
Nacionais de Washington (Doc. #NO-3408). Algumas obras Exterminacionistas {aqueles
que afirmam que o alegado Holocausto realmente ocorreu} reproduzem a fotografia
deste registro entre outros registros do diário. Mas o leitor tem poucas
chances de decifrar cada palavra da caligrafia alemã do Dr. Kremer. Ele estará
inclinado a ter confiança na reprodução impressa que lhe proporão, por exemplo,
na margem; que é o caso de KL Auschwitz, Arbeit Macht Frei,
editado pelo Comitê Internacional de Auschwitz, 96 páginas (sem data). Na
página 48 aparece uma fotografia de uma página manuscrita do diário na qual se
encontram três entradas no diário relativas a cinco datas (1 a 5 de setembro de
1942). Na margem, você descobre a alegada reprodução impressa da entrada única
do diário de 2 de setembro. Essa reprodução aparece em francês, inglês e
alemão. Em francês e inglês, o texto é ultrajadoramente distorcido. Em alemão,
era muito difícil distorcer o texto de maneira semelhante, já que a fotocópia
do manuscrito fica à disposição do leitor. Mas devemos ter confiança ilimitada
de que os Exterminacionistas {aqueles que afirmam que o alegado Holocausto
realmente ocorreu} falsificarão textos que os embaraçam. O Comitê Internacional
de Auschwitz encontrou uma solução graças a um truque tipográfico. Após a
palavra Sonderaktion, os autores do livro imprimiram no mesmo tipo de
letra o seguinte parêntese, como se fosse do Dr. Kremer: “So wurde die
Selektion und das Vergasen genannt” (“Assim eles se referiam à seleção e
gaseamento”). Ou o leitor, como é altamente provável, não notará a diferença
entre o texto manuscrito e o texto impresso e então acreditará que é uma confissão
transmitida pelo Dr. Kremer, o o qual lhe parecerá tanto mais normal quanto, de
acordo com um mito exterminacionista {o que afirma que o alegado Holocausto
realmente ocorreu}, os nazistas gastaram seu tempo inventando uma linguagem
codificada para encobrir seus crimes; ou então o leitor verá a diferença entre
os textos e então os autores pleitearão um simples e inocente erro tipográfico.
Serge
Klarsfeld, como eu disse acima, usou esta página falaciosa em seu Memorial
of the Deportation of the Jews from France {Memorial da Deportação dos
Judeus da França}. É assim que os truques históricos se espalham e se
perpetuam. Aqui está o texto do manuscrito original em sua forma autêntica:
Zum 1. Male draussen um 3 Uhr früh bei einer Sonderaktion zugegen. Im Vergleich hierzu erscheint mir das Dante’ sche Inferno fast wie eine Komödie. Umsonst wird Auschwitz nicht das Lager der Vernichtung genannt!
Finalmente,
aqui está o texto da passagem da carta de 21 de outubro de 1942 endereçada à
senhorita Gla[ser]:
[...] Definitiven Bescheid habe ich allerdings noch nicht erwarte jedoch, dass ich vor dem 1. Dezember wieder in Münster sein kann and so endgultig dieser Hölle Auschwitz den Rükken gekehrt habe, wo ausser Fleck usw. sich nunmehr auch der Typhus mächtig bemerkbar macht...
Eu
reproduzo o texto com seus erros de pontuação e soletração.
Tradução
e palavras entre chaves por Mykel Alexander
Fonte: Confessions of SS men who were at Auschwitz, por Robert Faurisson, The Journal for Historical Review, verão de 1981, volume 2, nº 2, página 103.
http://www.ihr.org/jhr/v02/v02p103_Faurisson.html
Sobre o autor: Robert Faurisson (1929-2018), teve por anos sido o líder revisionista sobre o tema do alegado Holocausto.
Formou-se em Sorbonne, Paris, em Letras Clássicas (Latim e Grego) obtendo o seu doutorado em 1972, e serviu como professor associado na Universidade de Lyon na França de 1974 até 1990. Ele é reconhecido como especialista de análise de textos e documentos. Depois de anos de pesquisa privada e estudo, o Dr. Faurisson fez pública suas visões céticas sobre a história de exterminação no Holocausto em artigos publicados em 1978 no diário francês Le Monde. Seus escritos sobre a questão do Holocausto têm aparecido em vários livros e numerosos artigos acadêmicos e foi um frequente contribuidor do The Journal of Historical Review. Por suas pesquisas sofreu muitas perseguições pela patrulha judaico-sionista ou pelas patrulhas àquelas vinculadas, além de um atentado contra sua vida no qual lhe deixou hospitalizado, porém manteve sempre em primeiro lugar seu compromisso para com a busca pela verdade durante toda sua vida, mantendo-se em plena atividade investigativa até a data de seu falecimento.
Mémoire en défense (contre ceux qui m'accusent de falsifier l'Histoire: la question des chambres à gaz), Editora La vieille taupe , 1980.
Réponse à Pierre Vidal-Naquet. Paris: La Vieille Taupe, 1982.
Réponse à Jean Claude Pressac Sur Le Problème Des Chambres à Gaz, Editora R.H.R., 1994.
Quem escreveu o diário de Anne Frank (em português impresso pela Editora Revisão).
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Relacionado, leia também:
As câmaras de gás: verdade ou mentira? - parte 1 - por Robert Faurisson (primeira de seis partes, as quais são dispostas na sequência).
A Mecânica do gaseamento - Por Robert Faurisson
O “problema das câmaras de gás” - Por Robert Faurisson
As câmaras de gás de Auschwitz parecem ser fisicamente inconcebíveis - Por Robert Faurisson
A mentira a serviço de “um bem maior” - Por Antônio Caleari
O valor do testemunho e das confissões no holocausto - parte 1 - Por Germar Rudolf (primeira de três partes, as quais são dispostas na sequência).
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