terça-feira, 17 de setembro de 2024

As fornalhas de cremação de Auschwitz - parte 1 - por Carlo Mattogno e Franco Deana

 

Carlo Mattogno


1. Observações Preliminares

A primeira versão desta contribuição foi escrita originalmente em 1993, quando eu tinha acabado de começar a coletar material de base sobre tecnologia de cremação em geral e sobre os fornos de cremação instalados em Auschwitz em particular. Ao longo dos 15 anos subsequentes, o meu conhecimento histórico e técnico deste tópico aumentou de tal forma que a edição inglesa do meu estudo sobre os fornos de cremação de Auschwitz, publicado em 2015, foi dividida em três volumes, o primeiro consistindo do texto (480 páginas), o segundo de uma coleção de documentos (300 documentos, 476 páginas), e o terceiro de 364 fotos coloridas e 22 em preto e branco (242 páginas).1 O artigo a seguir ainda se baseia em meu artigo inicial de 1993, mas foi atualizado para incorporar o conhecimento adquirido através dos anos. O breve capítulo sobre as cremações de Auschwitz também exigiria uma revisão radical como resultado de novos conhecimentos, mas o tema em si é demasiado complexo para ser resumido em apenas algumas páginas. O leitor interessado pode, em vez disso, consultar uma monografia que eu tenho escrito sobre esse tópico.2 Portanto, eu mantive esse capítulo como estava, embora tenha plena consciência das suas deficiências. Embora eu tenha sido o autor do presente artigo, o falecido Dr. Eng. Franco Deana deveria realmente ser considerado um coautor, pois deve ser reconhecida a preciosa assistência que sempre me prestou ao longo dos anos.

 

2. Introdução

Se um extermínio monstruoso de muitas centenas de milhares de pessoas ocorreu nas câmaras de gás de Auschwitz e Birkenau durante a Segunda Guerra Mundial, e se os corpos da maioria destas vítimas foram eliminados nas instalações de cremação desses campos, então a ‘arma do assassinato’ – a câmara de gás homicida – tem uma contrapartida essencial: o forno de cremação.

‘Testemunhas oculares’ tentaram persuadir-nos de que os fornos de cremação de Auschwitz e Birkenau eram engenhocas satânicas que operavam muito fora do reino das leis físicas3, e não instalações de cremação comuns sujeitas às mesmas leis da química, da física e da engenharia térmica como todos os outros tais dispositivos. Os historiadores têm escolhido por confiar cegamente nestas testemunhas e, no processo, deixaram-se levar por afirmações inteiramente erradas.4

Além dos revisionistas, Jean-Claude Pressac é o único investigador que abordou o problema histórico da cremação de corpos em Auschwitz e Birkenau a partir de uma perspectiva técnica.5 Em seu livro Auschwitz: Technique and Operation of the Gas Chambers ele chega às seguintes conclusões:

– As três fornalhas de mufla dupla no Crematório I do Campo Principal de Auschwitz tinham capacidade para 340 cremações num período de 24 horas.6 Em 1993, ele reduziu este número para 200-250 por dia.7

– As cinco fornalhas de mufla tripla nos crematórios II e III em Birkenau tinham, cada uma, uma capacidade máxima entre 1.000 e 1.500 cremações por 24 horas8, mas a sua capacidade normal era de 1.000 a 1.100 cremações cada uma por 24 horas.9 Em 1993, ele reduziu esse número para 800-1.000 por dia.10

– As duas fornalhas de oito muflas dos Crematórios IV e V tinham capacidade cada uma para 500 cremações por 24 horas.11

Pressac coloca assim a capacidade total dos crematórios de Auschwitz e Birkenau em 3.540 cremações por dia {340 do Crematório I de Auschwitz; 1.100 Crematório II em Birkenau e 1.100 Crematório III em Birkenau; 500 Crematório IV e 500 Crematório V}. Da perspectiva técnica, este número é completamente irrealista.12

Entre os revisionistas, foi particularmente Fred A. Leuchter quem, no seu conhecido Relatório Leuchter,13 voltou a sua atenção para a questão das cremações. Baseando-se principalmente nas declarações de Ivan Lagacé, gerente e operador do Crematório Bow Valley em Calgary, Canadá14, Leuchter chegou erroneamente a um número de 156 corpos por dia como a capacidade total de cremação dos crematórios de Auschwitz e Birkenau. Na verdade, este número está muito abaixo da capacidade real.

Pressac e Leuchter chegaram a conclusões que, embora diametralmente opostas, são igualmente infundadas porque não existiam naquela época estudos sérios sobre a questão fundamental dos fornos de cremação em Auschwitz e Birkenau, nem por qualquer estudioso ortodoxo nem por qualquer estudioso revisionista. Nós temos fechado esta lacuna debilitante com o nosso estudo de três volumes sobre os fornos de cremação de Auschwitz, cujas partes essenciais serão resumidas nesta contribuição.

Tradução e palavras entre chaves por Mykel Alexander

Continua As fornalhas de cremação de Auschwitz - parte 2 - por Carlo Mattogno e Franco Deana

Notas


1 Nota de Carlo Mattogno: I forni crematori di Auschwitz: Studio storico-tecnico, 2 Vols., Effepi, Genoa 2011; inglês: The Cremation Furnaces of Auschwitz: A Technical and Historical Study, 3 Vols., Castle Hill Publishers, Uckfield, 2015; se citado, o número de páginas refere-se a edição inglesa.

2 Nota de Carlo Mattogno: Carlo Mattogno, Auschwitz: Open-Air Incinerations, 2ª edição, Castle Hill Publishers, Uckfield, 2016.

3 Nota de Carlo Mattogno: Limitamo-nos a apenas um exemplo representativo: Miklós Nyiszli fixa em 20.000 a capacidade diária de cremação dos crematórios de Birkenau! M. Nyiszli, Boncolóorvósa voltam az Auschwitz-i krematóriumban, Világ, Debrecen, 1946, página 38; conferir C. Mattgno, M. Nyiszli, An Auschwitz Doctor’s Eyewitness Account: The Bestselling Tall Tales of Dr. Mengele’s Assistant Analyzed, Castle Hill Publishers, Uckfield, 2018, página 43; conferir páginas 200-202.

4 Nota de Carlo Mattogno: Em 1992, Franciszek Piper, na altura diretor de investigação histórica do Museu de Auschwitz, afirmou que a “capacidade fatual” dos quatro crematórios de Birkenau era de “até 8.000 corpos por dia”. Ele baseou sua asserção sobre o testemunho da testemunha ocular de Alter Feinsilber.

5 Nota de Carlo Mattogno: Eu ignoro aqui as elaborações incompetentes do professor de contabilidade (!) John C. Zimmerman em seu livro Holocaust Denial: Demographics, Testimonies and Ideologies, University Press of America, Lanham/New York/Oxford, 2000; a seção que aborda tecnologias de cremação foi retirada de partes de dois artigos da Internet os quais eu desmascarei em outro lugar: “An Accountant Poses as Cremation Expert”, em: G. Rudolf, C. Mattogno, Auschwitz Lies: Legends, Lies, and Prejudices on the Holocaust, 4ª edição, Castle Hill Publishers, Uckfield, 2017, páginas 89-197.

6 Nota de Carlo Mattogno: Jean-Claude Pressac, Auschwitz: Technique and Operation of the Gas Chambers, Beate Klarsfeld Foundation, New York, 1989, páginas 131, 158, 244.

7 Nota de Carlo Mattogno: J.-C. Pressac, Les crématoires d’Auschwitz: La machinerie du meurtre de masse, CNRS Editions, Paris, 1993, páginas 49, 80.

9 Nota de Carlo Mattogno: Jean-Claude Pressac, Auschwitz: Technique and Operation of the Gas Chambers, Beate Klarsfeld Foundation, New York, 1989, página 244.

10 Nota de Carlo Mattogno: J.-C. Pressac, Les crématoires d’Auschwitz: La machinerie du meurtre de masse, CNRS Editions, Paris, 1993, páginas 39, 80.

11 Nota de Carlo Mattogno: Jean-Claude Pressac, Auschwitz: Technique and Operation of the Gas Chambers, Beate Klarsfeld Foundation, New York 1989, páginas 244, 384; J.-C. Pressac, Les crématoires d’Auschwitz: La machinerie du meurtre de masse, CNRS Editions, Paris, 1993, página 80.

12 Nota de Carlo Mattogno: Werner Wegner tem devotado consideravelmente mais atenção a este problema do que tem Pressac, mas os resultados do seu estudo, que foram publicados num breve resumo, são ainda menos bem fundamentados em aspectos técnicos do que os do historiador francês. Wegner escreve que nos crematórios de Birkenau foi possível cremar três corpos numa mufla em meia hora, o que equivaleria a uma capacidade de 6.624 corpos por período de 24 horas: W. Wegner, “Keine Vergasungen in Auschwitz? Zur Kritik des Leuchter-Gutachtens,” em U. Backes, E. Jesse, R. Zitelmann (eds.), Schatten der Vergangenheit: Impulse zur Historisierung des Nationalsozialismus, Ullstein-Propyläen, Frankfurt/M., Berlin 1990, página 460. Outro estudo superficial deste tópico foi publicado por Fritjof Meyer em 2002: “Die Zahl der Opfer von Auschwitz,” Osteuropa, 52(5) (2002), páginas 631-641 (inglês online: www.vho.org/GB/c/Meyer.html); ver Carlo Mattogno, “Auschwitz. The New Revisions by Fritjof Meyer,” The Revisionist, 1(1) (2003), pp. 30-37.

13 Nota de Carlo Mattogno: Fred A. Leuchter, An Engineering Report on the Alleged Gas Chambers at Auschwitz, Birkenau and Majdanek, Poland, Samisdat Publishers Ltd., Toronto 1988; mais recente em: F.A. Leuchter, R. Faurisson, G. Rudolf, The Leuchter Reports: Critical Edition, 5ª edição, Castle Hill Publishers, Uckfield, 2017.

14 Nota de Carlo Mattogno: Barbara Kulaszka (ed.), The Second Zündel Trial: Excerpts from the Court Transcript of the Canadian “False News” Trial of Ernst Zündel, 1988, Castle Hill Publishers, Uckfield 2019, páginas 291-295.

Fonte: Carlo Mattogno e Franco Deana, em Germar Rudolf (editor) Dissecting the Holocaust - The Growing Critique of ‘Truth’ and ‘Memory’, Castle Hill Publishers, P.O. Box 243, Uckfield, TN22 9AW, UK; novembro, 2019. Capítulo The Cremation Furnaces of Auschwitz.

Acesse o livro gratuitamente no site oficial:

https://holocausthandbooks.com/index.php?main_page=1&page_id=1  

Sobre os autores: Franco Deana foi um engenheiro italiano. Carlo Mattogno nasceu em 1951 em Orvietto, Itália. Pesquisador revisionista, ele empreendeu estudos em filosofia (incluindo estudos linguísticos em grego, latim e hebraico bem como estudos orientais e religiosos)  e em estudos militares (estudou em três escolas militares). Desde 1979 dedica-se aos estudos revisionistas, tendo estado associado com o jornal francês Annales d’Histoire Revisionniste bem como com o The Journal of Historical Review.

Dentre seus mais de 20 livros sobre a temática do alegado holocausto estão: 

The Real Auschwitz Chronicle: The History of the Auschwitz Camps, 2 volumes, Castle Hill Publishers (Bargoed, Wales, UK), 2023.

Auschwitz: the first gassing – rumor and reality; Castle Hill, 4ª edição, corrigida, 2022.

Curated Lies – The Auschwitz Museum’s Misrepresentations, Distortions and Deceptions; Castle Hill, 2ª edição revisada e expandida, 2020.

Auschwitz Lies – Legends, Lies, and Prejudices on the Holocaust; Castle Hill, 4ª edição, revisada, 2017. (Junto de Germar Rudolf).   

Debunking the Bunkers of Auschwitz – Black Propaganda versus History; Castle Hill, 2ª edição revisada, 2016.

Inside the Gas Chambers: The Extermination of Mainstream Holocaust Historiography, 2ª edição corrigida, 2016.

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Recomendado, leia também:

O que é o Holocausto? - lições sobre holocausto - por Germar Rudolf

O que é ‘Negação do Holocausto’? - Por Barbara Kulaszka

O Primeiro Holocausto - por Germar Rudolf

O Primeiro Holocausto – e a Crucificação dos judeus deve parar - parte 1 - Por Olaf Rose (Parte 2 na sequência do próprio artigo)

O Holocausto de Seis Milhões de Judeus — na Primeira Guerra Mundial - por Thomas Dalton, Ph.D. {academic auctor pseudonym}

O Mito do extermínio dos judeus – Parte 1.1 {nenhum documento sequer visando o alegado extermínio dos judeus foi jamais encontrado} - por Carlo Mattogno (demais partes na sequência do próprio artigo)


Sobre o revisionismo em geral e o revisionismo do alegado Holocausto ver:

Uma breve introdução ao revisionismo do Holocausto - por Arthur R. Butz

{Retrospectiva Revisionismo em ação na História} – Definindo evidência - por Germar Rudolf

{Retrospectiva Revisionismo em ação na História} – Tipos e hierarquia de evidências - por Germar Rudolf

Por que o revisionismo do Holocausto? - por Theodore J. O'Keefe

Revisionismo e Promoção da Paz - parte 1 - por Harry Elmer Barnes

Revisionismo e Promoção da Paz - parte 2 - por Harry Elmer Barnes

O “Holocausto” colocado em perspectiva - por Austin Joseph App

A controvérsia internacional do “holocausto” - Arthur Robert Butz

Contexto e perspectiva na controvérsia do ‘Holocausto’ - parte 1 - por Arthur R. Butz

Contexto e perspectiva na controvérsia do ‘Holocausto’ - parte 2 - por Arthur R. Butz

O Relatório Leuchter: O Como e o Porquê - por Fred A. Leuchter

Sobre a importância do revisionismo para nosso tempo - por Murray N. Rothbard


Sobre as alegadas câmaras de gás nazistas homicidas ver:

As câmaras de gás: verdade ou mentira? - parte 1 - por Robert Faurisson (primeira de seis partes, as quais são dispostas na sequência).

A Mecânica do gaseamento - Por Robert Faurisson

O “problema das câmaras de gás” - Por Robert Faurisson

As câmaras de gás de Auschwitz parecem ser fisicamente inconcebíveis - Por Robert Faurisson

O Relatório Leuchter: O Como e o Porquê - por Fred A. Leuchter

A técnica e a química das ‘câmaras de gás’ de Auschwitz - por Germar Rudolf - Parte 1 - Introdução (demais partes na sequência do próprio artigo)


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