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Kevin MacDonald |
Caso
o leitor conheça alguma coisa da tradicional ética judaica (ou seja, a ética
judaica anterior ao tratamento intelectual por que passou para o razonamento do
judaísmo como religião moderna no Ocidente ― conforme se vê aqui: Wikipedia article on Jewish ethics), ele saberá que tal ética de antes do
Iluminismo era toda ela baseada nas ações de aplicação e validade grupais,
segundo se tratasse do endogrupo ou de um exogrupo. Os não judeus ou góis não
tinham nenhum valor moral para os judeus, que os podiam explorar e até matar,
se isso não ameaçasse os interesses da comunidade judaica em geral. Eu já
escrevi muito sobre a moralidade endogrupal judaica, como no Capítulo 6 de A People That Shall Dwell Alone [Um povo
que viverá só]:
A ética empresarial e
social codificada na Bíblia e no Talmude atribui muita importância à
pertença grupal e o faz buscando reduzir a opressão na comunidade judaica, mas
não entre judeus e gentios. Talvez o exemplo mais frisante das diferenças
negociais respectivas a judeus e gentios, insculpido em Deuteronômio 23, seja o dos empréstimos: os gentios deviam pagar o
juro, mas este não poderia ser cobrado de judeus. Embora tenha havido
subterfúgios para burlar essa proibição, os empréstimos para judeus na Espanha
medieval eram feitos sem cobrança de juro (Abraham Aaron Neuman, 1969, I:194),
mas cristãos e muçulmanos pagavam taxas de 20 a 40 por cento pelos empréstimos
(Henry Charles Lea, 1906-07, I:97). Também {John} Hartung (1992) observa que a
ideologia religiosa judaica originária do Pentateuco
e do Talmude toma muito em
consideração a filiação grupal ao avaliar a moralidade de ações variando do
assassinato ao adultério. Por exemplo, o estupro era severamente punido somente
se houvesse consequências negativas para um homem israelita. Enquanto o estupro
de uma noiva virgem judia era punido com a morte, não havia nenhuma punição no
caso de a mulher não ser judia. No Capítulo 4, também notei que as penalidades
para crimes sexuais contra prosélitos eram mais brandas do que as penalidades
para esse mesmo tipo de crime contra os outros judeus
Hartung refere que, de
acordo com o Talmude (b. Sinedrim
79a), um israelita não seria considerado culpado se matasse outro israelita,
quando tentasse matar um pagão. Entretanto, em acontecendo o contrário, ou
seja, se o pagão matasse o judeu, o perpetrador seria condenado à pena de
morte. Outrossim, o Talmude contém
uma série de prescrições no sentido de assegurar a honestidade nas relações
entre os judeus, mas admite a subtração de bens dos gentios, a aproveitação dos
erros dos gentios nas transações negociais e a não devolução aos gentios de
seus artigos perdidos. (Jacob Katz 1961a, 38)
{Jacob} Katz (1961a)
revela que essas práticas foram modificadas durante e depois da Idade Média
entre os asquenazes, no intento de evitar a hillul
hashem, isto é, a má reputação da religião judaica. Nos termos do Sínodo de
Francforte de 1603, “Aqueles que ludibriam os gentios profanam o nome do
Senhor” (apud Louis Finkelstein 1924,
280). Tirar proveito dos gentios era permitido, quando não ocorresse a hillul hashem, segundo a sentença
rabínica em resposta à contestação ao direito a esse tipo de ganho. Nota-se
claramente aí que se trata de um senso ético de base grupal, pelo que apenas o
dano que se pode causar ao próprio grupo é visto como razão impeditiva de
causar dano ao grupo alheio. “Normas éticas aplicam-se apenas no âmbito do
endogrupo.” (Jacob Katz 1961a, 42)
O
psicólogo evolucionário e antropólogo John Hartung, citado acima, deu
continuidade ao seu trabalho sobre a ética judaica postando seus escritos no
seu saite (strugglesforexistence.com).
Aí merece especial atenção o texto “Thou Shalt Not Kill … Whom?” [Não matarás… Quem?]. O duplo padrão
da ética judaica tem sido o tema mais explorado do antissemitismo ao longo das
eras, questão discutida no Capítulo 2 de Separation
and Its Discontents.
A começar dos debates
entre judeus e cristãos na Idade Média (ver o cap. 7), disputas reacesas no
começo do século XIX, o Talmude e
outros textos religiosos judaicos foram condenados pela duplicidade de seu
padrão moral, seu caráter anticristão e seu extremado nacionalismo e
etnocentrismo. Esta crítica tem fácil comprovação nesses escritos (cf. John Hartung,
1995; Israel Shahak, 1994; PTSDA,
cap. 6). Por exemplo, o historiador [da Cornell University] Goldwin Smith
(1894, 268) indica uma gama de passagens talmúdicas ilustrativas da “moralidade
tribal”, do “orgulho tribal e do desprezo ao restante da humanidade” (p. 270),
o que para ele é uma característica da literatura religiosa judaica. No excerto
seguinte, Smith sugere que expedientes escusos podem ser usados contra gentios
em processos legais, a não ser que tal prática cause dano à reputação de todo o
endogrupo judeu (ou seja, à “santificação do Nome”):
Em
havendo processo entre um israelita e um pagão, caso se possa justificar a
causa do israelita conforme as leis de Israel, que se a justifique e seja dito:
‘Esta é a nossa lei’; do mesmo modo, caso se possa justificar a causa do
israelita conforme as leis dos pagãos, que se a justifique e seja dito [à outra
parte]: ‘Esta é a vossa lei’; mas se isto não puder ser feito, nós usamos
artifícios para contornar o problema. Este é o parecer de R. Ishmael, embora R.
Akiba tenha dito que não devemos tentar contornar a dificuldade por causa da
santificação do Nome. Na consideração de R. Akiba, então, toda a razão disso
[parece decorrer mesmo] da santificação do Nome, mas não ocorrendo transgressão
à santificação do Nome, devemos lançar mão de logros e vencer o pagão! (Baba Kamma fol. 113a)
Smith comenta que “a
crítica ao judaísmo é acusada de intolerância racial e extremismo religioso. A
acusação vem, estranhamente, daqueles que se dizem o Povo Eleito, que fazem da
raça uma religião e tratam todas as raças, menos a sua, como paganismo sujo”
(p. 270).
[O economista,
historiador e sociólogo] Werner Sombart (1913, 244-245) resumiu a natureza da
lei judaica pela oposição entre endogrupo e exogrupo, assinalando que “os
deveres para com [o estrangeiro] não eram compulsórios como aqueles pertinentes
ao “vizinho”, aos patrícios judeus. Só pela ignorância ou pelo desejo de
distorcer os fatos pode alguém dizer o contrário […]. Prevalece aí a ideia
fundamental de que menos consideração é devida ao forâneo do que à gente do
próprio povo […]. Na interação com outros judeus, um judeu agirá observando,
escrupulosamente, um só peso e uma só medida; mas quanto aos seus negócios com
os não judeus, sua consciência sempre estará tranquila, mesmo quando os
ludibriar por vantagens indevidas”. Em sustentação do seu argumento, {Werner} Sombart
cita Heinrich Graetz, proeminente historiador judeu do século XIX:
Adulterar
o sentido de uma oração, valer-se das trapaças de um advogado malandro, jogar
com as palavras e condenar o que eles não conhecem […], tais são os traços que
distinguem um judeu polonês. […]. A honestidade, o bem pensar, a simplicidade e
a credibilidade, tudo isso ele perdeu, completamente. Ele fez de si mesmo um
mestre dos saberes escolares e aplica o que sabe para obter vantagens sobre
qualquer um menos finório. Ele se deleita com a ladroagem e sempre quer mais,
no que sente a euforia da vitória. Porém, não assim ele trata a sua própria
gente, porque os seus sabem o que ele sabe. Foi o não judeu que, para sua
perda, sofreu as consequências da mente talmudicamente treinada do judeu
polonês. (Em Werner Sombart 1913, 246)
Um dos precursores da
Sociologia, o alemão Max Weber (1922, 250), também teve essa mesma percepção,
apontando que “como um povo-pária, [os judeus] conservaram um padrão duplo de
moral, uma característica de práticas econômicas primordiais em todas as
comunidades: o proibido em relação à própria gente é o permitido em relação a
estranhos”.
Num tópico bastante
tratado nos textos antissemitas alemães do final do século XVIII e do século
XIX, era preconizada a necessidade da reabilitação moral dos judeus ― a
correção da falsidade deles e de sua tendência a explorar os outros (Rose
1990). Tais juízos também constavam nos escritos de Ludwig Börne e Heinrich
Heine (ambos de extração judia) e outros intelectuais não judeus, como
Christian Wilhelm von Dohm (1751-1820) e Karl Ferdinand Glutzkow (1811-1878),
dizendo estes que a imoralidade judaica decorria parcialmente da opressão da
parte dos gentios. Theodor Herzl considerou o antissemitismo como “reação
compreensível às taras judaicas”, causadas estas, em última instância, pela
perseguição movida pelos gentios: os judeus haviam sido educados para serem
sanguessugas dotados de “maléfico poder financeiro”; eles eram “uma gente de
adoradores da riqueza incapaz de entender que um homem pode agir por causa que
não o dinheiro” (em Jacques Kornberg 1993, 161-162). Mais: “Sua vontade de
poder e seu ressentimento para com os perseguidores só podiam conduzi-los à
trapaça nas transações comerciais com os gentios” (em Kornberg 1993, 126).
Theodor Gomperz, contemporâneo de Herzl e professor de Filologia na
Universidade de Viena, afirmou que “a ânsia de ganho se tornou uma tara
nacional [entre os judeus], assim como, pelo que parece, a vaidade
(consequência natural de uma existência atomística e alheia às preocupações com
os interesses públicos e nacionais)”. (Em Jacques Kornberg 1993, 161).
Assim,
pois, não nos deve surpreender que encontremos tão imenso número de judeus para
quem os palestinos não têm valor moral. Os palestinos são vistos como não
humanos, literalmente, conforme reconhecia o proeminente rabino de Liubaviche
Menachem Mendel Schneerson:
O que nós temos não é
um caso de alteração quantitativa pelo simples fato de uma pessoa estar num
nível superior a outra. Trata-se, antes, do caso de … uma espécie totalmente
diferente … O corpo de um judeu é de uma qualidade completamente diversa
daquela dos góis das outras nações do mundo … A diferença da qualidade
intrínseca [ao corpo] … é tão grande que os corpos poderiam ser considerados
como de espécies diferentes. Por essa razão o Talmude afirma existir uma
diferença atitudinal na halacha quanto aos corpos dos não judeus [por oposição
aos corpos de judeus]: “Seus corpos são baldados”… Uma diferença ainda maior
existe no tocante à alma. Há dois tipos contrários de alma, a alma de um não
judeu vem de três esferas satânicas, enquanto a alma do judeu dimana da santidade.
(Cf. aqui)
Diferentes
espécies não guardam obrigações morais entre si ― predador e presa, parasitas e
hospedeiros: humanos que domesticam o gado comem a sua carne e bebem o seu
leite.
Essa
ética difere radicalmente do universalismo ocidental tal como sintetizado no
imperativo moral de Kant: “Deve-se agir somente de acordo com a máxima cuja
aplicação for desejável como lei universal”. O universalismo moral é
fundamental para o individualismo ocidental: os grupos de per si não têm status moral ― conceito diametralmente oposto ao
judaísmo.
Os
judeus apresentam-se amiúde como a quinta-essência da moralidade, mas as
aparências enganam. Uma passagem da minha resenha do livro The Jewish Century, de Yuri Slezkine:
Em 1923, vários
intelectuais judeus publicaram uma coletânea de ensaios na qual admitiam o
“amargo pecado” da cumplicidade judia nos crimes da Revolução. Palavras de I.
L. Bikerman, um dos autores: “Não carece dizer que nem todo judeu era
bolchevique e nem todo bolchevique era judeu, mas também é óbvia a participação
desproporcional e superlativamente fervorosa dos judeus no tormento pelo que os
bolcheviques quase mataram a Rússia” (p. 183). Muitos estudiosos dos
bolcheviques judeus notaram a “transformação” dos judeus: segundo um outro
analista judeu, G. A. Landau, “A crueldade, o sadismo e a violência pareciam
coisa estranha àquela comunidade até então muito pouco dada às atividades
físicas”. I. A. Bromberg, também judeu, observou que o antigo amante oprimido
da liberdade deveio tirano de inaudito despotismo. Bromberg disse que o
convicto e incondicional inimigo da pena de morte ― não apenas por crimes
políticos mas também pelas mais hediondas violências, aquele que não podia ver
alguém torcer o pescoço de uma galinha sem chorar, transformara-se na figura
exteriormente humana com roupa de couro e armada de revólver, que interiormente
já tinha perdido a sua humanidade (p. 183-184). Essa “transformação”
psicológica dos judeus na Rússia não era, provavelmente, tão surpreendente para
os próprios russos, dada a advertência de Gorky em que os russos de antes da
Revolução já viam os judeus tomados de “cruel egoísmo” e temiam a possibilidade
de acabarem como escravos deles.
Pelo
menos até o Genocídio de Gaza, os judeus tinham se mascarado com sucesso como
modelos de moralidade e paladinos dos oprimidos no Ocidente contemporâneo. A
judiaria organizada foi precursora do movimento dos direitos civis e firme
defensora da política liberal em favor de imigrantes e refugiados, sempre protegida
pelo disfarce retórico da superioridade moral. Destarte, claro, mantinham-se
ocultas as verdadeiras motivações dadas pelo próprio interesse judaico em
arregimentar não brancos como serviçais no trabalho de sapa contra o poder da
antiga maioria branca, sujeitando-a ao supremacismo da política judaica,
política multicultural e antibranca. (Cf. pp. 26 e seguintes)
Isso
pesa muito na minha mente. A dissimulação judaica por trás da superioridade
moral é perigosa manobra delusiva, e não nos pode faltar realismo diante do que
nos reserva o futuro, uma vez que os brancos continuam a perder poder político
em todos os países do Ocidente. Quando as máscaras não forem mais necessárias,
quando o crescente poder dos judeus no Ocidente estiver no seu maximante, não haverá
limites para o que eles poderão fazer. A ubíqua propaganda multiculturalista
fazendo parecer que os grupos étnicos vivem em harmonia por todo o Ocidente
dará lugar, rapidamente, a uma guerra de vingança contra os ocidentais pelo
alegados agravos que teriam sofrido os judeus desde a destruição do Segundo
Templo pelos romanos até os eventos da Segunda Guerra Mundial. Essa mesma
vingança foi fatal para milhões e milhões de russos e ucranianos. O mesmo
destino estão tendo agora os palestinos diante de nossos olhos.
Dois
artigos recentes tratam desse problema bem vividamente. Um deles é o de Megan
Stack, publicado em The New York Times. Confira:
Israel petrificou-se no
erro e os sinais disso são meridianamente claros. Promessas de aniquilação de
chefes militares e políticos formulam-se em linguagem desumanizante. Pesquisas
de opinião indicam aprovação às políticas que assolam Gaza a ponto de matar de
fome a população gazita. Soldados judeus mostram-se alegres e orgulhos em
autofotos entre as ruínas das cidades palestinas destruídas pelos bombardeios.
E a repressão abate-se sobre as mais brandas formas de dissenso entre os
israelenses.
A esquerda de Israel ―
aquelas facções que criticam a ocupação das terras palestinas e propõem, ao
contrário, a negociação e a paz ― é a pálida sombra do que antes foi um
vigoroso ator político. Nos anos recentes, a atitude de muitos israelenses
quanto ao “problema palestino” mudou muito do enfado e da distância para a
convicção extremada de que expulsar os palestinos ou submetê-los ao jugo dos
judeus seja obra de Deus.
O massacre em Gaza, a
fome alastrante, a indiscriminada destruição de áreas urbanas inteiras ― isto tudo,
dizem as pesquisas, é o tipo de guerra que agrada a população de Israel. Uma
sondagem de janeiro constatou que para 94%
dos judeus de Israel a força aplicada contra Gaza é adequada ou insuficiente.
Em fevereiro, outro estudo revelava que a maioria dos judeus de Israel não aceita que alimentos e remédios
sejam enviados para Gaza. Não foi Netanyahu, individualmente, mas sim todo o
seu Gabinete de Guerra (inclusive Benny Gantz, amiúde citado com figura
moderada para substituir Netanyahu) que, de forma unânime, rejeitou a proposta
do Hamas para a libertação dos reféns e, ao contrário, lançou a ofensiva contra
a cidade de Rafah, enchendo-a de civis sem-tetos.
“É muito fácil colocar
a culpa por tudo nas costas de Netanyahu, porque assim todos se sentirão bem
consigo mesmos e a escuridão parecerá estar em Netanyahu”, disse Gideon Levy,
jornalista com décadas de experiência na cobertura da ocupação militar
israelense. “A escuridão está em todos”, ele acrescenta.
Como ocorre em muitos
processos políticos, o endurecimento de Israel explica-se parcialmente pela
mudança geracional ― as crianças de Israel, cuja memória se encheu de
lembranças dos ataques camicazes à bomba, agora são adultos. O crescimento da
direita deverá ser de longa duração, por causa da demografia: os modernos
ortodoxos e ultraortodoxos judeus (que votam na direita de modo
desproporcional) têm mais filhos do que
os seus conacionais seculares.
Ainda mais crucial é
que muitos israelenses emergiram da Segunda Intifada descrentes de negociações
e ainda mais adversos aos palestinos, derriçados como incapazes de aceitar a
paz. Esta lógica como que cancela de forma muito conveniente o registro da
participação de Israel na sabotagem do processo de paz com a captura de
território e a expansão dos assentamentos. Entretanto, uma coisa maior ganhava
influência ― algo que os israelenses referem como insensibilidade, alheamento
em relação a toda a questão dos palestinos.
“O problema dos
assentamentos e das relações com os palestinos deixou de ser considerado
durante anos”, disse-me Tamar Hermann. “Para os israelenses, estava tudo bem
com o status quo.”
A Sra. Hermann,
pesquisadora do Israel Democracy Institute, é uma das mais respeitadas
conhecedoras da opinião pública israelense. Nos últimos anos, segundo disse, os
palestinos foram quase completamente ignorados pelos judeus de Israel. Ela e
seus colegas vêm fazendo periodicamente listas
de tópicos que apresentam às pessoas para que os disponham em ordem decrescente
de importância. Os respondentes faziam diferentes escolhas, ela diz, observando
que quase sempre o tópico colocado em último lugar era o da resolução do
conflito israelo-palestino.
Nas duas últimas
décadas ― desde o fim da Segunda Intifada até o calamitoso 7 de Outubro ―
Israel conseguiu isolar-se da violência da ocupação. Mísseis lançados de Gaza
choviam regularmente sobre cidades de Israel, mas desde 2011 o sistema antimissilístico chamado de
iron dome interceptava a maioria deles. A aritmética da morte favorecia Israel,
pesadamente: de 2008 até o 7 de Outubro, mais de 6 mil palestinos foram mortos no que a ONU considera o “contexto de
ocupação e conflito”, período em que mais de 300 israelenses perderam a vida.
Organizações de
direitos humanos — incluindo grupos de Israel ― escreveram relatórios
explicando que Israel é um Estado de apartaide institucionalizado. O fato foi
embaraçoso para Israel, mas não deu em nada. A economia prosperava, Estados
árabes antes hostis se mostravam dispostos a assinar acordos com Israel, apenas
ao custo de rápida e protocolar importunação quanto aos palestinos.
Aqueles anos deram aos
israelenses a sensação de viver o mais elusivo sonho do Estado Judeu ― o de um
mundo sem o “problema” dos palestinos.
Daniel Levy,
ex-negociador israelense, agora presidindo o logocentro US/Middle East Project,
fala da alta concentração de “híbris e arrogância acumuladas ao longo dos
anos”. Aqueles que advertiam da imoralidade e estupidez estratégica da ocupação
dos territórios palestinos “eram exonerados sem mais nem menos” e ainda ouviam
o chefe dizer “aguentem firmes, hem!”.
Se as autoridades dos
Estados Unidos entendem a situação da política de Israel, isso não é aparente.
A administração de Biden continua a falar de um Estado palestino. Entretanto, a
terra destinada aos palestinos foi tomada de assentamentos ilegais israelenses,
e quase nunca como agora Israel esteve tão descaradamente contra a soberania
palestina.
Não por acaso Netanyahu
vive dizendo que por toda a sua carreira política ele fez de tudo para sabotar
a criação do Estado palestino: este é um diferencial muito atrativo
eleitoralmente. Gantz, mais popular do que Netanyahu e seu provável sucessor, segundo
se diz, é um centrista nos padrões de Israel ― mas ele também sempre rechaçou as instâncias internacionais em favor
de um Estado palestino.
Daniel Levy resume a
clivagem entre os maiores políticos israelenses da seguinte forma: alguns
acreditam que se deva “gerenciar o apartaide para dar um pouco mais de
liberdade aos palestinos ― este sendo o caso de [Yair] Lapid e talvez de Gantz,
dependendo do seu humor”; outros mais empedernidos, como Smotrich e o ministro
da Segurança, Itamar Ben Gvir, “estão sempre ansiosos para se livrarem dos
palestinos: erradicação, desterramento…”.
A matança, a crueza que
se abateu sobre os judeus no 7 de Outubro deveria fazê-los ver a futilidade do
seu intento de isolamento dos palestinos ao mesmo tempo que os sujeitam a todo
tipo de humilhação e violência todos os dias. Enquanto os palestinos estiverem
atrampados na brutalidade da ocupação militar, privados de direitos básicos e
sujeitos à logorreia de que são seres inferiores e devem aceitar as coisas como
estão, os judeus viverão sob a ameaça de revoltas, represálias e terrorismo.
Não existe muro suficientemente grosso para barrar a marcha de um povo que não
tem nada mais a perder.
* * *
lana
Mercer é uma judia da África do Sul que tem publicado artigos em vários saites
conservadores. Aqui ela fala do que não se fala sobre Israel ― e, por
implicação, sobre muitos dos judeus que vivem no Ocidente: ou seja, que a
sociopatia para com os não judeus predomina entre os judeus. Ninguém deve ficar
surpreso com isso. Eu só reclamaria de um detalhe quanto à diferença entre
judeus e sociopatas e é que os verdadeiros sociopatas não têm culpa e quando
praticam o mal por prazer não levam em conta a religião ou a etnia das vítimas.
Já esses judeus que tripudiam na farra de trucidar palestinos são patriotas e
amam o seu povo. Eles seguem uma forma extrema de moralidade intragrupal ― uma
moralidade estreitamente ligada ao que chamo de “hiperetnocentrismo” judaico.
Vejamos
o que escreveu Ilana Mercer no saite Lew
Rockwell.com sob este título: “Sad To Say, but, by the Numbers, Israeli
Society Is Systemically Sociopathic”
[Infelizmente os números dizem que a sociedade de Israel é sistematicamente
sociopática (N. do T.)], abaixo:
Ao separarmos o certo
do errado, devemos distinguir entre os atos que são delitos apenas porque foram
criminalizados pelo Estado (mala
prohibita) e outros que são forma
universal do mal (malum in se). A devastação que Israel causa em Gaza
é um malum in se, um mal universal.
Não há nenhuma dúvida em termos de ética quanto à natureza do que se passa em
Gaza. O mal do genocídio que tem lugar em Gaza não é relativo, contornável,
nunca poderá ser atenuado ou coonestado.
Em Israel, entretanto,
nenhuma atrocidade perpetrada pelas forças armadas judaicas, por mais evidente
que seja, deixará de ser ignorada. Uma das mais eminentes autoridades em Gaza,
o Dr. Norman Finkelstein chama Israel de “Estado lunático”. “Não se trata,
certamente, de um Estado Judeu”, ele assegura. “Uma nação assassina, uma nação
demoníaca”, brada Scott Ritter — lendário, importantíssimo especialista militar
americano. Aliás, eu venho citando os relatos que faz Scott Ritter dos teatros
de guerra, sempre preditivos e confiáveis, desde 2002. Não há dúvida quanto a ser o Estado
Judeu um Estado genocida. Mas e a sociedade de Israel? Ela também é doente? E
os manifestantes que enchem as ruas das cidades de Israel, protestando contra o
governo? Como eles sentem o massacre incessante de escala industrial, a
campanha para matar de fome toda uma população no norte, centro e sul de Gaza?
Eles não sentem.
Eu busquei
desesperadamente a humanidade universal, uma sensibilidade moral transcendente
entre as massas de israelenses que se agitavam contra o Estado. Eu esquadrinhei
muitos documentos durante sete meses. Eu consegui assistir até o final a uma
quantidade enorme de longos vídeos, procurando neles uma palavra, um cartaz dos
manifestantes que fizesse menção à guerra de extermínio travada em nome deles
contra os seus vizinhos de Gaza. Não encontrei nada! Para o meu assombro, não
deparei nem um só manifestante que bradasse em favor de alguém que não ele mesmo e seus parentes, outros colonos e seus reféns. Os israelenses parecem
alheios à assolação indizível, irreversível, irremediável tendo lugar tão
próximo deles.
Enfatizo: não achei
sinal de nenhuma humanidade transcendente nos judeus; nenhuma referência à
ordem moral universal de que a lei humanitária internacional, a lei natural e o
sexto mandamento são expressão. Entre
os judeus de Israel, encontrei apenas a incessante externação de seus próprios
interesses sectários.
A depender dos
manifestantes, bastaria que houvesse mera mudança de regime. Eles fazem pesar
sobre os ombros de Netanyahu apenas
a responsabilidade pelos reféns encafuados em Gaza, embora Benny Gantz
(National Unity Party) ― o ostensível rival de Netanyahu (Likud) ― e outros
membros do Gabinete de Guerra sejam todos, filosoficamente, um só. (Ganz
vangloriava-se, em 2014, que iria “mandar Gaza de volta para a Idade da Pedra”.) Quanto ao holocausto palestino
perpetrado na Faixa e que se vai estendendo para a Cisjordânia, não existe
dissensão entre esses e outros sórdidos supremacistas judeus na “dirigência de
Israel em estado de guerra”.
Se o leitor duvida de
minhas conclusões sobre os manifestantes judeus, deve reparar no discurso
monótono do dia 11 de maio da manifestante Na’ma Weinberg, que exigia mudança de governo. Weinberg
condenava a invasão de Rafah e a falta de estratégia política como ameaças aos
reféns e à sobrevivência nacional. Ela lamentou a “inexprimível tortura” que
sofrem os reféns. Quando Weinberg falou dos “evacuados negligenciados”, eu
fiquei aliviada. 900 mil palestinos tinham sido deslocados de Rafah nas duas
últimas semanas. Isto correspondia a 40% da população de Gaza. Minha esperança decorrera de ledo
engano. Logo ficou claro que Weinberg falava dos cidadãos de Israel evacuados
dos assentamentos próximos à fronteira. As simpatias de Weinberg não envolviam
as vítimas palestinas do “matadouro de civis” em operação na vizinhança. A
sensibilidade dela mostrou-se como de um baixo tipo sectário.
A sombria frialdade dos
manifestantes israelenses tem sido amplamente notada.
Escrevendo para a Foreign Policy, revista do estabilismo americano,
Mairav Zonszein, acadêmico do
International Crisis Group, observa o seguinte:
Os
milhares de israelenses que mais uma vez se juntaram para marchar nas ruas não
estão protestando contra a guerra. Com exceção de ínfima porção de israelenses,
judeus e palestinos, eles não reclamam uma trégua ― ou o fim da guerra. Eles
não externam nada contra a matança sem precedentes de palestinos em Gaza ou
contra as restrições à ajuda humanitária, que levaram a fome à população
gazita. (Os judeus foram ainda mais longe, chegando a bloquear estradas para
que os caminhões de ajuda não entrassem em Gaza, e caminhões que romperam o
bloqueio foram incendiados.) Passadas tantas décadas desde a tomada da
Palestina, os judeus nem cogitam na necessidade de encerrar a ocupação militar.
Eles apenas contestam a recusa de Netanyahu de se demitir e o que veem como a
relutância dele em acordar a liberação dos prisioneiros judeus.
A animosidade guerril é
publicamente incitada e avança em ritmo acelerado. Declarações em pró do
genocídio é o que mais se ouve na sociedade judaica. O “amável” Itamar Ben Gvir
continua a renovar o repertório das suas brutalidades daquele tipo que os sul-africanos documentaram tão
bem. Em 14 de maio, para o entusiasmo da multidão de judeus, o ministro da
Segurança Nacional de Israel encarecia
que os palestinos fossem estimulados a emigrar voluntariamente (como se tudo o
que os judeus fizeram contra os civis palestinos desde o 7 de Outubro tivesse
sido aceito “voluntariamente”). Ele falava num comício dos colonos na fronteira
norte de Gaza, onde milhares de lorpas assistiam aos “fogos de artifício” sobre
Gaza, exultantes por saquear a terra dos que ali tinham morrido ou estavam
morrendo.
“A culpa é da mídia”, o
leitor dirá. “Os judeus de Israel, como os americanos, simplesmente tiveram o
cérebro lavado pela mídia deles.”
Não há negar que a
mídia de Israel ― desde o Arutz 7 e o Channel 12 ([Os gazatas devem] “morrer lenta e dolorosamente”) até o Israel Today e o Now 14
(“Nós vamos exterminar vocês e os seus apoiadores”), e os vulgares bestalhões
do i24 — forma-se de uma caterva convulsiva
de idiólatras obsessionados.
Essa mídia é um antro
de gente exaltada e de muita loquacidade. Esses judeus inculcam o seu
tribalismo atávico e primitivo, vazado numa linguagem feia, anglicizada, uma
espécie de língua geral hebraica. Pernósticos, cada um deles tem uma explicação
para tudo segundo sua própria “teoria”.
Naveh Dromi é mais
atraente de rosto e de voz do
que a apresentadora do i24 Benita
Levin, uma sul-africana birrenta e
faladeira. Dromi é colunista do Haaretz, um diário que já foi
considerado o de mais elevado nível intelectual da centro-esquerda de Israel.
Ocorre que o Haaretz perdeu o lastro
intelectual que um dia já teve. Escrevendo num hebraico bem pouco castiço,
Dromi expôs o núcleo de sua “teoria” particular e é que uma “segunda Náqueba”
estaria a caminho. Ela também já falou mais do que o homem da cobra sobre serem
os palestinos um “grupo supérfluo”. Mas nada disso chega a ruborizar o seu
bonito semblante.
Quejandas afirmações de
supremacia judaica sempre ressoam na mídia de Israel. Mas, não, a culpa não é
da mídia deles. Na verdade, a cerração mental dos judeus é inteiramente
voluntária.
Segundo artigo saído na
Oxford Scholarship Online, o “panorama da mídia em Israel”
mostra “salutar competição” e concentração decrescente. A mesma fonte afirma
que “o número de publicações está entre os mais altos do mundo”.
Israel conta com uma
forte mídia de propriedade privada. Esses meios atendem ao que deles espera o
público israelense, que presta todas as deferências às forças armadas, pois aí
as famílias têm os seus filhos e filhas como militares. Por isso é que Gideon
Levi insiste em declarar que a militaria é o bezerro de ouro de Israel.
Acontece, Levi insiste,
que a opinião pública majoritária molda a mídia, e não ao contrário.
Levi confirma que as
mídias da extrema direita e extrema esquerda são como uma só quando se trata da
questão envolvendo as forças armadas judaicas e o povo palestino. E quanto a
isto a mídia de Israel reflete a opinião predominante entre os judeus. O
público judeu não quer saber de nada do padecimento imposto à população gazita
e sempre trata com muito cuidado os seus militares, evitando críticas e
questionamentos. Da perspectiva deles, os jornalistas militares são meros
prestadores de serviço de relações públicas às forças armadas, gente íntima da
militaria que poderia estar na cama com os soldados.
Pelo menos até este
momento, os israelenses têm estado amplamente indiferentes à farra de seus
militares no indiscriminado derramamento de sangue em Gaza. A maioria dos
judeus só quer ter de volta os seus reféns. Além disso, apenas deseja a
continuidade do massacre, com algumas pausas na matança para descanso e
diversão.
Então, a sociedade dos
judeus de Israel está doente, também?
Quando “88 por cento
dos judeus israelenses entrevistados” fazem “uma avaliação positiva da atuação
das forças armadas judaicas em Gaza até agora” (Tamar Hermann, “Guerra em Gaza
― Pesquisa 9”, Israel Democracy Institute, 24 de janeiro de 2024), e “uma absoluta maioria (88%) também
justifica o número de baixas do lado palestino” (Gershon H. Gordon, The Peace
Index, janeiro de 2024, Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de
Telavive) — procede a conclusão de que as diabólicas Forças de Defesa de Israel
expressam a voz da comunidade israelojudaica.
Seja considerado o
seguinte: lá pela altura de janeiro, a Faixa de Gaza já se tinha tornado
inabitável, parecendo paisagem lunar. Não obstante, 51 por cento dos judeus de
Israel disseram que a força empregada contra Gaza era adequada, e outros 43 por
cento disseram que era insuficiente. (Fonte: Jerusalem Post, “Jewish Israelis believe IDF is using appropriate
force in Gaza”, 26 de janeiro de
2024.)
Nota: a pesquisa de
opinião não revelou uma divisão entre israelenses favoráveis ao genocídio e israelenses contrários ao genocídio. Antes, a divisão na sociedade do Estado
Judeu separava os judeus satisfeitos com os níveis
correntes de genocídio de outros judeus-israelenses para quem o genocídio
deveria matar mais gente em menos tempo, e isto quando a produtividade da
matança já alcançara escala industrial,
dado o emprego de métodos de extermínio altamente destrutivos.
As atitudes dos judeus
devieram ainda mais agressivas desde então: em meado de fevereiro, 58 por cento
dos judeus em Israel rosnavam que era preciso usar de mais violência contra
Gaza; e 68 por cento “não aceitavam que ajuda humanitária fosse levada a Gaza”.
(Jerusalem Post, “Majority of Jewish
Israelis opposed to demilitarized Palestinian state”, 21 de fevereiro de 2024.) [Uma
hipótese plausível: a plataforma de Biden para ajuda humanitária na praia de
Gaza ― que logo depois de instalada acabou no fundo do mar ― terá sido
sabotada.]
Há no caso mais do que
a violência da guerra. Na verdade, as atitudes dos judeus levam a marca da
sociopatia de toda a sua sociedade.
Quando se perguntava
sobre “a extensão em que o planejamento da guerra contra Gaza deveria levar em
consideração o sofrimento da população palestina”, os judeus entrevistados
deram mostra de uma mesma reação consistente desde o final de outubro de 2023 até
o final de março de 2024. A pesquisa do Israel
Democracy Institute atestou o seguinte quanto a isso:
Apesar
do desenrolar da guerra em Gaza e das duras críticas da comunidade
internacional a Israel pelos males causados à população palestina, larga
maioria dos judeus continuava achando que o sofrimento dos palestinos não era
digno de consideração por parte de Israel. Ao contrário deles, uma maioria
equivalente de árabes em Israel achava que o padecimento palestino devia ser
levado em conta. (Tamar Hermann, Yaron Kaplan, Dr. Lior Yohanani, “War in Gaza,
Survey 13”, Israel Democracy Institute,
26 de março de 2024.)
A
ampla maioria no centro do espectro político em Israel (71%) e na direita (90%)
diz que “Israel deve ter pelo sofrimento da população palestina alguma mínima
consideração ou nenhuma consideração”.
Terminemos,
porém, esta nossa exposição com uma “boa” notícia. E é que no “coração
sangrante” da esquerda de Israel “apenas” (estou sendo cínico) 47 por cento
“julgam que Israel não deve levar em conta o sofrimento dos civis palestinos em
Gaza ou que deve ter alguma mínima consideração, enquanto 50 por cento julgam
que a consideração pelo transe palestino deve ser grande ou muito grande”. (Ibid.)
Em outras palavras, a
opinião prevalecente na esquerda judaica de Israel é que a dor dos gazitas deve
ser considerada, mas não necessariamente
suprimida.
Na realidade, e como
mostrei tão tristemente aqui, o Estado Judeu e a sociedade judaica são ambos
movidos pela supremacia judia. E os supremacistas judeus não atribuem quase
nenhum valor, quando atribuem algum valor, às vidas e às aspirações dos
palestinos. […]
* * *
Insisto
neste ponto: qualquer estudante da história judia, da ética judia e do
hiperetnocentrismo judeu não ficará surpreso com nada disso. O nosso problema
existencial consiste em conseguirmos evitar o destino que foi o de russos,
ucranianos e palestinos. Os judeus, uma vez que detenham o poder, farão de tudo
para obstar os interesses dos góis em qualquer sociedade onde residirem, ou
pela promoção de políticas antinacionais em favor de imigrantes e refugiados,
ou ― no caso de que detenham o poder total ― pela reclusão, pela tortura, pelo
genocídio…
O
contraste entre a hiperetnocêntrica mídia israelense descrita por Mercer e a
mídia antibranca, utópica e multicultural do Ocidente, em grande parte de
propriedade de judeus, não poderia ser maior. Enquanto a mídia de Israel
reflete o etnocentrismo do público judeu, a mídia no Ocidente dá o máximo de si
para induzir atitudes públicas, apelando constantemente e cada vez mais à
difusão de mensagens antibrancas ― mensagens de teor moral de impacto efetivo
sobre grande parte da população branca, especialmente mulheres, provavelmente
devido às peculiares culturas individualistas do Ocidente (cap. 8). A condição
da mídia ocidental é a prova mais evidente de que os judeus constituem uma
elite hostil no Ocidente.
A
esta altura, deve estar claro que as culturas ocidentais são antípodas das
culturas da Ásia Ocidental, onde o etnocentrismo e o coletivismo reinam. Os
ocidentais não consideram tanto as suas relações em termos de endogrupo e
exogrupo, o que, pelo contrário, é traço típico da cultura judaica ao longo de
toda a história.
O
individualismo não nos beneficiou em quase nada e foi um desastre para os povos
ocidentais. Na conjunção que se nos depara, só uma forte consciência endogrupal
nossa, advertida da ameaça do poderoso e perigoso exogrupo judeu, poderá nos
salvar agora.
Tradução
e palavras entre colchetes por Chauke Stephan Filho
Palavras
entre chaves e edição de referências e fontes por Mykel Alexander
Notas

Fonte: Kevin
MacDonald: Gaza: o hiperetnocentrismo e a frialdade dos genocidas judeus, por Kevin
MacDonald, 30 de julho de 2024, The
Occidental Observer.
https://www.theoccidentalobserver.net/2024/07/30/kevin-macdonald-gaza-o-hiperetnocentrismo-e-a-frialdade-dos-genocidas-judeus/
Em inglês:
The Extreme Hyper-Ethnocentrism
of Jews on Display in Israeli attitudes toward the Gaza War, por Kevin
Macdonald, 28 de maio de 2024, The
Occidental Observer.
https://www.theoccidentalobserver.net/2024/05/28/israeli-society-sociopathic/
Sobre o autor: Kevin
B. MacDonald (1944-) é um professor americano de psicologia na Universidade
Estadual da Califórnia. Graduou-se em Filosofia (University of
Wisconsin-Madison), fez o mestrado em Biologia (University of Connecticut),
Doutorado em Ciências Biocomportamentais (University of Connecticut). É um
estudioso das relações da população judaica com os povos ocidentais. É editor
do periódico The Occidental Quarterly e do site The
Occidental Observer.
Entre seus principais livros estão:
Social and Personality Development: An Evolutionary
Synthesis (Plenum
1988).
The
Culture of Critique: A People That Shall Dwell Alone: Judaism As a Group
Evolutionary Strategy, With Diaspora Peoples, (Praeger 1994).
The
Culture of Critique: Separation and Its Discontents Toward an Evolutionary
Theory of Anti-Semitism, (Praeger 1998).
Understanding Jewish Influence: A Study in Ethnic
Activism (Praeger
2004).
The Culture of Critique: An Evolutionary Analysis of
Jewish Involvement in Twentieth-Century Intellectual and Political Movements, (Praeger 1998).
___________________________________________________________________________________
Relacionado, leia também:
Desde há dois anos {da incursão do Hamas sobre Israel em 07
de outubro} - por Israel Shamir
{Israel, lobby sionista, fanatismo cristão e censura no meio acadêmico} - O fim da liberdade acadêmica - por Christopher Hedges e Maura Finkelstein
{Israel, lobby sionista e fanatismo} Abolição da Primeira Emenda - por Christopher Hedges
A cultura do engano de Israel - por Christopher Hedges
A Crítica de Acusação de Antissemitismo: A legitimidade moral e política de criticar a Judiaria - por Paul Grubach
Táticas do Lobby Judaico na Supressão da Liberdade de Expressão - por Tony Martin
Argumentos contra O PROJETO DE LEI nº 192 de 2022 (PL 192/2022) que propõe criminalizar o questionamento do alegado HOLOCAUSTO, o que, por consequência, inclui criminalizar também quaisquer exames críticos científicos refutando a existência do alegado HOLOCAUSTO – por Mykel Alexander
Liberdade para a narrativa da História - por Antonio Caleari
A mentira a serviço de “um bem maior” - Por Antônio Caleari
Relacionado, leia também sobre a questão judaica, sionismo e seus interesses globais ver, incluindo a Palestina:
Quem são os Palestinos? - por Sami Hadawi
Palestina: Liberdade e Justiça - por Samuel Edward Konkin III
Memorando para o presidente {Ronald Reagan, tratando da questão Palestina-Israel} - quem são os palestinos? - por Issah Nakheleh
Libertando a América de Israel - por Paul Findley
Deus, os judeus e nós – Um Contrato Civilizacional Enganoso - por Laurent Guyénot
O Evangelho de Gaza - O que devemos aprender com as lições bíblicas de Netanyahu - por Laurent Guyénot
A Psicopatia Bíblica de Israel - por Laurent Guyénot
Israel como Um Homem: Uma Teoria do Poder Judaico - parte 1 - por Laurent Guyénot (Demais partes na sequência do próprio artigo)
O peso da tradição: por que o judaísmo não é como outras religiões - por Mark Weber
Sionismo, Cripto-Judaísmo e a farsa bíblica - parte 1 - por Laurent Guyénot (as demais partes na sequência do próprio artigo)
O truque do diabo: desmascarando o Deus de Israel - Por Laurent Guyénot - parte 1 (Parte 2 na sequência do próprio artigo)
Congresso Mundial Judaico: Bilionários, Oligarcas, e influenciadores - Por Alison Weir
Historiadores israelenses expõem o mito do nascimento de Israel - por Rachelle Marshall
Resenha de: A Legacy of Hate: Anti-Semitism in America {Um legado de ódio: antissemitismo na América}, de Ernest Volkman - por Louis Andrew Rollins
Resenha de The Fateful Triangle: The United States, Israel & The Palestinians {O Triângulo Fatídico: Os Estados Unidos, Israel e os Palestinos} de Noam Chomsky por Louis Andrew Rollins
Resenha de THE DECADENCE OF JUDAISM IN OUR TIME {A DECADÊNCIA DO JUDAÍSMO EM NOSSO TEMPO}, de Moshe Menuhin, por David McCalden (escrito sob o pseudônimo Lewis Brandon)
Resenha de GENOCIDE IN THE HOLY LAND {GENOCÍDIO NA TERRA SANTA}, Rabbi Moshe Schonfeld, Neturei Karta dos EUA - por Bezalel Chaim
Genocídio em Gaza - por John J. Mearsheimer
{Retrospectiva 2023 - Genocídio em Gaza} - Morte e destruição em Gaza - por John J. Mearsheimer
O Legado violento do sionismo - por Donald Neff
{Retrospectiva 1946 – terrorismo judaico-sionista} - O Ataque ao Hotel Rei David em Jerusalém - por W. R. Silberstein
Crimes de Guerra e Atrocidades-embustes no Conflito Israel/Gaza - por Ron Keeva Unz
A cultura do engano de Israel - por Christopher Hedges
Será que Israel acabou de experimentar uma “falha de inteligência” ao estilo do 11 de Setembro? Provavelmente não. Aqui está o porquê - por Kevin Barrett
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Judeus: Uma comunidade religiosa, um povo ou uma raça? por Mark Weber
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