domingo, 6 de julho de 2025

As fornalhas de cremação de Auschwitz - parte 21 - por Carlo Mattogno e Franco Deana

 Continuação de As fornalhas de cremação de Auschwitz - parte 20 - por Carlo Mattogno e Franco Deana

Carlo Mattogno


8. Dias de funcionamento dos crematórios de Birkenau

A tabela a seguir mostra desde quando e até quando os crematórios de Birkenau existiram:

 

Tempo em existência

Dias

Crematório II

15 de março de 1943 – 27 de novembro de 1944

624

Crematório III

25 de junho de 1943 – 27 de novembro de 1944

522

Crematório IV

22 de março de 1943 – 7 de outubro de 1944

566

Crematório V

4 de abril de 1943 – 18 de janeiro de 1945

656

Crematória II e III juntos

1.145

Crematória IV e V juntos

1.222

 

            Contudo, as fornalhas de cremação Topf de Birkenau sofriam constantemente de defeitos, que interrompiam a sua atividade com frequência e por vezes durante longos períodos de tempo.

O Crematório II foi submetido aos primeiros reparos sérios pouco mais de uma semana após seu início de operação. Em 24 e 25 de março de 1943, os engenheiros da Topf, Prüfer e Schultze, foram a Auschwitz para verificar a extensão dos danos.161 No início de abril, descobriu-se que os danos não se limitavam às três unidades de tiragem forçada de ar, que haviam queimado, mas que partes do material refratário da conduta de exaustão e da chaminé haviam desabado,162 de modo que o Escritório Central de Construção de Auschwitz pediu a Prüfer, durante sua visita (entre 4 e 9 de abril), uma “nova sugestão sobre o revestimento da chaminé”.163 A partir de um desenho do Escritório Central de Construção, verifica-se que os danos afetaram partes das paredes que delimitavam o canal central de fumaça da chaminé.164 Assim, este crematório permaneceu inativo de 17 de maio165 a 1º de setembro de 1943,166 e, sem dúvida, foi operado apenas com carga reduzida entre o início de abril e 16 de maio.

O Crematório III esteve em serviço de 25 de junho a 31 de dezembro. O Crematório IV sofreu danos irreparáveis ​​rapidamente e só pôde operar de 22 de março a 10 de maio.167 Quanto ao Crematório V, provavelmente esteve em serviço pelo menos até o Crematório III ser colocado em operação, ou seja, por menos de três meses, de 4 de abril a 24 de junho.168

Assim, surge o seguinte quadro dos períodos de serviço e de inatividade dos quatro crematórios de Birkenau em 1943:

 

Período de tempo

Existência

Em serviço

Fora de Serviço

Crematório II

15 de março – 32 de dezembro

292 dias

166 dias

126 dias

Crematório III

25 de junho – 31 de dezembro

190 dias

190 dias

Crematório IV

22 de março – 31 de dezembro

284 dias

50 dias

235 dias

Crematório V

4 de abril – 31 de dezembro

272 dias

82 dias

190 dias

Total

 

1.039 dias

488 dias

551 dias

 

Além disso, de 21 de outubro de 1943 a 27 de janeiro de 1944, ou seja, durante 98 dias, vários fornos dos Crematórios II e III provavelmente ficaram fora de serviço devido a reparos em 20 portas de fornalhas.169

Os dados disponíveis para 1944 são menos completos. Em 2 de fevereiro de 1944, o Escritório Central de Construção solicitou novamente ao comandante do campo permissão para que os engenheiros Prüfer e Holick pudessem acessar o campo “a fim de inspecionar e reparar os danos à grande instalação de desinfestação no campo de prisioneiros de guerra e nos crematórios”.170 Em 22 de fevereiro de 1944, a administração da guarnição (Standortverwaltung) ordenou que o Escritório Central de Construção fornecesse 400 tijolos refratários “para reparos urgentes nos crematórios.”171

Em 3 de abril de 1944, foi emitida uma ordem para o “conserto de 20 portas de fornalhas” das fornalhas dos Crematórios II e III. Esses reparos foram concluídos em 17 de outubro, ou seja, 196 dias mais tarde.172

No início de maio de 1944, alguns revestimentos refratários das condutas de fumaça e chaminés dos crematórios foram danificados novamente, porque em 9 de maio, o chefe do Escritório Central de Construção do Campo de Birkenau pediu ao comandante do campo uma “permissão para entrar nos Crematórios I-IV” (II a V no sistema de numeração atual) para a Companhia Koehler,173 porque ela tinha sido “encarregada de fazer trabalhos de manutenção urgentes nos crematórios”.174

Entre 20 de junho e 20 de julho, mais “duas portas de fornalhas grandes e cinco pequenas” foram reparadas.175 Em 1943, o Crematório IV sustentou danos irreparáveis, e o Crematório V também foi seriamente danificado. No início de junho de 1944, houve uma tentativa de repará-las, como monstra a ordem de 1º de junho para “reparar 30 portas de fornalha” nesses crematórios.172 Os reparos foram concluídos em 6 de junho de 1944, e no mesmo dia foi emitida outra ordem para “reparos” nos Crematórios II a V. Esses reparos foram concluídos em 6 de setembro.172

            Contudo, se nós acreditarmos na palavra de Pressac, o Crematório IV foi usado como dormitório a partir do final de maio de 1944 para os prisioneiros que compunham o Sonderkommando.176 Portanto, podemos presumir que o Crematório IV não estava em serviço em 1944, enquanto o Crematório V funcionou do início de junho de 1944 até 18 de janeiro de 1945, ou seja, por 230 dias.

Nós resumimos. Em 1943, o Crematório II funcionou pelo menos de 9 de abril a 16 de maio com carga reduzida, ou seja, por pelo menos 38 dias. Os danos à chaminé do Crematório I no verão de 1942, que posteriormente teve que ser demolida e reconstruída, sem dúvida deixaram o Escritório Central de Obras um tanto cauteloso, de modo que é razoável presumir uma carga de trabalho de 50%, portanto, o tempo de operação do Crematório II durante esse período (= 10 horas por dia), o que equivale a 19 dias de operação a 100%. De 17 de maio a 31 de agosto, o Crematório II permaneceu fechado por 107 dias. Além disso, algumas fornalhas individuais ficaram fora de serviço devido ao reparo de portas individuais (20 portas por 294 dias e 7 portas por 30 dias, o que equivale a 10 portas de fornalhas por aproximadamente 600 dias). Se levarmos em conta que cada fornalha de mufla tripla tinha dez portas de vários tipos, e que os Crematórios II e III tinham dez dessas fornalhas no total, isso equivale a mais 60 dias de inatividade para esses crematórios.

Em 2 de fevereiro de 1944, foram descobertos danos ao material refratário dos Crematórios II e III, que foram reparados em 22 de fevereiro. Esses danos afetaram pelo menos duas fornalhas (uma em cada crematório), deixando-as inativas por pelo menos 25 dias, o que equivale a (25÷5=) 5 dias de atividade para cada crematório como um todo.

No início de maio de 1994, as condutas e/ou chaminés dos Crematórios II, III e V precisaram ser reparadas novamente. Na ausência de fontes, nós presumimos que os reparos intensivos subsequentes levaram apenas três dias para serem completados em cada crematório.

Em 1944, portanto, os Crematórios II e III permaneceram inativos por pelo menos (60+5+5+3+3=) 76 dias, ou em média 38 dias por crematório, e o Crematório V por pelo menos 3 dias.

Assim, os tempos de serviço das fornalhas de cremação de Birkenau para o ano de 1944 (e para janeiro de 1945) podem ser resumidos da seguinte forma, embora isso não leve em consideração o tempo de inatividade das fornalhas individuais, conforme mencionado anteriormente:

 

Período de tempo

Dias

Em Serviço

Fora de Serviço

Crematório II

1 de janeiro – 30 de outubro

304

266 dias

38 dias

Crematório III

1 de janeiro – 30 de outubro

304

266 dias

38 dias

Crematório IV

Crematório V

1 de janeiro – 30 de outubro

304

144 dias

160 dias

Total

 

912

676 dias

236 dias

 

Para as considerações presentes, o período operacional de todos os crematórios terminará em 30 de outubro de 1944, porque os alegados assassinatos em massa nos crematórios teriam cessado naquele dia. Agora podemos calcular o número total de dias em que os crematórios de Birkenau estiveram em serviço:

– Crematórios II e III juntos: 888 dias em serviço

– Crematórios IV e V juntos: 276 dias em serviço

De 15 de março de 1943 a 30 de outubro de 1944, cerca de 50.000 presos registrados morreram de “morte natural” no campo, de acordo com os Livros de Óbitos177 de Auschwitz, dos quais cerca de 3.050 foram cremados no Crematório I.178 Assumindo que os 46.950 corpos restantes foram cremados em proporção aos dias de atividade e ao número de muflas dos crematórios (Crematórios II e III = 86%, Crematórios IV e V = 14%), isso significa que cerca de 40.400 cadáveres foram cremados nos Crematórios II e III e cerca de 6.650 nos Crematórios IV e V. No caso de 20 horas de atividade por dia dos fornalhas de cremação (ver tabela Subcapítulo 7.4.), a cremação desses corpos exigia o seguinte:

– Crematórios II e III: (40.400 cadáveres ÷ 300 cadáveres/dia =) 135 dias de ambos os crematórios juntos

– Crematórios IV e V: (6.650 cadáveres ÷ 160 cadáveres/dia =) 42 dias de ambos os crematórios juntos

Assim, para as cremações seguintes, restariam:

– Crematórios II e III: (888 – 135 =) 753 dias de ambos os crematórios juntos

– Crematórios IV e V: (276 – 42 =) 234 dias de ambos os crematórios juntos

            Levando em conta a presença de crianças, o número de corpos que poderiam ser cremados diariamente aumenta em cerca de 1/6. Portanto, teoricamente, havia tempo suficiente para cremar o seguinte número de cadáveres de supostas vítimas de gaseamento:

– Crematórios II e III: (753 × 360 cadáveres/dia =) 271.080

– Crematórios IV e V: (234 × 192 cadáveres/dia =) 44.928

No total:                                                                     316.008

Embora esses números sejam baseados em dados reais, eles são meramente teóricos, e não apenas porque não havia coque para cremar essas hipotéticas vítimas de gaseamento. Na realidade, outro fator influenciou decisivamente o número de possíveis cremações: a duração do material refratário das muflas.

Tradução e palavras entre chaves por Mykel Alexander

Continua...

 Notas


161 Nota de Carlo Mattogno: APMO, BW 30/25, página 8.

162 Nota de Carlo Mattogno: APMO, BW 30/34, página 17.

163 Nota de Carlo Mattogno: Memorando de Kirshnek de 14 de setembro de 1943. RGVA, 502-1-26, página 144.

164 Nota de Carlo Mattogno: A chaminé dos Crematórios II e III foi subdividida em três canais de fumaça com seção transversal de 80 cm × 120 cm.

165 Nota de Carlo Mattogno: Entre 17 e 19 de maio, o engenheiro da Topf, Messing, desmontou os três sopradores de tiragem forçada de ar do Crematório II (RGVA, 502-1-306, páginas 91-91a). Poucos dias depois, a empresa Koehler iniciou o trabalho de reparo (RGVA, 502-1-313, página 37).

166 Nota de Carlo Mattogno: A obra provavelmente foi concluída no final de agosto, pois no dia 30 de agosto, o Escritório Central de Obras solicitou à Administração de Suprimentos diversos produtos de pintura para o Crematório II.

167 Nota de Carlo Mattogno: Esta data também é apenas aproximada. Rachaduras já haviam aparecido no forno de oito muflas do Crematório IV em 3 de abril (APMO, BW 30/34, página 42); o telegrama do SS Construction Office para a Topf Company, datado de 14 de maio de 1943, solicita “cálculos sobre engenharia térmica para chaminés dos Crematórios II e IV” (APMO, BW 30/34, página 41). Isso significa que a Chaminé do Crematório IV também havia sido seriamente danificada antes dessa data.

168 Nota de Carlo Mattogno: Pressac afirma que o Crematório IV não foi mais usado depois de setembro de 1943 (J.-C. Pressac, Les crématoires d’Auschwitz: La machinerie du meurtre de masse, CNRS Editions, Paris, 1993, página 81), mas não documenta sua alegação. Segundo R. Höß, o crematório teve que ser “repetidamente fechado, pois, após quatro a seis semanas de fogo, os fornos ou as chaminés queimavam”. (R. Hoess, Commandant of Auschwitz: The Autobiography of Rudolf Hoess, Weidenfeld & Nicolson, London 1959/The World Publishing Company, Cleveland, OH, 1959, página 215).

169 Nota de Carlo Mattogno: APMO, Dpr.-Hd/11a, página 95 (Julgamento de Höß).

170 Nota de Carlo Mattogno: RGVA, 502-1-345, página 50.

171 Nota de Carlo Mattogno: RGVA, 502-1-313, página 13.

172 Nota de Carlo Mattogno: APMO, Dpr.-Hd/11a, página 96 (Julgamento de Höß).

173 Nota de Carlo Mattogno: A empresa Koehler construiu as condutas de fumaça e chaminés dos Crematórios II e III.

174 Nota de Carlo Mattogno: RGVA, 502-1-83, página 377.

175 Nota de Carlo Mattogno: D. Czech, Auschwitz Chronicle, 1939-1945, Henry Holt, New York 1990, página 637.

172 Nota de Carlo Mattogno: APMO, Dpr.-Hd/11a, página 96 (Julgamento de Höß).

172 Nota de Carlo Mattogno: APMO, Dpr.-Hd/11a, página 96 (Julgamento de Höß).

176 Nota de Carlo Mattogno: Jean-Claude Pressac, Auschwitz: Technique and Operation of the Gas Chambers, Beate Klarsfeld Foundation, New York, 1989, página 389.

177 Nota de Carlo Mattogno: De 14 de março a 31 de dezembro de 1943, cerca de 22.800 presos morreram, de acordo com o Sterbebücher; cerca de 30.000 presos morreram em 1944, aproximadamente 27.000 a 28.000 deles até o final de outubro de 1944.

178 Nota de Carlo Mattogno: Leichenhallenbuch. Análise estatística de Jan Sehn. AGK, NTN, 92, página 143.

Fonte: Carlo Mattogno e Franco Deana, em Germar Rudolf (editor) Dissecting the Holocaust - The Growing Critique of ‘Truth’ and ‘Memory’, Castle Hill Publishers, P.O. Box 243, Uckfield, TN22 9AW, UK; novembro, 2019. Capítulo The Cremation Furnaces of Auschwitz.

Acesse o livro gratuitamente no site oficial:

https://holocausthandbooks.com/index.php?main_page=1&page_id=1

Sobre os autores: Franco Deana foi um engenheiro italiano. Carlo Mattogno nasceu em 1951 em Orvietto, Itália. Pesquisador revisionista, ele empreendeu estudos em filosofia (incluindo estudos linguísticos em grego, latim e hebraico bem como estudos orientais e religiosos)  e em estudos militares (estudou em três escolas militares). Desde 1979 dedica-se aos estudos revisionistas, tendo estado associado com o jornal francês Annales d’Histoire Revisionniste bem como com o The Journal of Historical Review.

Dentre seus mais de 20 livros sobre a temática do alegado holocausto estão: 

The Real Auschwitz Chronicle: The History of the Auschwitz Camps, 2 volumes, Castle Hill Publishers (Bargoed, Wales, UK), 2023.

Auschwitz: the first gassing – rumor and reality; Castle Hill, 4ª edição, corrigida, 2022.

Curated Lies – The Auschwitz Museum’s Misrepresentations, Distortions and Deceptions; Castle Hill, 2ª edição revisada e expandida, 2020.

Auschwitz Lies – Legends, Lies, and Prejudices on the Holocaust; Castle Hill, 4ª edição, revisada, 2017. (Junto de Germar Rudolf).   

Debunking the Bunkers of Auschwitz – Black Propaganda versus History; Castle Hill, 2ª edição revisada, 2016.

Inside the Gas Chambers: The Extermination of Mainstream Holocaust Historiography, 2ª edição corrigida, 2016.

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O que é o Holocausto? - lições sobre holocausto - por Germar Rudolf

O que é ‘Negação do Holocausto’? - Por Barbara Kulaszka

O Primeiro Holocausto - por Germar Rudolf

O Primeiro Holocausto – e a Crucificação dos judeus deve parar - parte 1 - Por Olaf Rose (Parte 2 na sequência do próprio artigo)

O Holocausto de Seis Milhões de Judeus — na Primeira Guerra Mundial - por Thomas Dalton, Ph.D. {academic auctor pseudonym}

O Mito do extermínio dos judeus – Parte 1.1 {nenhum documento sequer visando o alegado extermínio dos judeus foi jamais encontrado} - por Carlo Mattogno (demais partes na sequência do próprio artigo)


Sobre o revisionismo em geral e o revisionismo do alegado Holocausto ver:

Uma breve introdução ao revisionismo do Holocausto - por Arthur R. Butz

{Retrospectiva Revisionismo em ação na História} – Definindo evidência - por Germar Rudolf

{Retrospectiva Revisionismo em ação na História} – Tipos e hierarquia de evidências - por Germar Rudolf

Por que o revisionismo do Holocausto? - por Theodore J. O'Keefe

Revisionismo e Promoção da Paz - parte 1 - por Harry Elmer Barnes

Revisionismo e Promoção da Paz - parte 2 - por Harry Elmer Barnes

O “Holocausto” colocado em perspectiva - por Austin Joseph App

A controvérsia internacional do “holocausto” - Arthur Robert Butz

Contexto e perspectiva na controvérsia do ‘Holocausto’ - parte 1 - por Arthur R. Butz

Contexto e perspectiva na controvérsia do ‘Holocausto’ - parte 2 - por Arthur R. Butz

O Relatório Leuchter: O Como e o Porquê - por Fred A. Leuchter

Sobre a importância do revisionismo para nosso tempo - por Murray N. Rothbard


Sobre as alegadas câmaras de gás nazistas homicidas ver:

As câmaras de gás: verdade ou mentira? - parte 1 - por Robert Faurisson (primeira de seis partes, as quais são dispostas na sequência).

A Mecânica do gaseamento - Por Robert Faurisson

O “problema das câmaras de gás” - Por Robert Faurisson

As câmaras de gás de Auschwitz parecem ser fisicamente inconcebíveis - Por Robert Faurisson

O Relatório Leuchter: O Como e o Porquê - por Fred A. Leuchter

A técnica e a química das ‘câmaras de gás’ de Auschwitz - por Germar Rudolf - Parte 1 - Introdução (demais partes na sequência do próprio artigo)


sexta-feira, 4 de julho de 2025

{Retrospectiva Rússia 2011} – Dissidentes judeus miram Putin - por Daniel W. Michaels

 

Daniel W. Michaels 

Um artigo recente, A Hidden History of Evil [1]{“Uma História Oculta do Mal”}, da escritora neoconservadora Claire Berlinski, publicado no renomado City Journal, afirma que — por razões desconhecidas — o Ocidente tem ignorado deliberadamente as revelações de crimes cometidos na Federação Russa desde que Putin assumiu o poder. Berlinski menciona especialmente dois dissidentes atualmente exilados na Inglaterra: Pavel Stroilov e Vladimir Bukovsky. Bukovsky é bem conhecido por sua denúncia do uso soviético de hospitais psiquiátricos para silenciar críticos do regime comunista, tendo ele próprio sido vítima dessa prática durante anos antes de ser exilado na Inglaterra. Stroilov, por outro lado, pertence à era pós-soviética e afirma possuir documentos que colocam Putin e Gorbachev sob uma luz nada lisonjeira, até mesmo desprezível, mas não consegue despertar neles qualquer interesse por parte das agências governamentais anglo-americanas. Ambos os senhores fazem parte de um movimento muito maior, “Putin Deve Sair”, com apoiadores expressivos na própria Rússia, bem como na Inglaterra e nos Estados Unidos.

Outros observadores mais neutros afirmam, no entanto, que a campanha contra Putin conduzida pelos dissidentes e por uma imprensa cúmplice é injustificada e simplesmente mais um exemplo da solidariedade judaica na oposição a políticas que prejudicam seus próprios interesses e no apoio àquelas que os favorecem. Dissidência e oposição durante a mais dura era soviética das décadas de 1920 e 1930 e durante a Segunda Guerra Mundial teriam sido mais do que justificadas, mas infelizmente raramente foram ouvidas no Ocidente.

Em grande medida, oligarcas judeus obscenamente ricos, que foram expulsos da Federação Russa por Vladimir Putin, para grande deleite do povo russo, financiam esse movimento multifacetado. Não escapou à atenção de alguns observadores das relações EUA-URSS que os principais envolvidos nos acordos firmados entre os representantes americanos (Jeffrey Sachs, Andrei Schleifer, Robert Rubin, Larry Summers) e soviéticos (Yegor Gaidar, Anatoly Chubais) para introduzir o capitalismo na URSS eram todos judeus, e que os oligarcas recém-criados resultantes também eram judeus. Outros amigos de Gaidar incluíam Mikhail Khodorkovsky (cuja libertação da prisão é um grande projeto neoconservador[2]), Platon Lebedev, Grigory Yavlinsky e Boris Nemtsev. Todos são judeus, todos se opõem a Putin e alguns estão presos. Esses acordos incomuns de colaboração, feitos por pessoas de mesma etnia na Rússia e nos Estados Unidos com a aprovação da liderança política oficial desses países, não podem deixar de lembrar a afirmação de Hitler, durante a Segunda Guerra Mundial, de que os judeus capitalistas da América conspiraram com seus irmãos comunistas na União Soviética para definir as políticas de guerra de ambos os países. No entanto, a alegria de ver o comunismo abandonado na União Soviética como resultado dessas negociações incomuns foi tão grande que a maioria das críticas foi silenciada.

Contudo, nem dissidentes judeus exilados nem judeus locais podem acusar honestamente o primeiro-ministro Putin ou o presidente Medvedev de antissemitismo, especialmente aqueles que controlam a grande mídia. Putin apenas insiste e continuará a insistir que a mídia de massa na Rússia não seja usada para difamação de reputação ou para formular ou subverter políticas governamentais. Ele acredita que os russos, e não os magnatas da mídia judaica com dupla cidadania, devem governar a Rússia. Apesar de muitos russos se oporem ao fato de empreendedores judeus praticamente monopolizarem a exportação de recursos minerais russos para o exterior, o governo russo continua a permitir isso. Oleg Deripaska, por exemplo, um associado de Nathaniel Rothschild, é um desses oligarcas, assim como Roman Abramovich, amigo de Boris Berezovsky, é outro. Eles têm permissão para fazê-lo porque não tentam administrar o governo russo nem ditar suas políticas e também porque atendem às demandas dos globalistas internacionais.

É interessante notar que, desde 2003, Deripaska contratou Bob Dole, ex-líder da maioria e candidato à presidência, para pressionar o Departamento de Estado dos EUA a lhe conceder um visto. O visto foi aprovado apenas por um ano, pois o bilionário é suspeito de ter ligações com a comunidade criminosa. Diz-se que Dole recebeu cerca de US$ 500.000 por seus serviços. Ao mesmo tempo, o ex-chefe do FBI William Sessions vem pressionando o Departamento de Justiça dos EUA em nome de Semyon Mogilevich[3], que está na lista dos mais procurados do FBI por supostas ligações com o crime organizado. A troca de dinheiro obviamente tem precedência sobre qualquer outra consideração, seja ela de interesse nacional ou ética.

Tantos russos exilados e anti-Putin já têm recebido asilo político na Inglaterra e optaram por residir em Londres que a cidade é chamada de Londongrado. O governo britânico obviamente não se opõe a isso, pois os exilados direcionam bilhões de dólares para a economia britânica que, de outra forma, poderiam ir para outros lugares. Alguns observadores conjecturam que os governos do Reino Unido e dos Estados Unidos permitiram e até encorajaram os acordos monetários pouco ortodoxos firmados com a antiga União Soviética, sabendo plenamente que os judeus envolvidos inevitavelmente desviariam o comércio internacional resultante para os países que utilizam o dólar ou a libra esterlina.

Tradução e palavras entre chaves por Mykel Alexander

 Notas:


[1] Fonte utilizada por Daniel W. Michaels:

https://www.city-journal.org/2010/20_2_soviet-archives.html

[2] Fonte utilizada por Daniel W. Michaels: The Neocons Versus Russia, por Kevin MacDonald,16 de agosto de 2008, The Occidental Observer.

https://www.theoccidentalobserver.net/2008/08/16/the-neocons-versus-russia/

[3] Fonte utilizada por Daniel W. Michaels:

http://www.ocnus.net/artman/publish/article_28664.shtml

Fonte: Jewish Dissidents Target Putin por Daniel W. Michaels, 03 de março de 2011, The Occidental Observer.

https://www.theoccidentalobserver.net/2011/03/03/jewish-dissidents-target-putin/

Sobre o autor: Daniel W. Michaels (1928-2015), nascido em Nova York, foi um especialista em história russa e europeia. Formou-se em geografia pela Universidade de Columbia (Phi Beta Kappa, 1954) e foi aluno de intercâmbio Fulbright na Universidade de Tübingen, na Alemanha (1954). Ele e a esposa moraram por anos em Washington, D.C. Fluente em russo e alemão, serviu na Agência de Segurança Nacional (NSA), na Biblioteca do Congresso (Analista Sênior de Pesquisa) e no Centro de Inteligência Marítima Naval, até sua aposentadoria, continuando contribuir com artigos para vários periódicos sobre assuntos da Segunda Guerra Mundial e da Guerra Fria.

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Relacionado, leia também:

Sobre a influência do judaico bolchevismo (comunismo-marxista) na Rússia ver:

Revisitando os Pogroms {alegados massacres de judeus} Russos do Século XIX, Parte 1: A Questão Judaica da Rússia - Por Andrew Joyce {academic auctor pseudonym}.  Parte 1 de 3, as demais na sequência do próprio artigo.


Mentindo sobre o judaico-bolchevismo {comunismo-marxista} - Por Andrew Joyce, Ph.D. {academic auctor pseudonym}

Os destruidores - Comunismo {judaico-bolchevismo} e seus frutos - por Winston Churchill

A liderança judaica na Revolução Bolchevique e o início do Regime soviético - Avaliando o gravemente lúgubre legado do comunismo soviético - por Mark Weber

Líderes do bolchevismo {comunismo marxista} - Por Rolf Kosiek

Wall Street & a Revolução Russa de março de 1917 – por Kerry Bolton

Wall Street e a Revolução Bolchevique de Novembro de 1917 – por Kerry Bolton

Esquecendo Trotsky (7 de novembro de 1879 - 21 de agosto de 1940) - Por Alex Kurtagić

{Retrospectiva Ucrânia - 2014} Nacionalistas, Judeus e a Crise Ucraniana: Algumas Perspectivas Históricas - Por Andrew Joyce, PhD {academic auctor pseudonym}

Nacionalismo e genocídio – A origem da fome artificial de 1932 – 1933 na Ucrânia - Por Valentyn Moroz

A Revolução Bolchevique e seu rescaldo - por Ron Keeva Unz


      Sobre a restauração tradicional russa ver:

{Retrospectiva 1995 - Rússia} Sentimento nacionalista difundido, crescendo na Ex-União Soviética - As dores do parto de uma nova Rússia - por Mark Weber

{Retrospectiva 2014} – Ucrânia: o fim da guerra fria que jamais aconteceu - Por Alain de Benoist

Aleksandr Solzhenitsyn, Ucrânia e os Neoconservadores - Por Boyd T. Cathey

{Restrospectiva 2014 – Crise Ocidente x Rússia} – Examinando o ódio de Vladimir Putin e da Rússia - Por Boyd D. Cathey