segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Stalin preparado para o ataque do verão de 1941

Theodore O'Keefe
 editor assistente de publicações
do Journal for Historical Review
(editorial do Institute for Historical Review)

            Viktor Suvorov é um ex-membro do Estado Maior Soviético que agora vive no Ocidente. Ele é o autor de três obras autoridades sobre as forças armadas soviéticas. Escrevendo na edição de junho de 1985 do Journal of The Royal United Services Institute for Defence Studies, Suvorov reúne impressionantes evidências para mostrar que Stalin estava preparando atacar a Alemanha em 1941. O respeitado jornal britânico introduziu este surpreendente artigo ao notar que “historiadores que têm até então aceitado de forma acrítica a tese de que Stalin foi a vítima de uma agressão não provocada no verão de 1941 podem ter que revisar, ou no mínimo modificar, as visão deles.”

            Suvorov escreve que em 13 de junho de 1941 Stalin começou secretamente “o maior movimento de tropas por um único estado na história da civilização,” transferindo enormes forças para a fronteira soviético-germânica. As tropas soviéticas foram dispostas lá não para defesa, mas em preparação para uma invasão surpresa. “Parece certo,” escreve Suvorov, “que a concentração soviética nas fronteiras deveria ser completada em 10 de julho. Assim, o golpe alemão que caiu apenas 19 dias antes encontrou o exército vermelho na mais desfavorável situação – em vagões de ferrovia.”

Viktor Suvorov
            Citando informação compilada na maior parte das fontes soviéticas oficiais, Suvorov conclui que “a única intenção militar crível a qual Stalin poderia ter tido era começar a própria guerra no verão de 1941.”

            O ensaio de Suvorov, o qual está baseado em uma ainda não completada tese de Ph.D. fortalece a visão de David Irving, Erich Helmdach e outros historiadores revisionistas que o ataque da Alemanha e de seus parceiros do Eixo contra a URSS em 22 de junho de 1941, foi uma medida preventiva necessária a um iminente ataque violento soviético contra a Europa.

Tradução por Mykel Alexander  


Informação Bibliográfica

Autor
(editorial)
Título
Stalin Prepared for Summer 1941 Attack
Fonte
The Journal for Historical Review (http://www.ihr.org)
Data
Inverno 1985 – 1986
Fascículo
Volume 6 número 4
Localização
Página 501
Endereço




Sobre Theodore O'Keefe: Nascido em Nova Jersey (1949 - ) é formado em História em Harvard e com estudos em idiomas, latim, grego, francês, alemão, espanhol, italiano e japonês. Foi membro do Institute for Historical Review, autor de vários artigos sobre história e política, e editor assistente de publicações do Journal for Historical Review. 

Sobre Viktor Suvorov é o nome de pena de Vladimir Bogdanovich Rezun (1947 – ), um pesquisador e ex-membro da inteligência militar soviética (tenente-coronel) de descendência russa e ucraniana. Formado na Academia Diplomática Militar russa (1971 – 1974).  Entre suas principais obras estão:

The Liberators, 1981, Hamish Hamilton Ltd,.

Inside the Soviet Army, 1982, Macmillan Publishing Co. . (Em português como O exército Soviético por dentro, Editora Record, Rio de Janeiro, 1982).

Inside Soviet Military Intelligence, 1984. (Em português como A Espionagem Militar Soviética, Editora Record, Rio de Janeiro, 1984).

Icebreaker (Ледокол) 1990, Hamish Hamilton Ltd.

Suicide. For what reason did Hitler attack the Soviet Union? (Самоубийство), Moscou, ACT, 2000.
The Last Republic, ACT, 1997.

Last Republic II. Why did the Soviet Union lose the Second World War? (Последната Република II), Sofia, Fakel Express, 2007.

The Chief Culprit: Stalin's Grand Design to Start World War II. Annapolis, MD: Naval Institute Press, 2008. (Em português como O Grande Culpado, Editora Amarilys, Barueri, 2010.)

Defeat. Why was the “great victory” worse than any defeat? (Разгромът), Sofia, Fakel Express, 2009.

Shwado of Victory (Тень победы).

I Take It Back (Беру Свои Слова Обратно).

Cleansing (Очищение). Why did Stalin behead his army?, Moscow, 2002.

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3 comentários:

  1. Suvorov escreve que em 13 de junho de 1941 Stalin começou secretamente “o maior movimento de tropas por um único estado na história da civilização,” transferindo enormes forças para a fronteira soviético-germânica.

    Ora se o movimento de tropas aconteceu dia 13 de junho de 1941 então Hitler se sentiu ameaçado e preparou para invadir faltando 8 dias para atacar? O cara era rápido hein? Essa movimentação de tropas foi em resposta as concentrações de tropas alemãs desde o Mar Báltico ao Mar Negro por agentes secretos soviéticos indicando a iminência de um ataque alemão. Até creio que Stalin tinha a intenção de tomar a iniciativa más por outros fatores do que essa movimentação, Stalin iria atacar bem depois, só quando Hitler ocupasse as ilhas britânicas, se Hitler não quisesse guerra com a URSS deveria ter protegido a Polônia ao invés de ocupá-la e ficar a mercê de um ataque soviético, Polônia era uma proteção para a Europa de qualquer agressão soviética, Hitler confiou cegamente em Stalin ao assinar o pacto com ele? A realidade é que Hitler considerava o estado soviético catastrófico em termos bélico pelo “fracasso” na Guerra de Inverno, até Suvorov expôs isso no seu capitulo sobre a “Guerra de Inverno”, Hitler tirou conclusões precipitadas pelo fato da URSS não ter ocupado a Finlândia, a URSS não ocupou pois Stalin temia que isso deixasse claro a potencia militar que a URSS era, ao destruir a Linha Mannerheim no inverno ainda, nenhum outro exército do mundo conseguiria esse feito.

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    1. "Ora se o movimento de tropas aconteceu dia 13 de junho de 1941 então Hitler se sentiu ameaçado e preparou para invadir faltando 8 dias para atacar? O cara era rápido hein?"

      Levantarei algumas colocações "Anônimo 13 de maio de 2020 13:08":

      1ª A mobilização soviética foi obviamente de uma quantia bélica já existente, e era muito maior que da Alemanha. E ainda tal quantia poderia crescer ainda mais sem a intervenção da Operação Barbarossa.

      2ª A única nação do mundo, NA OCASIÃO, com capacidade bélica para um combate contra a URSS era a Alemanha de Hitler. Mas ainda assim, a logística de produção militar alemã estava longe de ser a planejada para um tipo de invasão premeditada, uma vez que a capacidade de produção alemã era potencialmente MUITO MAIOR do que a mobilizada na Operação Barbarossa.

      3ª Mas em termos de intenções de invasão, envolvendo a geopolítica e seus acordos de longo prazo, é FUNDAMENTAL considerar que desde o fim da política de Bismarck, quando esse foi retirado do governo alemão, o bastidor diplomático envolvendo França, Inglaterra (sede principal do poder do judaísmo internacional na Europa, principalmente através da diplomacia do judeu Benjamin Disraeli), Rússia e Alemanha, não mais representava os interesses da diplomacia europeia, mas sim o do judaísmo internacional e o da globalização, e a URSS nessa linha - judaísmo-internacional e globalista - via Trotsky, ou de imperialismo soviético, via Stalin, já era a principal força formal, associada ao terrorismo bolchevique informal, causadora da GUERRA CIVIL EUROPEIA, e esse é um quadro que Hitler não iniciou, mas sim se deparou, e o tamanho da URSS, com suas respectivas invasões/anexações acertadas ou frustradas, em 1933 quando Hitler assumiu parcialmente o poder na Alemanha, já evidenciava a marcha de ataque ao que restava da ordem europeia.

      4ª Isso é o contexto em que a Operação Barbarossa é a etapa culminante que abre a deflagração bélica entre a ordem europeia (Alemanha do III Reich) e a ordem anti-europeia, soviética (URSS e Aliados).

      5ª Erros e acertos dos protagonistas em tal embate, referem-se, portanto, aos passos bélicos que assumiram uma configuração CONTINGENTE (ou seja, uma das possibilidades de reação europeia, mas a que se cristalizou em realidade através de Hitler, já que as demais lideranças capazes disso sucumbiram) originária de uma diplomacia anti-europeia, já não mais CONTINGENTE, e sim colocada em MARCHA, quase INEVITAVELMENTE! Dum lado o liberalismo e suas guerras do ópio contra a China, contra os Boers, contra as colônias espanholas caribenhas, a favor dos bancos centrais, em suma o sistema financeiro internacional do Império Britânico e dos EUA de então, correspondente a parte indireta contra a Alemanha/ordem europeia, e do outro lado, a expansão soviética, correspondente na ocasião contra a Alemanha/ordem europeia.

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    2. Você só esquece de uma coisa, uma contradição central nesse seu artigo. Viktor Suvorov no seu livro em questão, do começo ao fim afirma e prova que sem Stalin Hitler jamais chegaria ao poder ou teria condições de lançar guerra na Europa.

      Em 1932 o NSDAP estava em situação dramática em termos politico e financeiro, tinha perdido 2 milhões de eleitores na eleição de novembro de 1932 e com isso não poderiam formar a maioria para governar no Reichstag, os social-democratas e os comunistas juntos podiam formar a maioria más Stalin deu ordens expressa de não negociar, justamente para abrir caminho para Hitler assumir o poder e provocar tumulto na Europa ocidental para seu plano de revolução mundial.

      Sem Stalin a Alemanha jamais poderia lançar uma guerra na Europa como lançou, sem a importação de petróleo e minerais da URSS para a industria militar alemã, fora o perigo do bloqueio continental britânico causando fome na população, por isso a Alemanha também importava trigo da URSS.

      Você diz: “2ª A única nação do mundo, NA OCASIÃO, com capacidade bélica para um combate contra a URSS era a Alemanha de Hitler. Mas ainda assim, a logística de produção militar alemã estava longe de ser a planejada para um tipo de invasão premeditada, uma vez que a capacidade de produção alemã era potencialmente MUITO MAIOR do que a mobilizada na Operação Barbarossa.”

      Ora, Hitler começou a bolar um plano para invadir a URSS em novembro de 1940 depois que Molotov foi a Berlim e fez uma série de exigências territoriais, dos quais a Alemanha era totalmente dependente como petróleo romeno, exigências essas para a URSS aceitar entrar no Eixo(sim, houve esse intento), em dezembro do mesmo ano Hitler assinou a diretriz n 21 autorizando o plano, então tinham 6 meses para preparar a invasão, quanto tempo deveriam ter? Outra, essa capacidade de produção alemã jamais foi por mérito próprio, dependia demais da URSS e foi isso que fez Hitler invadir a URSS, Stalin sabia o que estava fazendo quando assinou o pacto com a Alemanha, ele demorou meio ano para começar a colocar o pais em guerra total por acreditar que em dezembro de 41 a guerra teria acabado(por considerar o exército soviético fraco pois não ocupou a Finlândia, depois ele admitiu que tirou conclusões erradas), quando percebeu que não seria tão fácil ai começou a mudar e colocar o pais em produção de guerra total, timidamente ainda em 42 e mais agressivo depois do desastre de Stalingrado em fevereiro de 43.

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