Continuação de Sionismo - por Richard James Horatio Gottheil (Jewish Encyclopedia) - parte 9
Richard James Horatio Gotthei |
O
Sétimo Congresso
O Sétimo congresso ocorreu na Basiléia em 27 de julho de
1905, o primeiro aniversário do funeral de Theodor Herzl. Mais de 800 delegados
foram eleitos, dos quais mais que 600 compareceram. Conforme tinha sido
antecipado, as sessões foram particularmente excitantes, na verdade, as vezes
elas tornaram-se turbulentas. Os vários partidos tinham anteriormente feito
preparações, os sionistas Ziyyone tendo realizado uma conferência preliminar em
Freiburg. Dr. Max Nordeau foi eleito presidente. Talvez o mais interessante
relato apresentado no congresso foi o da Comissão Palestina. Ela contou
sobre a publicação de seu órgão “Altneuland,”
de uma expedição geológica, de estações de observação meteorológica
estabelecidas, da missão do Dr. S. Soskin à Palestina e Síria no interesse da
cultura de algodão lá, e das aulas do curso sobre colonização realizado em
Köthen {cidade alemã} (27 de março - 8 de abril, 1905) em conexão com o
instituto técnico local. O interesse real do congresso se coloca, contudo, no
voto que era para ser tomado sobre o relato da East African Commission.
Vários dias foram gastos em sua discussão, e em 30 de julho o congresso
especial foi realizado como previsto na resolução do Sexto Congresso. A
conclusão foi precipitada. O Actions Committee tinha, após o recebimento do
relato da comissão, dado sua opinião que a terra ofertada não era suficiente em
extensão e recursos para colonização em uma larga escala; e o Partido do
Governo, junto com os sionistas Ziyyone e a facção Mizrahi, era sabido estar
largamente na maioria. Várias resoluções lidando com o assunto foram
oferecidas; e o seguinte compromisso foi finalmente proposto por Alexander
Marmorek em nome do Actions Committe:
“O Sétimo Congresso Sionista declara: a organização sionista posta-se firmemente pelo princípio fundamental do Programa da Basiléia, nominalmente, ‘O estabelecimento de um lar legalmente assegurado e publicamente reconhecido para o povo judaico na Palestina,’ e ele rejeita, ou como fim ou como um meio de colonização, atividade fora da Palestina e suas áreas adjacentes. O Congresso resolve agradecer ao governo britânico por sua oferta de um território na África oriental britânica, para o propósito de lá um assentamento judaico com direitos autônomos. Uma comissão tendo sido enviada para examinar o território, e tendo reportado no mesmo, o Congresso resolve que a organização sionista não irá mais se engajar ela própria com o propósito. O Congresso reporta com satisfação o reconhecimento acordado pelo governo britânico à organização sionista em seu desejo de trazer uma solução sobre o problema judaico, e expressa uma sincera esperança que possa ser acordado ele à continuação de bom apoio do governo britânico quando disponível em qualquer questão que possa ser assumida em acordo com o Programa da Basiléia. O Sétimo Congresso Sionista recorda e enfatiza o fato de que, de acordo com o artigo I dos estatutos da organização sionista, a organização sionista inclui aqueles judeus que se declaram eles próprios em acordo com o Programa da Basiléia.”
No julgamento final de força sobre este movimento os
territorialistas abstiveram-se de votar, enquanto o Dr. Syrkin, em nome de
vinte e oito delegados pertencentes à Poale Zion, apresentou um protesto contra
a decisão e junto com seu partido deixou o salão, recusando-se a prosseguir no
congresso.
O futuro trabalho do corpo sionista na Palestina foi
também o assunto de uma longa discussão entre o Partido do Governo e os
sionistas Ziyyone. Uma resolução de compromisso foi também efetuada a este
respeito, a saber:
“O Sétimo Congresso Sionista resolve que, concorrentemente com a atividade política e diplomática, e com o objetivo de fortalecer ela, a promoção sistemática dos objetivos do movimento na Palestina irá ser realizada pelos seguintes métodos: 1° Exploração. 2° Promoção da agricultura, indústria, etc., sob os mais democráticos princípios possíveis. 3° Melhoramento cultural e econômico e organização dos judeus da Palestina através da aquisição de novas forças intelectuais. 4° Aquisição de concessões. O Sétimo Congresso Sionista rejeita toda colonização sem direcionamento, antipática e filantrópica e em pequena escala a qual não se conforme ao primeiro ponto do Programa da Basileia.”
Foi ainda votado que nenhuma terra na Palestina era para
ser comprada com dinheiro do Fundo Nacional até que isto pudesse ser feito numa
maneira judicial.
A
presente condição do movimento.
É difícil estimar o número de sociedades sionistas no
presente (1905) em existência. Elas ascendem em muitos milhares, e o trabalho
que elas fazem é de complexidade variada de acordo com as necessidades dos
judeus vivendo sob diferentes condições. Algumas são puramente reuniões
judaicas nacionais, outras são literárias, enquanto outras novamente são
devotadas ao desenvolvimento do intercurso social entre os membros delas.
Muitas têm bibliotecas anexadas em seus locais de encontro, e fazem uma certa
quantidade do trabalho de colonização.
Todas têm um objetivo em vista: encorajar e nutrir o
sentimento nacional judaico, e reunir seus membros juntos num desenvolvimento
posterior de caráter judaico. O pagamento do shekel {moeda judaica} (25
cents) confere o direito de votar nos delegados para o congresso. Anualmente ou
semestralmente os encontros são realizados por todas as sociedades dentro de um
certo distrito, e federações estão gradualmente sendo formadas em vários
países. A primeira de tais organizações foi a Federação dos Sionistas
Americanos, fundada em 1898 para o propósito de reunir em um corpo as sociedades
em e ao redor de Nova Iorque, mas gradualmente incluindo em seu escopo todas as
sociedades nos Estados Unidos e nas Ilhas Filipinas. Em 1905 esta
federação compreendia 238 sociedades, com oitenta sociedades em uma segunda
organização, a Knight of Zion (Chicago), apenas vagamente conectada com a
federação. A English Zionist Federation, na qual a maioria das mais
velhas sociedades Chovenei Zion foram fundidas depois de uma conferência
mantida em Clerkewell Town Hall, 6 de março de 1898, foi fundada em fevereiro
de 1899, e nela foram logo adicionadas as federações canadense e sul africana,
a Societati Sion Istilor diu Rominia, a Zionistiche Vereinigung für
Deutschland, a Niederkabdsch Zionistebund, e a Dansk Zionistisk Forening. A
Rússia é dividida em treze “rayons,” cada um dos quais é presidido por um
membro do Larger Actions Committe.
Constituição
A
constituição da organização sionista inteira é democrática em seus próprios
fundamentos. A plena autoridade reside somente nos congressos, em cujas mãos
repousam a direção de todas as questões sionistas e a eleição de todos os
escritórios. Enquanto Theodor Herzl era vivo o presidente do Smaller Actions
Committee era ao mesmo tempo o presidente do congresso. No Sétimo Congresso os
dois escritórios foram separados, e foi feito impossível para um membro dos
Actions Committee ser um executivo de um escritório de um congresso. O
congresso tinha seu próprio manual de procedimento, o qual tinha sido
modificado de tempo em tempo. A representação no congresso era sobre a base
de um delegado para cada 200 sionistas contribuintes de shekel {moeda
judaica}. Até o Sétimo Congresso o presidente conduziu as questões de
organização com outros seis membros vivendo na mesma cidade, os quais com ele
formavam o Smaller Actions Committee. Ao lado deste existia um Larger
Actions Committee, composto de líderes das várias organizações em diferentes
países, proposto por suas próprias organizações territoriais e eleito pelo
congresso. O número de membros neste committee maior tem continuamente
crescido; em 1898 era 37, em 1900 era 42, e em 1905 ele alcançou 53. Neste
último ano o Larger Actions Committee foi feito o corpo executivo do congresso,
enquanto o Smaller Actions Committe, consistindo de David Wolfssohn, Professor
Warburg, Jacobus Kann, Kohen-Bernstein, M. Usishkin, L. J. Greenberg, e
Alexander Marmorek, era simplesmente um committee do corpo maior. Wolfssohn é
no presente (1905) o presidente do Smaller Actions Committee, o qual tem sua
sede em Colônia. Os orçamentos anuais de seu committee de 1898 até o presente
momento são dados na seguinte tabela:
Ano
|
Valor
em francos |
1898-1899 |
158.212 |
1899-1900 |
173.018
|
1900-1901 |
146.631
|
1902-1903 |
158.637
|
1903-1904 |
114.911
|
1904-1905 |
170.119 |
.
Jewish Colonial Trust
A fundação do Jewish Colonial Trust tem sido descrita em
outro lugar (Jewish Encyclopedia, volume 7, página 176). Seu propósito
não é financeiro, mas político. Como um corpo com direitos coletivos, ele é
o instrumento prático da organização sionista. O memorando original
declarou seu propósito ser trabalhar na Palestina, na Síria, ou, quando na
opinião do conselho consultivo os interesses do povo judaico devam exigi-lo,
em qualquer outra maneira (que a especificada) e em qualquer outra parte do
mundo. O temor foi logo sentido que esta latitude era muito grande e abriu
a porta para um possível uso indevido dos fundos. A atividade do banco foi,
portanto, circunscrita. No Terceiro Congresso (17 de agosto de 1899) a cláusula
foi mudada de modo a ler-se “para promover, desenvolver, trabalhar, e
prosseguir nos esquemas de colonização no Oriente, pela preferência na
Palestina e Síria; além disso, promover, desenvolver, e prosseguir na
indústria e empreendimentos na Palestina, na Síria, ou em qualquer
outra parte do mundo.” No Sétimo Congresso (1 de agosto de 1905), sob a
influência da maioria antiterritorial presente, a ação do Trust foi ainda
mais circunscrita, e a cláusula alterada de modo a ler-se “na Palestina,
Síria, qualquer outra parte da Turquia asiática, Península do Sinai, e a Ilha
do Chipre”; mas no secundo encontro especial convocado em Londres, 31 de
agosto de 1905, o adequado poder de voto não estava presente e a necessária
resolução não pode ser aprovada. As ações do Trust são em grande parte mantidas
em números muito pequenos, os acionistas são estimados em cerca de 300.000.
Vários meios têm sido empregados para fazer a compra delas possível nesta
maneira: por exemplo, a Joint Share Clubs a qual foi fundada em Londres em
1901. Os fundos no Trust ascendiam em dezembro de 1903 em £296.887, e em
dezembro de 1904, em £321.345. Dividendos em 2 por cento em 1903 e 2 ½ por
cento em 1903 têm sido pagos. A fim de processar o trabalho do Trust na
Palestina, e dar estabilidade aos interesses judeus lá, foi proposta no Quinto
Congresso abrir uma filial em Jaffa. Isto foi feito em 1903, uma nova
corporação, a Anglo-Palestine Company, sendo estabelecida, todas as ações das
quais são detidas pelo Jewish Colonial Trust. Em agosto de 1904, uma filial da
Anglo-Palestine Company foi fundada em Jerusalém, a qual era para ser seguida
por uma em Haifa. A Anglo-Palestine Company pagou em 1904 um dividendo de 4 por
cento. O Jewish Colonial Trust tem também se juntado na fundação da Palästina
Handels Gesellschaft (1903, 22.500 marcos) e da Deutsch Levant Baumwoll
Gesellschaft (1903, 25.000 marcos). Em uma vez uma tentativa foi feita para
arruinar o Trust, o “Israelite” de
Mayence (20 de março de 1902) e um correspondente no “Jewish Chronicle” de Londres (21 de março de 1902) acusaram-no de
colocar falsas entradas de valores. A acusação foi reproduzida pelo Dr. Bloch
em seu “Wochenschrift” (Viena). O
“Jewish Chronicle,” após o
recebimento de uma melhor informação, de sua própria vontade retirou as
acusações; os outros dois jornais foram forçados a fazê-lo por processos da lei
(“Wochenschrift,” 10 de fevereiro de
1903). Em 1905 a sociedade Bezalel foi formada na Alemanha para o propósito
de introduzir um desenvolvimento mais artístico nas industrias palestinas. Junto
com a Anglo-Palestine Company e a Palästina Handels Gesellschaft, muitos judeus
não afiliados com o sionismo têm juntado as mãos com eles nesta tentativa de
elevar a mão de obra judaica na Palestina. Boris Schatz e E. M. Lilien têm
indo lá afim de introduzir um “Kunstgewerbeschule” {Escola de Artes Aplicadas}.
Jewish
National Fund
No Primeiro Congresso, em 1897, a ideia de um Jewish National Fund (Territorial Fund) foi debatida pelo Prof. Herman Shapira. No Quarto (1900) ela foi aceita em princípio. O propósito do Fundo é produzir um capital permanente o qual irá ser propriedade do povo judaico para o exclusivo propósito de comprar a terra na Palestina. Ele não é para ser tocado até alcançar $1.000.000, metade da soma a qual é sempre para permanecer em mão. Os estatutos como colocados pelo National Fund Commission foram aceitos no Quinto Congresso (1901); e em 1904 o Fund (“Keren Kayyemet”) foi legalmente domiciliado em Londres, seu dinheiro sendo colocado em posse da Jewish Colonial Trust. O Fund é derivado do uso de selos colocado em cartas sionistas, convites, e semelhantes, de ofertas voluntárias, e do pagamento feito para inscrever pessoas e sociedades no “Livro de Ouro” (“Sefer ha-Zahab”). Desde 1 de junho de 1902, estas coleções têm produzido uma pouco mais que $250.000. A resolução para refrear de usar o Fund até ele ter alcançado um certo ponto foi violentamente oposicionada pelos sionistas Ziyyone, e uma resolução contra o estatuto foi adotada na Convenção de Minsk; mas os próprios judeus na Palestina pleitearam (1903) pela forma original.
Tradução e palavras entre chaves e grifos por Mykel Alexander
Continua em Sionismo - por Richard James Horatio Gottheil (Jewish Encyclopedia) - parte 11
Fonte: Richard Gottheil, Jewish Encyclopedia, volume 12, FUNK AND WAGNALLS COMPANY, Nova Iorque, 1905. Entrada ZIONISM.
Consulta de apoio na versão on-line: https://www.jewishencyclopedia.com/articles/15268-zionism#anchor4
Sobre o autor: Richard James Horatio Gottheil (1862 -1936) foi um judeu inglês, acadêmico (graduação na Columbia College em 1881, doutorado em Leipzig em 1886). Também foi rabino nos EUA. De 1898 a 1904, foi presidente da American Federation of Zionists e trabalhou com Stephen S. Wise e Jacob De Haas. Depois de 1904, ele foi vice-presidente da Sociedade Histórica Judaica Americana. Gottheil escreveu muitos artigos sobre questões orientais e judaicas para jornais e resenhas. Ele editou a Columbia University Oriental Series e Semitic Study Series. Depois de 1901, ele foi um dos editores da Jewish Encyclopedia. Ele escreveu o capítulo sobre sionismo que foi traduzido para o árabe e publicado por Najīb Al-Khūrī Naṣṣār em seu jornal Al-Karmil e também na forma de um livro em 1911.
Entre suas obras estão The Syriac grammar of Mar Elia Zobha (1887) e Zionism (1914).
Fonte as informações sobre o autor: Wikipedia em inglês, consulta em 24 de julho de 2020:
https://en.wikipedia.org/wiki/Richard_James_Horatio_Gottheil
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