Laurent Guyénot |
A Origem Medieval do
Individualismo Ocidental
Em
“O Império Falido”,*1 eu tenho argumentado
que o papado medieval é responsável pelo fracasso da Europa em alcançar a
unidade política sob a liderança alemã no período medieval. Eu não neguei que a
“ausência duradoura do império hegemônico” e a “fragmentação competitiva do
poder” tivessem efeitos positivos, como afirmou Walter Scheidel em Escape
from Rome: The Failure of Empire and the Road to Prosperity (Princeton UP,
2019). A demonstração de 600 páginas de Scheidel não conseguiu me convencer,
mas mesmo que seja verdadeira, sua tese não contradiz a minha de forma alguma.
É apenas um ponto de vista diferente. Do ponto de vista da geopolítica mundial
de hoje, não há como negar que a Europa é um fracasso total e não pode nem
começar a se comparar ou competir com os novos “estados civilizacionais”, para
usar a categoria de Christopher Coker.1
Que o papado é para se elogiar ou se culpar por isso dificilmente está em
questão.
Aqui,
eu argumentarei que o papado medieval é responsável pela criação do indivíduo
ocidental moderno, aquele homem sem raízes obcecado por sua própria salvação,
identidade e autorrealização. Eu não vou negar que o individualismo ocidental
produziu uma colheita excepcional de gênios em todos os campos da cultura
humana e desencadeou uma efusão de criatividade sem precedentes. Isso, eu acho,
é inegável. E talvez tenha valido a pena. Vou simplesmente argumentar que o
estágio patológico – e contagioso – que o individualismo ocidental alcançou
hoje é o resultado final de um programa de dessocialização escrito pelo papado
romano. Tomando emprestado do notável livro de Joseph Henrich, The WEIRDest
People in the World, ao qual eu retornarei: “ao minar o parentesco
intensivo, as políticas de casamento e família da Igreja liberaram gradualmente
os indivíduos das responsabilidades, obrigações e benefícios de seus clãs e
casas.”2 Ao longo de muitas gerações, essa
engenharia social conectou nossa psicologia exclusivamente individualista.
Pode
soar contraintuitivo culpar o cristianismo pela perda dos laços de parentesco,
já que os cristãos praticantes são hoje os defensores dos valores familiares no
Ocidente. Isso se deve ao paradoxo de que o cristianismo é tanto revolucionário
quanto conservador. Foi revolucionário no início e conservador no final. Todas
as religiões estabelecidas são conservadoras, essa é sua principal função
social. Mas o conservadorismo do cristianismo ocidental trata de preservar a
pequena estrutura de parentesco que não destruiu em seu estágio revolucionário:
a família nuclear, o último passo antes da completa desintegração social.3
A
teoria aqui apresentada difere daquela que culpa o cristianismo pelo
cancelamento da raça branca, cujo proponente mais radical foi o falecido Revilo
Oliver (1908-1994). Ele escreveu
em Christianity and the Survival of the West:*2
Em todo o mundo, os arianos estão apresentando sintomas inconfundíveis ou de imbecilidade ou de um latente desejo de morte. … A causa primária mais provável, na minha opinião, é o cristianismo, uma religião que é a negação da vida e é uma espécie de “AIDS” racial que, ao longo de dois milênios, minou progressivamente e finalmente destruiu o sistema imunológico de nossa raça, ou seja, sua consciência de sua identidade racial.
Eu
tenho duas discordâncias com essa teoria. Primeiro, acho que o foco na
“identidade racial” – ou a falta dela – está mal direcionado. A coesão orgânica
de uma sociedade começa no nível da família extensa ou do clã, e somente se os
laços sociais forem minados nesse nível por um longo período de tempo, a
identidade racial – ou o que Ludwig Gumplowicz chamou mais elegantemente de
“sentimento singênico,” aquela familiaridade instintiva com aqueles que se
assemelham a nós – em última instância colapsa. A imunodeficiência atinge o
organismo social no nível familiar, não no nível racial. Defender a dignidade e
os direitos dos brancos é uma causa política digna, mas a identidade racial é
uma cola social muito pobre por si só. O que nós necessitamos para reconstruir
nosso sistema imunológico, penso eu, é recuperar o que o cristianismo ocidental
destruiu especificamente: “parentesco intensivo” (termo de Henrich).
Em
segundo lugar, o cristianismo não resultou na mesma quebra de parentesco no
Oriente e no Ocidente. Houve um salto qualitativo no Ocidente, durante o que
Robert I. Moore chamou de “a Primeira Revolução Europeia” (c. 970-1215).4 Em um projeto de longo alcance de
remodelação da sociedade, o papado conduziu um ataque persistente e
multidirecional às estruturas sociais baseadas em parentesco das populações
romano-germânicas, que as populações greco-eslavas não suportaram no mesmo
grau.
Isso
não quer dizer que a Igreja Oriental fosse particularmente favorável ao
parentesco. Em teoria, o cristianismo é inerentemente individualista e
depreciativo dos laços de sangue: somente o sangue de Jesus salva, e a salvação
é somente para o indivíduo. Mas a tomada da Igreja Romana pelo partido dos
monges cluniacenses, sem paralelo na Ortodoxia, significa que o fenômeno
descrito por Louis Dumont, o efeito normativo do indivíduo mundano que abandona
a linhagem e a família, foi mais agudo na tradição católica romana.5 O sangue foi diluído exclusivamente
pelo batismo católico. Isso explica por que o parentesco intensivo resistiu
melhor na Europa Oriental, especialmente nas terras eslavas do sul, onde, “no
século XIX, foram observadas zadrugas [famílias extensas] compreendendo
mais de 80 pessoas. Isto não era a regra, naturalmente, mas grupos domésticos
de 20 a 30 integrantes não eram incomuns naquela época.”6
Mas
o protestantismo não é mais individualista do que o catolicismo? Certamente é. O
individualismo moderno deve muito aos luteranos e mesmo mais aos calvinistas. Mas
o individualismo protestante só poderia criar raízes em um solo social e
psicológico já alimentado pelo individualismo católico por séculos. O
incremento no individualismo da Ortodoxia através do Catolicismo ao
Protestantismo exigiria um estudo especial. Eu vou somente focar na política do
papado medieval contra os laços de sangue e suas consequências a longo prazo.
O Organismo Social
Pré-Cristão Baseado no Parentesco
Por
toda a Eurásia e Oriente Médio, nossos ancestrais pré-cristãos viviam em
sociedades baseadas em clãs. Em adição as fontes que eu mencionei em “Bring out
your dead!” sobre esse assunto, recomendo o livro recente de Guillaume
Durocher, The Ancient Ethnostate: Biopolitical Thought in Classical Greece.*3 Citando sua leitura da antropologia
homérica:
Entre a classe dominante aristocrática com a qual Homero está lidando, o parentesco é o fundamento básico da identidade e da solidariedade e, portanto, da ação pessoal e política. Estranhos são sinônimo de incerteza e potencial violência. O parentesco, em contraste, envolve semelhança herdada e orgulho compartilhado e deveres para com a linhagem. Entre parentes, existe a possibilidade de segurança. Essa segurança, porém, só existe pela força do pai de família, sua autoridade doméstica e sua disposição de usar a violência contra alienígenas hostis. … Para Homero, identidade e propósito são encontrados em sua linhagem. A pessoa age por causa de seus ancestrais e descendentes.7
Como
a sociedade grega, a sociedade romana era estruturada em torno do clã
patrilinear, ou gens. O parentesco também era o princípio organizador
popular entre alemães e britânicos. Todo o mundo indo-europeu baseava-se em
extensas estruturas de parentesco. Todo homem estava consciente da sua própria
individualidade naturalmente (as teorias sobre a “descoberta do indivíduo” são
apenas teorias literárias disfarçadas), mas o valor dado ao indivíduo
estava subordinado ao valor da comunidade (o oposto do que agora define
modernidade).
O
casamento era, naturalmente, a pedra angular do edifício social. Nunca se tratou
de duas pessoas se casarem, mas de duas linhagens contraindo uma aliança de
sangue ao casar seus filhos – que podem ou não ter tomado muita parte na
decisão.
Na
Europa pré-cristã, era comum o casamento dentro do clã, como forma de manter a
propriedade corporativa da terra do clã, onde os ancestrais do clã eram
enterrados. Casar-se com sogros após a morte do cônjuge também era comum, mesmo
esperado.
Embora
nas sociedades romanas e germânicas a monogamia fosse a regra, não havia
proibição de divórcio ou segundo cônjuge, especialmente em caso de
infertilidade ou para obter um herdeiro homem.
Uma
estratégia alternativa de herança era a adoção, geralmente dentro do clã. Isso
foi facilitado pela prática generalizada de adoção, ou seja, o envio de
crianças para serem cuidadas por tios maternos ou paternos até eles alcançarem
a idade adulta (isso era especialmente comum nas sociedades britânica e
irlandesa).
Esta
complexa interconexão dos vivos organizava-se em torno do eixo vertical da
veneração dos mortos, que unia religiosamente as comunidades desde o nível
familiar, passando pelo nível do clã até o nível da cidade ou nacional.8 Era tão essencial que os clãs que não
conheciam ancestral comum, tiveram que inventar um no outro para selar
alianças.
A
cúria romana baniu essas práticas e, ao fazê-lo, destruiu a estrutura
tradicional baseada em clãs da sociedade europeia. O antropólogo social Jack
Goody tem documentado esse ataque sistemático ao parentesco em The
Development of the Family and Marriage in Europe (Cambridge UP, 1983) e,
mais recentemente, em The European Family: an historico-anthropologicalsay
(Blackwell, 2000). O professor de Harvard, Joseph Henrich, seguiu seu exemplo
em The WEIRDest People in the World. Desde que Henrich não é historiador
nem antropólogo social, mas professor de biologia evolutiva humana, vou me
basear diretamente em Goody e em outras fontes para a próxima seção, antes de
voltar às partes mais originais do livro de Heinrich.
“Como a Igreja Antecipou
o Mercado de Casamentos”
Em
seu livro seminal The Knight, The Lady, and the Priest: The Making of Modern
Marriage in Medieval France,9 o
historiador francês Georges Duby documentou a aquisição da instituição do
casamento pela Igreja Ocidental, trabalhando de cima para o fundo da sociedade.
Isso realmente começou no século X. “No norte da França, no século IX, o
casamento ainda era algo em que os padres não estavam intimamente envolvidos.
Não há menção de bênçãos nupciais nos textos, exceto no caso de rainhas, onde
ainda era apenas um elemento no ritual de coroação.”10 Não foi até o Concílio de Verona em
1184 que o casamento foi oficialmente feito um sacramento.
Mas
a Igreja tinha há muito tempo começado a legislar sobre o casamento, decidindo
quais uniões eram válidas e quais descendentes eram legítimos. Como mostra
Goody: “Insinuando-se na própria estrutura da vida doméstica, da herança e do
casamento, a Igreja ganhou grande controle sobre as raízes da grama da própria
sociedade”.11 As novas regras
incluíam o seguinte:
A autoridade dos pais e parentes próximos sobre o casamento de pessoas mais jovens foi diminuída. A Igreja desaprovava casamentos arranjados e permitia que os esposos se casassem sem a aprovação dos pais.
Divórcio e novo casamento tornaram-se quase impossíveis, não deixando solução de herança para casamentos inférteis. O casamento poderia ser contraído apenas por consentimento mútuo, mas não quebrado mesmo por consentimento mútuo.
A monogamia estrita foi imposta e a tomada de segundas esposas ou concubinas condenada.
O casamento com sogros após a morte do cônjuge, tão comum na Europa quanto no Oriente Médio, era declarado incestuoso: na lei canônica, o irmão do marido tornava-se igual ao irmão verdadeiro.
O casamento com parentes espirituais (padrinho ou madrinha) também era tabu, fossem eles parentes de sangue ou não.
A adoção, amplamente praticada no mundo romano como estratégia de herança, tornou-se severamente limitada. A lei canônica efetivamente vinculava todas as formas de herança diretamente à linha genealógica de descendência.
Mais importante ainda, o casamento com parentes de sangue foi proibido e a proibição foi gradualmente estendida até o sétimo grau. Este casamento essencialmente se tornou tabu entre aqueles que compartilharam um ou mais de seus 128 tataravós, tornando o casamento virtualmente impossível em sua própria aldeia, em teoria ao menos, e, na prática, fornecendo à Igreja um meio de pressão sobre as famílias aristocráticas.
À lista deve ser acrescentada a condenação de todas as formas de veneração dos ancestrais, agora assimiladas à necromancia e à adoração de diabos. A memória ritual dos ancestrais, a chave para a unidade espiritual das famílias e clãs, foi mais intensamente reprimida no Ocidente sob a influência de Agostinho, enquanto conseguiu sobreviver até certo ponto na Ortodoxia Oriental (particularmente na Sérvia eslava). Eu tenho redigido sobre isso em “Tragam seus mortos!”*4
A
aplicação gradual dessas leis transformou profundamente a sociedade. O
propósito elevadamente sublime era quebrar as identidades de clã, tribo e
nação, a fim de unir todos os cristãos em uma grande família amorosa, cada
pessoa sendo arrancada da linhagem do pecado original e enxertada (ou “nascida
de novo”) em Cristo pelo batismo.
Mas também havia um incentivo econômico. Como diz Jack
Goody: “Proíba o casamento próximo, desencoraje a adoção, condene a poliginia,
o concubinato, o divórcio e o novo casamento, e 40% das famílias ficarão sem
herdeiros masculinos imediatos”.12 Com a
privatização da propriedade, os testadores ficaram livres para legar o que
quisessem às instituições clericais (às vezes ao “santo” ali sepultado), e a
alienação da propriedade em benefício da Igreja foi grandemente facilitada. A
estratégia foi ocasionalmente feita explícita:
Salviano, um bispo de Marselha do século V, explica que todos os bens mundanos do homem vêm de Deus para ele e para Deus eles devem retornar. Embora fosse permitido abrir uma exceção para os próprios filhos, isso não era verdade para quaisquer herdeiros colaterais ou fictícios. De fato, ele se refere aos filhos adotivos como “filhos de perjúrio”, enganando a Deus (ou sua igreja) do que era seu por pleno direito. Esta afirmação faz bastante claro porque a instituição deveria ser banida, no interesse da Igreja e da espiritualidade. O confronto com as práticas do passado é muito explícito e teve uma enorme influência no futuro; mesmo que houvesse algumas exceções mais tarde, a proibição foi largamente cumprida em toda a cristandade ao longo dos séculos.13
Naturalmente,
os ricos precisavam especialmente de salvação, pois é mais difícil para eles ir
para o céu do que um camelo passar pelo buraco de uma agulha. Eles poderiam
resolver seu problema dando sua riqueza para a Igreja. Não faltaram modelos de
santidade para eles imitarem. Considere o caso de São Paulino de Nola, um
aristocrata romano que em 394 decidiu seguir o conselho de Jesus e ganhar
“tesouros no céu” para si mesmo, doando toda a fortuna de sua família. Poucos
nobres seguiram completamente o exemplo de são Paulino. A maioria preferiu
permanecer rica por toda a vida e desafogar a alma somente no limiar da morte,
mas não a ponto de deserdar seus filhos. Em seu mapa de fundação da Abadia de
Cluny, o duque da Aquitânia declarou que agiu “para prover minha própria
segurança” e “para o ganho de minha alma”, uma desde que “a providência de Deus
tem provido para certos homens ricos que, por meio de suas posses transitórias,
se as usarem bem, eles podem ser capazes do mérito das recompensas de duração
eterna.”14
Ao
mercantilizar a salvação, a Igreja tornou-se a maior proprietária de terras da
Europa. “No final do século XII”, escreve Robert Moore, “as igrejas ocupavam
talvez um terço das terras cultivadas no norte da França e provavelmente cerca
de metade no sul da França e Itália”.15
Ao contrário de qualquer outra propriedade, a propriedade da Igreja (mantida
por qualquer instituição clerical como bispados ou mosteiros) era inalienável:
no Concílio de Lyon de 1274, Gregório IX proibiu a doação, venda, troca (permutatio)
e arrendamento perpétuo (emphyteusis) da propriedade da Igreja.16 Inalienabilidade significa que a
Igreja é uma corporação que não está sujeita à morte – exatamente o que os clãs
tentaram ser antes que o Cristianismo declarasse que somente os indivíduos e a
Igreja eram seres eternos.
A
implementação imposta do celibato dentro da Igreja pelos reformadores
gregorianos contribuiu para tornar a propriedade da Igreja inalienável, como o
historiador Henry Charles Lea explicou em seu Historical Sketch of
Sacerdotal Celibacy in the Christian Church (1867):
A Igreja recebia diariamente vastas acessões de propriedades do zelo piedoso de seus membros ricos, do arrependimento no leito de morte de pecadores desesperados e da munificência de imperadores e prefeitos, enquanto os esforços para obter a inalienabilidade de suas posses datam de um período inicial. Suas aquisições, tanto reais quanto pessoais, estavam obviamente expostas a um risco muito maior de dilapidação quando os eclesiásticos encarregados de suas riquezas amplamente dispersas tinham famílias para cuja provisão uma ansiedade natural dos pais poderia ser esperada passar por cima do senso de dever, ao descarregar a confiança confiada e eles. O modo mais simples de evitar o perigo pode, portanto, parecer aliviar o clérigo dos casos de paternidade e, cortando todos os laços de família e parentes, ligá-los completamente e para sempre à igreja e ela somente. Esse motivo … foi reconhecido abertamente em tempos posteriores e, sem dúvida, serviu como um argumento de peso nas mentes daqueles que insistiram e garantiram a adoção do cânone.17
The WEIRD brain {O
cérebro ESQUISITO}
Eu vou de volta ao aclamado livro de Joseph Henrich, The
WEIRDest People in the World (Farrar, Strauss and Giroux, 2020), o qual,
para minha surpresa, eu achei extremamente rico, com abundância de estudos
documentando os vínculos causais entre história religiosa, intensidade de
parentesco e psicologia. Como você deve
saber, Henrich inventou o acrônimo WEIRD {esquisito} para significar “Branco,
Europeu, Industrializado, Rico e Democrático {White, European, Industrialized,
Rich, and Democratic}” e para enfatizar ao mesmo tempo que, apesar de sua
tendência de pensar em si mesmos como a norma, os ocidentais são as exceções,
situando-se em média em uma extremidade da escala holismo-individualismo:
Mais diferente de grande parte do mundo de hoje e da maioria das pessoas que já viveram, nós, pessoas WEIRD, somos altamente individualistas, obcecados por nós mesmos, orientados para o controle, inconformistas e analíticos. Nós nos concentramos em nós mesmos – nossos atributos, realizações e aspirações – em vez de nossos relacionamentos e papéis sociais. Nossa direção apontada é ser “nós mesmos” em vários contextos e ver inconsistências nos outros como hipocrisia em vez de flexibilidade. … Nos vemos nós próprios como seres únicos, não como nós em uma rede social que se estende pelo espaço e volta no tempo.19
Nossa psicologia única é o produto de nossa história
cultural única. E pesquisas recentes mostram que “você não pode separar
‘cultura’ de ‘psicologia’ ou ‘psicologia’ de ‘biologia’, porque a cultura
reconfigura fisicamente nossos cérebros e, assim, molda como nós pensamos”.20 Não apenas o que nós pensamos,
mas como nós pensamos e sentimos sobre o mundo e sobre nós mesmos.
Nenhum fator cultural tem efeitos mais profundos e persistentes em nossa psique
coletiva do que a estrutura dos grupos de parentesco:
A natureza das instituições baseadas no parentesco afeta a forma como nós pensamos sobre nós mesmos, nossos relacionamentos, nossas motivações e nossas emoções. Ao incorporar os indivíduos em redes densas, interdependentes e herdadas de conexões sociais, as normas intensivas de parentesco regulam o comportamento das pessoas de maneiras sutis e poderosas. Essas normas motivam os indivíduos a monitorar de perto a si mesmos e aos membros de seu próprio grupo para garantir que todos fiquem na linha. Frequentemente, elas também dotam aos anciãos autoridade substancial sobre os membros mais jovens. Navegar com sucesso nesses tipos de ambientes sociais favorece a conformidade com os pares, a deferência às autoridades tradicionais, a sensibilidade à vergonha e uma orientação para o coletivo (por exemplo, o clã) sobre si mesmo.21
Henrich fornece evidências mensuráveis de como “o
desmantelamento do parentesco intensivo da Igreja na Europa medieval
inadvertidamente empurrou os europeus e as populações posteriores em outros
continentes para uma psicologia mais estranha {Branca, Europeia, Industrializada,
Rica e Democrática}”.22 Estudos
conduzidos pela própria equipe de pesquisa de Henrich e por outros mostram uma
notável persistência nessa causalidade: “Quanto mais tempo uma população foi
exposta à Igreja Ocidental, mais fracas são suas famílias e mais esquisitos {Brancos,
Europeus, Industrializados, Ricos e Democráticos} são seus padrões psicológicos
hoje.”23 O efeito mais significativo é uma mudança de
“interpessoal” para “prosocialidade impessoal”:
prosocialidade impessoal é sobre princípios de justiça, imparcialidade, honestidade e cooperação condicional em situações e contextos onde conexões interpessoais e membros de grupos são considerados desnecessários ou mesmo irrelevantes. Em mundos dominados por contextos impessoais, as pessoas dependem de mercados anônimos, seguros, tribunais e outras instituições impessoais, em vez de grandes redes relacionais e laços pessoais. Os mercados impessoais podem, portanto, ter efeitos duplos em nossa psicologia social. Eles simultaneamente reduzem nossa pró-socialidade interpessoal dentro de nossos grupos e aumentam nossa pró-socialidade impessoal com conhecidos e estranhos.24
Paradoxalmente,
o colapso da hegemonia católica nos tempos modernos acelerou a transformação
mental da Europa em direção a mais individualismo, ao realçar o valor sagrado
do indivíduo. O protestantismo agiu como “um reforço para muitos dos padrões
psicológicos WEIRD {Brancos, Europeus, Industrializados, Ricos e Democráticos}”25, conforme enfatizou que “todas as
pessoas têm um chamado – uma ocupação ou vocação escolhida livremente – que se
ajusta unicamente a seus atributos e dotes especiais.”26 Estudos confirmam que “os protestantes
estão mais focados do que os católicos nos estados internos, crenças,
sentimentos e disposições das pessoas”.27
Estudos comparativos mostram que cada século de exposição
à Igreja Ocidental reduz a taxa de casamento entre primos em quase 60%29 e, de acordo com um estudo feito nas
províncias italianas em 1995, “quanto menor a prevalência de casamento entre
primos em uma província, maior a taxa de doações voluntárias de sangue para
estranhos” (um forte indicador de pró-socialidade impessoal).30 “Pessoas de países com taxas mais
altas de casamento entre primos revelam um estilo de pensamento mais
holístico.”31
É
fácil entender, aliás, por que as comunidades islâmicas, ao contrário das
cristãs, são mais holísticas e interpessoais. Como Thomas Glick resume em Islam
and Christian Spain in the Early Middle Ages: “O Islã forneceu uma
estrutura de arcabouço que legitimou os valores tribais e deu a eles
significado religioso; O cristianismo tendeu a trabalhar na direção oposta, em
direção ao desenvolvimento de laços interpessoais, ao invés de laços
intergrupais”.32 Casamentos entre primos
de primeiro grau ainda são muito comuns no Islã. Todos na Europa podem ver que
as comunidades árabes e muçulmanas ainda são muito baseadas em parentesco e profundamente
desdenhosas de nossos valores individualistas. E todos podem sentir a confiança
crescente que obtêm da sua sólida coesão, olhando-nos como miseráveis flutuando
num líquido indiferenciado da decadência.
Joseph
Henrich tem o mérito de desafiar o etnocentrismo ocidental e apontar para a
“estranheza” do nosso sistema de valores. Mas, embora não expresse nenhuma
simpatia pela Igreja Católica, ele tem uma avaliação principalmente positiva do
tipo de individualismo que ela tem produzido. Ele não se preocupa com seu alto
custo, tanto para o Ocidente quanto para o Resto. Ao enfraquecer a
solidariedade de parentesco, argumenta ele, a Igreja criou necessidades e
oportunidades para novas formas de solidariedade, cooperação e parceria: “A
própria ideia de que uma pessoa pode agir livremente, independentemente de seus
clãs, parentes ou linhagens, para fazer acordos socialmente isolados
(contratos) pressupõe um mundo individualista incomum de troca impessoal.”33 “No geral, a formação espontânea e a
proliferação de organizações voluntárias capazes de autogoverno e autorregularão
– como ilustrado por cidades por alvará, mosteiros, guildas e universidades – é
uma das marcas registradas das populações europeias no segundo milênio.”34
O
afrouxamento da lealdade familiar também levou a novos conceitos de governo:
“as pessoas começaram a refletir sobre noções de direitos individuais,
liberdades pessoais, estado de direito e proteção da propriedade privada”.35 Isso está resumido na Declaração de
Independência Americana: “Consideramos estas verdades como evidentes por si
mesmas, que todos os homens são criados iguais, que são dotados por seu Criador
de certos direitos inalienáveis, que entre estes estão a vida, a liberdade e a
busca da felicidade.” Aqui Henrich comenta:
do ponto de vista da maioria das comunidades humanas, a noção de que cada pessoa tem direitos inerentes ou privilégios desconectados de suas relações sociais ou herança não é auto evidente. E do ponto de vista científico, nenhum “direito” foi detectado escondido em nosso DNA ou em outro lugar. Essa ideia vende porque apela para uma psicologia cultural particular.36
Para
dizer mais abrupta e diretamente, essa ideia abstrata está totalmente
desconectada da realidade antropológica, e a psicologia cultural particular que
a sustenta é perigosamente delirante. Sem mencionar a flagrante hipocrisia de
escrever tal profissão de fé enquanto privava os nativos americanos de seus
direitos naturais à sua terra ancestral e importava escravos africanos para
apoiar a busca dos homens brancos pela felicidade. Os Estados Unidos foram
fundados em uma mentira que está voltando para assombrá-los.
Com
o que devemos comparar o Ocidente Esquisito {Brancos, Europeus, Industrializados,
Ricos e Democráticos}? A um pedaço de terra que rendeu uma colheita milagrosa
que deixou seu solo antropológico estéril e tóxico? Ou talvez para um atleta ou
artista dopado que agora tem que pagar por seu sucesso com sua saúde. Não há
dúvida de que o aumento quase sobre-humano de energia e criatividade que o
Ocidente obteve de seu individualismo de inspiração cristã veio com um preço
alto. Nós temos estado chapados, mas agora estamos começando a sentir os
sintomas de abstinência. E possivelmente o dano cerebral irreversível. A
realidade antropológica (também conhecida como natureza humana) está se
atualizando. Construímos um novo mundo, mas agora descobrimos que ele tem nos desconstruído
como seres humanos.
Mas
é realmente justo culpar o cristianismo pelo estágio terminal de nosso
individualismo? Não. O Cristianismo nunca incentivou a confusão de masculino e
feminino, por exemplo (embora nunca tenha explicado a diferença entre uma alma
masculina e uma alma feminina, o que poderia ter sido útil). Nossa doença é
causada pelos ataques de uma elite estrangeira e não cristã. Eu tenho escrito mais
sobre esse tópico do que sobre qualquer outro. Mas é por isso que precisamos do
nosso sistema imunológico. O sistema imunológico natural de uma sociedade
saudável nunca foi a “identidade racial”, mas a identidade genealógica, que tem
uma dimensão vertical (linhagem) e uma dimensão horizontal (parentesco). E com toda a justiça, o cristianismo
ocidental, ou mais precisamente o papado medieval, é o culpado por destruir
esse sistema imunológico, tanto vertical quanto horizontalmente, deliberada e
sistematicamente.
Vamos
pensar na Questão Cristã como o reverso da Questão Judaica, se preferir: como o
Cristianismo tem diluído nosso instinto de sangue e tem causa erosão em nossa
estrutura social baseada em parentesco, tornando-nos assim contundente e totalmente
vulneráveis à manipulação e dominação dos povos mais intensamente baseados em
parentesco. A menos que nós, ocidentais, reflitamos humildemente sobre essa
questão, continuaremos abrindo caminho para o inferno para nossos filhos, em
nome de Jesus ou da Democracia. Parentesco intensivo, eu sugiro, é o único
caminho para a sobrevivência. Como? Eu sou melhor na teoria do que na prática,
então vou deixar essa pergunta para os outros. Mas uma coisa é certa: o
casamento foi, é e sempre será a pedra angular do edifício social.
Ah,
e a propósito, seja tão católico quanto quiser, se isso ajudar sua família e
seu clã. Isso ajudou os Kennedys, a família mais heroica da história americana.
“Joseph P. Kennedy criou uma grande coisa em sua vida, e essa foi sua família”,
escreveu Laurence Leamer em Sons of Camelot. Joe ensinou que o sangue
reinava e que eles deveriam confiar um no outro e se aventurar em um mundo
perigoso cheio de traições e incertezas, sempre voltando para o santuário da
família.37
Tradução
e palavras entre chaves por Mykel Alexander
*1 Fonte utilizada por Laurent
Guyénot: O Império Falido - A origem medieval da desunião europeia - parte 1,
por Laurent Guyénot, de julho de 2023, World Traditional Front. (As
demais partes na sequência do artigo).
https://worldtraditionalfront.blogspot.com/2023/07/o-imperio-falido-origem-medieval-da.html
1 Nota de Laurent Guyénot: Christopher Coker, The Rise of the Civilizational State, Polity, 2019.
2 Nota de Laurent Guyénot: Joseph Henrich, The WEIRDest People on the World: How the West Became Psychologically Peculiar and Particularly Prosperous, Farrar, Strauss and Giroux, 2020, página 161.
3
Nota de Laurent Guyénot: David Brooks, “The Nuclear Family was a Mistake,”
março de 2020, {The Atlantic}
https://www.theatlantic.com/magazine/archive/2020/03/the-nuclear-family-was-a-mistake/605536/
*2 Fonte utilizada por Laurent
Guyénot:
https://archive.org/details/ChristianityAndTheSurvivalOfTheWest_146
4 Nota de Laurent Guyénot: Robert I. Moore, The First European Revolution, c. 970-1215, Basil Blackwell, 2000.
5 Nota de Laurent Guyénot: Louis Dumont, Essays on Individualism: Modern Ideology in Anthropological Perspective, University of Chicago Press, 1992, páginas 23-59.
6 Nota de Laurent Guyénot: Michael Mitterauer e Reinhard Sieder, The European Family: Patriarchy to Partnership from the Middle Ages to the Present, University of Chicago Press, 1982, página 29.
*3 Fonte utilizada por Laurent Guyénot: The Ancient Ethnostate: Biopolitical Thought in Classical Greece, 2021.
7 Nota de Laurent Guyénot: Guillaume Durocher, The Ancient Ethnostate: Biopolitical Thought in Classical Greece, Kindle Direct publishing, 2021, página 41.
8 Nota de Laurent Guyénot: Numa
Denis Fustel de Coulanges, The Ancient City: A Study of the Religion,
Laws, and Institutions of Greece and Rome (1864), o qual cito em meu
artigo “Bring out your dead!”
- Bring Out
Your Dead - ...Back on the Family Altar, por Laurent Guyénot, 22 de
outubro de 2021, The Unz Review – An alternative media selection.
9 Nota de Laurent Guyénot: “How the Church Preempted the Marriage Market”, em Robert Ekelund, Jr., Robert Hébart, Robert Tollison, Gary Anderson, and Audrey Davidson, Sacred Trust: The Medieval Church as an Economic Firm, Oxford UP, 1996, página 85-112. Não há nada de original naquele texto, então apenas peguei emprestado o título.
10 Nota de Laurent Guyénot: Georges Duby, The Knight, The Lady, and the Priest: The Making of Modern Marriage in Medieval France, Pantheon Books, 1981, páginas 19, 34-35.
11 Nota de Laurent Guyénot: Jack Goody, The Development of the Family and Marriage in Europe, Cambridge UP, 1983, página 45.
*4 Fonte utilizada por Laurent
Guyénot: - Bring Out Your Dead - ...Back on the Family Altar, por
Laurent Guyénot, 22 de outubro de 2021, The Unz Review – An alternative
media selection.
12 Nota de Laurent Guyénot: Jack Goody, The Development of the Family and Marriage in Europe, Cambridge UP, 1983, página 44.
13 Nota de Laurent Guyénot: Jack Goody, The European Family: an historico-anthropological essay, Blackwell, 2000, página 35.
14 Nota de Laurent Guyénot: https://media.bloomsbury.com/rep/files/Primary%20Source%203.4%20-%20Cluny.pdf
15 Nota de Laurent Guyénot: Robert I. Moore, The First European Revolution, c. 970-1215, Basil Blackwell, 2000, página 12.
16 Nota de Laurent Guyénot: https://www.newadvent.org/cathen/12466a.htm
17 Nota de Laurent Guyénot: Henry Charles Lea, An Historial Sketch of Sacerdotal Celibary in the Christian Church, 1867, páginas 64-65, citado em Goody, The Development of the Family and Marriage in Europe, op. cit., página 81.
19 Nota de Laurent Guyénot: Joseph Henrich, The WEIRDest People on the World: How the West Became Psychologically Peculiar and Particularly Prosperous, Farrar, Strauss and Giroux, 2020, página 21.
20 Nota de Laurent Guyénot: Joseph Henrich, The WEIRDest People on the World: How the West Became Psychologically Peculiar and Particularly Prosperous, Farrar, Strauss and Giroux, 2020, página 16.
21 Nota de Laurent Guyénot: Joseph Henrich, The WEIRDest People on the World: How the West Became Psychologically Peculiar and Particularly Prosperous, Farrar, Strauss and Giroux, 2020, página 198.
22 Nota de Laurent Guyénot: Joseph Henrich, The WEIRDest People on the World: How the West Became Psychologically Peculiar and Particularly Prosperous, Farrar, Strauss and Giroux, 2020, página 193.
23 Nota de Laurent Guyénot: Joseph Henrich, The WEIRDest People on the World: How the West Became Psychologically Peculiar and Particularly Prosperous, Farrar, Strauss and Giroux, 2020, página 252.
24 Nota de Laurent Guyénot: Joseph Henrich, The WEIRDest People on the World: How the West Became Psychologically Peculiar and Particularly Prosperous, Farrar, Strauss and Giroux, 2020, página 299.
25 Nota de Laurent Guyénot: Joseph Henrich, The WEIRDest People on the World: How the West Became Psychologically Peculiar and Particularly Prosperous, Farrar, Strauss and Giroux, 2020, página 418.
26 Nota de Laurent Guyénot: Joseph Henrich, The WEIRDest People on the World: How the West Became Psychologically Peculiar and Particularly Prosperous, Farrar, Strauss and Giroux, 2020, página 415.
27 Nota de Laurent Guyénot: Joseph Henrich, The WEIRDest People on the World: How the West Became Psychologically Peculiar and Particularly Prosperous, Farrar, Strauss and Giroux, 2020, página 420.
29 Nota de Laurent Guyénot:
Joseph Henrich, The WEIRDest People on the World: How the West Became
Psychologically Peculiar and Particularly Prosperous, Farrar, Strauss
and Giroux, 2020, página 226.
30 Nota de Laurent Guyénot: Joseph Henrich, The WEIRDest People on the World: How the West Became Psychologically Peculiar and Particularly Prosperous, Farrar, Strauss and Giroux, 2020, página 240.
31 Nota de Laurent Guyénot: Joseph Henrich, The WEIRDest People on the World: How the West Became Psychologically Peculiar and Particularly Prosperous, Farrar, Strauss and Giroux, 2020, página 222.
32 Nota de Laurent Guyénot: Thomas Glick, Islamic and Christian Spain in the Early Middle Ages, Princeton UP, 1979, páginas 141-142.
33 Nota de Laurent Guyénot: Joseph Henrich, The WEIRDest People on the World: How the West Became Psychologically Peculiar and Particularly Prosperous, Farrar, Strauss and Giroux, 2020, página 427.
34 Nota de Laurent Guyénot: Joseph Henrich, The WEIRDest People on the World: How the West Became Psychologically Peculiar and Particularly Prosperous, Farrar, Strauss and Giroux, 2020, página 355.
35 Nota de Laurent Guyénot: Joseph Henrich, The WEIRDest People on the World: How the West Became Psychologically Peculiar and Particularly Prosperous, Farrar, Strauss and Giroux, 2020, página 320.
36 Nota de Laurent Guyénot: Nota de Laurent Guyénot: Joseph Henrich, The WEIRDest People on the World: How the West Became Psychologically Peculiar and Particularly Prosperous, Farrar, Strauss and Giroux, 2020, página 400.
37 Nota de Laurent Guyénot: Laurence
Leamer, Sons of Camelot: The Fate of an American Dynasty, HarperCollins,
2005.
Watered-Down Blood, por Laurent
Guyénot, 04 de junho de 2023, The Unz Review – An
alternative media selection.
https://www.unz.com/article/watered-down-blood/
Sobre o autor: Laurent
Guyénot (1960-) possuí mestrado em Estudos Bíblicos e trabalho em antropologia
e história das religiões, tendo ainda o título de medievalista (PhD em Estudos
Medievais em Paris IV-Sorbonne, 2009) e de engenheiro (Escola Nacional de
Tecnologia Avançada, 1982).
Entre seus livros estão:
LE ROI SANS PROPHETE.
L'enquête historique sur la relation entre Jésus et Jean-Baptiste,
Exergue, 1996.
Jésus et Jean Baptiste:
Enquête historique sur une rencontre légendaire,
Imago Exergue, 1998.
Le livre noir de
l'industrie rose – de la pornographie à la criminalité sexuelle,
IMAGO, 2000.
Les avatars de la
réincarnation: une histoire de la transmigration, des croyances primitives au
paradigme moderne, Exergue, 2000.
Lumieres nouvelles sur la
reincarnation, Exergue, 2003.
La Lance qui saigne:
Métatextes et hypertextes du Conte du Graal de Chrétien de Troyes,
Honoré Champion, 2010.
La mort féerique:
Anthropologie du merveilleux (XIIᵉ-XVᵉ siècle), Gallimard,
2011.
JFK 11 Septembre: 50 ans
de manipulations, Blanche, 2014.
Du Yahvisme au sionisme.
Dieu jaloux, peuple élu, terre promise: 2500 ans de manipulations, Kontre
Kulture, Kontre Kulture, 2016. Tem edição em inglês: From Yahweh to Zion:
Jealous God, Chosen People, Promised Land...Clash of Civilizations, Sifting
and Winnowing Books, 2018.
Petit livre de - 150
idées pour se débarrasser des cons, Le petit livre, 2019.
“Our God is Your God Too, But He Has Chosen Us”:
Essays on Jewish Power,
AFNIL, 2020.
Anno Domini: A Short History of the First Millennium AD, 2023.
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Relacionado: leia também:
O mundo dos indo-europeus - Por Alain de Benoist
O Império Falido - A origem medieval da desunião europeia - parte 1 - por Laurent Guyénot (demais duas partes na sequência do próprio artigo)
Jesus o judeu - por Thomas Dalton Ph.D. {academic auctor pseudonym}
O Gancho Sagrado - O Cavalo de Tróia de Jeová na Cidade dos Gentios {os não-judeus} - por Laurent Guyénot - parte 1 (demais duas partes na sequência do próprio artigo)
O truque do diabo: desmascarando o Deus de Israel - Por Laurent Guyénot - parte 1
Sionismo, Cripto-Judaísmo e a farsa bíblica - parte 1 - por Laurent Guyénot (parte 2 na sequência do próprio artigo)
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Judeus: Uma comunidade religiosa, um povo ou uma raça? por Mark Weber
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