Germar Rudolf |
7. Conclusões
Em sua análise das nações da Europa Central e Ocidental,
o livro de W. N. Sanning repousa sobre uma base de alguma maneira instável. Benz
tem o melhor material nesta instância. Nenhuma das duas obras aborda o problema
dos “judeus de fato” com detalhes suficientes; enquanto cada um dos coautores
de Benz lida com o problema até tão longe conforme ele parece adequado, Sanning
toca esta matéria somente marginalmente.
Mas
são as análises das nações Polônia, União Soviética e Hungria, bem como a
questão da emigração pós-guerra, que são de significado vital para a
determinação do número de vítimas do Holocausto. Nesse respeito, o trabalho de
Benz falha miseravelmente.
A
fim de avaliar os dois livros, vamos dar uma olhada no Gráfico 1. A altura
total das barras representa o número de judeus antes da Segunda Guerra Mundial
na área que mais tarde ficou sob domínio alemão. Grosso modo, Benz determina
seu número de vítimas do Holocausto subtraindo da população inicial pré-guerra
o número de judeus ainda em cada país afetado após a guerra, mais aqueles cuja
emigração foi registrada durante e após a guerra.
Benz |
Sanning |
||
vítimas do Holocausto |
|
|
Morte
devido a deportação e aprisionamento soviético |
|
Morte
devido a pogroms por não alemães, sem colaboração alemã ou sanção |
||
|
Morte
devido a efeitos da guerra (serviço laboral, vítimas de bombardeamento) |
||
|
Morte
como soldado |
||
|
Morte
como partisan (batalha ou execução) |
||
|
Excesso
natural de mortes sobre nascimentos |
||
|
Conversões
religiosas |
||
|
Emigração
não registrada durante e depois da guerra |
||
|
Judeus
não estatisticamente registrado ou identificado como judeus hoje |
||
|
Casos
não resolvidos, na maior parte por causa ‘natural’ em guetos e campos |
||
Conforme
para Sanning |
|
|
Emigração
registrada durante e após a guerra |
Conforme
para Sanning |
|
|
Judeus
remanescentes hoje |
Quadro
1:
Representação esquemática das abordagens de W. Benz e W. N. Sanning para
determinar o número de vítimas do Holocausto. O tamanho das barras
individuais não reflete o número de casos. |
Ele
culpa os alemães pelas vítimas judaicas da deportação e prisão soviética não
menos do que as vítimas dos pogroms que ocorreram nem com a participação nem
mesmo com a aprovação tácita das forças alemãs, bem como as vítimas dos
bombardeios aliados, as baixas do Serviço de Trabalho, os soldados judeus que
caíram nas fileiras dos exércitos soviéticos e as baixas da guerra com os
partisans. Desde que nenhuma dessas vítimas perdeu a vida devido a medidas ou
ações ilegais, negligentes ou deliberadas dos alemães, esse método de maximizar
o número de vítimas pode somente ser chamado de desonesto. Sanning exclui com
razão essas vítimas de sua análise, claro que com exceção das vítimas
partidárias regulares, cujos números são difíceis de estimar e que não devem
ser agrupadas com quaisquer vítimas de potenciais execuções irregulares.
Benz
também ignora perdas reais ou aparentes por meios não militares, tais como o
excesso natural de mortes sobre nascimentos, conversões religiosas, emigração
não registrada durante e especialmente após a guerra, bem como judeus não
registrados estatisticamente como tal hoje. Em particular, Benz não faz
qualquer menção à emigração em massa do pós-guerra, parcialmente descontrolada
e não registrada, que tem se tornado conhecida como o “Êxodo moderno”; do fato,
geralmente reconhecido hoje, que as estatísticas soviéticas refletem somente
uma fração dos judeus que realmente vivem na União Soviética; e do fato de que
os judeus poloneses também sofreram grandes reduções populacionais no período
entre guerras devido à emigração, superenvelhecimento da população e excesso de
mortes em relação aos nascimentos.
Benz
enfatiza que, onde as evacuações soviéticas, as tendências da população judaica
na Polônia e as migrações aéreas polonesas estão concernidas, não há números
definitivos e deve-se confiar somente em estimativas. Ele chega a suas
estimativas no espaço de umas poucas sentenças, sem qualquer tipo de linha
lógica de raciocínio ou evidência. Embora ele admita que essas questões
precisam urgente e seriamente de mais pesquisas, ele evita qualquer tal esforço.
Ao
invés, o livro desencadeia um prodigioso dilúvio verbal a fim de reconstituir a
história judaica primitiva e a história das medidas antijudaicas de cada nação,
algo que inúmeros outros autores já fizeram (alguns deles muito melhor) e que
não contribui em nada para resolver a autonomeada tarefa dos autores.
Achados
recentes, como as evidências que as fotos aéreas podem fornecer considerando o alegado
extermínio dos judeus húngaros, também são estudiosamente ignoradas. E o que é
pior: onde os alegados métodos de matar são concernidos, Benz regurgita velhas
afirmações muitas vezes refutadas e ignora o fato de que engenheiros e
cientistas são os únicos especialistas neste campo.
Também,
Benz e seus coautores citam fontes stalinistas e comunistas sem nem metade de
um pensamento frente a uma avaliação crítica, mesmo quando essas fontes
claramente voltam a julgamentos e adotam indiferente e alegremente a
terminologia stalinista em seus argumentos, mostrando-se eles próprios numa luz
dúbia e não científica no processo.
E,
finalmente, quatorze dos supostamente melhores historiadores no assunto do
mundo109 foram evidentemente incapazes de
assegurar coletivamente o tratamento uniforme das fronteiras nacionais nos
capítulos individuais. Um olho nisso teria evitado contar meio milhão de
vítimas duas vezes no total geral.
Assim,
o julgamento que eles pensaram em pronunciar sobre outro estudioso acaba
refletindo sobre eles mesmos:
“[…] quase todos os outros estudos do Holocausto dão a impressão de que o número de vítimas poderia ser […] determinado diretamente a partir do número retrospectivo de judeus [contados].” (B408)
“[...] O autor [neste caso, Benz et al.] distingue-se por seu manuseio metodologicamente inseguro do material estatístico, bem como por raciocínios e conclusões ousados e comprovadamente errôneos.” (B558, nota de rodapé 396.)
Como
Benz, Sanning comete o erro de colocar muita fé nas estatísticas as quais estão
disponíveis. Nos fatos reais, as variações nos dados impedem qualquer resposta
definitiva à questão de quão muitas centenas de milhares de judeus perderam
suas vidas na esfera de influência alemã. Esses números estão perdidos nas
variações que caracterizam o material estatístico. Até a data, apenas os
números fornecidos pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha podem ser
considerados como certos. O Escritório Especial do CICV {Comitê Internacional
da Cruz Vermelha} em Arolsen mantém o rastreamento todas as mortes documentadas
em campos de concentração alemães do Terceiro Reich. Um resumo de 1º de janeiro
de 1993 documenta 296.081 mortes. A distribuição dessas mortes entre os campos
individuais é mostrada em minha última tabela.
MORTES
DOCUMENTADAS NOS CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO ALEMÃES conforme 1º de janeiro de
1993 |
|
Total |
296.081 |
Auschwitz |
60.056 |
Bergen-Belsen |
6.835 |
Buchenwald |
20.687 |
Dachau |
18.334 |
Flossenbürg |
18.334 |
Groß-Rosen |
10.951 |
Majdanek |
8.831 |
Mauthausen |
78.859 |
Mittelbau |
7.468 |
Natzweiler |
4.431 |
Neuengamme |
5.785 |
Ravensbrück |
3.639 |
Sachsenhausen |
5.014 |
Stutthof |
12.634 |
Theresienstadt |
29.375 |
Outros
campos |
4.704 |
Os
judeus provavelmente constituem cerca de metade do total. É preciso ter em
mente, no entanto, que esta lista não está completa. Os campos Chelmno, Belzec,
Sobibor e Treblinka estão faltando na tabela, assim como estão aqueles que
morreram nos guetos. E, finalmente, é preciso lembrar que, de acordo com os Livros
da Morte, aproximadamente 66.000 pessoas morreram em Auschwitz somente no
final de 1943,110 e que os americanos
mencionaram 25.000 mortos no Campo de Concentração de Dachau durante a guerra.111 Uma estimativa realista do número
real de vítimas, portanto, pode ser duas vezes maior do que o total de vítimas
registradas por nome nos registros de Arolsen. O número de vítimas registradas
pelo nome agora é de cerca de 450.000.112
Sem dúvida, a maior parte deles são judeus, mas os números exatos ainda são
desconhecidos.
Mesmo
dessa perspectiva, a morte claramente cobrou um alto preço.
Tradução
e palavras entre chaves por Mykel Alexander
Notas
109 Nota de Germar Rudolf: Além dos colaboradores de seu volume, Benz também agradece aos professores Yisrael Gutman, Otto D. Kulka, Yehuda Bauer, Christopher Browning, Czeslaw Madajczyk, Helmut Krausnick, H. D. Loock, Randolph L. Braham e Wolfgang Scheffler, página 20.
110 Nota de Germar Rudolf: Conferir Staatliches Museum Auschwitz-Birkenau (ed.), Die Sterbebücher von Auschwitz, Saur, Munich 1995; durante todo o tempo de existência dos campos, Pressac estima o total em razoáveis 130.000: Les crématoires d’Auschwitz: La machinerie du meurtre de masse, Édition du CNRS, Paris 1993, páginas 144 e seguintes.
111 Nota de Germar Rudolf: Prova de Acusação nº. 35, National Archives USA, 13 de maio de 1945, referência nº M-1174, rolo 4, quadro 54; conferir G. Rudolf, Lectures on the Holocaust, 3ª edição, Castle Hill Publishers, Uckfield 2017, página 531. Para estatísticas do número de mortos em outros campos, veja a contribuição de J-Graf neste volume {Dissecting the Holocaust - The Growing Critique of ‘Truth’ and ‘Memory’, Castle Hill Publishers, 2019}.
112 Nota de Germar Rudolf: Sem
especificar a fonte exata, W. Sofsky (Die Ordnung des Terrors: Das
Konzentrationslager, Fischer, Frankfurt 1993, páginas 331, nota de rodapé
37) cita a Cruz Vermelha a respeito de 450.000 vítimas registradas pelo nome.
Fonte: Germar Rudolf em Germar Rudolf (editor) Dissecting the Holocaust - The Growing Critique of ‘Truth’ and ‘Memory’, Castle Hill Publishers, P.O. Box 243, Uckfield, TN22 9AW, UK; novembro, 2019. Capítulo Holocaust Victims: A Statistical Analysis - W. Benz and W. N. Sanning – A Comparison.
Acesse o livro gratuitamente no site oficial:
https://holocausthandbooks.com/index.php?main_page=1&page_id=1
Sobre o autor: Germar Rudolf nasceu em 1964 em Limburg, Alemanha. Ele estudou química na Universidade de Bonn, onde ele graduou-se em 1989 com um diploma comparável ao grau de PhD no EUA. De 1990 – 1993 ele preparou uma tese de PhD (na graduação alemã) no Instituto Max Planck, paralelo a isso Rudolf preparou um relatório especial sobre as questões químicas e técnicas das alegadas câmaras de gás de Auschwitz, The Rudolf Report. Como a conclusão era de que as instalações de Auschwitz e Birkenau não eram para propósitos de extermínio em massa ele teve que enfrentar perseguições e encontrou exílio na Inglaterra onde fundou a editora Castle Hill. Por pressão do desgoverno alemão por extradição ele teve que fugir em 1999 para o EUA em busca de asilo político. No EUA casou e tornou-se cidadão americano em 2005 mas imediatamente a isso foi preso e subsequentemente deportado para Alemanha onde cumpriu 44 meses de prisão por seus escritos acadêmicos, muitos deles feitos no EUA onde não são ilegais. Desde 2011 vive com sua família, esposa e três crianças, na Pennsylvânia. Entre suas principais obras estão:
Dissecting the Holocaust, 1ª edição 2003 pela Theses & Dissertations Press, EUA. 3ª edição revisada, Castle Hill, Uckfield (East Sussex), 2019.
The Chemistry of Auschwitz: The Technology and Toxicology of Zyklon B and the Gas Chambers – A Crime-Scene Investigation, Castle Hill, Uckfield (East Sussex), 3ª edição revisada e expandida (março de 2017).
Lectures on Holocaust (1ª ed. 2005) 3ª edição revisada e expandida, Castle Hill, Uckfield (East Sussex), 2017.
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