sexta-feira, 11 de agosto de 2023

Crematórios e Incinerações em Trincheiras Abertas de Auschwitz – parte 2 - lições sobre holocausto - por Germar Rudolf

 Continuação de Crematórios e Incinerações em Trincheiras Abertas de Auschwitz – parte 1 - lições sobre holocausto - por Germar Rudolf

 Germar Rudolf 


Ouvinte: Talvez as vítimas dos assassinatos em massa não tenham sido queimadas nos crematórios, mas, em vez disso, ao ar livre.

Germar Rudolf: Esta é a tese de Fritjof Meyer (F. Meyer 2002).#9 Neste caso, o problema é explicar porque é que a SS não utilizou a capacidade ociosa dos crematórios antes de recorrer ao método alternativo. A incineração ao ar livre é muito menos eficaz do que a incineração em forno pela simples razão de que grandes quantidades de energia são perdidas por radiação e convecção (Mattogno 2004d).#10

Ouvinte: Mas você já não estabeleceu que não há evidências de incinerações em trincheiras em larga escala nas fotos aéreas?

Germar Rudolf: Isso está correto, mas isso se aplica apenas ao período iniciado em maio de 1944. Nós não temos fotos dos anos anteriores. Se naquela época existiam tais trincheiras hipotéticas, as quais já tinham sido preenchidas em 1944…

Ouvinte: …mas mesmo essas seriam visíveis em fotos aéreas.

Germar Rudolf: Provavelmente. Traços de trincheiras tão gigantescas com solo massivamente perturbado ao seu redor não existem, até onde eu sei.

Ouvinte: Eu tenho outra pergunta considerando as incinerações em trincheiras. Se a área ao redor do Campo de Birkenau é tão pantanosa conforme você disse, é mesmo possível cavar uma trincheira com vários metros de profundidade, sem atingir o lençol freático?

Germar Rudolf: Esta é uma excelente objeção! Dois estudos especializados, feitos independentemente um do outro, demonstraram de fato que o nível do lençol freático dentro e ao redor de Birkenau estava apenas um ou dois pés abaixo do nível do solo entre 1941 e 1944. Quaisquer trincheiras profundas teriam se enchido rapidamente de água (Gärtner/Rademacher 2003, Mattogno 2003a; Mattogno 2016d, pp. 97-127).#11

Ouvinte: Mas o Campo de Birkenau tinha um sofisticado sistema de valas de drenagem as quais baixavam o nível do lençol freático.

Germar Rudolf: Em 1944, havia um sistema de drenagem que foi completado no campo propriamente dito, mas quaisquer incinerações de trincheiras durante 1942/43 teriam sido localizadas longe da área desenvolvida. Além do mais, o sistema de drenagem foi construído apenas a partir de 1942. Mas mesmo o sistema de drenagem o qual existia em 1944 era incapaz de baixar o nível do lençol freático no campo em mais de um metro abaixo do nível do solo. Então, você não iria longe com esse argumento.

Imagem IIl. 80: Nível do lençol freático em Birkenau, perto do local onde as supostas trincheiras profundas foram cavadas para incinerar cadáveres. Foto tirada em 1997, com o sistema de drenagem de Birkenau ainda funcionando.

Falando realisticamente, é inteiramente possível que houvesse incinerações a céu aberto em Birkenau no outono de 1942. No verão daquele ano, quando a terrível epidemia de tifo se alastrava, o velho crematório ficou fora de serviço por vários meses devido a danos maciços na chaminé. Dezenas de milhares de vítimas do tifo provavelmente foram enterradas em sepulturas muito rasas devido ao alto nível do lençol freático. Essas formas retangulares visíveis em várias fotos aéreas ao norte do Crematório V (ver III. 82) podem ter sido tais túmulos.

Ouvinte: Não poderiam ser trincheiras de incineração?

Germar Rudolf: Pela maneira que elas têm sido dispostas, claramente não. Esses retângulos longos estão muito próximos. Trincheiras de incineração gigantescas exigem muito espaço livre no meio para manusear os cadáveres, a lenha e as cinzas, mais o calor do fogo e da fumaça que se desenvolve, impossibilita a manutenção de outra trincheira logo ao lado. Portanto, esses são mais provavelmente os vestígios de valas comuns ordinárias.

É inteiramente plausível que essas vítimas de tifo tenham sido exumadas após várias semanas ou meses, a fim de evitar a poluição das águas subterrâneas. Como não havia crematório em Birkenau naquela época, e por causa que o antigo crematório no campo principal estava fora de serviço, as autoridades do campo podem não ter escolha a não ser queimar os corpos exumados ao ar livre. Contudo, isso provavelmente não aconteceu em trincheiras profundas, mas sim na superfície.

Imagem IIl 81: inundação do Campo de Birkenau em 18 de maio de 2010 (Warren B. Routledge, Elie Wiesel, Saint of the Holocaust: A Critical Biography, Castle Hill Publishers, Uckfield 2020, página 118).

Existe um documento datado de 17 de setembro de 1942, no qual o arquiteto Walter Dejaco, que esteve envolvido no planejamento dos novos crematórios em Birkenau (Lüftl 2004a)#12, relatou uma “visita da instalação especial e discussão com SS Standartenführer Blobel sobre o projeto de tal instalação”. Essa “instalação especial” provavelmente dizia respeito à queima de cadáveres ao ar livre. Dejaco também menciona um “moinho de bolas para substâncias”, que bem poderia se referir a um dispositivo para triturar restos incinerados incompletamente.9

Imagem lll. 82: Possível localização de antigas valas comuns de vítimas do tifo perto do campo de Auschwitz-Birkenau em uma foto aérea tirada em 31 de maio de 1944. Arquivos Nacionais dos EUA, RG 373 Can D 1508, exp. 3056; Conferir Rudolf, Germar (ed.) 2020a. Air-Photo Evidence: World War Two Photos of Alleged Mass Murder Sites Analyzed, 6ª edição, Castle Hill Publishers, Uckfield 2020, páginas 118 e seguinte.


De acordo com o Kalendarium, frequentemente citado pelos historiadores convencionais como a cronologia padrão dos eventos de Auschwitz, que se baseia exclusivamente em relatos de testemunhas quando se trata dos reivindicados assassinatos em massa, essas incinerações de cadáveres previamente enterrados ocorreram entre 21 de setembro e o final de novembro de 1942 (Czech 1989, p. 305).#13

Ouvinte: Isso me lembra os relatos de sobreviventes descrevendo a tarefa muito macabra: desenterrar cadáveres em decomposição, o odor terrível, queimar os cadáveres em fogueiras e depois esmagar os restos mortais. Paul Blobel é repetidamente mencionado como o especialista em incineração ao ar livre.10 Você acredita que essas histórias são verdadeiras?

Germar Rudolf: Eu Suspeito que tais descrições tenham seu cerne de verdade no que acabei de descrever. Contudo, os testemunhos aos quais você se refere relatam principalmente à queima de cadáveres de prisioneiros que são reivindicados terem sido assassinados em câmaras de gás, e isso é obviamente um assunto diferente. De qualquer forma, foi alegado que as câmaras de gás e os locais de incineração dos chamados bunkers já estavam em operação desde o final do inverno de 1941/1942 (Bunker 1) ou início do verão de 1942 (Bunker 2). Uma viagem em meados de setembro de 1942 para inspecionar instalações semelhantes em outros lugares a fim de aprender como construí-las teria sido tarde demais. Em outras palavras: A carta de Dejaco sobre a possível exploração de instalações de incineração ao ar livre refuta as reivindicações de que tais incinerações ocorreram em grande escala antes de 17 de setembro de 1942.

Ouvinte: Mas não as declarações reivindicando que essas atividades começaram naquela época.

Germar Rudolf: Correto. Mas o contexto de fundo deles era a epidemia de tifo que assolava Birkenau.

Tradução e palavras entre chaves por Mykel Alexander


Notas

#9 Nota de Mykel Alexander:  Fritjof Meyer, 2002. “Die Zahl der Opfer von Auschwitz – Neue Erkenntnisse durch neue Archivfunde,” Osteuropa, nº 5, maio de 2002, páginas 631-641. 

#10 Nota de Mykel Alexander:  Carlo Mattogno, 2004d. “Combustion Experiments with Flesh and Animal Fat,” The Revisionist, 2(1) (2004), páginas 64-72. 

#11 Nota de Mykel Alexander:  Michael Gärtner; e Werner Rademacher (=Willy Wallwey). “Ground Water in the Area of the PoW camp Birkenau,” The Revisionist, 1(1) (2003), páginas 3-12; Carlo Mattogno, 2003a. “Open Air Incinerations in Auschwitz: Rumor or Reality?,” The Revisionist, 1(1) (2003), páginas 14-17; Mattogno, Carlo 2016d. Auschwitz: Open Air Incinerations, 2ª edição, Castle Hill Publishers, Uckfield 2016. 

#12 Nota de Mykel Alexander: Walter Lüftl 2004a. “1972: A Somewhat Different Auschwitz Trial,” The Revisionist, 2(3) (2004), páginas 294 e seguinte. 

9 Nota de Germar Rudolf: NO-4467; RGVA, 502-1-336, página 69; ver Ill. 245 no Apêndice, página 541. 

#13 Nota de Mykel Alexander: Danuta Czech, 1989. Kalendarium der Ereignisse des Konzentrationslagers Auschwitz-Birkenau 1939 – 1945, Rowohlt, Reinbek 1989; English: Auschwitz Chronicle, 1939-1945, H. Holt, New York, 1990. 

10 Nota de Germar Rudolf: Gerald Reitlinger, 1961/1987. The Final Solution, various editions, 2ª edição, Yoseliff, South Brunswick/New York 1961 (1ª: 1953); 3ª edição, Jason Aronson, London 1987, páginas 144, 146 e seguinte.; Ernst Klee, “Euthanasie” im NS-Staat: Die “Vernichtung lebensunwerten Lebens,S. Fischer, Frankfurt/M. 1983, página 372; Raul Hilberg, 1985. The Destruction of the European Jews, Holmes & Meyer, New York 1985, páginas 389, 977; Kogon, Eugen; Hermann Langbein; and Adalbert Rückerl et al. 1993 (eds.), Nazi Mass Murder: A Documentary History of the Use of Poison Gas, Yale Univ. Press, New Haven 1993, páginas 60-62, 134, 169; Gutman, Israel 1990 (ed.). Encyclopedia of the Holocaust, MacMillan, New York 1990, artigo “Aktion 1005,” Vol. 1, página 11; Paskuly, Steven (ed.). Death Dealer: The Memoirs of the SS Kommandant at Auschwitz, Da Capo Press, New York 1996, páginas 33 e seguinte; conferir NO-4498b bem como as “confissões” de Paul Blobel; NO-3842, 3947.

 


Fonte: Germar Rudolf, Lectures on the Holocaust - Controversial Issues Cross-Examined, 4th, revised edition, January 2023, Castle Hill Publishers, PO Box 141, Bargoed CF82 9DE, UK, 4th edition. Castle Hill Publishers. Capítulo 3.4.4, Crematories e capítulo 3.4.5. Incinerations in Open Trenches. PDF gratuito disponível no link abaixo.

https://holocausthandbooks.com/index.php?page_id=15


Sobre o autor: Germar Rudolf nasceu em 1964 em Limburg, Alemanha. Ele estudou química na Universidade de Bonn, onde ele graduou-se em 1989 com um diploma comparável ao grau de PhD no EUA. De 1990 – 1993 ele preparou uma tese de PhD (na graduação alemã) no Instituto Max Planck, paralelo a isso Rudolf preparou um relatório especial sobre as questões químicas e técnicas das alegadas câmaras de gás de Auschwitz, The Rudolf Report. Como a conclusão era de que as instalações de Auschwitz e Birkenau não eram para propósitos de extermínio em massa ele teve que enfrentar perseguições e encontrou exílio na Inglaterra onde fundou a editora Castle Hill. Por pressão do desgoverno alemão por extradição ele teve que fugir em 1999 para o EUA em busca de asilo político. No EUA casou e tornou-se cidadão americano em 2005 mas imediatamente a isso foi preso e subsequentemente deportado para Alemanha onde cumpriu 44 meses de prisão por seus escritos acadêmicos, muitos deles feitos no EUA onde não são ilegais. Desde 2011 vive com sua família, esposa e três crianças, na Pennsylvânia. Entre suas principais obras estão:

Dissecting the Holocaust, 1ª edição 2003 pela Theses & Dissertations Press, EUA. 3ª edição revisada, Castle Hill, Uckfield (East Sussex), 2019.

The Chemistry of Auschwitz: The Technology and Toxicology of Zyklon B and the Gas Chambers – A Crime-Scene Investigation, Castle Hill, Uckfield (East Sussex), 3ª edição revisada e expandida (março de 2017).

Lectures on Holocaust (1ª ed. 2005) 3ª edição revisada e expandida, Castle Hill, Bargoed, 2023.


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Vítimas do Holocausto: uma análise estatística W. Benz e W. N. Sanning – Uma Comparação - {parte 1 - introdução e método de pesquisa} - por German Rudolf (demais partes na sequência do próprio artigo) 

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