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Dave Lawler |
A
impressionante e ampla operação de Israel, realizada durante a noite, que teve
como alvo as instalações nucleares, os locais de mísseis, os cientistas e os
generais do Irã, ocorreu após oito meses de intensos preparativos clandestinos.
Por
que é importante: A operação lançou uma nova guerra no Oriente Médio que
poderia atrair os EUA, destruiu qualquer esperança de um acordo nuclear e
desferiu, sem dúvida, o maior golpe individual contra o regime iraniano desde a
revolução de 1979. E isso está apenas começando.
Dando
a notícia: Israel está tentando “eliminar” a capacidade nuclear e de mísseis
balísticos do Irã em uma operação que deve durar pelo menos vários dias,
anunciou o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Outras autoridades israelenses
disseram que isso pode levar semanas.
Israel
tentou – logo nas primeiras horas – assassinar cientistas nucleares que,
segundo ele, tinham o conhecimento necessário para fabricar uma bomba nuclear.
Cerca de 25 cientistas foram alvos e pelo menos dois foram confirmados como
mortos até o momento.
Israel
também atacou todo o alto escalão das forças armadas do Irã. O comandante da
Guarda Revolucionária e o chefe do estado-maior militar foram confirmados como
mortos, juntamente com outro general sênior.
A
operação israelense não incluiu apenas ataques aéreos. O serviço de
inteligência israelense Mossad tem agentes em terra realizando operações
secretas de sabotagem em mísseis e locais de defesa aérea, segundo as
autoridades.
Espera-se
que Israel continue a bombardear as instalações nucleares subterrâneas do Irã
nos próximos dias, juntamente com outros alvos.
Nos bastidores: A ideia de uma operação que visasse simultaneamente os programas nuclear e de mísseis do Irã - que Netanyahu descreveu como ameaças existenciais a Israel - tomou força depois que o Irã atacou Israel em outubro, durante um ciclo de escalada de olho por olho entre os países.
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Barak Ravid |
Motivado
pelo rápido crescimento do arsenal de mísseis do Irã e pelo enfraquecimento de
suas defesas aéreas após a retaliação de Israel, Netanyahu ordenou que os
serviços militares e de inteligência começassem a planejar.
Os
militares israelenses disseram que outro fator foi a inteligência sobre a
pesquisa e o desenvolvimento de armamento nuclear, que indicava que o Irã
poderia construir uma bomba mais rapidamente se assim o desejasse.
A inauguração planejada para as próximas semanas de uma nova instalação subterrânea de enriquecimento que seria imune até mesmo aos enormes bunker busters dos EUA aumentou a urgência.
Ponto
de atrito: Mesmo enquanto o presidente Trump buscava um acordo nuclear, Israel
estava se preparando para esse ataque – reunindo inteligência, posicionando
recursos e, eventualmente, realizando exercícios.
Esses
preparativos alarmaram algumas pessoas na Casa Branca, que temiam que Netanyahu
pudesse agir mesmo sem o sinal verde de Trump.
Netanyahu
garantiu a Trump que não faria isso. A Casa Branca, por sua vez, disse a
Netanyahu que, se Israel atacasse o Irã, o faria sozinho.
O
próprio Trump disse várias vezes nos últimos dias, inclusive várias horas antes
dos ataques, que se opunha a um ataque israelense que poderia “explodir” as
negociações.
A
intriga: Mas nas horas após o início do ataque, as autoridades israelenses
informaram aos repórteres que tudo isso foi coordenado com Washington.
Duas
autoridades israelenses afirmaram à Axios
que Trump e seus assessores apenas fingiram se opor a um ataque israelense em
público – e não expressaram oposição em particular. “Tínhamos um claro sinal
verde dos EUA”, afirmou um deles.
O
objetivo, segundo eles, era convencer o Irã de que nenhum ataque era iminente e
garantir que os iranianos na lista de alvos de Israel não se mudassem para
novos locais.
Os
assessores de Netanyahu chegaram a informar aos repórteres israelenses que
Trump havia tentado frear um ataque israelense em uma ligação na segunda-feira,
quando, na verdade, a ligação tratava da coordenação antes do ataque, dizem
agora as autoridades israelenses.
Situação
atual: O lado americano não confirmou nada disso. Nas horas anteriores e
posteriores ao ataque, o governo Trump se distanciou da operação israelense em
declarações públicas e mensagens privadas a aliados.
O
Secretário de Estado Marco Rubio afirmou rapidamente que o ataque israelense
foi “unilateral”, sem o envolvimento dos EUA.
Horas
mais tarde, Trump confirmou que sabia que o ataque estava chegando, mas
enfatizou que os EUA não tinham envolvimento militar.
Ainda
não se sabe o grau de apoio de inteligência, logístico e defensivo dos EUA à
operação de Israel.
O
que observar: Israel agora está se preparando para que o Irã lance centenas de
mísseis balísticos e drones contra Israel e, talvez, também contra as bases dos
EUA na região.
Autoridades
iranianas ameaçaram na sexta-feira que sua resposta também será direcionada aos
EUA.
Tradução
por Davi Ciampas Heras
Fonte: Israel's strike
on Iran was 8 months in the making, por Barak Ravid e Dave Lawler, 13 de junho
de 2025, Axios.
https://www.axios.com/2025/06/13/how-israel-executed-strike-iran-nuclear?s=08
Sobre os autores:
Dave Lawler, americano, graduado na Universidade Villanova: Bacharelado em Artes (B.A.) em Ciência Política, com Especialização em Língua Inglesa, Concentração em Relações Internacionais. Formou-se no início de dezembro de 2012. Produziu e defendeu uma tese de conclusão de curso com honras sobre literatura pós-Primeira Guerra Mundial e um projeto de conclusão de curso sobre direito internacional e intervenção humanitária em Ciência Política. Na Universidade de Oxford, Hertford College foi Estudante Visitante em Política e Literatura: estudando Política Europeia, Governo Comparado, Teoria Política e Literatura entre as Guerras Mundiais, recebendo menções de honras em cada disciplina (janeiro a junho de 2012). Trabalhou no Daily Telegraph e atualmente é editor de Axios.
Barak Ravid (1980-), judeu, obteve o título de bacharel em história do Oriente Médio pela Universidade de Tel Aviv. É repórter político e especialista em Oriente Médio da Axios, cobrindo política externa e as eleições de 2024. Ele também escreve para o Walla News em Israel e é o autor de rump's Peace: The Abraham Accords And The Reshaping Of The Middle East, 2023.
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